Estamos mais abertos a mudar de emprego. Porquê?<span class='tag--premium'>premium</span>

Quase oito em cada dez portugueses estão dispostos a mudar de emprego. Baixo desemprego, salários insuficientes e perspetivas de carreira mais satisfatórias são alguns dos motivos.

Este artigo integra a quarta edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.Quando viu a responsabilidade aumentar sem que o salário conseguisse acompanhar, Marta, 29 anos, começou a olhar de outro modo para o emprego no qual estava há quatro anos. “ As condições não estavam a cumprir a minha expectativa”, conta a marketeer, que passou, então, a estar mais atenta às oportunidades que estavam à sua volta. Em novembro, descontente com o salário e a perspetiva de progressão na carreira, despediu-se. Como Marta, há milhares de trabalhadores em Portugal que, insatisfeitos, estão hoje dispostos a mudar de emprego. Um estudo recente dava mesmo conta que está a crescer a fatia de trabalhadores abertos a dar esse salto, mesmo numa altura de crise política, instabilidade internacional e

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Falha na compra da Nowo não vai mudar o plano estratégico da Vodafone

  • Lusa
  • 21 Abril 2024

Luis Lopes, CEO da Vodafone, afirma em entrevista que se a operação da compra não se concretizar, nada muda no plano estratégico da Vodafone. O foco é colocar os clientes a aproveitar bem o 5G.

O presidente executivo (CEO) da Vodafone Portugal faz, em entrevista à Lusa, um balanço “muito positivo” do mandato e diz que se compra da Nowo falhar, isso “não muda de todo o plano estratégico” que a operadora tem.

Luís Lopes diz que o melhor é “aguardar a decisão definitiva após a consulta às partes interessadas todas”, depois de o projeto de decisão da Autoridade da Concorrência (AdC) ter sido negativo.

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Para Luís Lopes, CEO da Vodafone Portugal, a compra da Nowo não é uma operação transformacional “estamos a falar de uma operação relativamente pequena”.Hugo Amaral/ECO

“Sou um otimista por natureza e, portanto, acredito que até à decisão ser definitiva é sempre possível mudar uma decisão”, admite o CEO da Vodafone, que assumiu estas funções em abril do ano passado.

“Faço um balanço muito positivo deste primeiro ano e do ponto de vista profissional a Vodafone fez um percurso que eu considero bastante positivo neste ano”, acrescenta, referindo que a empresa tem uma estratégia de crescimento, de enfoque no cliente e na simplificação de processos com os seus clientes.

Nestas três vertentes “considero que fizemos um progresso bastante positivo”, prossegue.

“Atingimos um milhão de clientes fixos, somos o operador que mais cresceu quota de receitas neste período, alargámos o 5G a mais de 95% da população, continuámos a investir e desenvolver as nossas infraestruturas, melhorámos o serviço ao cliente, reduzimos as reclamações, portanto, genericamente considero um ano bastante positivo para a Vodafone”, sintetiza Luís Lopes.

A liderança da Vodafone Portugal traduz-se também no regresso do gestor, que já trabalhou nas operadoras concorrentes, a Portugal depois de “uma década” a residir no estrangeiro.

“É um país que tem obviamente um peso muito importante para mim, pessoalmente”, pelo que também “foi um marco que considero francamente positivo” o de poder “regressar” a Portugal, assume.

E é ao assumir o mandato que também acompanha o processo de compra do quarto operador de telecomunicações, a Nowo.

“É um processo que quando cheguei já estava a iniciar-se” uma investigação aprofundada, recorda.

“Iniciámos o processo de pedido de parecer à Autoridade [da Concorrência] em novembro de 2022, a Autoridade em abril de 2023 emitiu um parecer a dizer que tinha que ir para investigação aprofundada e, portanto, iniciou-se esse período no mesmo momento em que eu cheguei aqui à Vodafone Portugal” e neste período de um ano “andámos em discussões, conversas e debates com Autoridade relativamente à interpretação” que a AdC “faz do impacto desta operação de concentração na concorrência em Portugal”, recorda.

E neste âmbito há um “desacordo relativamente ao impacto que achamos que essa operação tem, a Nowo é uma operação com uma quota de mercado muito pouco significativa em Portugal”, aponta, referindo que a concentração “resultaria num operador de telecomunicações que teria a mesma posição relativa, teria uma quota de mercado ligeiramente superior à que tem hoje a Vodafone”.

Ou seja, “estamos a falar de menos de dois pontos percentuais, não consideramos” que seja “uma operação que traga preocupações de natureza concorrencial”, mas pelo contrário, “consideramos uma operação que poderia trazer vantagens para os clientes”, até porque a Nowo opera uma rede que precisa de investimentos e que está desatualizada, diz.

Aliás, “tínhamos como plano poder migrar os clientes todos para redes de última geração, nomeadamente a rede de fibra da Vodafone e, por isso, nesse sentido, achávamos que esta operação teria era mérito para o país e não prejudicial do ponto de vista concorrencial”, explana Luís Lopes.

E qual é o plano B se a operação falhar? “Aqui não há um plano A nem um plano B, nós achávamos que esta operação tinha estas vantagens (…), se a operação não se concretizar, não muda de todo o plano estratégico que a Vodafone tem”, assevera o CEO.

“Vamos manter o mesmo plano que tínhamos (…), a operação não é uma operação transformacional para a Vodafone Portugal, estamos a falar de uma operação relativamente pequena, comparativamente com a operação da Vodafone Portugal”, reforça o gestor.

Questionado sobre o 5G, Luís Lopes diz não conseguir “precisar “o número” de quanto é que a Vodafone Portugal investiu nesta tecnologia, mas uma coisa é certa, a construção da rede tem sido o “principal investimento nos últimos dois anos” da empresa, chegando a pouco mais de 95% da população.

“E isso é uma coisa importante porque nós, fruto de termos tido um leilão bastante extenso em tempo, ou seja, deve ter sido dos leilões de espectro mais extensos – marcou um período em que havia alguma maior animosidade com o regulador setorial – e começámos já tarde a fazer desenvolvimento de 5G“, ou seja, a indústria em Portugal, sublinha.

Contudo, “a resposta da indústria foi muito positiva, fizemos fortíssimos investimentos nestes dois anos logo a seguir” à atribuição do espectro “e com isso conseguimos recuperar muito terreno perdido em termos de infraestrutura, comparativamente com outros países europeus”.

E o que falta? “Os últimos 5%” de cobertura de 5G, remata.

“Vamos continuar a investir” na expansão do 5G, que é “uma grande oportunidade” para o setor empresarial “poder continuar na senda da digitalização, da alteração de muitos dos seus processos com maiores automatismos e, portanto, acreditamos que um primeiro passo é ter a cobertura do 5G”.

O segundo passo, acrescenta, “é conseguir ter maior utilização de 5G, em particular como processo transformacional da própria indústria, da própria produtividade da economia cá em Portugal e, portanto, continuaremos a trabalhar nesse sentido”, salienta.

Aliás, “temos vários exemplos em que conjugamos tecnologias 5G, inteligência artificial para trazer algumas dessas melhorias para junto de algumas indústrias em concreto e achamos que esse é o caminho para continuarmos a garantir que o que nós trazemos é valor para os clientes”, até não se pretende vender a nova tecnologia porque é nova, mas tem de ser algo “que represente uma mais-valia” para os clientes.

Sobre se teme a entrada do quinto operador, Luís Lopes diz que já há muitos serviços e ofertas no mercado português e que a operadora está preparada.

“Não vejo que que a Digi vá trazer nada de novo relativamente a isso e, portanto, nesse aspecto, estamos bem preparados para receber novos entrantes, novos operadores”, conclui.

Sobre o concurso para a cobertura das zonas brancas que está a decorrer, a Vodafone está interessada como utilizadora dessas redes que vão ser construídas.

“Portanto, levar a marca Vodafone nos sítios onde essas redes forem construídas como clientes de quem construir essas redes”, diz o CEO.

“Achamos que o investimento continua a ser um investimento difícil, apesar de todas as comparticipações que estão associadas a esse concurso”, pelo que “achamos bem, que esse concurso faz sentido existir, mas não seremos, em princípio, uma entidade que vá construir rede”, conclui Luís Lopes.

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Congresso dos EUA aprova, por fim, ajuda de 60 mil milhões à Ucrânia

  • ECO
  • 20 Abril 2024

Finalmente o Congresso dos Estados Unidos votou com larga maioria um pacote de ajuda às segurança da Ucrânia, Israel e Taiwan no valor de 95 mil milhões de dólares.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou este sábado, com ampla maioria de republicanos e democratas, o pacote legislativo de ajuda de 95 mil milhões de dólares para apoio à Ucrânia, Israel e Taiwan, refere a Reuters. Termina assim o bloqueio imposto pela linha dura do Partido Republicano.

O próximo passo será a a aprovação pela Senado, de maioria democrata, o que deverá acontecer na próxima semana, seguindo depois para o presidente Joe Biden que o vai assinar.

A ajuda será de 60, 84 mil milhões de dólares só para a Ucrânia, dos quais 23 milhões vão ser usados para armamento, stocks e instalações dos Estados Unidos.

Um montante de 26 milhões de dólares destina-se a Israel, com 9,2 mil milhões a ser destinado a fins humanitários. Para Taiwan e a região do Indo-Pacífico irá um apoio de 8,2 mil milhões de dólares.

O presidente da Ucrânia agradeceu no X, afirmando ainda que os legisladores norte-americanos “colocaram a história no caminho certo”.

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Câmara dos Representantes adota texto que ameaça banir TikTok nos EUA

  • Lusa
  • 20 Abril 2024

A Câmara dos Representantes aprovou hoje um texto que lança um ultimato ao TikTok, prevendo a interdição da aplicação nos Estados Unidos caso não corte os laços com a ByteDance e com a China.

A Câmara dos Representantes aprovou hoje um texto que lança um ultimato ao TikTok, prevendo a interdição da aplicação nos Estados Unidos caso não corte os laços com a empresa ByteDance e de forma mais ampla com a China.

A plataforma de vídeos, cuja casa-mãe é a ByteDance, é acusada pelos responsáveis norte-americanos de permitir a Pequim espiar e manipular os seus 170 milhões de utilizadores nos Estados Unidos. A interdição deve agora ser validada pelo Senado.

A Câmara dos Representantes está a debater também programas de ajuda à Ucrânia, a Israel e a Taiwan.

Os parlamentares já começaram a votar este gigantesco pacote de 95 mil milhões de dólares (quase 90 mil milhões de euros), exigido há meses pelo presidente norte-americano, Joe Biden.

Se todas as medidas forem adotadas, serão rapidamente analisadas pelo Senado, que poderá começar a analisar os textos já na terça-feira, indicou o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer.

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CDS-PP/Congresso: Centristas vão pedir audição de Medina sobre na AR “redução artificial” da dívida

  • Lusa
  • 20 Abril 2024

Na sequência de uma notícia do ECO, Paulo Núncio anunciou que o CDS vai pedir a audição a Medina na AR acusando-o de ter realizado uma "redução artificial" da dívida com "dinheiro das pensões".

O líder parlamentar do CDS-PP anunciou hoje que o partido vai pedir a audição do ex-ministro das Finanças Fernando Medina na Assembleia da República, acusando o Governo anterior de ter feito uma “redução artificial” da dívida com “dinheiro das pensões”.

“Gostaria de anunciar que esta segunda-feira o CDS vai pedir a audição do ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, na Comissão de Orçamento e Finanças para dar explicações sobre a redução artificial da dívida com dinheiro das pensões dos portugueses”, afirmou Paulo Núncio.

O deputado fez este anúncio numa intervenção perante o 31.º Congresso do CDS-PP, que decorre entre hoje e domingo em Viseu.

O líder parlamentar do CDS-PP afirmou que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) “alertou que a redução da dívida realizada pelo governo socialista em 2023 foi meramente artificial”.

“Mas pior, a UTAO denunciou que esta redução artificial só foi feita à conta do dinheiro do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações”, disse, considerando que esta situação “é de enorme gravidade”.

Paulo Núncio considerou que “o CDS não pode deixar passar isto em claro”, defendendo que “em Portugal não pode valer tudo e o dinheiro das pensões dos portugueses não pode servir para truques políticos dos socialistas”.

“O ex-ministro foi o autor desta estratégia, o ex-ministro tem que responder perante o parlamento”, salientou.

Na semana passada, a UTAO alertou que a redução da dívida pública em 2023 foi “artificial” e que há casos em que as opções de gestão financeira foram condicionadas por orientações do Governo passado.

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📹 Parque automóvel em Portugal é mais velho do que a média da UE

Com 23% de veículos adquiridos antes de 2010, Portugal é o país onde este índice é mais elevado, o que compara com uma média de oito países da União Europeia de 14%.

Entre oito países da União Europeia (UE), Portugal é o país com maior percentagem de veículos adquiridos antes de 2010, ficando, por um lado, abaixo da média do bloco comunitário na aquisição de automóveis novos e, por outro, acima da média da UE na compra de veículos usados.

No que toca aos veículos elétricos, o mais recente barómetro de mobilidade da Europ Assistance dá conta de que o custo de aquisição é a principal barreira à compra destes em Portugal. As preocupações relativamente aos pontos de carregamento, no entanto, diminuíram face ao ano passado.

http://videos.sapo.pt/7noFfMgoaqZGvltMeDMM

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Empresas portuguesas mostram na Alemanha “grande reforço” na indústria da defesa

  • Lusa
  • 20 Abril 2024

Trinta empresas e entidades portuguesas do setor metalúrgico e metalomecânico vão participar na Hannover Messe, na Alemanha. Querem mostrar o "grande reforço" na indústria da defesa nacional.

Cerca de trinta empresas e entidades portuguesas do setor metalúrgico e metalomecânico participam, a partir de segunda-feira, na Hannover Messe, na Alemanha, e mostram o “grande reforço” na indústria da defesa, refere a associação que representa o setor.

“A indústria da defesa vai ganhando importância crescente (…) Há um conjunto crescente de empresas já a trabalhar nessa área, licenciadas por vários governos europeus para serem fornecedoras nesse domínio”, apontou Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP).

“É um esforço patriótico que os países europeus têm de fazer face a uma ameaça enorme com que estão confrontados. Todos sabemos a ameaça que a Rússia é neste momento para a Europa, que pode ser particularmente perigosa em função do resultado das eleições americanas. A Europa tem de se rearmar rapidamente e, para esse efeito, há empresas portuguesas que estão disponíveis e muito capazes de trabalhar nesse esforço”, acrescentou.

A Alemanha garantiu, no mês passado, que vai acelerar o fornecimento de armas à Ucrânia. O mercado alemão é o terceiro maior destino das exportações portuguesas da indústria metalúrgica e metalomecânica, depois de Espanha, em primeiro lugar, e França, que aparece em segundo.

No ano passado, o valor das exportações portuguesas deste setor foi de 3,5 mil milhões de euros, o que se traduziu num crescimento de 0,7%. Em termos comparativos, a subida foi menor que a registada globalmente e que atingiu 4,3%.

Para “consolidar a presença na Alemanha” e continuar a dar “visibilidade às empresas nacionais”, Portugal volta a marcar presença na Hannover Messe, a “feira das feiras”, este ano com uma expressão menor devido à situação difícil que o mercado alemão atravessa, mas com o mesmo entusiasmo.

“Sentimentos que o mercado alemão está mais difícil (…) Provavelmente houve outros fornecedores de outros países que tiveram quebras maiores. Nós conseguimos, apesar de tudo, manter os nossos níveis graças a algum reconhecimento da qualidade dos nossos produtos e de uma excelente relação qualidade-preço”, sublinhou Rafael Campos Pereira.

No total, são cerca de 30 empresas que produzem tecnologias de produção e particularmente de peças técnicas.

“Empresas de fundição, de maquinagem, de serviços técnicos. São empresas que fazem componentes essencialmente para os setores mais sofisticados possíveis, desde o aeronáutico, aeroespacial, automóvel, ferroviário, químico”, detalhou o vice-presidente executivo da AIMMAP.

A Hannover Messe começa no dia 22 e termina a 26 de abril na cidade de Hanôver.

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FMI: Correção dos preços das casas em Portugal não será repentina

  • Lusa
  • 20 Abril 2024

O diretor do FMI para a Europa admite que para corrigir os preços da habitação em Portugal é preciso um aumento da oferta para responder a uma dificuldade que é transversal a outros países.

O diretor do FMI para a Europa admitiu hoje que a correção nos preços da habitação em Portugal não será repentina e defendeu um aumento da oferta para responder a uma dificuldade que é transversal a outros países.

Em entrevista à Lusa, o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Europa, Alfred Kammer, considerou que Portugal registou aumentos significativos nos preços das casas nos últimos anos, mas assinalou que é um cenário que se estende a outras economias.

“Os preços das casas [em Portugal] aumentaram, dos níveis de 2015 até agora, em 111%, contra 42% na zona euro. É um aumento muito maior”, disse.

Alfred Kammer salientou que se assiste a um abrandamento nos preços da habitação na média dos países da moeda única, mas isso ainda não se verifica em terras lusas.

“Em Portugal os preços residenciais ainda continuam a aumentar”, apontou, acrescentando que, contudo, o FMI não está preocupado com o impacto destes aumentos na “estabilidade financeira”.

Para o responsável do FMI, este aumento resulta de “uma escassez de oferta”, pelo que a instituição não espera “uma correção repentina nos preços da habitação residencial“.

“Esta é uma grande questão não só em Portugal, mas em vários países europeus. É uma questão de acessibilidade da habitação e, portanto, o que é preciso é criar o espaço regulatório e aumentar a oferta. O que o Governo também está a fazer é ter investimento público para criar habitação social”, apontou.

Para Alfred Kammer, “estas são duas boas respostas políticas e devem ser prosseguidas”.

“Tínhamos feito um estudo sobre a questão da acessibilidade dos preços da habitação e dos arrendamentos há alguns anos e uma das grandes questões que daí resultou foi que não se trata apenas de uma questão de política social. É também uma questão de produtividade e de crescimento”, disse, argumentando que os centros de produtividade geralmente estão nos centros urbanos.

Neste sentido, recorda que os jovens estão a deslocar-se mais para os centros urbanos.

“Se não houver habitação, não podem deslocar-se para os centros urbanos e isso prejudica a produtividade e o crescimento do país. Portanto, é uma questão muito maior do que apenas uma questão de equidade e justiça”, justificou.

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FMI recomenda reforma fiscal em Portugal

  • Lusa
  • 20 Abril 2024

O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Europa, Alfred Kammer, recomendou uma reforma fiscal abrangente e lembrou que incertezas têm sempre impacto no investimento.

O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Europa, Alfred Kammer, elogiou hoje a evolução da economia portuguesa, recomendou uma reforma fiscal abrangente e avisou que incertezas, sejam políticas ou externas, têm sempre impacto no investimento. Em entrevista à Lusa em Washington, questionado se um governo minoritário pode ser um risco para as perspetivas económicas portuguesas, Alfred Kammer admitiu que “a incerteza é sempre algo negativo” e deve-se “tentar reduzi-la” tanto quanto possível.

“Sempre que há um aumento de incerteza, de onde quer que venha, há um impacto, nomeadamente no investimento, por causa das perspetivas. Isso é um problema e não importa se vem de um governo minoritário, ou da perceção de uma mudança nas políticas, ou se vem de uma elevada incerteza externa, incluindo de uma fragmentação geoeconómica”, disse. No entanto, Alfred Kammer destacou que “Portugal teve um crescimento muito forte nos últimos anos”, apesar do abrandamento previsto para este ano, mas ainda assim acima da zona euro.

“O que estamos a assistir são os efeitos da política monetária europeia, que estão a deprimir a procura, mas também a diminuir a procura externa, mas o crescimento foi bastante forte e bastante robusto ao longo dos últimos anos”, assinala.

O FMI reviu em alta o crescimento económico de Portugal para 1,7% este ano, mostrando-se ligeiramente mais otimista do que o Governo (1,5% num cenário de políticas invariantes), e cortou a taxa de inflação para 2,2%, segundo as previsões económicas esta semana divulgadas.

No retrato que traça da economia portuguesa, o responsável do FMI destaca a trajetória de redução da dívida pública face ao PIB nos últimos anos, tendo-se fixado em 99,1% em 2023. “Portugal fez um trabalho excecionalmente bom na redução da dívida pública ao longo da última década. É um dos rácios dívida/PIB com o declínio mais rápido na Europa após a pandemia, ao ter caído de 135% do PIB para 99% do PIB”, aponta.

Alfred Kammer defende a importância desta opção, argumentando que uma dívida elevada cria vulnerabilidades e é “um fardo” quando taxas de juros mais altas sobem o custo do serviço da dívida.

“Foi uma conquista notável e achamos que uma política orçamental prudente deve continuar a ser seguida no futuro”, recomenda, argumentando que se devem criar almofadas para despesas públicas adicionais no futuro.

Elenca assim entre as sugestões para Portugal “uma reforma orçamental abrangente, eliminando ou reduzindo despesas orçamentais, aumentar gradualmente o preço do carbono e a sua tributação e concentrar-se em algumas das pressões de despesa que estão a surgir devido ao envelhecimento da sociedade”.

Alfred Kammer defende ainda que “o investimento público tem um papel importante e para isso precisamos de ter espaço orçamental”. O FMI prevê um excedente orçamental de 0,2% do PIB este ano e um rácio da dívida de 94,7% e de 80,1% em 2028.

A instituição com sede em Washington melhorou esta semana em 0,1 ponto percentual (pp.) a previsão do crescimento global para 3,2% este ano e aponta para um avanço da economia da zona euro de 0,8% no ano corrente.

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Legislatura europeia perto do fim. Partidos dão nota positiva aos mandatos mas receia-se subida dos radicais populistas

Eleições europeias vão ser "teste" ao Governo, à oposição do PS mas também à resiliência do Bloco e PCP que arriscam perder deputados. Chega e IL devem ganhar representação.

Ao fim de cinco anos no Parlamento Europeu (PE), o mandato dos 21 eurodeputados portugueses – entre 705 – chega ao fim. O balanço geral é positivo – sete eurodeputados estão entre os 100 mais influentes – e mantêm-se, de forma geral, confiantes em relação à próxima legislatura. A última sessão plenária no Parlamento decorre entre 22 e 24 de abril, e apesar de a maioria dos compromissos terem sido cumpridos, os eurodeputados deixam trabalho pelo caminho esperando que a próxima legislatura possa dar continuidade. Mas não será certo, pois pela Europa fora, assiste-se a uma polarização do discurso político potenciado pelos radicais populistas à esquerda e à direita, o que ameaça a atual composição do Parlamento Europeu.

Tanto o PS como o PSD dizem ser “prematuro” a admissão de perda de deputados face ao que aconteceu nas últimas eleições legislativas, mas o que é certo é partidos da família do Chega – que cimentou a sua posição como terceira força política na Assembleia da Republica – têm crescido por toda a Europa. Em 2019, o PS conseguiu eleger nove deputados para a família dos Sociais e Democratas (S&D) enquanto o PSD assegurou a nomeação de seis para o Partido Popular Europeu (PPE).

Mesmo sendo prematuro, o PS garante ao ECO que o combate às forças populistas anti-Europa serão uma prioridade durante a campanha eleitoral, à semelhança dos restantes partidos europeus que integram a sua família partidária europeia. “É claramente uma ameaça”, dizem.

“[Queremos] que as forças democráticas e progressistas continuem a conduzir a Europa neste projeto de paz e diversidade, contribuindo para melhores condições de vida das pessoas, mais sustentabilidade das nossas economias e do planeta, assim como valorização e respeito do Estado de Direito e das liberdades fundamentais”, sublinha o PS.

Já o PSD rejeita a possibilidade de perda de mandatos. Na verdade, os sociais-democratas antecipam “uma subida em número de deputados e de votos, atenta à grande influência dos deputados do PSD, universalmente reconhecida, na vida do PE e do PPE”.

No entanto, dita a história, as eleições europeias tendem a ser um “teste de avaliação” ao partido que está no Governo e que ainda se tenta afirmar politicamente depois de oito anos no papel de oposição, afirma Paula Espírito Santo.

Parlamento EuropeuLusa

“As eleições europeias vão espelhar as eleições nacionais e o crescimento interno da direita radical”, aponta a cientista política e investigadora no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP).

Sabendo que houve um ato eleitoral muito próximo, a maioria destes eleitores ainda não mudaram as suas convicções e vão continuar a apoiar o Chega. Não se desmobiliza um eleitorado tão facilmente em três meses, mesmo sabendo que estas eleições são menos participadas”, diz a especialista.

O mesmo é apontado por José Filipe Pinto, professor catedrático de Relações Internacionais pela Universidade Lusófona e autor do livro “As Europas e os Novíssimos Príncipes – Os Escândalos Populistas”. “Há uma grande mobilização dos novos eleitores e por isso penso que vamos ter uma taxa de abstenção mais baixa“, prevê o docente. Nas últimas eleições, a taxa de abstenção atingiu os 70%, a mais alta de sempre em Portugal.

“O Governo quis passar esta mensagem de que quer resolver os problemas das pessoas, e tudo vai depender do sucesso dessas medidas – como a baixa do IRS e a resposta às reivindicações da administração pública”, refere o mesmo, sublinhando que a concretização de parte do programa eleitoral da Aliança Democrática nos próximos dois meses permitirá “testar a credibilidade” a Luís Montenegro a tempo das eleições.

Dança de cadeiras entre Bloco, PCP, Chega e IL

Mas não será só a credibilidade do primeiro-ministro a ir a jogo.

As sondagens a nível europeu realizadas até agora indicam que as próximas eleições provocarão uma mudança da orgânica do Parlamento Europeu. Os partidos radicais populistas, à esquerda e à direita, deverão ganhar votos e lugares, ao contrário dos partidos de centro-esquerda e verdes. Isto acontece numas eleições que permitirão eleger mais 15 deputados do que no último sufrágio: serão 720 eurodeputados com assento parlamentar na próxima legislatura. Dois lugares suplementares para França, Espanha e os Países Baixos, e um lugar para a Áustria, Dinamarca, Bélgica, Polónia, Finlândia, Eslováquia, Irlanda, Eslovénia e a Letónia. De Portugal, voltarão a sair 21 eurodeputados, mas poderão, desta vez, ter origens partidárias diferentes.

José Filipe Pinto explica que o número de deputados atribuídos é resultado de um sistema de proporcionalidade degressiva, ou seja, os países mais pequenos elegem mais deputados do que seria estritamente justificado pelo tamanho das suas populações. “A Alemanha consegue eleger 96, mas se não houver esse sistema, provavelmente seria mais”, acrescenta

Intenções de voto – IPSOS (março, 2024)IPSO

 

Na sondagem de março do IPSOS para a Euronews, a AD (coligação que volta a juntar o PSD e o CDS) e o PS deverão a ser os dois partidos mais votados, conquistando cada um oito representantes, podendo resultado num eventual “empate técnico”.

Já o Chega, que se estreia no boletim de voto com António Tânger Corrêa como cabeça de lista do partido, surge como terceira força política nas sondagens, resultando na eleição de pelo menos três deputados. “Podem chegar aos quatro deputados”, admite José Filipe Pinto. “Pela primeira vez, vamos ter deputados portugueses que pertencem à família dos partidos europeus que põe em causa o processo de integração europeia“, aponta o professor da Lusófona. “Já tínhamos o PCP, mas era do lado esquerdo do espetro”.

Por seu turno, a Iniciativa Liberal, que terá como cabeça de lista João Cotrim de Figueiredo, traz pelo menos um deputado para o hemiciclo, depois de em 2019, não terem conseguido eleger nenhum. Resultado idêntico terá o Bloco de Esquerda, ficando com menos um deputado.

“O Bloco, embora seja europessimista – ou seja, não concorda com o rumo de desenvolvimento da União Europeia – não se opõe à integração de Portugal no bloco. É eurocético“, analisa o docente da Universidade Lusófona, que não exclui, no entanto, que isso possa resultar numa perda total da representação no Parlamento Europeu – um cenário bastante provável para o PCP, que de acordo com as sondagens perde os dois eurodeputados.

O resultado do PCP deverá ser coerente à posição assumida pelo partido desde a integração de Portugal à Comunidade Económica Europeia, em 1985. “O PCP é eurófobo, europessimista, eurorejeitante”, elenca o investigador da Universidade Lusófona. “Depois de tanto tempo a criticar o projeto europeu, mas a beneficiar dele, o PCP está a ser confrontado, segundo as sondagens, com a perda de representação no Parlamento. O eleitorado estará, pela primeira vez, em coerência com a posição do partido“.

Já o PAN (que ficou sem representação em 2020) e o Livre (que em 2019 não elegeu ninguém) devem voltar a ficar de fora do PE.

“O Livre e o PAN têm poucas hipóteses de eleger um representante. O método de Hondt privilegia os partidos maiores e as coligações. Fazia todo o sentido que os pequenos partidos, próximos ideologicamente – que o caso do Livre, PAN, e eventualmente o Volt – aparecessem coligados nestas eleições. O problema é que isso resultaria num único eurodeputado. Quem seria?”, questiona o Filipe Pinto.

Prós-Europa resistem à subida de populistas radicais

A nível europeu, embora os partidos mais ao centro (considerados os “pró-europeus”) continuem a deter a maioria dos lugares devem ver uma perda no sentido de voto, de acordo com a sondagem da IPSOS. “O PPE e o S&D estavam habituados a controlar o Parlamento, mas desde as últimas eleições que isso deixou de ser uma realidade”, recorda José Filipe Pinto.

O PPE, partido da família do PSD e CDS, deverá ficar sem um lugar (177 deputados), enquanto o S&D perde quatro (136 eurodeputados). Já a família partidária da Iniciativa Liberal, o Renovar a Europa, que poderá perder até 17 representantes, continuará, no entanto, como a terceira força política no Parlamento Europeu, assegurando 102 representantes.

Os Verdes, partido do qual o eurodeputado independente Francisco Guerreiro integra, perdem 17 lugares para 55 eurodeputados, e no extremo desse hemiciclo, a Esquerda Unitária Europeia — considerada por José Filipe Pinto como a “esquerda populista socioeconomica” — poderá ganhar cinco deputados, embora a nível nacional nem o Bloco nem o PCP reflitam essa tendência.

Pela primeira vez, vamos ter deputados portugueses que pertencem à família dos partidos europeus que põe em causa o processo de integração europeia.

José Filipe Pinto, especialista em Relações Internacionais e professor catedrático da Universidade Lusófona

As maiores subidas acontecem no hemisfério mais à direita. Enquanto os Reformistas e Conservadores Europeus ganham mais oito lugares, para um total de 76 deputados, o Identidade e Democracia (ID), família partidária do Chega, deverá ganhar mais 22 deputados, conquistando 81 lugares no hemiciclo – mesmo sendo um grupo parlamentar “anti-europeu” e caracterizada como do”populista cultural ou identitária”, por José Filipe Pinto. Este grupo tornar-se-ia na quarta força política no Parlamento Europeu, a uma distância de apenas quatro deputados dos liberais.

José Filipe Pinto explica que isso acontece como resultado de uma “moderação do discurso a nível europeu”, tal como aconteceu com o Movimento Cinco Estrelas, de Itália, que na última legislatura europeia votou “várias vezes ao lado” do PPE. Isto, em prol de dois benefícios: o financeiro e o da afirmação política.

“Ao moderarem o discurso, face aos princípios ideológicos, isto permite-lhes ganhar credibilidade e integrar órgãos comunitários europeus. Sentam-se à mesa do poder”, explica o docente. “Chamo-lhes eurointeresseiros“.

Portugal com sete eurodeputados entre os 100 mais influentes

Os últimos cinco anos merecem nota “bastante positiva” dos 21 eurodeputados portugueses, ainda que a ordem de trabalhos tenha sido prejudicada face às sucessivas crises e pressões sobre o debate político: a pandemia, início da guerra na Ucrânia, crise inflacionista e escalada do conflito armado no Médio Oriente.

Ao longo de cinco anos, foram aprovados mais de 330 diplomas, estando ainda cerca de 200 em curso. Entre as conquistas destacam-se o Fit for 55, o apoio financeiro e militar à Ucrânia, os diplomas relativos às tecnologias nos espaços digitais — regulamento dos serviços digitais e a lei da inteligência artificial, a primeira no mundo. Mas também o direito à reparação, a aprovação de um carregador universal e o pacote para as migrações, uma das últimas conquistas do Parlamento.

A legislatura que agora termina foi tudo muito menos previsível, dadas as crises com que fomos surpreendidos”, indica o PS. “Questões que ninguém equacionou no início da legislatura alteraram muito as prioridades e o planeamento definido”.

Ainda assim, Portugal conseguiu assegurar um lugar de destaque. De acordo como índice EU Matrix, os portugueses foram a “terceira delegação em termos de influência política proporcional e a segunda mais prolífera proporcionalmente [ao seu tamanho].” Para além disso, são os que demonstram “o melhor desempenho no que toca a atividades legislativas” de entre as 27 delegações nacionais, indica o ranking.

O maior destaque é atribuído ao agora ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que ocupou a 15º posição entre os eurodeputados de maior influência, seguindo-lhe Maria Graça Carvalho, agora ministra da Energia e do Ambiente na 70.ª posição.

Paulo Rangel no 37.º Congresso do PSD.Paula Nunes/ECO 16 fevereiro, 2018

Esses não são, no entanto, as conquistas de maior relevo para o PSD. Ao ECO, fonte oficial destaca os vários diplomas aprovados na área do ambiente e o pacto para as migrações, com especial atenção para a primeira emissão de dívida europeia que permitiu financiar o Next Generation EU e o fundo de Recuperação e Resiliência.

“Em ambos os casos fomos construtores de pontes e responsáveis pelos resultados mais equilibrados do que o ponto de partida”, diz fonte oficial do partido, destacando também os esforços conduzidos a nível da defesa do apoio humano, financeiro e militar à Ucrânia e da integração do país no bloco europeu.

No entanto, ficou por concretizar a União Bancária, “com a garantia dos seguros de depósitos” e a “União para a saúde”, proposta que nasceu na sequência da pandemia. A expectativa é de que a próxima legislatura permita não só dar avanços nesse sentido, como também fazer um “maior aprofundamento dos mecanismos de avaliação do Estado de Direito” e concretizar uma “reforma institucional e financeira com vista ao alargamento”.

Por seu turno, os socialistas – que conseguiram Pedro Marques (34º) Isabel Santos (35º) e Isabel Carvalhais (63º) no ranking dos eurodeputados mais influentes dizem ter apresentado resultados “positivos” nesta legislatura, salientando que a sua família política europeia desempenhou “um papel fundamental na promoção de avanços sociais, na defesa de um futuro mais sustentável [ambientalmente] e de um mundo digital mais transparente”.

Já o Bloco, que foi o terceiro partido mais votado, em 2019, garante ter conseguido intervir “de forma coesa” e concretizar diplomas ligadas à governação económica, o combate pela justiça fiscal, e dossiers ligados aos direitos sociais e humanos e combate às alterações climáticas. Apesar de já não contar com Marisa Matias – a 100º eurodeputada mais influente desta legislatura – para encabeçar a lista, sendo agora a vez da ex-coordenadora Catarina Martins, o partido mantém-se confiante de que conseguirá eleger novamente dois representantes para a Esquerda Unitária Europeia.

O PCP, apesar dos desafios e de não ter nenhum dos dois eurodeputados representado na lista dos mais influentes, também faz um balanço “positivo” da sua intervenção no Parlamento nos últimos anos “em nome dos trabalhadores e do progresso social”.

Francisco Guerreiro – que foi considerado pelos ambientalistas o eurodeputado que mais apresentou e fez aprovar propostas em defesa do ambiente e da ação climática, entre 2019 e 2024 – não deverá voltar a concorrer nas próximas eleições, ainda que se orgulhe das conquistas obtidas no Parlamento durante o seu mandato. Entre elas, vice-presidente da Comissão de Agricultura e vice-presidente do Intergrupo pelo bem-estar animal.

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Escândalo atinge Argentina após senadores aprovarem o próprio aumento de 170%

  • Lusa
  • 20 Abril 2024

Senadores da oposição a Milei aumentaram os salários quase 170% numa votação relâmpago sem debate e por braço no ar, o presidente quer reverter essa decisão.

A Argentina registou esta sexta-feira uma polémica, com o aumento de quase 170% que os senadores concederam a si mesmos, numa votação relâmpago sem debate e por braço no ar, num país que enfrenta um choque de austeridade orçamental.

A câmara alta do Congresso votou na quinta-feira, no final da sessão ordinária e em menos de dois minutos, o aumento da remuneração a partir de junho, para cerca de 4 milhões de pesos (4.300 euros, à taxa de câmbio atual) líquidos por mês.

Os senadores da oposição, que dominam o Senado de 72 membros — onde nenhum grupo tem maioria absoluta — votaram a favor do aumento, enquanto os aliados do governo ultraliberal não participaram na votação, sem impedir o quórum, nem solicitar voto nominal, práticas habituais quando não há consenso.

Num país que enfrenta uma inflação de 288%, onde o salário mínimo mal ultrapassa os 202.000 pesos (200 euros) e com 41,7% de pobreza, os meios de comunicação social ‘atacaram’ os parlamentares.

“Assim vive a casta” [política], denunciou, por sua vez, o Presidente ultraliberal Javier Milei através da rede social X, enquanto o ministro da Economia, Luis Caputo, falou de uma vergonha e de um “nível total de desconexão com o povo e a situação económica”.

Deputados de todos os quadrantes tentaram esta sexta-feira acalmar a polémica, com os deputados pró-governo a gabarem-se de não terem votado a favor, e a oposição a acusá-los de hipocrisia por não se terem oposto.

O pequeno partido de Milei, La Libertad Avanza, e os seus aliados da Propuesta Republicana (PRO), partido de centro-direita, anunciaram na sexta-feira que vão apresentar um projeto de lei para reverter esse aumento.

A Argentina registou uma inflação de 211,4% no ano passado, a taxa mais elevada do mundo e a mais elevada do país sul-americano desde a hiperinflação de 1989-1990, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que esta desça para 45% em 2025.

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Metsola pede aos portugueses que “não cedam ao cinismo fácil”

  • Lusa
  • 19 Abril 2024

"Não cedam ao conforto do cinismo fácil nem se deixem influenciar pelas soluções ocas para questões complexas apresentadas pelos extremos políticos", pediu a líder europeia.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, apelou esta sexta-feira em Lisboa ao voto nas eleições europeias de 9 de junho, pedindo aos portugueses que “não cedam ao conforto do cinismo fácil”, enquanto enalteceu o que chamou de “efeito português”.

Se a Europa ainda não é o lugar que querem que seja, compreendam que a responsabilidade de a mudar é tanto vossa como de qualquer outra pessoa. (…) Não cedam ao conforto do cinismo fácil nem se deixem influenciar pelas soluções ocas para questões complexas apresentadas pelos extremos políticos”, pediu a líder europeia, a realizar uma visita a Portugal, durante a cerimónia em que foi distinguida com o grau de doutor ‘Honoris Causa’ atribuído pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), da Universidade de Lisboa.

“Levanta-te, sê a mudança, faz com que a tua voz seja ouvida. Para de esperar que alguém o faça. No dia 9 de junho, vai votar e faz parte desse histórico efeito português”, apelou Metsola. Durante a sua intervenção, a presidente do Parlamento Europeu defendeu que Portugal “é um país que personifica o que significa ser europeu”, com “um povo que simboliza o espírito de resiliência, de solidariedade e de união – valores que a Europa tem de continuar a abraçar”. “É aquilo a que chamo o efeito português”, sustentou.

“Estamos na cidade da Europa – o Tratado de Lisboa definiu a Europa moderna. Em 2007, os líderes europeus, liderados por José Manuel Durão Barroso na Comissão [Europeia], reuniram-se aqui, numa poderosa combinação de simbolismo e ambição orientada para o futuro, para definir o caminho da Europa; isso significou um Parlamento Europeu mais forte mas, mais importante, significou que fomos capazes de enfrentar juntos os desafios da última década e meia. Agora, precisamos de encontrar esse mesmo espírito – essa coragem política – para dar os próximos passos”, sublinhou Metsola.

Portugal, prosseguiu, “compreendeu, mais cedo e talvez melhor do que a maioria, que nunca poderemos ser livres enquanto não formos todos livres, que nunca poderemos estar seguros enquanto não estivermos todos seguros”. “E que uma Europa unida é a melhor garantia para todos os nossos povos”, salientou. Esse “efeito português”, ilustrou, ficou patente quando, dias depois da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, se encontrou em Estrasburgo, França, com um grupo de mulheres e crianças refugiadas ucranianas que se dirigiam para o Porto.

Foi um momento emotivo, mas que mostrou que, mesmo nos momentos mais difíceis, Portugal não fugiu às suas responsabilidades. Dos valores que o guiaram das garras da opressão para a democracia em direção ao coração da União Europeia. (…) Foi o melhor da Europa em exibição”, descreveu. Portugal é “a nação onde a Europa começa” e “a porta de entrada para o resto do mundo”, frisou.

E concluiu: “Da América Latina, da África à Ásia, os vossos laços únicos permitiram que a Europa falasse com uma voz global e ouvisse de uma forma que permite um entendimento comum e protege o multilateralismo”.

A presidente do Parlamento Europeu prossegue hoje a sua visita a Portugal, que tem como principal objetivo combater a abstenção nas próximas eleições europeias, com encontros com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

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