America’s Cup promove a acessibilidade e a democratização da vela como pedras angulares do legado da sua 37ª edição

  • Servimedia
  • 25 Julho 2024

A America's Cup Event (ACE) participou na apresentação do projeto “Yes We Sail” e no lançamento do primeiro skate catalão do planeta adaptado a pessoas com deficiência visual.

A designação de Barcelona como cidade anfitriã da 37ª America’s Cup da Louis Vuitton trará consigo um legado que, para além de motivar o reencontro dos cidadãos com o mar através da transformação de espaços como o Port Vell e o Port Olímpic, contribuirá também para mudar para sempre a perceção da vela. No seu desejo de tornar a vela uma disciplina acessível a todos, a entidade organizadora do Evento, ACE Barcelona, tem vindo a promover várias iniciativas que contribuirão para democratizar esta prática.

Neste sentido, a America’s Cup Event (ACE) participou na apresentação do projeto “Yes We Sail” e no lançamento do primeiro skate catalão do planeta adaptado a pessoas com deficiência visual. A iniciativa, promovida pelo velejador Dani Anglada e patrocinada pelo CEO da America’s Cup Event, Grant Dalton, procura capacitar as pessoas com deficiência visual na vela através de uma proposta única que aborda a recuperação física e mental através dos desportos aquáticos, e tem como objetivo promover a recuperação da vela nos Jogos Paralímpicos de Brisbane 2032.

Dalton, que foi administrador da Blind Sailing New Zealand (Conselho Neozelandês de Vela para Cegos e Deficientes Visuais) durante décadas, afirmou que o projeto de Anglada é uma inspiração e uma causa imbatível. “Esta tecnologia vai mudar a vida dos velejadores com deficiência visual em todo o mundo, permitindo-lhes ser autónomos e tomar decisões a bordo. Daniel, não tens noção da importância deste projeto para o mundo da vela. És um herói”, afirmou o CEO da America’s Cup Event.

A apresentação do projeto, que teve lugar no Club Patí Vela Barcelona, com a presença do piloto de regata Isidre Esteve, contou também com a presença do presidente da Unió de Federacions Esportives de Catalunya (UFEC), Gerard Esteva; do reitor da Universitat Politècnica de Catalunya, Daniel Crespo; e do decano da Faculdade de Estudos Náuticos de Barcelona, Agustí Martín.

VELA PARA TODOS

Para além do projeto “Yes We Sail”, a ACE também apoia o projeto “Vela para todos”, promovido pela Federação Catalã de Vela, a Fundação Mi Alex e a Fundação Barcelona Capital Nautica. Esta iniciativa tem como objetivo aproximar a vela das pessoas com deficiência e viabilizar a sua prática. Desta forma, uma das principais acções é oferecer apoio e formação àqueles que querem desfrutar do desporto.

Na apresentação do projeto, Grant Dalton destacou o papel do mar como um “espaço de união” e convidou “todas as pessoas, independentemente da sua condição, a sair para o mar para descobrir os benefícios da vela”. “Velejar com liberdade é uma experiência transformadora que promove a igualdade e a inclusão”, acrescentou o CEO da America’s Cup Event no seu discurso.

No final do evento, em reconhecimento do seu papel fundamental na promoção da vela adaptada no país, a Fundação My Alex quis reconhecer o trabalho de Dalton e entregou-lhe um prémio.

Com a sua participação nestas iniciativas, a America’s Cup Event estabeleceu o objetivo de que esta próxima edição de Barcelona 2024 marque um antes e um depois na história da vela, projectando esta disciplina para novos horizontes onde a inclusão ganhe destaque e onde todos possam desfrutar do mar e desta disciplina.

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Airbnb estima o seu impacto económico em Espanha em 8,5 mil milhões de euros em 2023, com 3,6 mil milhões de euros em impostos

  • Servimedia
  • 25 Julho 2024

A empresa afirma ter ajudado a manter 130 000 postos de trabalho no país.

A Airbnb gerou com o seu negócio em Espanha, em 2023, um impacto económico de 8.500 milhões de euros, o que contribuiu para uma arrecadação para o erário público sob a forma de impostos de 3.600 milhões de euros.

Estes dados constam de um relatório publicado na quarta-feira pela plataforma de alojamento turístico, numa altura em que se debate o travão regulamentar deste tipo de negócio.

De acordo com os dados da própria Airbnb, os seus hóspedes gastaram quase 3,1 mil milhões de euros em restaurantes e bares (195 euros por hóspede e por viagem) no ano passado, nas 5.200 cidades espanholas onde está presente, o que representa 40% do total das despesas dos viajantes. Os eventos e as atividades culturais representaram 15%.

60% do emprego associado a esta atividade está concentrado nos setores da restauração (em bares e restaurantes), do comércio local e das empresas, bem como do lazer e dos eventos (especialmente artes e espetáculos: festivais).

Por cada 100 euros que um viajante gasta numa estadia anunciada na plataforma Airbnb, os hóspedes gastam mais 282 euros noutros bens e serviços na cidade ou na zona onde ficaram alojados.

As receitas provenientes das despesas dos anfitriões e dos hóspedes nestes destinos ajudaram a sustentar quase 130 000 postos de trabalho em todo o país, dos quais 60 % estão concentrados nos setores da restauração (em bares e restaurantes), lojas e empresas locais, bem como no lazer e eventos (especialmente artes e entretenimento: festivais).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 25 de julho

  • ECO
  • 25 Julho 2024

Ao longo desta quinta-feira, 25 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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BEI financia em 50 milhões de euros projeto da ANA para infraestruturas de baixo carbono

Projeto prevê desenvolvimento de infraestruturas de baixo carbono em nove aeroportos portugueses e será implementado nos próximos dois anos. ANA e BEI assinaram contrato de 50 milhões de euros.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a ANA – Aeroportos de Portugal anunciaram esta quinta-feira uma parceria para o desenvolvimento de infraestruturas de baixo carbono em nove aeroportos portugueses, entre os quais o de Lisboa e o do Porto, com um custo global de mais de 100 milhões de euros.

O projeto será implementado ao longo dos próximos dois anos, mas para já o BEI e a ANA assinaram um contrato de financiamento no valor de 50 milhões de euros, de acordo com o comunicado divulgado pelas duas entidades. A iniciativa faz parte da estratégia da ANA para “eletrificar as operações de solo aéreo, substituindo veículos com motor de combustão interna e unidades auxiliares de energia de aeronaves por soluções mais sustentáveis”.

No âmbito do programa está a prevista a implementação de sistemas de fornecimento de energia e ar condicionado às aeronaves parqueadas, “que ao desligar os seus motores reduzem o consumo de combustível e as emissões de gases poluentes”. Segundo o BEI e a ANA, o projeto prevê ainda 135 posições de estacionamento para aeronaves e aproximadamente 600 pontos de carregamento, além da instalação de pontos de carregamento elétrico para veículos de assistência.

O CEO da ANA, Thierry Ligonnière, destaca que a iniciativa reforça o compromisso NetZero, até 2030, nos aeroportos da gestora de aeroportos, “promovendo a descarbonização do setor e a mobilidade positiva”. “Nos aeroportos ANA e Vinci Airports estamos a atuar de forma acelerada e com os nossos parceiros para obtermos os melhores resultados ambientais”, assinala, citado em comunicado, destacando também o apoio manifestado pelo governo português aquando da candidatura ao programa europeu.

A ANA e o BEI detalham que o projeto pretende também a implementação de “sete projetos fotovoltaicos, com uma capacidade instalada de 12,8MWp, nos Aeroportos ANA para autoconsumo, e que terão um impacte significativo na redução da sua pegada de carbono”.

“Esta iniciativa está perfeitamente alinhada com o compromisso do BEI de apoiar a ação climática e a sustentabilidade ambiental. O projeto contribuirá significativamente para a redução das emissões de carbono, além de melhorar a resiliência operacional e a segurança da infraestrutura da rede aeroportuária de Portugal, afirmou Gilles Badot, diretor de operações do BEI para Portugal e Espanha.

O projeto deverá beneficiar do Mecanismo de Infraestrutura para Combustíveis Alternativos para Transportes no âmbito do setor dos transportes do Mecanismo Interligar a Europa (CET-T-AFIF).

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 25 Julho 2024

Por cá, a agenda fica marcada pela divulgação de indicadores a nível nacional, um deles a evolução dos empréstimos no mês em que o BCE cortou os juros. Lá fora, destaque para o PIB dos EUA.

Esta quinta-feira, a agenda ficará marcada pela divulgação de resultados de três cotadas e ainda pela publicação de indicadores, entre eles, a evolução dos empréstimos e depósitos no mês em que o BCE avançou com o primeiro corte de juros. Lá fora, inicia-se a reunião dos ministros das Finanças e bancos centrais do G20 e nos Estados Unidos será reportada a evolução do PIB.

REN e ALtri apresentam resultados

O dia ficará marcado pela divulgação de resultados de um conjunto de empresas, referentes ao segundo trimestre, após o fecho de mercado. Entre elas, a Redes Energéticas Nacionais (REN), a papeleira Alri e a Pharol – no caso desta última, as contas divulgadas serão referentes ao primeiro trimestre.

Como evoluíram os empréstimos e depósitos?

Pela manhã, o Banco de Portugal divulga os mais recentes dados sobre empréstimos e depósitos, no mês de junho, mês em que o BCE concretizou o primeiro corte nos juros (e até ver, o único). Em maio, os empréstimos para habitação registaram uma taxa de variação anual nula. Foi a primeira vez, desde junho de 2023, que não desceram.

E os rendimentos ao nível local?

Ainda em matéria de indicadores, o Instituto Nacional de Estatística divulgará datos relativos ao rendimento ao nível local. Isto inclui, os valores do rendimento bruto declarado, do IRS liquidado e valores deduzido do IRS e por sujeito passivo.

EUA divulgam crescimento do PIB

Esta quinta-feira, a maior economia do mundo dará nota da evolução do PIB no segundo trimestre, e os dados relativos às despesas de consumo pessoal (PCE) em junho, considerado o indicador favorito do banco central nos EUA para auscultar a evolução da inflação. Ademais, o Departamento do Trabalho dará nota da evolução dos novos pedidos de subsídio de desemprego na semana terminada a 20 de julho.

G20 reúne-se no Rio de Janeiro

Os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais das 20 maiores potências mundiais vão reunir-se no Rio de Janeiro no Brasil, o atual anfitrião da organização. O encontro será de dois dias, terminando no dia 26 de julho.

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Empresas estão impedidas de deduzir no IRC perdas com burlas informáticas

O Fisco proíbe a dedução de perdas em sede de IRC por fraude informática por considerar que essa prática pode gerar uma fuga aos impostos. Mas a Autoridade Tributária abre a porta para exceções.

As empresas estão impedidas de deduzir no IRC perdas que sofreram com burlas informáticas, uma vez que tais custos “não decorrem da atividade normal nem contribuíram para obter rendimentos” sujeitos ao imposto, conclui o Fisco numa nova informação vinculativa publicada esta terça-feira no Portal das Finanças. Até porque, este pode ser um meio fácil de evasão fiscal, alerta a Autoridade Tributária (AT).

No entanto, e “em circunstâncias ‘muito excecionais’, essas perdas” podem, “após análise casuística, vir a ser consideradas como gasto fiscal”, ressalva a AT.

No pedido de esclarecimentos enviado à AT “estava em causa a aceitação, como gasto fiscal, do montante em que o sujeito passivo terá sido lesado enquanto vítima de uma ‘fraude informática'”, lê-se no despacho assinado pela direção de serviços tributários do IRC.

A empresa em causa “terá sofrido uma perda patrimonial, verificada na sequência de ter efetuado um pagamento, por transferência bancária, utilizando, para o efeito, dados que lhe haviam sido remetidos, por e-mail, de origem desconhecida, que a requerente pensou ser da autoria de um seu fornecedor”, explicita o Fisco.

Para que os gastos e perdas, independentemente da sua natureza, possam ser dedutíveis para efeitos de determinação do lucro tributável, têm sempre que ter conexão com a obtenção ou garantia de rendimentos sujeitos a IRC.

Autoridade Tributária

Informação vinculativa publicada a 24 de julho 2024

Mas para que tais custos possam ser abatidos aos lucro tributável sujeito a imposto, é preciso ter em consideração o n.º 1 do artigo 23.º do Código do IRC, “o qual determina que os mesmos são dedutíveis, desde que incorridos pelo sujeito passivo para obter ou garantir os rendimentos sujeitos a IRC”, começa por esclarecer a AT.

Ou seja, “para que os gastos e perdas, independentemente da sua natureza, possam ser dedutíveis para efeitos de determinação do lucro tributável, têm sempre que ter conexão com a obtenção ou garantia de rendimentos sujeitos a IRC”, sublinha. Mas os custos decorrentes de uma burla informática não têm ligação com os ganhos da atividade empresarial.

O Fisco entende, assim, que “o que está em causa não é o tratamento fiscal de montantes pagos a fornecedores, mas sim o tratamento fiscal do montante que, em resultado da alegada ‘fraude informática’, foi indevidamente pago a outra(s) entidade(s)”.

“Importa referir que, de acordo com o n.º 3 do artigo 23.º do Código do IRC, os gastos considerados dedutíveis devem estar comprovados documentalmente, independentemente da natureza ou suporte dos documentos utilizados para esse efeito”, lê-se na mesma nota.

O Fisco alerta ainda que é sempre necessário “acautelar que a eventual relevância fiscal desses acontecimentos não se constitua uma via relativamente fácil de evasão fiscal”. Ou seja, a AT considera que esta pode ser uma forma fácil de fuga aos impostos.

Assim, “não se concluindo que as perdas que resultaram da burla informática podem ser consideradas como decorrentes da atividade normal desenvolvida pelo sujeito passivo, nem que contribuíram para obter ou garantir rendimentos sujeitos a IRC, não pode, dessa forma, aceitar-se, para efeitos fiscais, a sua dedutibilidade”, segundo as orientações emanadas da direção dos serviços tributários do IRC.

A AT reconhece a existência de “riscos de burlas informáticas” e das perdas daí decorrentes. E aconselha as empresas a atuar do lado da prevenção e a reforçar os meios de segurança: “riscos de burlas informáticas podem ser minimizados agindo com cuidados redobrados, designadamente, em face do aumento significativo no volume de incidentes de cibersegurança que se têm registado e que têm sido amplamente divulgados”.

Deste modo, as empresas podem “acautelar que a perda não resulte de um deficiente procedimento de controlo interno e que possa ser considerada como tendo ocorrido em circunstâncias ‘muito excecionais'”, defende a AT.

Tem sido entendimento dos serviços tributários que, geralmente, “as perdas resultantes de uma fraude, por não se inserirem na atividade normal da empresa, não devem ser consideradas fiscalmente como componente negativa do lucro”. Contudo, e “em circunstâncias ‘muito excecionais’, essas perdas” podem, “após análise casuística, vir a ser consideradas como gasto fiscal”, sinaliza.

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Apenas 19% das recomendações da Comissão de Acompanhamento do PRR foram implementadas

Comissão de Acompanhamento do PRR tem emitido recomendações, algumas delas mais do que uma vez. Relatório revela que apenas duas em cada dez foram executadas.

A Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (CNA-PRR) tem feito um retrato do estado de execução dos principais investimentos e medidas, acabando diversas vezes por fazer recomendações, algumas das quais repetidamente, que contudo têm sido pouco acolhidas. É o caso da construção de uma agenda “coerente e global de avaliação do impacto do PRR”.

Entre as 21 principais recomendações identificadas pela CNA, apenas 19% foram implementadas, segundo o retrato traçado no último relatório de acompanhamento, divulgado na quarta-feira. Segundo a informação disponibilizada é possível aferir que 38% continuam por efetuar, enquanto 43% continuam em curso.

A definição do modelo de acompanhamento das agendas/alianças mobilizadoras e verdes para a inovação empresarial e das regras de execução e validação de despesa é uma das quatro sugestões com implementação concluída.

Paralelamente, a recomendação para que “fossem reforçados os montantes financeiros disponíveis para vários investimentos, em particular os mais afetados pelos eventos externos” também foi considerada concluída, após a aprovação da proposta de reprogramação, assim como a execução do site da CNA-PRR.

Por fim, a CNA tinha recomendado o aumento do valor de adiantamentos aos beneficiários finais, bem como a possibilidade de pagamento contra fatura. Neste âmbito, a entidade destaca que houve alterações de adiantamento para 23% e em alguns casos para valores superiores e alguns beneficiários intermédios utilizam a possibilidade de pagamento contra fatura.

Entre as nove recomendações que estão em curso encontra-se a operacionalização do mecanismo de reposição do IVA, com a CNA a assinalar que “apesar de ter sido operacionalizado, através de portaria em novembro de 2023, em termos práticos só a partir de maio de 2024 alguns beneficiários iniciaram esse processo”, ou a aceleração dos processos de autorizações. A CNA alerta que “continuam a verificar-se longos atrasos no caso de autorizações das tutelas” e que “no caso das necessidades de alterações legislativas, tal também se verifica com muito atraso”.

CNA alerta que não existe “agenda coerente” de avaliação

Entre as recomendações da CNA, oito continuam por implementar, revela o relatório de acompanhamento. Destas, a entidade liderada por Pedro Dominguinhos identifica a construção de uma agenda “coerente e global de avaliação do impacto do PRR”, que diz continuar por existir.

Paralelamente, aponta que não está efetuado um dashobard de execução do PRR ao nível territorial, que se mantiveram os atrasos de decisão de candidaturas, com prazos muito superiores aos expectáveis, ou que não existe uma maior usabilidade no Portal Mais Transparência.

A CNA tinha também recomendado que as entidades fizessem uma “reflexão”, antes de solicitar documentos de controlo, “evitando a lógica de ‘colecionar’ informação’”, mas a sua implementação continua por fazer, pelo que alerta para o consumo excessivo de tempo das equipas com processos “altamente ineficazes”. Já a publicação pelos beneficiários intermédios das atas de avaliação das candidaturas é outra das recomendações ainda por implementar.

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Jogos Olímpicos são ponto alto de comunicação para as marcas. Conheça as campanhas

Os Jogos Olímpicos decorrem em Paris entre 26 de julho e 11 de agosto. Ponto alto na comunicação para as marcas, +M compilou alguns dos spots já lançados.

Os Jogos Olímpicos estão de regresso em 2024, “estacionando” em Paris entre 26 de julho e 11 de agosto para vários dias recheados de provas. O evento, além de ser uma celebração do melhor desporto a nível mundial, é também uma oportunidade para as marcas chegarem aos consumidores, num investimento que parece estar a ser reforçado este ano.

Segundo uma análise da Darwin & Verne, citada pelo Periodico De PublicidAD, os principis patrocinadores globais contribuem com cerca de 30% das suas receitas para o evento, num total de 3,3 mil milhões de dólares (cerca de três mil milhões de euros) distribuídos em “pacotes” de patrocínios que começam nos 200 milhões de dólares.

Este ano, a novidade passa pelo facto de o Comité Olímpico Internacional permitir patrocínios individuais. Ou seja, as marcas podem patrocinar os seus próprios atletas e estes podem agradecer por estes apoios em momentos de visibilidade, como na televisão ou redes sociais.

Entre os patrocinadores do Comité Olímpico Internacional encontram-se marcas como a Airbnb, Deloitte, Alibaba, Allianz, Coca-Cola, Intel, Omega, Panasonic, P&G, Samsung, Toyota, Visa, Carrefour, LVMH, Decathlon ou PwC.

Algumas empresas norte-americanas, como a Nike, Warner Bros. ou Hoka, optaram também por abrir novas lojas e apostar em eventos de marketing de grande dimensão na cidade de Paris antes e durante o evento desportivo, com o objetivo de impulsionar as suas vendas, refere a Reuters.

Também ainda em abril, por exemplo, a NBCUniversal avançava que já tinha vendido 1,2 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) em publicidade para os Jogos Olímpicos de Paris. O investimento em publicidade encontrava-se 18% acima daquele que tinha sido feito nos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020 (realizados em 2021, devido à pandemia), segundo Dan Lovinger, presidente de vendas para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos da NBCUniversal, cita a Reuters.

Recorde-se que a NBCUniversal investiu 7,65 mil milhões de dólares (7,03 mil milhões de euros) para renovar o seu acordo de direitos de transmissão até 2032 nos Estados Unidos da América.

Em Portugal a transmissão dos Jogos Olímpicos é assegurada pelos canais televisivos da RTP e Eurosport e através do streaming da RTP Play e da Max (HBO). Nos últimos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, seis milhões de portugueses acompanharam a participação portuguesa, de acordo com Pedro Sequeira Ribeiro, diretor de marketing do Comité Olímpico de Portugal.

Ainda segundo diz Pedro Sequeira Ribeiro ao +M, os investimentos feitos pelas marcas “são um importante contributo no apoio às atividades do Comité Olímpico de Portugal que inclui a participação da Equipa Portugal nos Jogos Olímpicos de Paris 2024”.

Entre estes parceiros encontram-se os Jogos Santa Casa, Saúde Prime, Hotéis Vila Galé, Bairrada, Shamir, Scoop, BTL, Decathlon, Saborosa, Cosmos Viagens, TAP, Ergomotion, Repsol, Joma, Rangel, Lusíadas, Decenio, RTP, Eurosport, Cision ou outras entidades como a Marinha Portuguesa ou ICNM (Imprensa Nacional-Casa da Moeda).

Veja algumas das campanhas já lançadas:

“It’s Magic When the World Comes Together” – da Ogilvy para a Coca Cola

“Watch Where We’re Going”, da Wieden+Kennedy Amsterdam para a Nike

“A viagem para Paris há muito que começou”, da Bar Ogilvy para a TAP

“Start Your Impossible”, da Saatchi & Saatchi (Los Angeles e Dallas) e Dentsu (Tóquio) para a Toyota

“Let the Games Begin”, da Adam & Eve/DDB e DDB Paris para a Eurostar

“It Takes More Than Ever”, da Ogilvy para a Powerade

“Welcome to the Paralympics!”, da Adam&eveDDB para a Jogos Paralímpicos

Home of the Olympics, da AKQA London para a Warner Bros Discovery

“Make Some Noise for your Home Team”, da M&C Saatchi Sport and Entertainment para a Old El Paso

“Paralymp1an”, da Retroviral para a BIC

“Lendas de Ouro”, da Droga5 São Paulo para a Corona

“Stains Happen to the Best of Us”, da Saatchi and Saatchi para a Tide

“For Every Golden Moment”, da Grey para a Corona

“Prodigies”, da Wieden+Kennedy para a Visa

“Dior Ambassadors and House Friends”, da Publicis para a Dior

“For the Everyday Heroes, it’s Heinz or Nothing!”, da BETC Paris para a Heinz

“Proud to welcome the World to France for the Paris 2024 Olympic and Paralympic Games”, da equipa de marketing da Air France

“Open Always Wins”, da Samsung

“Paris 2024 Olympic and Paralympic Games”, da OMEGA

“Sabrina Carpenter’s Espresso Dream”, da NBC

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Ex-SCUT vão custar mil milhões aos cofres públicos nos próximos dez anos

Ministério das Infraestruturas contabiliza em 1.025 milhões o encargo para o Estado com a operação, manutenção e investimentos nas autoestradas em que deixará de existir portagem.

As autoestradas onde a partir de janeiro deixarão de ser cobradas portagens terão um encargo para o Estado de 1.025 milhões de euros nos próximos dez anos, entre despesas de operação, manutenção e investimentos, estima o Governo. A este valor há que somar ainda uma compensação pela perda de receita na concessão Beira Interior, que é detida por privados, calculada em 142 milhões de euros.

O Presidente da República promulgou, na terça-feira, o projeto de lei apresentado pelo PS e aprovado pelas bancadas da oposição, que acaba com as portagens em sete autoestradas: Transmontana e Túnel do Marão (A4), Pinhal Interior (A13 e A13-1), Algarve (A22), Beira Interior (A23), Interior Norte (A24), Beiras Litoral e Alta (A25) e Minho (troços da A28).

Segundo os números detalhados na resposta do Ministério das Infraestruturas e Habitação a uma pergunta enviada pelo Grupo Parlamentar do PSD, os encargos que o Estado terá que suportar com aquelas vias, sem ter qualquer receita, superam os mil milhões de euros nos próximos dez anos.

Os custos de manutenção e investimento das concessões do Estado, entre 2025 e 2034, somam 608,74 milhões, apenas para a A22, A23, A24, A25 e A28, segundo os últimos modelos financeiros atualizados reportados pelas concessionárias ao Concedente. Há ainda que juntar 252 milhões relativos às subconcessões da Infraestruturas de Portugal, a A4 e a A13.

Custos de operação e manutenção nas ex-SCUT que integram as concessões do Estado.

Àqueles valores é preciso ainda adicionar “os encargos com grandes reparações cujos contratos de concessão ou subconcessão estabelecem que são da responsabilidade do concedente, ou seja a Infraestruturas de Portugal. São 165 milhões – excluindo a Beira Interior e a Tramontana –, o que eleva para 1.025,9 milhões os encargos totais para o Estado durante a próxima década.

Na resposta, assinada pelo chefe de gabinete, Gustavo Madeira, é salientado que a responsabilidade financeira com as grandes reparações “já existe hoje e não se alteraria com a eliminação das taxas de portagem” e poderá mesmo aumentar face ao aumento do tráfego “expectável com a eliminação das taxas de portagem”.

A autoestrada da Beira Interior é um caso à parte, dado estar concessionada a privados (Globalvia) na maior parte da sua extensão, o que significa que teria de existir uma compensação pela perda de receitas até ao fim da concessão. A projeção, que considera um crescimento de 1,6% ao ano, aponta para um total de 142,2 milhões de euros até 2032.

Há ainda outros custos a ter em conta. É assinalado que “ocorrendo a eliminação da cobrança de portagens haverá que proceder à resolução dos contratos de prestação de serviços de cobrança, por se esvaziar o seu objeto, nas concessões do Algarve, do Interior Norte e da Beira Litoral e Alta, sendo de prever que essa resolução irá originar pedidos de indemnização\compensação a suportar pela Infraestruturas de Portugal”.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, defendeu esta quarta-feira no Parlamento que todas as portagens deviam baixar em vez de se eliminar em algumas autoestradas. “O Governo não concorda com a supressão dessas portagens. É injusta. Não olha para o país como um todo. Devíamos tentar baixá-las todas e não circunstancialmente e oportunisticamente uma ou outra”, afirmou na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.

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Endividamento das famílias está a subir desde janeiro

Dívida das famílias e empresários em nome individual cresce desde janeiro. Maior salto deu-se no passivo junto da banca, mas também subiu junto de empresas não financeiras.

O endividamento dos particulares está a subir desde janeiro, tendo atingido 152,1 mil milhões de euros em maio, o valor mais elevado desde agosto de 2013. Os dados são do Banco de Portugal e revelam que a banca continua a ser a principal fonte de financiamento, mas a dívida junto de empresas não financeiras também registou um ligeiro aumento.

Segundo os dados atualizados na terça-feira pelo regulador, o endividamento da economia portuguesa voltou a aumentar em maio pelo terceiro mês seguido para 808,4 mil milhões de euros. Deste total, 443,4 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 365,1 mil milhões ao setor público.

Entre os particulares, que inclui famílias, empresários em nome individual e instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias, o endividamento foi descendo ligeiramente ao longo do último ano, totalizando 150,6 mil milhões de euros em dezembro de 2023.

Contudo, desde o arranque do ano que tem subido, registando-se um aumento de 1,5 mil milhões de euros entre janeiro e maio, verificando-se também um salto face a maio de 2023. Na comparação anual, subiu 0,9%, um valor superior ao verificado em abril (0,6%). Este endividamento inclui passivos sob a forma de empréstimos, títulos de dívida e créditos comerciais.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

A maioria do endividamento dos particulares é feita, sem surpresas, junto de empresas financeiras, seguindo-se o endividamento junto do resto do mundo. Em menor dimensão encontra-se o financiamento das empresas aos particulares, abrangendo quer empréstimos (por exemplo, casos de adiantamentos por conta de lucros ou contrato de mútuo celebrado entre a sociedade e os sócios), quer créditos comerciais.

Entre janeiro e maio, o passivo junto da banca cresceu 1,2 mil milhões de euros, mas o endividamento junto de empresas não financeiras também aumentou, embora num ritmo mais moderado (302,28 milhões de euros).

Já o endividamento de particulares junto de outros particulares subiu 65 milhões de euros e junto do resto do mundo caiu 14,85 milhões de euros, enquanto o financiamento junto das Administrações Públicas manteve-se relativamente estável.

Segundo os dados estatísticos do Banco de Portugal, o endividamento dos particulares com empréstimos subiu 0,84% entre janeiro e maio, aumentando em todas as vertentes. No quinto mês deste ano, ascendia a 147,1 mil milhões de euros, sendo que 103 mil milhões de euros são referentes a crédito à habitação e 49,1 mil milhões de euros referentes a créditos ao consumo e para outros fins.

No caso dos créditos comerciais (abrangem, por exemplo, casos de uma transação comercial que originou um débito por regularizar por não sido feito o pagamento na altura em que ocorreu a transação), endividamento de particulares ascendia a 5.047 milhões de euros no final de maio.

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Administração da Inapa devia ter avisado Estado mais cedo da iminência da falência

A administração, que deveria manter a tutela atualizada sobre alterações no orçamento, previa, no final de 2023, ter condições de tesouraria para manter continuidade das operações por 12 meses.

A Inapa anunciou, no passado domingo, que vai avançar com o pedido de insolvência depois de ter visto negado por parte do Estado o seu pedido para uma injeção de liquidez de emergência no valor de 12 milhões de euros para acudir a uma quebra de liquidez na unidade alemã. No entanto, cabia ao conselho de administração da distribuidora de papel – que garantia, no relatório e contas de 2023, ter liquidez para assegurar a continuidade das operações por um período de 12 meses – informar a tutela, que detém o controlo da empresa através de uma participação de cerca de 45% do capital detida pela Parpública, sobre qualquer alteração nos planos da empresa, ou nos seus orçamentos. Muito antes de chegar a uma situação de insolvência.

O comunicado emitido pela Inapa no dia 21 de julho, onde a empresa informa que não foi capaz de obter financiamento para suprir “uma carência de tesouraria de curto prazo da sua subsidiária” na Alemanha, na ordem dos 12 milhões de euros – o que levou a empresa a pedir a insolvência da operação alemã e, “nos próximos dias” da própria Inapa IPG –, não era esperado pelos investidores. “O desfecho foi surpreendente”, assume fonte próxima de um acionista da empresa, em declarações ao ECO.

Os primeiros sinais que fizeram soar os alarmes nos mercados surgiram no dia 11 de julho, após a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter decidido suspender as ações da empresa. Uma suspensão levantada após a Inapa comunicar que iria adiar o reembolso de uma linha de obrigações convertíveis, emitida precisamente em 2018 para financiar a compra da empresa alemã Papyrus Deutschland, com uma faturação da ordem dos 550 milhões de euros e que, somado à operação que já tinha naquele mercado, prometia elevar a faturação global da distribuidora de papel para 1.400 milhões de euros.

Seis anos depois, a Inapa fechou o último ano com um volume de negócios inferior a mil milhões de euros e prejuízos de oito milhões, com a operação que prometia dar a volta ao negócio da Inapa a ser responsável pelo acelerar do colapso da empresa.

O presidente do Conselho de Administração deve assumir as responsabilidades das relações com a tutela (…) O Estado deve deixar autonomia à gestão da empresa mas deve ser informado se os planos estão em risco muito grande de não ser implementados.

João Moreira Rato

Presidente do IPCG

Sendo o Estado o maior acionista, com uma posição de 44,89%, “o presidente do conselho de administração (CA) deve assumir as responsabilidades das relações com a tutela“, defende João Moreira Rato, presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), acrescentando que “é muito importante que o Estado respeite a autonomia de CA, mas há planos de autonomia e orçamento que têm que ser cumpridos e é preciso ter contratos de gestão”.

O Estado deve deixar autonomia à gestão da empresa mas deve ser informado se os planos estão em risco muito grande de não ser implementados“, isto antes de chegar-se a uma situação limite, reforça Moreira Rato.

Frederico Lupi acumulava o cargo de presidente do conselho de administração e da comissão executiva até esta segunda-feira, dia 22 de julho, data na qual apresentou a sua demissão, juntamente com seis vogais do Conselho de Administração, depois de a empresa ter anunciado a falência durante este fim de semana.

O presidente do IPCG, o instituto que monitoriza e é responsável pelas recomendações de governo societário, defende que “alguma coisa falhou no canal de comunicação” e a “Parpública tem obrigação de defender a posição do Estado enquanto acionista”, participando ativamente nas assembleias-gerais de acionistas e na aprovação de planos de atividade e orçamento, assim como dar sugestões em relação à estratégia da empresa e participar ativamente. Para o mesmo responsável haver um organismo único que coordenasse a ação do Estado, como acionista nas várias empresas, poderia ajudar a evitar estes problemas de comunicação.

Fonte: Relatório e Contas 2023 da Inapa

Segundo avançou ao ECO uma fonte que conhece o dossiê, a administração da Inapa comunicou à Parpública a “situação crítica” na empresa no dia 6 de junho, num email da administradora financeira (CFO), Inês Louro, enviado ao vice-presidente da Parpública, Marco Neves, que foi depois o reenviou, em nota interna, a Realinho de Matos.

Nessa nota, a Inapa precisaria de 15 milhões de euros, mas o objetivo para os justificar era a reestruturação da companhia e também compra de matéria-prima. Mas sem qualquer plano de negócios que justificasse esta operação. Nessa mensagem por email, a gestão da Inapa admitiria uma solução de haircut da dívida bancária. Mas esse email terá ficado na Parpública e só já no dia 11 de julho, quando a CMVM suspendeu as ações da empresa, houve uma troca de informações com a tutela.

No dia 10 de julho, logo pela manhã, a Inapa envia um email à Parpública a rever as necessidades, para 12 milhões de euros, mas já para responder a uma situação de emergência e para assegurar os compromissos devidos pela subsidiária na Alemanha. A solução de reestruturação tinha desaparecido.

Em respostas ao ECO, o Ministério das Finanças confirmou que “a Inapa havia solicitado uma injeção de 12 milhões de euros no imediato, para fazer face a necessidades de tesouraria da sua participada na Alemanha, quando estaria já em análise um outro pedido de 15 milhões de euros para reestruturar a empresa.” Por considerar que faltava “estratégia de recuperação” e garantia de “ressarcimento do Estado”, o Governo recusou estes pedidos.

O Conselho de administração concluiu que o Grupo dispõe de recursos adequados para manter as suas atividades. Consequentemente, é convicção de que a continuidade das operações e liquidez do grupo se encontram asseguradas, tendo por base as necessidades de tesouraria estimadas, a esta data, para o prazo de 12 meses.

Relatório de auditoria, no R&C 2023 da Inapa

Estas necessidades de capital estão longe da realidade relatada pela administração da empresa no seu relatório e contas de 2023. “O conselho de administração concluiu que o grupo dispõe de recursos adequados para manter as suas atividades. Consequentemente, é convicção de que a continuidade das operações e liquidez do grupo se encontram asseguradas, tendo por base as necessidades de tesouraria estimadas, a esta data, para o prazo de 12 meses“, pode ler-se no relatório de auditoria publicado no relatório e contas de 2023, auditado pela PwC.

Questionada pelo ECO sobre eventuais falhas no processo de auditoria, fonte oficial da PwC adiantou que, “por questões de confidencialidade e sigilo profissional” não comenta os trabalhos realizados para os clientes.

Octávio Viana, presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM), afirmou que “já era previsível este cenário”, realçando que uma análise às contas e ao goodwill da empresa permitia verificar que a empresa estava falida. “A Inapa vale próximo de zero”, acrescenta. O representante defende que “os acionistas deviam, na opinião da ATM, pedir responsabilidades à gestão e aos auditores”, aconselhando-os a agir judicialmente.

Também João Moreira Rato nota que é preciso verificar “se tem havido prestação de informação transparente e pública em relação à sua situação financeira”, referindo que, “dada a informação que existe, é necessário ver se incorreram em imponderáveis que aceleraram” a falência da empresa, que contabilizava no final de 2023 uma dívida líquida de 206,7 milhões de euros – para um EBITDA de 28,6 milhões de euros no mesmo período – e capitais próprios de apenas 166 milhões de euros. E um passivo corrente superior ao ativo.

Faz sentido o Estado estar na Inapa?

O Estado tornou-se o maior acionista da Inapa após, em 2019, ter comprado a posição de 33% que a CGD detinha na empresa por 15,8 milhões de euros, sendo que a Parpública já detinha à data 8% da empresa. Esta semana, as Finanças referiram que “a Parpública é detentora de 45% da Inapa, mas não é acionista maioritária”, que a Inapa “é uma empresa privada, não tendo uma atividade considerada como estratégica para a economia portuguesa”. Assim, o “Ministério das Finanças confirmou o parecer da Parpública de não avançar com as operações de financiamento solicitadas”.

Para João Moreira Rato, deveria haver uma política de detenção para cada empresa pública, onde se apresenta uma justificação clara para o Estado ser acionista nessa empresa. “Porque faz sentido o Estado ter uma posição nessa empresa? Porque carga de água o Estado está no setor do papel?”, questiona. “Tem que ser claro para todos porque é que o Estado está na empresa”, reforça. Quanto ao facto do Estado ter rejeitado injetar dinheiro dos contribuintes na Inapa, João Moreira Rato reitera que “se nem existe uma política de detenção clara, porque é que há-de [o Estado] mantê-la viva?”

O Estado, seguido dos pequenos investidores, que detêm 37,7% do capital da empresa, são os principais lesados, com a falência da Inapa, que deixa ainda 113,7 milhões de euros de empréstimos bancários. Segundo avançou o Jornal Económico e o Público, BCP, Novobanco e CGD são os bancos mais expostos à dívida da empresa, contudo estes valores estão amplamente provisionados pelas instituições financeiras. Questionados pelo ECO, os três bancos remeteram-se ao silêncio, adiantando que não comentam.

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Sabseg cresceu mais de 15% em Portugal em 2023

  • ECO Seguros
  • 25 Julho 2024

Superou os 42 milhões de euros em receitas, os 380 milhões de prémios sob gestão e abriu cinco novos espaços em 2023. Já este ano concretizou cinco aquisições e cresce acima do mercado.

A Sabseg Portugal fechou o ano de 2023 com uma carteira de prémios sob gestão de mais de 380 milhões de euros, um aumento de 15,14% em relação ao período homólogo. As receitas subiram 15,4%, ultrapassando os 42 milhões de euros.

Miguel Machado, presidente da Sabseg, garante que a empresa “vai continuar a ampliar e a fortalecer as suas operações, quer através de crescimento orgânico quer através de aquisições estratégicas”.

O ano de 2023 ficou também marcado pelo aumento da sua capilaridade, com a abertura de 5 novos escritórios (Rio Maior, Guarda, Vila Franca de Xira e as Flagship Stores de Lisboa e Porto), com um conceito que reflete “uma nova experiência de Cliente” e que a Sabseg afirma ir implementar em todos os seus 41 escritórios.

“O ano de 2023, foi um período onde reafirmámos a nossa posição no mercado e a nossa capacidade de ultrapassar obstáculos com resiliência, sendo este sucesso o reflexo do trabalho árduo, do comprometimento e do talento de toda a nossa equipa”, comentou Miguel Machado, presidente do conselho de administração da Sabseg, acrescentando que “com o foco continuo na inovação e na excelência, a empresa está pronta para enfrentar os desafios e aproveitar todas as oportunidades”.

No que se refere ao 1º semestre de 2024 a Sabseg continua com um elevado crescimento, destacando-se os ramos de Acidente de trabalho com uma variação de +17% (média do mercado de 11,6%), Automóvel com +18% (compara com 11,2% do mercado) e Crédito com +19% enquanto o mercado regrediu de 1,98%.

A corretora adianta que, nos primeiros seis meses deste ano e “com o intuito de manter uma proximidade cada vez maior dos seus clientes e parceiros”, reforçou a estratégia de aumento da cobertura geográfica, com a abertura de 9 novos escritórios, nomeadamente, Melgaço, Fafe, Monção, Valença, Amadora, Torres Vedras, Sintra, Fátima e Borba.

Segundo Miguel Machado, nos próximos meses, a Sabseg “vai continuar a ampliar e a fortalecer as suas operações, quer através de crescimento orgânico, com uma aposta na melhoria da experiência de cliente, quer através de aquisições estratégicas”.

A conjugação destes dois pressupostos (crescimento orgânico e aquisições), segundo o gestor, “fazem parte de uma visão a longo prazo com o objetivo de cumprir o compromisso de oferecer o melhor serviço aos seus Clientes e proporcionar-lhes o acesso às melhores soluções e condições de seguros disponíveis, de acordo com aquelas que são as suas necessidades”

Miguel Machado afirma que “com uma estratégia consistente, a Sabseg manter-se-á preparada para enfrentar os desafios do mercado e prosseguirá, de forma sustentada, o seu forte desenvolvimento nos próximos anos”, concluindo que, no que respeita ao mercado ibérico, “este posicionamento está completamente alinhado com a Sabseg em Espanha, para rapidamente ultrapassarmos os 1.000 Milhões de Euros em prémios sob gestão”, conclui.

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