Sonaecom quintuplica lucros no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

Empresa que é acionista da Nos e dona do Público praticamente multiplicou os lucros por cinco no primeiro trimestre em comparação com o desempenho do ano anterior.

A Sonaecom registou no primeiro trimestre lucros de 25,5 milhões de euros, um valor cerca de cinco vezes superior aos 5,2 milhões de euros obtidos no período homólogo, segundo um comunicado ao mercado.

Na nota, divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa diz que este resultado se deve “à evolução quer do resultado direto, quer do resultado indireto”.

No período em análise, o volume de negócios consolidado atingiu os 3,9 milhões de euros, representando uma redução de 2,3% quando comparado com o período homólogo. “Esta evolução negativa foi impulsionada quer pela área de Media quer pela Bright Pixel”, destacou.

Já o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) alcançou os 20,7 milhões de euros, indicou, “um valor significativamente superior” ao registado no primeiro trimestre de 2023, de 6,5 milhões de euros, “devido à evolução positiva da contribuição das empresas consolidadas pelo método de equivalência patrimonial”.

Segundo a Sonaecom, “a contribuição das empresas consolidadas pelo método de equivalência patrimonial aumentou de 7,9 milhões de euros para 23,5 milhões de euros, devido quer ao aumento da participação da Sonaecom na Nos”, atualmente nos 37,37% face aos 26,07% no período homólogo, bem como “ao ganho extraordinário registado na Nos decorrente da decisão favorável do Tribunal relativamente aos casos de impugnação judicial sobre a Taxa de Atividade cobrada pela Anacom”.

De acordo com a informação divulgada pela empresa, o resultado direto registou um aumento para os 22,4 milhões de euros, face aos 7,8 milhões de euros do período homólogo, “explicado pelo maior nível de EBITDA”. Já o resultado indireto registou o valor positivo de 3,1 milhões de euros no período em análise, destacou, “maioritariamente justificado por impactos positivos da evolução das taxas de câmbio e por ajustes ao justo valor de alguns ativos do portefólio da Bright Pixel”.

Entre os negócios da Sonaecom conta-se o jornal Público, sendo que, segundo a empresa, durante o primeiro trimestre deste ano, “e apesar do crescimento das receitas provenientes de conteúdos e de subscrições, a menor contribuição da publicidade traduziu-se num ligeiro decréscimo de 1% das receitas e numa evolução negativa da rentabilidade” face ao período homólogo.

Num outro comunicado, a Sonaecom avança ainda que o Conselho de Administração designou Ângelo Paupério como presidente. Foram também designadas as secretárias da sociedade e a representante para as relações com o mercado.

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Autoeuropa garante 100% do salário e subsídio de turno a trabalhadores em lay-off

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

O pagamento completo é assegurado através de um "complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base, com os restantes 20% a serem compensados com down days (banco de horas)".

Os trabalhadores da Autoeuropa em layoff nas paragens previstas para junho e julho, no âmbito de uma reestruturação para produção de novos modelos e descarbonização da fábrica, vão receber 100% do salário e subsídio de turno, foi esta sexta-feira anunciado.

Segundo um comunicado da administração da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal, a empresa e a Comissão de Trabalhadores (CT) acordaram o pagamento de um “complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base, com os restantes 20% a serem compensados com down days (banco de horas)“, que, como consta do Acordo de Empresa (AE), também são pagos na íntegra pela Autoeuropa.

Estas paragens de produção serão essenciais para iniciar um conjunto de investimentos cruciais para a produção de modelos futuros, assim como para a descarbonização da Volkswagen Autoeuropa, tendo em vista a redução do seu impacto ambiental, adaptação tecnológica e cumprimento das normas ambientais”, lê-se no comunicado.

A empresa diz ainda que se trata do “primeiro passo para que a Volkswagen Autoeuropa reduza em cerca de 85% as emissões de CO2, alinhando-se desta forma com a estratégia Zero ImpactFactory do Grupo Volkswagen”.

A Autoeuropa tinha informado a CT, no passado dia 9 de maio, de que pretendia avançar com conversações para a aplicação do lay off num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no mês de julho, no âmbito da estratégia de modernização e descarbonização da fábrica de Palmela.

Como recorda o coordenador da CT, Rogério Nogueira, aquele órgão representativo dos trabalhadores advertiu, desde logo, a empresa, de que não iria aceitar penalizações salariais.

“A Comissão de Trabalhadores, com este entendimento, atingiu o principal objetivo que sempre defendeu, de garantir os 100% do salário dos trabalhadores. Tendo em conta o contexto da aplicação deste lay off, uma reestruturação da fábrica, nunca iríamos aceitar cortes nos salários”, disse à agência Lusa Rogério Nogueira.

De acordo com um comunicado interno da CT, que também foi divulgado esta sexta-feira, o pagamento do salário e subsídio de turno aos trabalhadores em lay off, será assegurado com o pagamento de 46,6% do salário e subsídio de turno pela Segurança Social, e de 33,4% pela empresa, sendo os restantes 20% compensados através de down days, que, na prática, também são pagos pela Autoeuropa.

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Regulação excessiva pode pôr em causa estratégias de sustentabilidade

  • ECO
  • 17 Maio 2024

Cláudia Falcão, responsável pelas relação com os investidores da Jerónimo Martins, alerta ainda que o excesso de regulação pode impedir o crescimento de empresas de menor dimensão.

Cláudia Falcão, representante para as relações com os investidores da Jerónimo Martins.Hugo Amaral/ECO

Cláudia Falcão, responsável pela relação com os investidores da Jerónimo Martins, volta a estar nomeada para o prémio de melhor IRO nos Investor Relations and Governance Awards, da consultora Deloitte. Em resposta por escrito ao ECO alerta que as exigências regulatórias trazem custos significativos e, se levadas longe demais, podem “pôr em risco o ritmo de implementação das estratégias de ESG”.

A evolução da política monetária e o crescente risco geopolítico têm contribuído para uma maior volatilidade nos mercados financeiros. Que desafios coloca este contexto à gestão da relação com os investidores?

Um contexto mais volátil e difícil de prever, não apenas ao nível dos mercados financeiros, mas também ao nível da economia real, exige que as equipas de Investor Relations (IR) se tornem proativamente mais disponíveis para falar com os investidores sobre os desenvolvimentos que observam nos mercados em que estão presentes.

As empresas que operam em contacto com os consumidores têm acesso privilegiado aos sinais emitidos pela economia real. Ao partilhar esta sensibilidade contribuem para uma maior transparência em relação aos desenvolvimentos observados nos mercados e, embora não seja possível eliminar o risco que advém de uma maior volatilidade, podem certamente somar informação com valor para a comunidade de investidores.

Considera que as crescentes exigências regulatórias e de compliance são necessárias ou a sua complexidade é um entrave à atração de capital e ao desenvolvimento dos mercados?

Tem havido, e perspetiva-se que continue a haver, um aumento significativo de regulamentação e das exigências de relato em matérias de ESG, com vários standards de reporting a ganharem forma nas mais diversas áreas de responsabilidade corporativa.

Se é certo que muitas destas medidas contribuíram para que os desenvolvimentos a nível das estratégias de sustentabilidade dos vários agentes económicos se tornassem mensuráveis e comparáveis, é também inegável que acresce muita complexidade à atividade de reporting das empresas, a que se associa um crescimento significativo dos custos.

Seria fundamental, à luz das exigências que se espera que continuem a aumentar, perceber até que ponto este esforço pode pôr em risco o ritmo de implementação das próprias estratégias de ESG no sentido em que as empresas abrangidas por estes requisitos irão – no curto-prazo – orientar os seus esforços para o reporting e para a gestão necessária para acomodar as necessidades regulatórias. Por outro lado, estas exigências poderão também revelar-se como constrangimentos significativos ao desenvolvimento da actividade económica de empresas de menor dimensão, que não têm ainda os seus processos preparados para dar resposta às alterações regulatórias e para reportar esta informação, nos formatos exigidos, aos seus clientes ou aos mercados.

Que impacto pode vir a ter a inteligência artificial no trabalho de um responsável pela relação com os investidores?

Ferramentas de IA desenvolvidas à medida para a área de IR e que garantam a segurança da informação, podem, sob supervisão, simplificar tarefas mais rotineiras de preparação de relatórios e composição ou melhoria de textos, deixando mais tempo para a equipa se centrar em análises mais estratégicas.

Como é que os temas do ESG já estão a mudar o papel dos IRO e vão fazê-lo no futuro?

Uma empresa que tenha uma visão de longo prazo, incorpora necessariamente as dimensões de ESG na sua estratégia. Estas fazem naturalmente parte da sua comunicação com o mercado de capitais e estão presentes na informação que é divulgada aos investidores.

Esta já é a realidade hoje. Dependendo da complexidade dos temas, que no caso de ESG pode ser elevada do ponto de vista técnico e regulatório, o IRO deve trabalhar em estreita colaboração com os especialistas de ESG da sua empresa, como forma de permitir que os investidores tenham acesso a esclarecimentos cabais em determinadas temáticas.

Se, no passado, muitas das interlocuções de ESG apenas aconteciam em reuniões com analistas especialistas nestas matérias, hoje o mais frequente é que as próprias apresentações de resultados financeiros abordem projetos de ESG, já que são parte integrante da estratégia das empresas.

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IP quer lançar terceira PPP do TGV Lisboa-Galiza em janeiro de 2026

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

O concurso público para o lote 1 (Porto-Oiã) da primeira fase foi lançado em janeiro, e o do lote dois (Oiã-Soure) (previsto para junho) é lançado em julho. A ligação a Lisboa avançará em 2026.

A Infraestruturas de Portugal (IP) quer lançar a terceira parceria público-privada (PPP) da linha de alta velocidade Lisboa – Galiza, entre Soure e Carregado, em janeiro de 2026, disse esta sexta-feira um responsável da empresa pública, em Valongo.

“No terceiro [concurso], que será a terceira parceria [público-privada], entre Soure e Carregado, estamos neste momento a fechar os estudos prévios para os colocar em avaliação de impacte ambiental, e o objetivo é lançar o concurso em janeiro de 2026”, disse João Pereira Fernandes, da Direção de Empreendimentos da IP.

O responsável da IP falava na conferência “Desafios da Alta Velocidade”, que decorreu em Ermesinde (concelho de Valongo, distrito do Porto), no âmbito da Entrelinhas – Festa do Ferroviário, organizada pela Câmara de Valongo e que decorre até domingo.

A calendarização da IP está desenhada de forma a permitir “a denominada fase 1, que inclui a PPP 1 [Porto – Oiã] e PPP 2 [Oiã – Soure] prontos em 2030”, e a PPP 3, com mais de 120 quilómetros, “pronta em 2032”.

O prazo para serem apresentadas propostas para o primeiro troço da linha de alta velocidade, entre Porto e Oiã (Aveiro), foi dilatado de junho para julho. A data prevista para serem apresentadas propostas ao concurso público para a concessão da linha ferroviária de alta velocidade entre Porto (Campanhã) e Oiã (Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro) passou de 13 de junho para 2 de julho.

O procedimento tem um valor de 1,66 mil milhões de euros, a que se podem somar 480 milhões de euros de fundos europeus, perfazendo assim 2,14 mil milhões de euros.

A linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverá ligar as duas principais cidades do país numa hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria. O percurso Porto-Vigo está estimado em 50 minutos.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

O concurso público para o lote 1 (Porto-Oiã) da primeira fase foi lançado em janeiro, e o do lote dois (Oiã-Soure) deverá ser lançado em julho. A ligação a Lisboa avançará em 2026.

Já a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), para depois de 2030, terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).

No total, segundo o anterior Governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.

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Tribunal de Contas pede mais transparência nos apoios das autarquias aos lares

Tribunal recomenda aos municípios de Cascais, Castro Marim, Matosinhos, Ourém, Paços de Ferreira e Ribeira de Pena que aprovem regulamentos para os apoios aos lares, promovendo a transparência.

Há municípios que não definem antecipadamente a estratégia e as medidas de concessão de subvenções ou benefícios sociais para os lares, “sendo que os apoios vão sendo prestados de forma casuística e à medida dos pedidos efetuados pelas futuras entidades beneficiárias”, alerta o Tribunal de Contas (TdC) num relatório divulgado esta sexta-feira. Por isso, o TdC recomenda ao Governo a criação de um regime jurídico que discipline a atribuição destes apoios dados pelas autarquias aos lares de modo a haver mais transparência e assegurar o princípio da concorrência.

No relatório “Acompanhamento das medidas municipais de apoio a Idosos – o caso das Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI)” — os lares — as maiores chamadas de atenção são para os municípios de Cascais, Castro Marim, Matosinhos, Ourém, Paços de Ferreira e Ribeira de Pena, que não têm um regulamento que discipline a atribuição de benefícios ou subvenções. Por isso mesmo, o TdC recomenda a estas câmaras que aprovem regulamentos municipais de concessão desses apoios de modo a haver mais transparência e a assegurar o princípio da concorrência.

O TdC pede ainda ao Governo e à Assembleia da República (AR) que “avaliem a introdução no ordenamento jurídico de disposições que vinculem as autarquias locais à produção de normas regulamentares sobre a gestão do seu património imobiliário do domínio privado, no sentido de serem previstos procedimentos que garantam a aplicação dos princípios da igualdade, imparcialidade, concorrência e boa administração”. Até porque, neste documento o TdC aponta falhas aos municípios: “não há regulamentos que disciplinem aspetos fundamentais da gestão, utilização e administração do património imobiliário municipal, de acordo com os princípios prescritos no Regime Jurídico do Património Imobiliário Público”.

Neste ponto, as visadas do TdC são as autarquias de Cascais e Matosinhos, às quais recomenda a elaboração de um regulamento que discipline aspetos fundamentais da gestão, utilização e administração do seu património imobiliário privado, designadamente quanto à aquisição, alienação, arrendamento e cedência de imóveis.

O TdC entende que é preciso pôr ordem, tendo ainda em conta a “inexistência no ordenamento jurídico nacional de um regime que contemple os aspetos nucleares da prestação e controlo das subvenções públicas concedidas pelas autarquias locais”.

Não há regulamentos que disciplinem aspetos fundamentais da gestão, utilização e administração do património imobiliário municipal, de acordo com os princípios prescritos no Regime Jurídico do Património Imobiliário Público.

Tribunal de Contas

Aliás, aponta o tribunal, “na maioria dos casos analisados, a construção de novas ERPI [lares], que foi apoiada pelas autarquias não se encontrava prevista nos planos de ação produzidos no âmbito da rede social”. Mais ainda, há câmaras que não aprovaram nem implementaram regulamentos de concessão de subvenções ou benefícios públicos, o que “dificulta a sua fundamentação e conduz a uma maior discricionariedade na tomada de decisão, em claro prejuízo para os princípios da prossecução do interesse público, imparcialidade, proporcionalidade, boa administração e transparência”.

Além das recomendações aos municípios de Cascais, Castro Marim, Matosinhos, Ourém, Paços de Ferreira e Ribeira de Pena para aprovarem regulamentos de concessão de subvenções ou benefícios públicos, o TdC deixa mais indicações a estas e a outras câmaras do país. Sugere, por isso, aos municípios de Cascais, Castro Marim, Matosinhos, Ourém, Paços de Ferreira, Ponte de Sor e Ribeira de Pena que revejam os diversos instrumentos de controlo, visando uma melhor articulação.

Os reparos não ficam por aqui. As autarquias de Castro Marim, Maia, Mértola, Ourém, Ponte de Sor, Ribeira de Pena e Trofa devem atualizar os códigos de conduta em consonância com as disposições constantes no Regime Geral de Prevenção da Corrupção (RGPC).

Aos municípios de Cascais, Castro Marim, Maia, Matosinhos, Mértola, Ourém, Paços de Ferreira, Ponte de Sor, Ribeira de Pena e Trofa o tribunal pede que mantenham um registo de interesses próprio e acessível através da sua página da internet relativo aos titulares dos seus órgãos e aos dirigentes dos seus serviços.

Por fim, o tribunal diz que é preciso haver “um controlo efetivo sobre os apoios, benefícios ou subvenções concedidos localmente às entidades responsáveis pela prossecução de respostas sociais a idosos, garantindo que na sua atribuição e concretização são respeitados os princípios gerais da atividade administrativa, assim como o princípio da transparência e demais regras aplicáveis”.

Para a elaboração deste relatório o TdC analisou, entre 2021 e 2022, a intervenção das autarquias no âmbito da resposta social ERPI, focando-se nos casos de apoio financeiro ou cedência de terrenos a entidades que prestam essa valência, ou, ainda, casos em que as próprias autarquias promoveram diretamente a construção de instalações.

O TdC alerta que “o processo em curso de descentralização de competências traz, por isso, ‘novas exigências’ para os municípios ao nível do diagnóstico e planeamento articulado da rede de serviços e equipamentos sociais e ‘uma nova obrigação’ de elaboração, atualização e divulgação da Carta Social Municipal”.

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PS quer baixar mais o IRS do 5.º e 6.º escalões num esforço de aproximação ao PSD

Socialistas propõem uma redução adicional de 0,5 pontos para rendimentos entre 1.800 e 3.100 euros mensais, mas recusam descer as taxas do 7.º e 8.º níveis, como defendem os sociais-democratas.

O grupo parlamentar do PS apresentou uma terceira proposta de redução do IRS que baixa mais as taxas do 5.º e 6.º escalões de rendimentos, num esforço de aproximação ao PSD, mas rejeita descer o imposto para os 7.º e 8.º patamares, como defendem os sociais-democratas, segundo o projeto de alteração a que o ECO teve acesso.

Assim, e neste novo diploma, os socialistas comprometem-se a reduzir em 0,5 pontos percentuais (p.p.), face à proposta anterior, o 5.º escalão, que passará de uma taxa de 32,50% para 32%, e que abrange rendimentos entre 1.800 e 2.200 euros brutos mensais. Desta forma, o grupo parlamentar do PS iguala a proposta do PSD.

Além disso, o partido liderado por Pedro Nuno Santos quer reduzir o imposto do 6.º escalão em mais 0,5 p.p., passando de uma taxa de 36%, que estava na proposta inicial do PS, para 35,5%, e que beneficia ganhos mensais brutos entre 2.200 e 3.100 euros. Neste ponto, o projeto do PSD é mais ambicioso, apontando para um alívio fiscal maior ao sugerir uma taxa de 35%.

De salientar que, atualmente, as taxas marginais do 5.º e 6.º escalões são de 32,75% e 37%, respetivamente.

O PS mantém-se, contudo, intransigente quanto à redução do imposto no 7.º e 8.º escalões, como propõe o PSD. Ainda assim, o grupo parlamentar apresenta uma solução que vai proporcionar um alívio fiscal para o 7.º nível de rendimentos, ao encurtar o intervalo dos ganhos sujeito àquela taxa mais alta. Já o 8.º escalão passa a abarcar um hiato maior de rendimentos, o que poderá agravar o imposto dos contribuintes afetados.

Neste momento, o 7.º escalão, com uma taxa de 43,50%, abrange rendimento coletável entre 39.792 e 51.997 euros anuais, que correspondem a salário brutos entre 3.100 e 4.000 euros. O PS quer passar para um intervalo mais curto, de 39.791 até 43.000 euros anuais ou de 3.100 a 3.400 euros mensais brutos.

O 8.º escalão, sujeito a uma taxa de 45%, vai de 51.997 até 81.199 euros anuais ou de 4.000 a 6.000 euros mensais brutos. O grupo parlamentar socialista propõe um hiato de rendimentos superior, de entre 43.000 e 80.000 euros anuais, que se traduzem em remunerações mensais brutas entre 3.400 e 6.000 euros. Isto significa que esta taxa, de 45%, poderá prejudicar rendimentos mais baixos, entre 3.400 e 4.000 euros, que, neste momento, não chegam ao 8.º nível de tributação.

“Pela terceira vez neste processo, o PS volta a apresentar uma solução de compromisso, equilibrada, que garante ganhos, já em 2024, para além da reforma de IRS que entrou em vigor no início do ano, para todos os rendimentos, correspondendo a uma nova aproximação à posição do Governo”, lê-se no projeto do PS.

Os socialistas asseguram, com esta nova proposta, “uma repartição mais equitativa da margem orçamental definida pelo Governo, 348 milhões de euros, com um esforço sensivelmente de 1/3 para o último decil de rendimentos”. “Em concreto, apenas 37% da margem é consumida com o último decil de rendimentos, o que compara com os 48,1% da proposta alternativa do PSD e os 54,3% da proposta inicial do Governo”, segundo o mesmo documento.

“Assim, a proposta apresentada pelo PS garante ganhos suplementares face à descida de IRS já em vigor desde 1 de janeiro de 2024, assegurando que esses ganhos se concentram mais nos rendimentos entre os 1.000 e 2.500 euros mensais e assegurando ganhos suplementares também para os rendimentos no intervalo entre os 2.500 e os 6.500 euros mensais, fazendo com que todos os rendimentos acima deste patamar apenas beneficiem da redução (significativa) já em vigor desde 1 de janeiro de 2024″, indica o deputado e o vice-presidente da bancada do PS, António Mendonça Mendes.

Tendo em conta as várias iniciativas em discussão em sede de especialidade na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, “o PS entende ser útil fazer uma proposta a todos os grupos parlamentares que concilie os vários projetos em apreciação”, sublinha o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Assim, e numa tentativa de aproximação aos vários partidos, a bancada do PS propõe “a consagração de um 10.º escalão de IRS por incorporação da atual Taxa Adicional de Solidariedade e, em consequência, revogação da mesma no Código do IRS, em linha com a proposta do grupo parlamentar do PCP”.

O PS quer ainda estabelecer a regra da atualização regular da dedução específica, segundo o crescimento do Indexante de Apoios Sociais (IAS), dando “margem ao Governo para definir nos próximos meses o montante de subida da dedução específica já em 1 de janeiro de 2025, em linha com as declarações do ministro de Estado e das Finanças no debate em plenário”, indica ainda Mendonça Mendes.

O aumento da dedução específica é uma das principais reivindicações dos grupos parlamentares do BE e do PCP. Esta parcela que abate diretamente ao rendimento coletável, isto é, que paga imposto, está congelada nos 4.104 euros há mais de uma década.

O PS recomenda ainda “o alargamento da dedução de encargos com juros de crédito à habitação, em linha com o proposto pelo grupo parlamentar do BE”, e defende a “introdução com caráter estrutural no Código do IRS do princípio de atualização anual dos escalões de IRS à taxa de inflação, em linha com os projetos e programas eleitorais dos vários partidos com assento parlamentar”, conclui Mendonça Mendes.

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F5C nomeada membro da administração European Public Affairs Consultancies’ Association

  • + M
  • 17 Maio 2024

A nomeação acontece depois de a F5C se ter tornado na primeira agência de comunicação portuguesa a integrar a associação, que conta com 48 membros.

Foi por unanimidade que a First Five Consulting (F5C) foi nomeada para membro do conselho de administração da EPACA (European Public Affairs ConsultanciesAssociation), associação que representa as consultoras de public affairs que trabalham com as instituições da União Europeia.

Pertencer ao órgão decisor desta organização é importante “para ter uma voz cada vez mais ativa no setor e junto das instituições europeias“, refere João Tocha. O fundador da F5C vê encara também a regulamentação do lobbying em Portugal como uma “medida urgente para proteger a integridade do sistema político e público nacional, e para definir normas claras e transparência nas interações com os decisores políticos“, refere citado em comunicado.

A nomeação, que ocorreu em sede de assembleia-geral da EPACA, acontece depois de a F5C se ter tornado na primeira agência de comunicação portuguesa a integrar a EPACA, que conta atualmente com 48 membros.

Miguel Roque Martins será o representante da F5C no Conselho de Administração da EPACA.

Em Portugal, recorde-se o lobbying continua por regulamentar. Caro ao setor da comunicação, que se bate há mais de dez anos pela existência de legislação, a lei chegou a ser aprovada na generalidade a dez dias de cair o Parlamento, o que na prática fez com que a iniciativa ficasse sem efeito.

Esta quinta-feira nasceu também aquela que é a primeira associação representativa do setor de public affairs e de lobbying em Portugal. O objetivo da PAPT (Associação de Public Affairs Portugal) passa por “fortalecer, credibilizar e dignificar os assuntos públicos em Portugal, trabalhando para a profissionalização, regulação e transparência da atividade, e para que seja praticada segundo os mais elevados padrões de ética”.

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Presidente da Lusa considera Estado “pouco interventivo” na comunicação social

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

Joaquim Carreira observou que a média de intervenção do Estado, considerando a RTP e a Lusa, se fixa nos 26 euros por pessoa, enquanto na Finlândia ou Suécia estes valores são superiores a 120 euros.

Joaquim Carreira, presidente da LUSA.Miguel A. Lopes/LUSA

O presidente do Conselho de Administração da Lusa considerou esta sexta-feira que o Estado português “é pouco interventivo” nas empresas de comunicação social, salientando que a agência de notícias é “um dos principais veículos de políticas públicas”.

“Pensamos que a Lusa é como o ar, está lá e ninguém fala. A Lusa foi mais falada de novembro do ano passado até este momento do que provavelmente nos últimos anos e isso foi bom. Na realidade, o que se está a passar é que a comunicação social, privada ou comercial, não tem capacidade, não tem sustentabilidade”, disse Joaquim Carreira.

O presidente da Lusa falava num seminário sobre “Os desafios da imprensa e o mercado de Língua Portuguesa”, organizado pela Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa), no Museu do Fado, em Lisboa, onde a Lusa assinou um protocolo de cedência de conteúdos com a entidade que representa 255 títulos, de 174 associados.

De acordo com Joaquim Carreira, citando dados da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), 4% das empresas de comunicação social têm 88% das vendas em Portugal, 83% dos lucros, indicando que a agência tem mais de 500 clientes com “avenças muito pequenas”.

A Lusa depende do Estado em 14,7 milhões de euros, porque o Estado teve de intervir mais no ano passado, porque senão teria um problema ao nível dos trabalhadores devido à inflação. Não podia estar à espera, na realidade, que a parte privada fosse compensada neste valor. Estamos a falar de cerca de 700 mil euros num ano. Isto teve um impacto grande, teve um impacto que vocês sentiram. Houve uma greve. Tivemos quatro dias de greve, foi aquela parte do dia em que havia um ruído de silêncio total, que não havia notícias a cair”, realçou.

Joaquim Carreira observou que a média de intervenção do Estado, considerando a RTP e a Lusa, fixa-se nos 26 euros por pessoa.

O Estado em Portugal é pouco interventivo. (…) Não sei se sabem, por exemplo, quanto é que é na Finlândia ou na Suécia. Estamos a falar de valores superiores a 120 euros [por pessoa]. E não é por causa disso que eles não têm a democracia, não é por causa disso que a intervenção do Estado é prejudicial. O que importa aqui, refletir, é a ligação entre a parte executiva e a parte de supervisão. Isso a Lusa não tem e deveria ter para o futuro”, sublinhou.

O Programa do XXIV Governo Constitucional prevê a manutenção da posição maioritária do Estado na agência Lusa, bem como “resolver o impasse na sua estrutura acionista”.

No documento entregue em 10 de abril na Assembleia da República, o programa do Governo liderado por Luís Montenegro diz pretender “manter a posição maioritária do Estado na Agência Lusa contribuindo para um serviço público de informação de rigor, seriedade e qualidade”.

O executivo pretende ainda “clarificar a situação da agência Lusa e resolver o impasse na sua estrutura acionista de forma equilibrada, imparcial e envolvendo todos os agentes do setor”.

A Lusa é controlada em 50,15% pelo Estado português, sendo que a Global Media tem uma posição de 23,36% e a Páginas Civilizadas 22,35%.

O anterior Governo, chefiado por António Costa, pretendia avançar com a compra destas participações de Global Media e Páginas Civilizadas, mas o negócio acabaria por falhar.

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Parlamento recusa abrir processo contra Presidente da República por traição à pátria

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

Deputados rejeitaram por ampla maioria abrir um processo contra o Presidente da República por traição à pátria na sequência das declarações sobre eventuais reparações às ex-colónias.

O parlamento rejeitou esta sexta-feira, por ampla maioria, abrir um processo contra o Presidente da República por traição à pátria na sequência de declarações sobre eventuais reparações às ex-colónias, com o Chega isolado no voto a favor.

Todos os partidos, à exceção do Chega, votaram contra, pondo termo definitivamente à proposta de André Ventura para abrir um processo contra Marcelo Rebelo de Sousa por traição à pátria.

A iniciativa teve apenas 50 votos favoráveis, precisamente o número de deputados do partido liderado por André Ventura. Todos os restantes partidos (PS, PSD, CDS-PP, IL, BE, PCP, Livre e PAN) recusaram a proposta, tendo-se registado 164 votos contra.

Para avançar, seriam necessários os votos favoráveis de pelo menos dois terços dos deputados em efetividade de funções, ou seja, 154.

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Sindicato dos Oficiais de Justiça pede ao Governo para “robustecer o valor” da proposta

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) defendeu que é necessário “robustecer o valor” da proposta apresentada hoje pelo Ministério da Justiça para a melhoria das condições remuneratórias.

O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) defendeu que é necessário “robustecer o valor” da proposta apresentada pelo Ministério da Justiça para a melhoria das condições remuneratórias, apesar de assinalar “uma melhoria” face à primeira proposta.

Em declarações aos jornalistas à saída da reunião no Ministério da Justiça, em Lisboa, Carlos Almeida assumiu que “não houve acordo” com a tutela e que “não havia margem para aceitar” a proposta apresentada ao SOJ e ao Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), que se reuniu primeiro com a ministra Rita Alarcão Júdice.

“A proposta que a senhora ministra da Justiça nos apresentou é melhor do que aquela que tinha feito inicialmente, ainda assim fica muito aquém daquilo que eram e são as expectativas dos oficiais de justiça”, afirmou o dirigente sindical, frisando que transmitiram “à ministra da Justiça que estavam “disponíveis para negociar, mas não com este valor”.

“Tem de robustecer este valor e passar aquilo que temos em 12 meses para 14 meses”, precisou.

O Ministério da Justiça apresentou hoje uma nova proposta aos sindicatos dos funcionários judiciais, propondo pagar a 12 meses o suplemento de recuperação processual de 12,5% sobre o salário base, face aos 11,66% propostos na reunião anterior.

Fonte do Governo adiantou à Lusa que o pagamento deste suplemento, criado para ajudar a recuperar as pendências e que é de 10% do salário base pago a 11 meses, se traduz para os oficiais de justiça no escalão mais baixo “num aumento no rendimento de 449 euros”, enquanto os profissionais no “escalão mais alto têm um aumento de 1.194 euros”.

Segundo a mesma fonte, a proposta apresentada pelo Ministério da Justiça significa, face à proposta anterior, um aumento de 112 euros no escalão mais baixo e de 298 euros no escalão de quem tem o salário mais alto, implicando um acréscimo salarial no suplemento de 36%.

Carlos Almeida mostrou-se ainda assim otimista quanto a uma evolução positiva das negociações no futuro próximo, existindo já novo encontro entre a tutela e os sindicatos marcado para 28 de maio.

“Estão criadas as condições para que o Governo nos possa apresentar uma proposta melhor na próxima reunião, assim sendo vamos manter a greve e aguardar a próxima reunião”, finalizou.

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Ministra modera tom na demissão do líder da AMA mas mantém críticas

Despacho invoca apenas necessidade de "imprimir uma nova orientação à gestão", mas ao ECO a tutela mantém que foram "incumpridos diversos compromissos e responsabilidades críticas à operação da AMA".

O despacho de demissão do presidente da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), João Dias, é menos crítico e contrasta com o tom acusatório da ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, na reunião em que comunicou ao conselho diretivo os motivos da exoneração. Nesse encontro, que terá durado apenas cinco minutos, a governante apontou, nomeadamente, o “incumprimento de 70% de metas do PRR” e “gestão danosa” para justificar a decisão. O diploma, a que o ECO teve acesso, refere apenas a necessidade de “imprimir uma nova orientação à gestão”.

Porém, em resposta ao ECO, a tutela mantém que, “durante o mandato deste conselho diretivo, foram incumpridos diversos compromissos e responsabilidades críticas à operação da AMA”. “Face ao exposto, tornou-se necessário imprimir uma nova orientação à gestão”, segundo fonte oficial do Ministério.

João Dias, presidente do Conselho Diretivo da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), em entrevista ao ECO - 03ABR24
João Dias, presidente demissionários do conselho diretivo da Agência para a Modernização Administrativa (AMA)Hugo Amaral/ECO

“Na reunião que tive com a ministra, foram apontados vários pontos críticos como o incumprimento de metas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e até gestão danosa. Foram invocados argumentos falsos e não nos deram oportunidade de explicar. Agora, no despacho, o tom é muito menos grave, e invoca um dos critérios do código do gestor público para a demissão que é a necessidade de uma nova orientação à gestão”, revela ao ECO João Dias.

Apesar disso, o ex-administrador do AICEP ainda admite contestar o despedimento nos tribunais “por causa da notícia do Observador, cuja fonte é claramente o Ministério, e na qual são imputados dados falsos, como a acusação de gestão danosa, que colocam em causa o bom nome e a reputação profissional”, acrescenta.

O despacho foi enviado por email a João Dias às 21h da passada quarta-feira, dia 15, já depois da notícia avançada pelo ECO de que o líder demissionário da AMA admitia recorrer à via judicial contra o Ministério da Juventude e Modernização. Antes, o Observador escrevia que o Governo iria demitir o conselho diretivo por “incumprimento de 70% das metas” do PRR”.

Margarida Balseiro Lopes, ministra da Juventude e ModernizaçãoFacebook

Ora, o diploma, assinado por Margarida Balseiro Lopes, e que ainda aguarda publicação em Diário da República, refere que, “para implementar os compromissos assumidos pelo Governo, é imperativa a mudança de orientação à gestão da AMA, que assegure a concretização dos objetivos estratégicos da área governativa da Juventude e Modernização, com a definição de uma nova abordagem no desempenho da sua missão e das competências desta Agência, bem como na gestão dos seus recursos humanos e financeiros”.

Assim, “considerando que imprimir uma nova orientação à gestão da AMA, I.P. implica necessariamente a alteração da composição do seu conselho diretivo […] É dissolvido o conselho diretivo da Agência para a Modernização Administrativa, I. P., cessando o mandato de todos os seus membros”, de acordo com o mesmo documento, que indica que a demissão produziu efeitos logo “no dia seguinte ao da sua assinatura”, ou seja, esta quinta-feira, dia 16.

É ainda referida, no rol dos argumentos para o despedimento, “a premente necessidade de acelerar o cumprimento atempado dos compromissos assumidos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em matérias de modernização, simplificação administrativa e transição digital”.

Por outro lado, o despacho critica a “profusão desarticulada de serviços”, no que diz respeito ao Portal Único de Serviços Digitais, e defende a aceleração da “transição digital, centrada no Cidadão e na Empresa”.

João Dias tomou posse como presidente da AMA em janeiro de 2023 para um mandato de cinco anos, que terminaria em 2028, na sequência de um concurso público, conduzido pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP). A direção é ainda composta pela vogal Elsa Castro, que também foi demitida.

O Ministério de Margarida Balseiro Lopes já escolheu Sofia Mota, até aqui diretora do TicAPP – Centro de Competências Digitais da Administração Pública, para substituir João Dias na presidência da AMA. Ao ECO, fonte do gabinete da tutela revela que “está a ser feita a passagem de pasta ao novo conselho diretivo, que entrará em funções, e que será presidido por Sofia Mota”.

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Ministra da Justiça, presidente do STA e bastonária da OA na abertura e encerramento da Advocatus Summit

  • ADVOCATUS
  • 17 Maio 2024

Abertura com a ministra da Justiça no dia 20 de maio pelas 9h. Já o encerramento ficará a cargo da bastonária da Ordem dos Advogados e da presidente do STA, a partir das 17h do dia 23 de maio.

A abertura da 7.ª edição da Advocatus Summit ficará a cargo da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, pelas 9h00, no dia 20 de maio. Já o encerramento, no dia 23 de maio, contará com a intervenção da bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro, pelas 17h00, e da presidente do Supremo Tribunal Administrativo, Dulce Neto, pelas 17h45.

A Advocatus Summit terá este ano a sua 7.ª edição a decorrer entre os dias 20 e 23 de maio, no Estúdio ECO, em Lisboa. O evento conta com o habitual almoço com os managing partners das principais sociedades de advogados e, este ano, com a presença do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, a decorrer no dia 22 de maio.

Nesta 7ª edição, vamos ainda ter dois novos encontros, que decorrem no Jncquoi Club, na Avenida da Liberdade, em regime Chatham House Rule. No dia 20 de maio, a partir das 17h30, realiza-se o primeiro, reservado, com o chairman do Citi Invesment Banking MEA (Middle East and Africa), Miguel Azevedo, sobre a economia global e perspetivas para os próximos 12 meses.

No dia 22 de maio, a partir das 17h30, realiza-se o segundo encontro com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sobre Portugal e a geopolítica internacional.

Para além dos debates temáticos em que os 11 principais escritórios em Portugal marcam presença. O evento que liga a advocacia de negócios aos agentes económicos e mundo empresarial conta com o patrocínio da Abreu Advogados, CMS, Deloitte Legal, Morais Leitão, Pérez-Llorca, PLMJ, PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados, Sérvulo, SRS Legal, TELLES e Vieira de Almeida. E ainda das empresas Arkeyvata, Contisystems e Moneris.

Conheça aqui o programa e inscreva-se.

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