Alemanha quer financiar ONG de apoio a migrantes em Itália. Roma “estupefacta”

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

O porta-voz da diplomacia alemã sublinhou que "resgatar pessoas em perigo no mar é um dever legal, humanitário e moral". O governo italiano reagiu com "grande estupefação".

A Alemanha vai financiar organizações não-governamentais (ONG) que apoiem migrantes e refugiados que cheguem a Itália por mar e que se encontrem neste país. Uma iniciativa que o Governo italiano recebeu com “grande estupefação”.

Está “iminente” o financiamento de centenas de milhares de euros para um projeto de assistência a migrantes em terra, em Itália, e outro para uma ONG que efetua salvamentos “no mar”, disse à agência italiana ANSA um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, sem especificar quais as organizações que receberão o financiamento.

A mesma fonte disse à ANSA que o ministério está a implementar um “programa de apoio financeiro” criado pelo Bundestag (parlamento alemão) que visa “apoiar tanto salvamento de civis no mar como projetos em terra para pessoas resgatadas no mar”.

“Recebemos vários pedidos de financiamento. Em dois casos, a análise dos pedidos já foi concluída. O pagamento dos fundos nestes dois casos está iminente”, continuou, referindo que cada projeto receberá entre 400 e 800 mil euros. O porta-voz da diplomacia alemã sublinhou que “resgatar pessoas em perigo no mar é um dever legal, humanitário e moral”.

“Tal como as guardas costeiras nacionais, em particular a Guarda Costeira italiana, os socorristas civis no Mediterrâneo central também utilizam os seus navios para salvar pessoas em perigo no mar”, disse. Várias ONG alemãs já efetuam missões de busca e salvamento de migrantes no Mediterrâneo central, juntamente com outras de França e Itália.

O governo de direita de Giorgia Meloni restringiu as atividades das organizações ao proibir os salvamentos múltiplos no mar e dando instruções aos navios para desembarcarem os migrantes e refugiados resgatados em portos distantes. A Itália enfrenta uma duplicação no número de chegadas por mar em 2023, com 132.832 pessoas a chegarem até agora, de acordo com dados do Ministério do Interior.

No mesmo período, 1.599 migrantes e refugiados morreram ou desapareceram no Mediterrâneo Central, segundo dados da agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR). A intenção de Berlim foi recebida com “grande estupefação” por Roma, disseram à ANSA fontes do executivo de Meloni, que vai procurar esclarecimentos junto das autoridades alemãs.

“Espera-se que a notícia seja infundada, porque o financiamento pela Alemanha de atividades de ONG em território italiano seria uma grave anomalia”, consideraram as fontes ouvidas pela agência noticiosa italiana. As fontes acrescentam que apoiar a transferência de imigrantes irregulares em Itália “representaria uma anomalia gravíssima nas dinâmicas que regulam as relações entre Estados a nível europeu e internacional”.

Por outro lado, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, reiterou que Itália tem de voltar a aceitar os requerentes de asilo da Alemanha, nos termos do Regulamento de Dublin, se quiser que a Alemanha retome as recolocações ao abrigo do mecanismo europeu de solidariedade voluntária. “A Itália não está a respeitar as readmissões ao abrigo do sistema de Dublin e, enquanto não o fizer, não aceitaremos mais refugiados” de Itália através do mecanismo de solidariedade, disse a governante à rádio ZDF, citada pela ANSA. O Governo alemão está à espera que Roma “encontre [Berlim] novamente a meio caminho” no cumprimento das suas “obrigações”, disse Faeser.

O Regulamento de Dublin, que data de 2013, estabelece que os pedidos de asilo devem ser tratados pelo país da União Europeia de primeira entrada, salvo decisão em contrário, e que este país deve readmitir os requerentes de asilo encontrados a apresentar pedidos noutro local.

Em 2022, foi acordado a nível europeu um mecanismo voluntário de solidariedade para a redistribuição dos requerentes de asilo em apoio aos países da linha da frente, como a Itália, que recebem a grande maioria das chegadas, especialmente por via marítima.

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Plano anual de avisos do PT2030 conhecido para a semana

Mariana Vieira da Silva rejeita quaisquer atrasos na divulgação dos resultados dos primeiros avisos de apoio ao investimentos produtivos para PME. "Estamos numa fase de análise dos primeiros avisos.”

A Comissão Interministerial do Portugal 2030 aprovou esta sexta-feira o plano anual de avisos do novo quadro comunitário de apoio, que será apresentado publicamente na quarta-feira da próxima semana, anunciou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

“A Comissão interministerial do Portugal 2030 aprovou hoje mesmo o plano anual de avisos que apresentaremos publicamente na quarta-feira, um sinal de que estamos a cumprir que tínhamos planeado”, disse Mariana Vieira da Silva esta sexta-feira na conferência de imprensa sobre a aprovação da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência por parte da Comissão Europeia.

Abrimos inicialmente os avisos, que tinham uma maior urgência, em março e decidimos que abriríamos um conjunto muito vasto de avisos para o ano que agora se inicia em setembro e que consta do plano anual de aviso”, acrescentou a responsável, assegurando que “não há nenhuma diferença face” àquilo que tinham “planeado desde a primeira hora”.

Mariana Vieira da Silva disse que estão “numa fase de análise dos primeiros avisos” do PT2030. “O que precisamos é gerir o tempo próprio da análise e de resposta e não confirmo a existência de nenhuns atrasos”, disse quando confrontada com a notícia avançada pelo Expresso (acesso pago) de que a divulgação dos resultados a primeira fase de candidaturas das micro, pequenas e médias empresas (PME) ao PT2030 a investimentos produtivos em atividades inovadoras estava atrasada devido a problemas informáticos.

“São os tempos normais”, garantiu a ministra da Presidência, recordando que 2023 “coincide com o fecho do PT 2020” e é um ano muito “relevante do ponto de vista do PRR”.

Questionada sobre o ritmo de execução do Portugal 2020, que tem obrigatoriamente de ser encerrado este ano, Mariana Vieira da Silva reconheceu que “faltam poucos meses” e a execução é de 92%”. Mas Portugal é, “neste momento, o terceiro país da UE com maior execução” do PT2020. “A nossa convicção é de que chegaremos ao final o ano com o PT 2020 totalmente utilizado e cumprido”, concluiu.

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#51 Medina descobriu a pólvora? Os combustíveis vão aumentar? E a TAP, é desta que é vendida?

  • ECO
  • 22 Setembro 2023

O Governo regressou aos planos de emergência, desta vez para apoiar os portugueses com crédito à habitação. É tão bom como parece?

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O Mistério das Finanças é um podcast semanal do ECO, apresentado pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro, disponível em áudio e vídeo nas principais plataformas.

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Greve no setor automóvel dos EUA alargada na GM e Stellantis

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

Enquanto as negociações com a Ford avançam, na GM e na Stellantis "ainda precisam de um grande impulso", dizem os sindicatos.

O sindicato norte-americano United Auto Workers (UAW) alargou esta sexta-feira a greve no setor automóvel ao anunciar que dezenas de instalações da General Motors (GM) e da Stellantis vão começar a parar a partir da tarde. A paralisação começa às 12:00 locais (17:00 em Lisboa).

O presidente do sindicato, Shawn Fain, disse que, enquanto as negociações com a Ford avançam, na GM e na Stellantis “ainda precisam de um grande impulso” e acusou estes dois construtores automóveis de recusarem todas as propostas apresentadas pelo sindicato.

Fain precisou que 38 centros de distribuição de peças da GM e da Stellantis nos Estados Unidos foram convocados para aderir à greve que teve início há uma semana, quando pararam três fábricas de montagem dos três grandes fabricantes automóveis norte-americanos.

A greve nas três fábricas, que começou no passado dia 15, quando expiraram os acordos coletivos sem acordo para os próximos, vai continuar, adiantou. O sindicato exige, nomeadamente, um aumento salarial de 40% em quatro anos, correspondente ao que os dirigentes dos grupos beneficiaram nos últimos quatro anos.

Fain justificou o alargamento da greve apenas na GM e Stellantis salientando que embora a negociação com a Ford não tenha terminado, o UAW reconhece “que pelo menos a Ford leva a sério a possibilidade de chegar a um acordo”.

O dirigente sindical convidou também o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que já manifestou apoio aos grevistas, a juntar-se a um piquete de greve. Esta semana, Biden usou uma gravata vermelha na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque em solidariedade com os grevistas, disse a Casa Branca.

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Descentralização de competências na área da saúde é meta mais atrasada do PRR

"Estamos a trabalhar para o cumprimento" das metas e marcos que estão subjacentes ao terceiro e quarto cheques do PRR, disse a ministra Marina Vieira da Silva.

A descentralização de competência na área da saúde é o compromisso assumido por Portugal junto da Comissão Europeia, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que está mais atrasado e que poderia ter implicações no pagamento do terceiro e quarto cheques da bazuca. Agora que a Comissão Europeia aprovou esta sexta-feira o exercício de reprogramação do PRR de Portugal, Portugal vai poder pedir em simultâneo o pagamento de ambos os cheques, um pedido que será feito “no dia a seguir” à aprovação da reprogramação pelos ministros das Finanças da União Europeia, cuja reunião está agendada para outubro.

“Estamos a trabalhar para o cumprimento” das metas e marcos que estão subjacentes ao terceiro e quarto cheques do PRR”, disse a ministra Marina Vieira da Silva. “Na verdade, a meta que mais tem surgido” não é a da habitação, mas a “descentralização na área da saúde”. “Estamos a trabalhar para esse cumprimento e a cada semana estamos a aumentar o número de municípios que assinam o acordo de descentralização na área da saúde e, daqui até essa data a nossa principal tarefa é trabalhar com a Comissão Europeia para garantir o cumprimento”.

Em causa estarão 4,01 mil milhões de euros e, para o desembolso destes cheques, Portugal tem de cumprir as mesmas 52 metas e marcos.

“Com esta aprovação, durante o próximo mês, e enquanto esperamos a aprovação final por parte do Ecofin deste projeto, estaremos a preparar o terceiro e quarto pedido de desembolso, no sentido de ainda em 2023 eles estarem concluído e avaliados e estar em linha com aquilo que tínhamos previsto”, disse Mariana Viera da Silva recordando que “se trata de uma oportunidade para o nosso país”.

Os Estados-membros só podem fazer dois pedidos de pagamento por ano à Comissão, por isso, Portugal pretende que os pedidos sejam feitos a tempo de o reembolso chegar antes do final do ano. Apesar de a expectativa inicial do Executivo ser de que o exercício de reprogramação fosse entregue em abril, Portugal tem cerca de 31% da dotação do PRR transferida (face ao 16,6 mil milhões de dotação) e isso é suficiente para não faltar verbas para assegurar as transferências de fundos para os beneficiários. Verbas essas que são necessárias para implementar os projetos.

De acordo com os últimos dados da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, já fora pagos 2,58 mil milhões de euros do PRR (16%) aos beneficiários finais – dos quais 753 milhões às empresas – e foram aprovados 14,24 mil milhões de euros.

 

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ESC Online patrocina comemoração do centenário do Tivoli BBVA

O patrocínio da ESC Online consiste assim num dos três a cinco patrocinadores/mecenas da comemoração, número que Paulo Dias, administrador do Teatro Tivoli BBVA, já tinha adiantado ao +M.

A ESC Online é patrocinadora da programação das comemorações do centenário do Teatro Tivoli BBVA. A organização das celebrações está a cargo da UAU, que é proprietária do Teatro desde 2011, sendo que a agenda das comemorações arranca a 30 de novembro, data que marca o 99.º aniversário do Teatro.

“É com enorme satisfação que a ESC Online se associa à UAU para a comemoração do centenário do Teatro Tivoli BBVA, uma referência cultural incontornável em Portugal. O apoio à cultura representa uma aposta clara do grupo e tem vindo a ganhar consistência no posicionamento estratégico da marca”, diz Rui Magalhães, CEO da ESC Online, citado em comunicado.

Por sua vez, Paulo Dias, diretor-geral da UAU e administrador do Teatro Tivoli BBVA, afirma que “é importante sentir que os nossos parceiros acreditam tanto nesta programação como nós“.

“Sabemos que a agenda do centenário é ambiciosa, mas queremos entregar ao público uma programação que dignifica a grandiosidade do Teatro Tivoli BBVA e tal só é possível com parceiros como a ESC Online, que cada vez mais aposta na cultura”, acrescenta.

Este é assim um dos três a cinco patrocinadores/mecenas, número que Paulo Dias já tinha adiantado ao +M, dizendo que “as marcas não apoiam a cultura, só a música” e que “é mais fácil promover um festival do que comunicar teatro”, resume.

Em março, o Teatro Tivoli BBVA lançou também uma campanha sob o mote “A sua história faz parte da nossa história”, cujo objetivo passa por recolher imagens e histórias, contadas na primeira pessoa, para um livro que pretende preservar a história e a herança cultural deste espaço. O projeto será lançado em 2024, ano em que o teatro comemora o 100º aniversário.

Ao longo dos próximos dois anos está programado que o Teatro Tivoli BBVA receba espetáculos de dança, música, teatro, cinema, “todos eles com uma ligação próxima à história e herança de um dos mais emblemáticos espaços culturais a nível nacional”, refere-se em nota de imprensa.

A mesma nota adianta que estes eventos serão realizados em parceria com diversas instituições ligadas ao setor cultural na cidade de Lisboa.

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Inquilinos alertam Governo para insustentabilidade do aumento das rendas

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

"Os inquilinos não suportam mais aumentos de preços porque aquilo que já pagam, em termos de taxa de esforço, representa já 40,50 ou 60%, quando não é mais”, dizem as associações.

A associação representativa dos inquilinos da Área Metropolitana de Lisboa alertou esta sexta-feira o Governo para a insustentabilidade do aumento das rendas e defendeu a necessidade de se “agilizar” a implementação das medidas previstas no pacote Mais Habitação.

Os alertas foram transmitidos esta tarde pela Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) à ministra da Habitação, Marina Gonçalves, durante uma reunião que juntou também a Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal (AICNP).

No final da reunião, em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da AIL, António Machado, referiu que a principal preocupação que foi transmitida à ministra da Habitação foi a “insustentabilidade” para os inquilinos de se “aumentarem ainda mais” o valor das rendas.

O mercado da habitação está já com preços totalmente incomportáveis para a generalidade das famílias e, portanto, o aumento dos preços está fora de questão. Os inquilinos não suportam mais aumentos de preços porque aquilo que já pagam, em termos de taxa de esforço, representa já 40,50 ou 60%, quando não é mais”, apontou.

Nesse sentido, o responsável da AIL, que considera que “a propriedade tem estado do lado do problema e não da solução” habitacional, admite que o Estado possa criar uma “linha de apoio aos senhorios particulares”, prevenindo assim os aumentos do preço das rendas.

Por outro lado, os inquilinos defenderam também a necessidade de o Governo agilizar a implementação de algumas medidas previstas no pacote Mais Habitação, de forma a responder “com maior urgência” ao problema habitacional do país. “Há coisas que vão demorar mais tempo do que era supostamente a intenção inicial, como fazer as mais 26 mil casas. Há problemas em mobilizar os devolutos do Estado. Portanto, é tudo muito lento. Isso depois reflete-se no mercado, na falta de oferta e nos preços altos. Ou o Governo acelera as medidas ou as coisas pioram”, alertou.

O parlamento voltou esta sexta a aprovar, sem alterações, o programa Mais Habitação, apenas com o voto favorável do PS, numa reapreciação após o veto do Presidente da República. A confirmação do decreto 81/XV, que aprova medidas no âmbito da habitação, procedendo a diversas alterações legislativas, foi viabilizada pela maioria absoluta do PS, com votos contra do PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda (BE), e abstenção do Livre e Pessoas-Animais-Natureza (PAN), repetindo-se a votação final global de julho do programa.

O diploma aprovado na votação final global de julho, agora confirmado, teve algumas alterações em relação à primeira versão proposta pelo Governo, que não impediram a contestação da oposição e de associações empresariais e da sociedade civil ligadas à habitação.

As medidas mais polémicas e contestadas passam pela suspensão do registo de novos alojamentos locais fora dos territórios de baixa densidade e por uma contribuição extraordinária sobre este negócio, pelo arrendamento forçado de casas devolutas há mais de dois anos e pela imposição de um limite no valor dos novos contratos de arrendamento para casas que já estão no mercado.

O pacote prevê igualmente uma isenção da tributação de mais-valias aos proprietários que vendam casas ao Estado, o fim de novos vistos gold, o aumento da dedução por dependente no âmbito do IMI Familiar, alterações à taxa autónoma dos rendimentos prediais e isenções de impostos para proprietários que retirem as casas do alojamento local até ao fim de 2024.

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Patrões receberam com “enorme preocupação” previsões do Conselho de Finanças Públicas

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

A CIP diz que existe uma “urgência” em concretizar, por parte do Governo, “sem mais perdas de tempo, novas políticas públicas realmente viradas para o investimento e a promoção da economia”.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) disse esta sexta-feira que recebeu “com enorme preocupação” as previsões do Conselho das Finanças Públicas (CFP) para a economia portuguesa este ano, pedindo ao Governo que concretize “novas políticas públicas”.

Em comunicado, a CIP disse que “recebeu com enorme preocupação as previsões avançadas pelo Conselho das Finanças Públicas”. “Apesar de o CFP prever que a economia portuguesa este ano vai crescer 2,2%, trata-se de uma estimativa mais pessimista do que as divulgadas, no início do verão, pelo Banco de Portugal, OCDE e FMI”, destacou.

Segundo a organização, “o arrefecimento económico na Europa e em Portugal está em curso acelerado nesta segunda metade do ano, o que aumentará a incerteza sobre a atividade económica nestes meses finais de 2023 e vai também refletir-se negativamente no próximo ano”.

A Confederação acredita que “neste ameaçador contexto de travagem, que implicará o abrandamento no ritmo de crescimento das exportações em resultado da degradação das perspetivas económicas previstas para os principais parceiros comerciais de Portugal”, o que também afetará o investimento, existe uma “urgência” em concretizar, por parte do Governo, “sem mais perdas de tempo, novas políticas públicas realmente viradas para o investimento e a promoção da economia”.

De acordo com a organização, “vão exatamente neste sentido as propostas que a CIP apresentou esta semana ao executivo e que permitirão ter mais crescimento, mais rendimentos e ainda uma relação mais simplificada com a administração pública”, destacando, “o eterno obstáculo entre as pessoas e as empresas e o Estado”.

A CIP lembrou o pacto social, que “contém três pilares — crescimento, rendimento e simplificação”, expressos “em 30 medidas pensadas para dar resposta ao momento muito difícil que se aproxima, mas também para que seja dado um passo decisivo na resolução de obstáculos estruturais que prejudicam o desenvolvimento de Portugal” em várias áreas. Segundo a CIP, o “acordo de competitividade e rendimentos, assinado em 09 de outubro de 2022, exige mais trabalho, mais ambição e mais profundidade para que atinja os objetivos definidos”.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu na quinta-feira em alta a estimativa de crescimento da economia para 2,2% este ano, acima dos 1,2% anteriormente previstos, vincando contudo que as previsões são feitas num contexto externo de “elevada incerteza”. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% este ano, apesar de significar uma melhoria face aos 1,2% previstos pelo CFP em março, significa um abrandamento face ao crescimento de 6,7% em 2022.

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Centenas de professores já marcham em Lisboa em protesto pela escola pública

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

Esta é a primeira manifestação de profissionais das escolas do ano letivo 2023/2024 e encerra uma semana de greve convocada pelo Stop.

Algumas centenas de professores e não docentes estão esta sexta-feira a manifestar-se em Lisboa, num protesto convocado pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) em defesa da escola pública e por melhores condições de trabalho.

À hora marcada, pelas 14:00, perto de duas centenas de professores e não docentes já se concentravam na rua Possidónio da Silva, junto à presidência do Conselho de Ministros, quando chegou também o coordenador do Stop, André Pestana.

Pouco a pouco foram juntando-se mais profissionais e cerca das 14:30 a mancha de manifestantes iniciou a sua marcha rumo à Assembleia da República, ao som de apitos, tambores e palavras de ordem como “Não paramos” ou “Está na hora, está na hora de o ministro ir embora”.

Esta é a primeira manifestação de profissionais das escolas do ano letivo 2023/2024 e encerra uma semana de greve convocada pelo Stop.

Depois de um ano letivo muito marcado por greves e protestos, os professores e não docentes prometem dar continuidade à contestação até que o Ministério da Educação aceite as reivindicações dos trabalhadores, sobretudo a recuperação do tempo de serviço congelado: seis anos, seis meses e 23 dias.

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OE2023 ainda não vai pagar aumento dos custos dos investimentos do PRR

Aumento dos custos dos investimentos do PRR que serão financiadas pelo OE não têm ainda uma distribuição anual já prevista. E este ano o OE não terá nenhuns custos adicionais.

A Comissão Europeia aprovou esta sexta o exercício de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que permite o financiamento de 19% dos aumentos dos custos dos investimentos em virtude da inflação, da guerra na Ucrânia e das falhas nas cadeias de abastecimento. O Orçamento do Estado terá de financiar os 1.300 milhões de euros adicionais. Mas, o Orçamento do Estado deste ano ainda não vai suportar quaisquer custos, avançou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, na conferência sobre a aprovação da reprogramação.

As verbas que serão financiadas pelo Orçamento do Estado não têm uma distribuição anual já prevista e creio que este ano não terão nenhuns custos adicionais porque estamos ainda na fase e que a reprogramação foi agora aprovada”, disse Mariana Vieira da Silva.

A proposta de reprogramação que Portugal submeteu a Bruxelas engorda o PRR de 16,6 mil milhões de euros para 22,2 mil milhões. Este aumento de 33,7%, decorre não só de um reforço das subvenções a que Portugal teve direito, mas também a um recurso mais substantivo à componente de empréstimos — são mais 3,2 mil milhões de euros. Portugal terá agora de cumprir 501 metas e marcos, o que compara com os anteriores 341.

A maior fatia de reforço ao investimento é de apoio às empresas – só as agendas mobilizadoras vão receber 2,8 mil milhões de euros, um valor que contrasta com os anteriores 930 milhões, mas há uma grande aposta na coesão territorial, habitação e bairros digitais.

O aumento de custos dos investimentos, devido à guerra na Ucrânia, a escassez de matérias-primas e de mão-de-obra e a inflação levaram a um agravamento de 2,5 mil milhões de euros na fatura dos investimentos previstos. Mas este aumento não pode ser inteiramente compensado com o recurso a empréstimos, porque a Comissão Europeia não aceita financiar com a bazuca mais do que 19% do aumento de cada projeto. E como investimentos mais pesados, como as obras do metro de Lisboa e do Porto, têm custos muito maiores, o Executivo optou por recorrer ao Orçamento do Estado.

Assim, até ao final do primeiro semestre de 2026, data em que a totalidade dos investimentos financiados pelo PRR têm de estar concluídos, os vários Orçamentos do Estado serão chamados a financiar em 1,3 mil milhões de euros, enquanto o PRR pagará o restante.

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, ladeada pelo secretário de Estado do Planeamento, Eduardo Pinheiro, disse que “a avaliação que CE faz do plano” do Executivo “e o que diz é um sinal de confiança” de que estão “à altura da responsabilidade e desta oportunidade”.Carlos M. Almeida/LUSA 22 setembro, 2023

“Com esta reprogramação conseguimos incluir um aumento de custos de cerca de 19%. A diferença entre estes 19% [e o custo total], será suportado por verbas do Orçamento do Estado, no valor de 1.300 milhões de euros distribuídos pelas várias componentes”, explicou Mariana Vieira da Silva, sublinhando que esta é a forma de garantir o “grande compromisso do país” no cumprimento do PRR. Um compromisso apenas possível de assegurara graças “às contas certas”, reveladas esta sexta-feira pelo ministro das Finanças, e à “capacidade que o país tem de colocar investimento publico no cumprimento destas metas e marcos do PRR”.

Mariana Vieira da Silva justifica o tempo suplementar acordado com a Comissão Europeia para avaliar a reprogramação com os “trabalhos técnicos de discussão” do plano que “são muito complexos”. “Por vezes surgem questões em torno de um ou outro indicador”, disse, acrescentando que Bruxelas verificou os indicadores utilizados por Portugal para explicar o aumento de preços dos projetos.

“Não há nenhum assunto em si que tenha atrasado”, a negociação, garantiu “a não ser o facto de o final de dois meses de análise” após a apresentação da reprogramação, que só foi feta em maio, “calhar mesmo na interrupção dos trabalhos em Bruxelas”. “É um prolongamento habitual que a maior parte dos países tem tido porque este é, aliás, um tema muito complexo”, concluiu.

Questionada sobre a opção de não recorrer à totalidade dos empréstimos que o PRR disponibilizava a Portugal, a ministra explicou que a opção se prendeu com questões de calendário. Ou seja, não havia a garantia de que seria possível usar os 11 mil milhões de euros até ao final do primeiro semestre de 2026. “O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Ministério da Economia estão a fazer um levantamento dos apoios que possamos dar para a localização de investimentos estruturantes no nosso país”, avançou Mariana Vieira da Silva. Esta reprogramação do PRR não mexe na data final que é o primeiro semestre de 2026 e a decisão que tomámos foi que a natureza e o estado de desenvolvimento desses investimentos não era compatível com este calendário”, frisou.

Não deixaremos de desenvolver esse trabalho no quadro dos instrumentos financeiros que já existem ou venhamos a criar”, sublinhou a responsável, lembrando que “um dos elementos principais que uma reprogramação exigia que era tudo o que fosse colocado no plano tem de ser concluído até ao primeiro semestre de 2026”, concluiu.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Interrogatório de Eduardo Cabrita será retomado em 18 de outubro

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

O interrogatório do ex-ministro Eduardo Cabrita no processo do atropelamento mortal na A6 vai ser retomado em 18 de outubro no edifício do Tribunal da Relação de Évora.

O interrogatório do ex-ministro Eduardo Cabrita no processo do atropelamento mortal na A6 vai ser retomado em 18 de outubro, pelas 9h30, no edifício do Tribunal da Relação de Évora, revelaram esta sexta-feira fontes judiciais.

Segundo as fontes judiciais, o interrogatório vai continuar no Tribunal da Relação de Évora e não no edifício do tribunal judicial da cidade alentejana, onde se iniciou, em junho, a inquirição.

A continuação do interrogatório estava inicialmente prevista para o dia 4 deste mês, mas foi adiada devido à greve dos funcionários judiciais.

Esta foi a segunda vez consecutiva que a continuação do interrogatório do antigo ministro da Administração Interna (MAI) foi adiada, depois de, em 29 de junho último, ter sido adiada para 4 de setembro.

Eduardo Cabrita começou a prestar declarações perante o juiz de instrução em 9 de junho, com o seu representante a dizer então aos jornalistas que o ex-ministro da Administração Interna “esclareceu tudo o que havia para esclarecer”, embora tivesse admitido que poderia haver mais esclarecimentos a fazer aos outros advogados.

O interrogatório de Eduardo Cabrita acabou por ser suspenso nesse dia, quando a oficial de justiça que acompanhava os trabalhos começou a cumprir a greve dos funcionários judiciais.

Eduardo Cabrita e o seu então chefe de segurança, Nuno Dias, foram na altura interrogados como arguidos, à porta fechada, pelo juiz de instrução, no Tribunal de Évora, na instrução do processo do atropelamento mortal na A6.

Estas novas diligências foram marcadas pelo juiz de instrução depois de o Tribunal da Relação de Évora (TRE) ter dado provimento e provimento parcial, respetivamente, aos recursos da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) e da família.

A fase de instrução foi assim aberta para os três arguidos, ou seja, para o motorista do antigo ministro, Marco Pontes, o único acusado no processo, por homicídio por negligência, e cujo debate instrutório já foi realizado, e também para Eduardo Cabrita e Nuno Dias.

Esta é uma fase processual facultativa, que pode ser pedida por arguidos ou assistentes e que serve para verificar se os indícios são suficientemente fortes para levar os arguidos a julgamento.

No dia 18 de junho de 2021, Nuno Santos, funcionário de uma empresa que realizava trabalhos de manutenção na A6, foi atropelado mortalmente pelo automóvel em que seguia o então ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, no concelho de Évora.

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Grupo austríaco entra no mobiliário em Portugal com a compra da Conforama

Conforama Iberia, que conta com uma rede de 13 lojas em Portugal e 46 em Espanha, com total de 2.300 funcionários, foi vendida ao Grupo XXXLutz, o segundo maior da Europa nos equipamentos domésticos.

As 13 lojas da Conforama em Portugal vão passar para as mãos do grupo austríaco XXXLutz, que chegou a acordo com o Grupo Ibex – atual proprietário da rede, na sequência da reestruturação do grupo retalhista sul-africano Steinhoff – para a aquisição deste negócio do setor do mobiliário e decoração na Península Ibérica.

Esta operação, realizada através das filiais CAFS Invest e MW Holding – que já tinha adquirido em 2020 a atividade da Conforama em França e na Suíça – permite ao grupo sediado na cidade de Wels entrar no mercado do comércio de artigos de mobiliário e de decoração em Portugal e Espanha.

Com um total de 59 lojas e mais de 2.300 empregados, a Conforama está presente na Península Ibérica há mais de três décadas. “Agora, graças ao apoio do novo acionista, a empresa pretende traçar novos planos que continuarão a reforçar a sua posição no mercado”, assinala o grupo XXXLutz, em comunicado.

Foi em Cascais que a Conforama abriu a primeira loja no mercado português, há 30 anos. Atualmente, a marca especializada em produtos de mobiliário e decoração detém espaços comerciais em Albufeira, Amadora, Corroios (Seixal), Lisboa, Matosinhos, Montijo, Olhão, Setúbal, Sintra e Vila Nova de Gaia.

Em março deste ano, a empresa de equipamentos e decoração para o lar anunciou a transformação da sua plataforma digital de e-commerce num novo marketplace. O objetivo era expandir a variedade e atingir os 100 mil produtos de 300 marcas no primeiro ano, chegando ao milhão de artigos e às 2.000 marcas num prazo de cinco anos.

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