Escola 42 forma 300 programadores no Porto

Escola 42 está a formar 300 programadores no Porto, 31% deles de nacionalidade estrangeira – provenientes de dez países –, com idades a rondar os 28 anos.

“A necessidade de profissionais com este tipo de competências em tecnologia é crescente e cada vez mais transversal a todas as indústrias”, começa por afirmar ao ECO/Local Online o diretor da escola de programação 42 em Portugal, Pedro Santa Clara, um ano depois da inauguração oficial deste campus, no Porto. E que implica um investimento anual de um milhão de euros para pôr em prática este inovador modelo de aprendizagem, com “impacto significativo na região ao contribuir com mais talentos, e ao gerar mais empregos e riqueza”.

Contas feitas, 300 alunos estudaram, neste primeiro ano, na 42 Porto, 31% deles de nacionalidade estrangeira – provenientes de dez países –, com idades a rondar os 28 anos.

Considerada “uma das melhores e mais inovadoras do mundo na área da programação e com 46 campus espalhados pelo mundo”, esta escola, que começou em Paris, está instalada num espaço cedido pela empresa Critical Techworks, no centro da cidade do Porto.

O ensino assenta num modelo de aprendizagem “oposto ao tradicional, em que não há professores, aulas nem horários e os alunos aprendem através de uma plataforma digital”, descreve Pedro Santa Clara. “Cada um desenvolve a capacidade de trabalho em equipa, de resolução de problemas, de adaptação, a determinação, a autonomia e a resiliência.”

A escola oferece um “método inovador” que incentiva à aprendizagem sem o formato tradicional das salas de aulas, sem horários e professores. “Os estudantes assumiram a responsabilidade pela sua própria aprendizagem e desenvolveram competências juntamente com os seus colegas, fora das tradicionais salas de aula“, destaca, por sua vez, a diretora da escola do Porto, Beatriz Cardoso Fernandes.

O acesso à escola não exige background académico ou experiência em programação. No final dos três anos de curso, os estudantes terão desenvolvido competências em tecnologia e estarão aptos para entrar no mercado de trabalho.

O programa da 42 é 100% gratuito, sendo as propinas pagas por mecenas, como é o caso dos parceiros fundadores Critical TechWorks e a Teya, além da Amorim, BA Glass, Ecosteel, Câmara Municipal do Porto, Sodecia, Sogrape, Sonae, Prozis, Vicaima, e João Nuno Macedo Silva.

Conheça aqui os testemunhos de alguns dos alunos da 42 Porto:

Aluna da escola 42 Porto, Daniela Matos

  • Daniela Matos – “Sou licenciada em Design de Comunicação e tenho formação em fotografia, mas há já muito tempo que a programação me despertava interesse. Quando soube da abertura da 42 Porto, decidi inscrever-me. Penso que a transição de uma área criativa para a programação é uma excelente oportunidade para expandir horizontes, combinar habilidades e criar projetos inovadores”.
  • Gabriel Montes – “Mergulhado numa realidade artística enquanto designer gráfico, a 42 surge como resposta a uma paixão antiga por desenvolvimento de jogos que está presente na minha vida desde a infância, quando desenvolvi o meu primeiro sistema de RPG, divulgado em forma de texto no WhatsApp.
  • Rita Paiva“Após 13 anos dedicados ao mundo da música, durante a pandemia senti a necessidade de mudar de área. Foi então que encontrei a 42 Porto, e através dela embarquei numa jornada repleta de desafios, novas amizades e perspetivas. Hoje, olhando para trás, posso afirmar, com convicção, que tomei a decisão certa, pois encontrei um novo caminho que me trouxe satisfação e realização“.

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Rock ‘n’ Law 2023 vai apoiar o projeto TASSE

No dia 17 de novembro os escritórios de advogados voltam a unir-se na iniciativa solidária Rock 'n' Law. Este ano vão apoiar o projeto TASSE da Fundação Santa Rafaela Maria.

A edição de 2013 do Rock ‘n’ Law vai apoiar o projeto TASSE da Fundação Santa Rafaela Maria. O evento de solidariedade anual que junta vários escritórios de advogados realiza-se no dia 17 de novembro no LAV.

“Através deste centro de educação, vamos apoiar 120 crianças e jovens de contexto desfavorecido, no sentido de dinamizar atividades de apoio ao estudo e ao desenvolvimento de competências que promovam o sucesso escolar e uma melhor integração na comunidade“, referem em comunicado.

Criado em 2004, o projeto TASSE está localizado no bairro da Quinta da Fonte da Prata, no município da Moita, e tem apostado na melhoria da inclusão escolar, apoiando atualmente cerca de 120 crianças e jovens, dos 7 aos 18 anos, com grandes dificuldades de aprendizagem e provenientes de famílias carenciadas e de ambientes desestruturados.

O principal objetivo deste projeto é promover a sua inclusão escolar, através de iniciativas de educação não formal, bem como da promoção da empregabilidade e do associativismo jovem.

“Com os níveis de inflação a atingirem valores históricos em Portugal, o aumento do custo de vida tem um impacto muito significativo no rendimento disponível das famílias portuguesas. Esse impacto afeta desproporcionadamente as famílias com mais baixos rendimentos. Muito embora os números do abandono escolar tenham vindo a evoluir favoravelmente em Portugal, notamos que existe uma assimetria clara – com uma incidência maior nos alunos mais desfavorecidos; com estudos a indicarem que quanto menos favorecido é o contexto socioeconómico do estudante, menor é o apoio no ensino obrigatório e maior é a taxa de abandono escolar”, sublinhou o advogado responsável pela organização do RnL, João Louro e Costa.

Ana Nogueira, coordenadora do projeto TASSE, acredita que com o apoio do RnL as crianças e jovens poderão usufruir de um trabalho de maior qualidade e mais diversificado no apoio ao desenvolvimento da sua educação, num contexto onde as taxas de sucesso escolar ainda estão bastante abaixo da média nacional.

Vai ser possível, assim, dar continuidade ao trabalho desenvolvido, envolver mais crianças e jovens e criar outras atividades que permitam formas mais inovadoras de desenvolver as competências escolares. Sem este apoio do Rock n’ Law, o alargamento da nossa intervenção e a inovação não seriam possíveis”, destacou Ana Nogueira.

O Rock ‘n’ Law é uma iniciativa solidária que ao longo das últimas 14 edições já angariou mais de 800 mil euros através de um evento de música e solidariedade promovido por sociedades de advogados e que move a sociedade civil e as empresas. Este ano, o evento volta a contar com o apoio do Alto Patrocínio da Presidência da República.

O evento é um dos principais momentos solidários da advocacia em Portugal e reúne anualmente todo o setor jurídico e os seus parceiros para uma noite de música e animação que tem como objetivo principal a recolha do maior donativo possível para entregar ao projeto selecionado.

A última edição do Rock ‘n’ Law reuniu quase 1.600 pessoas e angariou 66.326 euros para o projeto Centro de Integração para os Refugiados (CIR) da Associação de Ucranianos em Portugal.

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Bastonária da OA transmite à PGR preocupação com alterações aos atos próprios dos advogados

  • Lusa
  • 12 Julho 2023

A Ordem dos Advogados expressou à PGR a sua preocupação com as alterações à lei dos atos próprios dos profissionais, com a bastonária a alertar para os riscos para o Estado de Direito.

A Ordem dos Advogados (OA) expressou, esta terça-feira, à procuradora-geral da República (PGR) a sua preocupação com as alterações à lei dos atos próprios dos profissionais, com a bastonária a alertar para os riscos para o Estado de Direito.

Em declarações à Lusa, Fernanda de Almeida Pinheiro explicou que Lucília Gago já tinha “nota pública” do descontentamento em relação ao diploma do Governo, uma vez que a OA tem falado “muitíssimas vezes” sobre o tema, mas vincou a importância de transmitir essas preocupações “de forma formal” à PGR.

Seria bom que parássemos de falar sobre isto, porque era sinal de que o assunto estava resolvido e sanado. Pelos vistos, não é essa a intenção do Governo, portanto, fomos dar-lhe essa nota, que foi bem acolhida, no sentido em que partilha as opiniões que temos relativamente à segurança dos cidadãos e que são óbvias para qualquer operador judiciário e para pessoas que respeitem a democracia e o Estado de Direito”, afirmou.

Fernanda de Almeida Pinheiro observou ainda que as mudanças propostas pelo Executivo deixam os cidadãos “totalmente desprotegidos” no acesso à justiça e que vão levar a um aumento de más práticas relacionadas com a advocacia, sem que a Ordem possa intervir.

“Se nós entregamos os atos próprios de uma profissão como aqui se propõe fazer — a consulta jurídica, a elaboração de contratos e a negociação de créditos —, isso significa que não existe qualquer supervisão a essas pessoas. Portanto, vão poder fazê-lo como querem, sob as regras que entendem, sem nenhuma supervisão e sem nenhuma responsabilização pelas más práticas que possam acontecer e que vão, naturalmente, ser muitas”, continuou.

Questionada sobre a recetividade de Lucília Gago, a bastonária notou que a PGR compreendeu “perfeitamente as preocupações” do organismo, embora não tenha manifestado uma posição.

“O objetivo da reunião também não era esse de obter uma posição da PGR, era apenas transmitir as suas preocupações e a senhora PGR mostrou-se solidária com elas, o que é natural, porque conhece a lei e sabe o que é o Estado de Direito democrático”, resumiu, assegurando que, após reuniões com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e a presidente do Supremo Tribunal Administrativo, a contestação dos advogados vai continuar.

Fernanda de Almeida Pinheiro confirmou que estão agendados mais protestos dos advogados diante dos tribunais, estando previstas manifestações em Faro na quarta-feira e em Coimbra na quinta-feira.

O Governo concluiu a proposta de alteração dos estatutos das 20 ordens profissionais, juntando as alterações numa única proposta de lei já remetida ao parlamento, na sequência da alteração da lei-quadro de regulamentação destes organismos públicos, num processo que tem sido alvo de forte de contestação por parte de algumas Ordens, nomeadamente a OA.

A lei-quadro foi alvo de um pedido de fiscalização preventiva do Tribunal Constitucional, a pedido do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tendo o tribunal declarado a constitucionalidade da lei.

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Comissão liquidatária do Banif recebeu 54 milhões de crédito tributário das Finanças

  • Lusa
  • 12 Julho 2023

A Autoridade Tributária pagou ao Banif quase 54 milhões de euros relativos a um crédito fiscal, segundo a informação que consta do relatório da Comissão Liquidatária do Banif a que a Lusa teve acesso.

A Autoridade Tributária pagou ao Banif quase 54 milhões de euros relativos a um crédito fiscal, segundo a informação que consta do relatório da Comissão Liquidatária do Banif a que a Lusa teve acesso.

De acordo com o documento, que o Jornal Económico já noticiou, os 53,6 milhões de euros pagos em abril serão usados, “por iniciativa do Banif, para compensar dívidas relativas a impostos sobre o rendimento e sobre o património que constituam seu encargo e cujo facto gerador seja anterior à data da conversão”. Ou seja, parte é usada para pagar dívidas ao fisco. O ECO noticiou em março que a comissão liquidatária do Banif estava a ficar sem dinheiro, situação que estava a ameaçar o processo de liquidação da instituição.

A comissão liquidatária do Banif diz ainda que o valor (que se deve a um crédito fiscal criado no âmbito do regime de ativos por impostos diferidos) servirá também para “liquidar o vultoso passivo de funcionamento entretanto acumulado”, incluindo gastos de funcionamento e consultoria (como com advogados), mas “também assegurar um melhor planeamento das operações da liquidação”.

A gestão presidida por José Manuel Bracinha Vieira acrescenta que, já “nos próximos meses, avultará o esforço necessário a assegurar a resposta às inúmeras impugnações judiciais apresentadas, o que, face ao caráter massificado que reveste, implicará um intenso labor de ordem jurídica mas também logística”.

Em dezembro de 2015, o Banif (que já tinha sido nacionalizado, sendo então detido maioritariamente pelo Estado) foi alvo de uma medida de resolução por decisão do Governo e do Banco de Portugal. Parte da atividade bancária foi vendida ao Santander Totta, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não comprou. Já no Banif – em liquidação ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados e ativos ‘tóxicos’ como o Banif Brasil.

Em 2022, a comissão liquidatária do Banif recebeu quase 7.000 reclamações de créditos de lesados do Banif, tendo reconhecido 3.510 credores (pessoas e instituições) com 951 milhões de euros a receber (sem juros incluídos). Muitos dos credores não reconhecidos impugnaram a decisão.

Do valor reconhecido, 489,9 milhões de euros são créditos privilegiados (créditos que têm direito a ser ressarcidos em primeiro lugar): 489 milhões de euros de um crédito do Fundo de Resolução bancário (empréstimo do Fundo de Resolução aquando da resolução do Banif) e quase um milhão de euros da Autoridade Tributária.

Acrescem 70,18 milhões de euros em créditos comuns, 391,7 milhões de euros em créditos subordinados (sobretudo relativos a clientes que compraram dívida subordinada) e 7,6 milhões de euros em créditos sujeitos a condição suspensiva. Há ainda 75 milhões de euros de juros de mora reconhecidos.

Contudo, o principal ativo do Banif é o crédito tributário que agora recebeu, pelo que os lesados só deverão receber algo se for acordado no âmbito do fundo de compensação, que continua sem ver a luz do dia.

Banif Brasil vendido por preço simbólico de um real

“Ao longo de 2022 há que salientar o prosseguimento e finalmente a conclusão das negociações, conduzidas através dos nossos consultores em São Paulo (a MGC), com a instituição de crédito brasileira interessada na aquisição do Banco Banif Brasil”, o Banco Master, lê-se ainda no Relatório de Atividades da comissão liquidatária do Banif em Liquidação, referente a 2022.

Segundo o documento, este foi um “processo complexo” com “várias tentativas anteriores infrutíferas”.

A venda ao brasileiro Banco Master foi acordada “pelo valor simbólico de um real”, justificando o Banif o preço com o facto de haver “passivos e contingências de natureza legal, financeira e fiscal, que atingem ainda um volume muito considerável”.

Aliás, diz que foi “depois de complexas negociações” que o Banco Master “acabou por aceitar ficar com todos os passivos e contingências legais, financeiras e fiscais da instituição e de todo o seu grupo empresarial, com exceção de quatro situações cuja potencial responsabilidade terá que ficar com esta Liquidação”.

A comissão liquidatária do Banif diz que essas contingências, em sua opinião, não implicarão “riscos de execução contratual incomportáveis, nem a um dispêndio de meios financeiros significativo”, mas admite que há uma referente à Postalis (instituição de segurança social dos Correios de São Paulo) que pode acarretar custos altos por o Banif Brasil ter tido uma condenação judicial.

A comissão liquidatária afirma que a venda do Banif Brasil “fará cessar a responsabilidade ilimitada do Estado Português”, caso o banco central do Brasil viesse a obrigar à liquidação forçada do Banco Banif Brasil.

Além disso, afirma que essa venda era “urgente” devido ao dinheiro que continuamente tinha de pôr no banco para manter a pequena estrutura e as contingências legais e tributárias.

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Acordo sindical na Groundforce abre caminho a novo acionista

Os sindicatos da empresa de serviços de assistência em terra chegaram a acordo com a Menzies. Futuro dono da Groundforce deverá assumir a gestão no último trimestre.

Os sindicatos da Groundforce chegaram a um acordo de princípio com a Menzies sobre as condições salariais e de trabalho, abrindo caminho à aprovação do plano de recuperação que colocará nas mãos do grupo do Koweit 50,1% do capital da empresa portuguesa de assistência em terra.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) anunciaram esta quarta-feira que as principais divergências com a Menzies foram ultrapassadas, permitindo chegar a um acordo “extremamente satisfatório para os trabalhadores”.

Segundo o comunicado enviado aos associados, a que o ECO teve acesso, o entendimento abrange a evolução na carreira, o pagamento do subsídio de transporte universal a todos os trabalhadores 11 meses por ano, o aumento anual das tabelas salariais ligado ao índice de preços no consumidor (entre 2024 e 2026) e do subsídio de refeição. Estende-se ainda à organização dos tempos de trabalho.

O prémio de distribuição de lucros foi eliminado, como pretendia a Menzies, que cedeu na redução gradual do recurso a empresas de trabalho temporário. Ficou acordado também que a empresa negociará condições de estacionamento para os trabalhadores, uma das principais reivindicações.

O acordo com os sindicatos é a peça que faltava para o plano de recuperação da Groundforce avançar, uma vez que os trabalhadores estão entre os credores da insolvência declarada pelo tribunal em agosto de 2021, a pedido na TAP, na altura em diferendo com o maior acionista, a Pasogal de Alfredo Casimiro.

Os administrados de insolvência desenharam um plano de recuperação que passa pela redução de capital a zero para limpeza de prejuízos e a entrada de um novo acionista. Foi selecionada a britânica Menzies, detida pela National Aviation Services do Koweit, que ficará com 50,1% do capital, cabendo o restante à TAP, através da conversão de créditos.

“A entrada da Menzies contempla também o pagamento dos créditos efetivos aos trabalhadores que têm a receber retroativos de evoluções de carreira entre o período de janeiro de 2020 e julho de 2021”, sublinha o comunicado.

Fica assim aberta a porta à realização da assembleia de credores para aprovar o plano de recuperação, que deverá acontecer em agosto. “Este acordo permite o depósito do plano de recuperação no tribunal até ao próximo dia 17, devendo ser votado nos 45 dias seguintes”, referem os sindicatos. Só depois se efetivará a entrada do novo acionista, estando previsto que a Menzies assuma a administração da Groundforce no último trimestre.

“Um acordo, por definição, é sempre a convergência possível entre as partes, sendo que um Acordo de Empresa é um acordo coletivo que visa a defesa dos interesses coletivos dos trabalhadores, no entanto, tendo em atenção o contexto desta negociação (desde logo numa empresa insolvente), consideramos que os trabalhadores se podem orgulhar do resultado final”, conclui o comunicado.

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Qual o estado atual da segurança no ciberespaço

  • ECO Seguros
  • 12 Julho 2023

No 2º Fórum Nacional de Seguros foi entrevistado Ricardo Evangelista, Responsável de Segurança de Informação do Grupo Ageas Portugal. Saiba aqui como está a cibersegurança ao dia de hoje.

Ricardo Evangelista, Responsável de Segurança de Informação do Grupo Ageas Portugal foi entrevistado durante o 2º Fórum Nacional de Seguros. Saber a situação atual da cibersegurança em Portugal foi o tema que levou a falar de quais as ameaças e o que está a ser feito para ganhar a guerra contra os ataques informáticos.

Ricardo Evangelista trata a segurança eletrónica da Ageas em Portugal e está muito atento ao que se passa com os clientes das seguradoras do Grupo.

Os resgates, os métodos, o que os hackers procuram, o que pode debilitar as empresas, como se pode estar mais defendido quando as superfícies de ataque não vão parar de crescer no futuro.

Veja aqui o video e consulte o site do 2º Fórum nacional de Seguros.

 

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“Temos de romper com um país assente em baixos salários”, afirma secretário de Estado do Trabalho

Miguel Fontes salientou a necessidade de fixar e reter o talento em Portugal, nomeadamente num momento em que é "muito difícil" competir com empregadores europeus.

O secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, defendeu esta quarta-feira a valorização dos salários, sob pena de o país não conseguir reter o talento mais qualificados e diferenciados, nomeadamente os jovens.

“Seria trágico que, depois de termos apostado na qualificação destas pessoas, agora assistíssemos impávidos e serenos a que eles fossem embora. Aliás, é disso que se está a tratar quando olhamos para o mercado europeu de mobilidade, em que manifestamente chega aqui um empregador, em áreas que todos sabemos, e é relativamente fácil acenar com uma proposta profissional que se torna muito difícil ser competitiva em Portugal no momento em que vivemos”, afirmou Miguel Fontes, durante a sua intervenção na apresentação do “Relatório anual sobre Emprego e Formação Profissional, 2022”, elaborado pelo Centro de Relações Laborais (CRL).

Temos de ter uma economia mais competitiva — e uma economia mais competitiva é uma economia assente em qualificações — que percebe que não pode ser a fábrica do mundo”, continuou.

Chega aqui um empregador, em áreas que todos sabemos, e é relativamente fácil acenar com uma proposta profissional que se torna muito difícil ser competitiva em Portugal no momento em que vivemos.

Miguel Fontes

Secretário de Estado do Trabalho

Defendendo que não há nenhuma divergência entre a agenda sindical — “que (e bem) pugna pela melhoria significativa das condições de trabalho e remunerações” — e a agenda da competitividade ao nível da produtividade, Miguel Fontes defendeu que o objetivo da valorização dos salários, embora prejudicada pelos níveis de inflação, tem de ser seguido.

“É um objetivo político não só do Governo mas que tem de ser de todo o país. Temos de romper com um país assente em baixos salários”, disse o secretário de Estado do Trabalho.

Um caminho que assumiu implicar alguns desafios e necessitar da mobilização de políticas públicas e também da vontade de todos. O primeiro passo é, contudo, “fazermos este debate e percebermos que esta é mesmo uma exigência que temos de abraçar”.

Miguel Fontes fez questão ainda de salientar o acordo de rendimentos celebrado com os parceiros, o alargamento do IRS Jovem e o mais recente lançamento do programa Avançar, que arrancou no início deste mês, com o objetivo de combater a precariedade laboral dos jovens qualificados.

“Agora, é aí que temos o problema, nos mais qualificados, nos mais diferenciados. Por isso, e fizemo-lo de forma modesta, alinhámos com o valor de entrada de um técnico superior na Administração Pública, pedindo às empresas, ao setor empresarial, que contratem com duas condições: que seja uma contratação sem termo e que o salário de entrada seja de 1.300 euros“, justifica.

“Adoro ouvir os empregadores dizerem que estão com um problema de recrutamento. Quando digo que adoro é porque este é um momento histórico que nos permite dar um salto qualitativo e quantitativo no mercado de trabalho”, defendeu ainda.

Adoro ouvir os empregadores dizerem que estão com um problema de recrutamento. Quando digo que adoro é porque este é um momento histórico que nos permite dar um salto qualitativo e quantitativo no mercado de trabalho.

Migue Fontes

Secretário de Estado do Trabalho

Para o secretário de Estado, os custos do fator trabalho não podem ser olhados da mesma forma como se olha para qualquer outro custo.

Se dizemos que as pessoas estão no centro das nossas organizações (…) isso tem de ter uma expressão em termos de melhoria das condições salariais. Não podemos continuar a olhar para o custo do fator trabalho como qualquer outro custo numa folha de Excel. O fator trabalho não pode ser apenas um fator contabilístico, é um investimento, sob pena de os melhores, os mais diferenciados, os mais qualificados, saírem e irem procurar onde isso seja reconhecido”, concluiu,

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Medina antecipa que dívida pública caia mais do que o previsto este ano, ficando abaixo de 107% do PIB

Programa de Estabilidade apontava para dívida pública de 107,5% do PIB este ano. Agora, o ministro das Finanças diz que deverá ficar abaixo dos 107%. Crescimento também pode ser mais alto que 1,8%.

O ministro das Finanças está mais otimista com a evolução das contas públicas este ano, estimando agora que a dívida pública fique abaixo dos 107% do PIB. No Programa de Estabilidade, apresentado em abril, Fernando Medina inscreveu uma projeção para este rácio de 107,5% para este ano, ficando abaixo de 100% em 2025.

A nova estimativa foi avançada numa entrevista à Bloomberg (acesso pago), onde o ministro sinaliza que “provavelmente terminaremos 2023 com um peso da dívida no PIB menor do que Espanha, França e provavelmente a Bélgica”.

A dívida não é a única rubrica que deverá ser melhor que as previsões: no Programa de Estabilidade, Medina estimava um crescimento da economia de 1,8% para este ano, mas agora já admite que poderá ser mais elevado. Várias instituições já fizeram a mesma assunção, tendo revisto em alta as previsões económicas nos últimos meses.

A Comissão Europeia prevê um crescimento do PIB português de 2,4% em 2023, a OCDE de 2,5%, o FMI de 2,6% e o Banco de Portugal de 2,7%, sendo até agora o mais otimista.

Apesar destas perspetivas mais animadoras, o ministro das Finanças português não deixa de alertar para o impacto de mais subidas de juros por parte do Banco Central Europeu, que diz colocar o crescimento da Zona Euro em risco. Para Medina, o aperto até agora ainda não foi totalmente absorvido e a inflação já mostra sinais de abrandamento (a taxa homóloga em Portugal abrandou para 3,4% em junho, confirmou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística).

“Os riscos de que novos aumentos possam criar uma situação mais difícil para o crescimento na Europa agora são mais elevados e devem ser vistos com muito cuidado”, alertou o ministro das Finanças.

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Miura Partners compra maioria da Sabseg para criar líder ibérico das corretoras independentes

Brokers & Partners, holding de seguros do equity fund espanhol Miura Partners, comprou maioria do capital da Sabseg, a maior corretora portuguesa. Miguel Machado e a equipa ficam com a gestão ibérica.

A maioria do capital da Sabseg, a maior corretora de seguros portuguesa, foi comprada pela Brokers & Partners, braço segurador do equity fund espanhol Miura Partners, que irá mudar de nome para Sabseg Group e vai liderar a corretagem independente na Península Ibérica, projetando um volume de prémios de 500 milhões de euros e 60 milhões de receitas no final deste ano, anunciaram esta quarta-feira.

A operação, que ainda está pendente de aprovação da ASF, o regulador de seguros português, vai juntar a Sabseg corretora a duas corretoras que a Miura tinha adquirido nos últimos dois anos: a Banasegur, especializada em agroseguros no sul de Espanha, e a Ores & Bryan, distribuidora de seguros para empresas.

Miguel Machado mantém a liderança dos negócios em Portugal e países de língua portuguesa e tomou posição pessoal na Sabseg Group para além da participação conjunta dos acionistas portugueses.

Embora a Miura Partners tenha adquirido mais de 50% da Sabseg, a equipa de gestão, liderada pelo presidente e CEO Miguel Machado, continuará a assumir o projeto em Portugal e nos países de língua portuguesa, e terá sob responsabilidade os negócios espanhóis do equity fund no que respeita à atividade seguradora.

Fonte próxima do negócio indica que a Sabseg Corretora foi avaliada por um valor próximo dos 200 milhões de euros. Em 2022, a corretora obteve um volume de negócios superior a 36 milhões de euros atingindo quase sete milhões de euros de lucros, sendo ambos os indicadores cerca de 15% superiores aos obtidos em 2021.

Os acionistas da Sabseg Corretora, atualmente Miguel Machado (com 46,5% do capital), Fernando Araújo (com 21,75%), Mário Ferreira (com 16,75%), Inácio Sousa e José António Pereira vão manter posições na nova Sabseg Group que estará baseada em Espanha. “É um investimento Miura, com co-investimento e re-investimento da equipa de gestão da Sabseg e dos restantes parceiros do grupo”, explica fonte da corretora.

Fundada há 23 anos, a Sabseg nasceu em Braga mas tem agora sede em Lisboa e está presente em Portugal através de 35 escritórios próprios, bem como no Brasil, Angola e Moçambique. Emprega mais de 285 pessoas, gere anualmente mais de 350 milhões de euros em prémios de seguros e tem mais de 200 mil clientes particulares e empresariais, indica a corretora.

Miguel Machado, presidente do conselho de administração da Sabseg, acredita que, com esta abertura de capital e com a nova entidade Sabseg Group, “a Sabseg está muito mais forte”. “Iniciamos um novo capítulo na nossa história de sucesso. Vemos nos nossos novos parceiros um alinhamento perfeito com a visão e a ambição de crescimento que nos tem impulsionado desde a fundação“, declara em comunicado.

Já Juan Leach, sócio fundador da Miura Partners, sublinha que foi dado o primeiro passo “para construir um grupo de corretores de seguros de referência na Península Ibérica. A nossa experiência em projetos de consolidação nos setores de serviços, combinada com o forte historial de liderança da Sabseg, é um excelente ponto de partida para fortalecer ainda mais o projeto”, concluiu.

Mais aquisições em Portugal e Espanha

A parceria vai acelerar a consolidação do novo Sabseg Group. O grupo tem previsto concretizar durante este ano mais aquisições de distribuidores de seguros em Portugal e Espanha. “Nos próximos meses, o Sabseg Group planeia incorporar mais três corretoras ao projeto, com as quais está em negociações exclusivas, e espera fechar acordos não vinculantes com outras cinco corretoras. As próximas adições fazem parte da visão a longo prazo de se tornar o corretor independente líder no Sul da Europa”, refere a Sabseg.

Com este plano, a Sabseg Group, espera ultrapassar os 500 milhões em prémios em 2023 e atingir um EBITDA consolidado superior a 20 milhões de euros e comissões superiores a 60 milhões de euros até ao final do ano.

Além da Sabseg, o grupo inclui a Banasegur, a Ores & Bryan e a Brokers Consultores, com ampla representação geográfica em Espanha e especialização em seguros de crédito e caução, bem como em seguros corporativos, multirriscos, saúde, D&O, agrícola e cyber.

A Miura Partners é uma empresa de private equity com escritórios em Barcelona e Madrid e investe em empresas e empreendedores do sul da Europa, apoiando planos de crescimento com enfoque na sustentabilidade e inovação. Desde 2008, a Miura Partners investiu em mais de 50 empresas, acumulando um valor total de negócios de mais de 2 mil milhões de euros, e atualmente tem mais de 1,2 mil milhões de ativos sob gestão.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h36)

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Bain & Company tem novo partner para Portugal e Espanha

Há sete anos ligados à consultora, Francisco Montenegro sobe agora a partner com responsabilidades em Portugal e Espanha.

Francisco Montenegro é o novo como partner da Bain & Company para Espanha e Portugal, anunciou a consultora.

“Estamos muito satisfeitos por anunciar a nomeação do Francisco Montenegro como partner. A sua experiência e a sua visão estratégica do setor financeiro, assim como de consultoria em fundos de capital de risco, são uma mais-valia para os nossos clientes em Espanha e Portugal, que deverão enfrentar os novos desafios e oportunidades que o atual contexto macroeconómico apresenta. A sua nomeação consolida ainda mais o posicionamento da nossa firma, onde, ao longo de quase sete anos, o Francisco tem demonstrado a sua grande capacidade para liderar projetos de relevância”, diz Ignacio Otero, diretor geral da Bain & Company para Espanha e Portugal, citado em comunicado.

Francisco Montenegro, partner da Bain & Company para Portugal e Espanha

Há quase uma década ligado à consultora, Francisco Montenegro é especialista em serviços financeiros e capital privado, tendo apoiado empresas de private equity – tanto na região da EMEA como nos EUA – “na revisão das suas estratégias de fundos, na realização de due diligence comercial e na definição de planos de criação de valor para as suas empresas em carteira”, destaca a consultora. Trabalhou ainda para empresas/clientes na área de grande consumo, energia e indústria, bem como em projetos de estratégias de crescimento, expansão internacional e otimização operacional.

Tem um MBA pela London Business School e um Master em Business, com especialização em Finanças, pela Católica Lisbon School of Business & Economics, sendo licenciado em Economia pela mesma instituição.

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Assista à talk: Será o ChatGPT o seu novo colaborador?

  • Trabalho
  • 12 Julho 2023

Quais os desafios e consequências da adoção da inteligência artificial nas empresas e os reflexos nas funções e postos de trabalho. Assista à talk, esta quarta-feira a partir das 11h00.

Estima-se com a explosão da Inteligência Artificial que milhões de postos de trabalho sejam extintos com a automatização de funções até aqui desempenhadas por pessoas. Só em Portugal, aponta a OCDE, 30% dos postos de trabalho podem estar ameaçados. É um dos oito países da OCDE em que a ameaça da Inteligência Artificial mais se faz sentir.

Mas muitos trabalhadores e empresas olham para o potencial da Inteligência Artificial e já recorrem a ferramentas como o ChatGPT como uma espécie de copiloto para acelerar a execução das funções.

Com uma verdadeira revolução em curso, a OCDE alerta também para o que diz serem “sérios desafios éticos” colocados por esta tecnologia.

Como as empresas estão a olhar para este recurso? De que modo a forma como o trabalho se está a organizar para tirar partido desta ferramenta? E como podemos melhor preparar as pessoas a navegar a onda IA?

Para debater e dar resposta a estas e outras questões, o Trabalho by ECO juntou à conversa Carla Pombeiro, diretora de Pessoas da Sumol + Compal; Paulo Dimas, vice-presidente de Inovação da Unbabel e CEO do Center for Responsible AI, e Rute Belo, national senior manager de Recrutamento e Seleção Especializado na Multipessoal. O debate será moderado por Ana Marcela, diretora executiva do Trabalho by ECO.

Assista aqui a partir das 11h00.

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Travão a novos impostos sobre as “big tech” alargado por mais um ano

  • Lusa
  • 12 Julho 2023

138 países prometem não aplicar novos impostos sobre serviços digitais até 2024 se um bloco representativo assinar um acordo ainda este ano para ter um sistema internacional de partilha de impostos.

Um total de 138 países e jurisdições comprometeram-se a não aplicar novos impostos sobre serviços digitais pelo menos até 2024 se um bloco representativo assinar um acordo ainda em 2023 para estabelecer um sistema internacional de partilha de impostos.

A condição é que os signatários sejam pelo menos 30 e que representem pelo menos 60% das entidades-mãe das multinacionais abrangidas por este dispositivo que foi objeto de um acordo de princípio em julho de 2021, anunciou esta quarta-feira a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Na declaração apresentada pela OCDE, que liderou o chamado “quadro inclusivo” da negociação, estes 138 países e jurisdições comprometem-se, neste caso, a não antecipar quaisquer impostos próprios ou medidas semelhantes que tributem os serviços digitais entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2024 ou aquando da entrada em vigor da futura Convenção Multilateral.

Além disso, o compromisso poderá ser alargado até 2025 se “forem realizados progressos suficientes no sentido da entrada em vigor da Convenção Multilateral”.

Cerca de 30 governos (nomeadamente na Europa) adotaram ou tencionam adotar impostos nacionais sobre os serviços digitais para evitar que os gigantes da indústria continuem a evitar o pagamento de impostos na Europa com as suas estratégias de domiciliação das suas sedes (e dos seus lucros) em jurisdições com condições fiscais muito favoráveis.

Há cinco países, dos 143 que participam no chamado “quadro inclusivo” em que está a decorrer a negociação destas novas regras fiscais internacionais, que não quiseram assinar a declaração de resultados: Canadá, Bielorrússia, Rússia, Paquistão e Sri Lanka.

A declaração faz referência às “preocupações” manifestadas por certas jurisdições relativamente a aspetos específicos e sublinha que estão a ser envidados esforços para resolver estes obstáculos e abrir caminho à assinatura de uma convenção multilateral no segundo semestre deste ano, para que possa entrar em vigor em 2025.

Em todo o caso, a principal mensagem é que o “quadro inclusivo” está a finalizar os trabalhos sobre o chamado “primeiro pilar”, que se refere à atribuição de novos direitos de tributação aos países onde as multinacionais desenvolvem a sua atividade, mesmo que não estejam formalmente estabelecidas nesses países, e que diz particularmente respeito às empresas do setor digital.

Isto significa que “foram concluídos os trabalhos de desenvolvimento da cláusula de tributação (ITC) e do seu quadro de aplicação”, que dará o direito de tributar “uma parte específica dos lucros residuais das maiores e mais rentáveis empresas multinacionais que operam nos seus mercados”.

Por outras palavras, é a concretização do compromisso de 2021 que obriga as grandes empresas, nomeadamente do setor digital, a pagar o imposto onde exercem a sua atividade e não apenas onde declaram a sua sede física, muitas vezes escolhida por lhes ser concedido um tratamento favorável nessas jurisdições.

Os rendimentos abrangidos incluem “todos os pagamentos de serviços intragrupo”. Quando os elementos do rendimento são tributados a uma taxa nominal de imposto sobre as sociedades inferior a 9% na jurisdição de residência, o país em que o rendimento é obtido pode impor uma taxa de imposto adicional até à diferença entre esses 9% e a taxa nominal de imposto sobre as sociedades na jurisdição de residência.

A OCDE tinha estimado em janeiro que a atribuição de novos direitos afetaria cerca de 200.000 milhões de dólares de lucros, com uma distribuição diferente entre países dos impostos que as empresas teriam de pagar.

De acordo com estas estimativas, seriam gerados entre 13.000 e 36.000 milhões de dólares adicionais a nível mundial para os cofres públicos.

Paralelamente a este “primeiro pilar”, o “quadro inclusivo” deu origem a outro “segundo pilar”, o compromisso de estabelecer uma taxa mínima de imposto sobre as sociedades de 15%, e na declaração de hoje os seus signatários sublinharam que esta já é uma realidade e “mais de 50 jurisdições estão a tomar as medidas necessárias para a implementar”.

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