Euribor descem a 6 e 12 meses para mínimos desde final de 2022

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Esta sexta-feira, as taxas Euribor baixaram para a 2,683% a três meses, para 2,577% a seis meses e para 2,465% a 12 meses.

As taxas Euribor voltaram a descer esta sexta-feira nos principais prazos, estando as taxas a seis e a 12 meses em valores mínimos desde os meses finais de 2022, segundo dados da agência de informação financeira Bloomberg.

  • A taxa Euribor a seis meses, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, desceu esta sexta-feira para 2,577%, um novo mínimo desde 16 de dezembro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou esta sexta-feira para 2,465%, um mínimo desde 04 de outubro de 2022.
  • Já a Euribor a três meses caiu esta sexta-feira para 2,683%, um novo mínimo desde 16 de março de 2023.

Em 12 de dezembro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou pela quarta vez este ano e pela terceira reunião consecutiva as taxas diretoras em 25 pontos base, o que tem impacto direto nas taxas Euribor.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do stock de crédito à habitação com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.

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Serviços mínimos baixam adesão à greve do lixo em Lisboa para 60%

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Para o Ano Novo está prevista greve apenas no período noturno, ao trabalho normal e suplementar, entre as 22h00 do dia 1 e as 6h00 do dia 2 de janeiro.

A adesão à greve dos trabalhadores da higiene urbana do concelho de Lisboa ronda esta sexta-feira os 60%, depois de a autarquia ter garantido, com os serviços mínimos, cerca de metade dos circuitos habituais, indicou o sindicato municipal.

Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Nuno Almeida, explicou que na quinta-feira a câmara de Lisboa “fez incidir 46 circuitos dos 105 que costuma haver” e admitiu que isso pode ter feito reduzir um pouco os níveis de adesão.

“Ontem, de dia, estávamos à volta dos 75% a 80%, agora teremos à volta dos 60%”, disse o responsável, explicando que a autarquia aplicou os serviços mínimos mais no serviço noturno, que “é quando se faz a maior parte da remoção”.

Convocada pelo STML e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), a paralisação na área da higiene urbana entre o Natal e o Ano Novo em Lisboa — incluindo a paralisação por dois dias inteiros, na quinta-feira e esta sexta-feira — conta com serviços mínimos na capital, entre quinta-feira e sábado, decretados pelo colégio arbitral da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

“Serviços mínimos que nós achamos que são serviços máximos. Eram 167 trabalhadores por dia que tinham de assegurar os serviços mínimos, muito ao contrário do que no passado tivemos”, disse Nuno Almeida, apontando ainda o facto de estes serviços terem sido decretados para um dia considerado de trabalho suplementar (sábado).

Foi por este motivo e pela desproporção dos serviços mínimos decretados pelo colégio arbitral que o STML apresentou uma providência cautelar, que aguarda ainda decisão do tribunal.

“Ainda não tivemos nenhuma informação em relação à providência cautelar. Vamos ver hoje se há alguma novidade durante o dia. Se vier amanhã já vai tarde”, disse.

O sindicato entende que decretar para serviços mínimos “um terço do trabalho que se faz normalmente é exagerado para o efeito do exercício do direito à greve” e acrescenta que, em paralisações anteriores, os serviços mínimos definidos estavam muito abaixo dos agora decididos pelo colégio arbitral.

Os trabalhadores da higiene urbana do município estão desde quarta-feira e até 2 de janeiro em greve ao trabalho extraordinário, além de pararem por dois dias completos.

Para o Ano Novo está prevista greve apenas no período noturno, ao trabalho normal e suplementar, entre as 22h00 do dia 1 e as 6h00 do dia 2 de janeiro.

Os sindicatos justificam a realização da greve com a ausência de respostas do executivo municipal, liderado por Carlos Moedas (PSD), aos problemas que afetam o setor da higiene urbana, em particular o cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.

Segundo dados do STML, 45,2% das viaturas essenciais à remoção encontram-se inoperacionais, 22,6% da força de trabalho está diminuída fisicamente ou de baixa por acidentes de trabalho e existe um défice de 208 trabalhadores.

A câmara de Lisboa assegurou que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido e tentou, sem sucesso, negociar para que a greve fosse desconvocada, alegando que 13 dos 15 principais pontos do acordo estão cumpridos. Os restantes dois — obras nas instalações e a abertura de bares em todos os horários e em todas as unidades — estão em fase de conclusão, indicou.

Para minimizar os efeitos do protesto, a autarquia decidiu implementar um conjunto de medidas, nomeadamente criar uma equipa de gestão de crise, disponível 24 horas; distribuir contentores de obra, em várias zonas da cidade, para deposição de lixo; pedir aos cidadãos que não coloquem o lixo na rua, sobretudo papel e cartão; apelar aos grandes produtores que façam a sua recolha durante estes dias; e pedir a colaboração dos municípios vizinhos, com possibilidade de utilização de eco-ilhas móveis.

Também hoje e na quinta-feira foi marcada pelo STAL greve no setor dos resíduos urbanos no vizinho concelho de Oeiras e em vários municípios da região Norte.

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Governo “não teve qualquer interferência” na operação no Martim Moniz, diz ministra

Margarida Blasco garantiu, nesta sexta-feira, que a PSP se articulou com o Ministério Público e foi clara a afastar papel do Governo na intervenção policial de dia 19, em Lisboa.

Numa visita a uma operação stop à entrada para a Ponte 25 de Abril, a ministra da Administração Interna falou pela primeira vez sobre o papel do Governo na operação policial decorrida no Martim Moniz. “O Governo não teve qualquer interferência nesta operacionalidade”, assegurou Margarida Blasco aos jornalistas.

Toda a parte operacional deste tipo de operações, que são ações preventivas contra a criminalidade, são plenamente organizadas, conduzidas e coordenadas com as autoridades judiciárias”, afirmou a governante “Nem as forças de segurança se deixavam instrumentalizar”, disse.

Margarida Blasco assegurou ainda que “a PSP, relativamente a essa operação em causa, coordenou toda a operação com o Ministério Público”. “O Ministério Público, como sabem, esteve sempre presente nessa operação. Nós valorizamos o trabalho empenhado das nossas polícias. As polícias têm a sua autonomia em operacionalidade, fazem-no com o Ministério Público, com as autoridades judiciárias”, disse.

Nesta quinta-feira, a SIC noticiou que a PSP não irá avançar com um inquérito à operação efetuada no Martim Moniz no dia 19, por considerar já ter dado as explicações públicas necessárias. A instituição apenas irá responder à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), que, soube-se esta semana, abriu, “por sua iniciativa, um processo administrativo, com solicitação de informações à PSP sobre a referida operação”, informação avançada ao Expresso pelo inspetor-geral da Administração Interna, o juiz desembargador Pedro Figueiredo.

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Governo aprova reprogramação da despesa do novo edifício da PJ em Faro

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Resolução do Conselho de Ministros autoriza a reprogramação dos encargos da empreitada do novo edifício da Polícia Judiciária (PJ) em Faro, um investimento público de cinco milhões.

Uma resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República autoriza a reprogramação dos encargos da empreitada do novo edifício da Polícia Judiciária (PJ) em Faro, um investimento público na ordem dos cinco milhões de euros.

O diploma, aprovado na semana passada, altera a Resolução do Conselho de Ministros n.º 28/2023, de 02 de março, que autoriza a PJ a realizar a despesa global de 5.338.712 euros, acrescida de IVA, nos anos de 2024 e 2025 com a requalificação do edifício que vai receber a Diretoria do Sul da força de segurança.

O documento determina que os encargos não podem exceder os montantes de 5.238.712 euros em 2024 e de 100.000 euros em 2025.

Com um investimento inicial estimado em 4,9 milhões de euros, a empreitada teve o custo atualizado para mais de cinco milhões de euros, dado que, segundo o Governo, “foram identificadas diversas situações que resultam na necessidade do acréscimo da despesa”.

Esse aumento “resulta de trabalhos complementares, de alterações do projeto que, por força do interesse público, foram necessárias devido à imprevista degradação acentuada que o prédio entretanto sofreu, sendo igualmente necessário proceder à prorrogação do prazo de conclusão da empreitada”, é referido.

A Diretoria do Sul vai mudar-se para o antigo edifício da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve (UAlg), enquanto a academia assumirá a posse da atual sede da força policial, na zona histórica de Faro, de acordo com um decreto-lei publicado em janeiro de 2021 em Diário da República.

“Atendendo ao hiato temporal verificado após a decisão de contratar, revela-se necessário proceder ao reescalonamento dos encargos plurianuais autorizados, de forma a conformá-los com o prazo de execução do contrato, o qual decorrerá nos anos de 2024 e 2025, bem como a autorização do valor máximo da despesa”, lê-se também na portaria hoje publicada.

O Conselho de Ministros determinou também que os encargos financeiros são satisfeitos por verbas inscritas, no ano de 2024, nas transferências de receitas próprias entre organismos e no Plano de Recuperação e Resiliência. Em 2025, as receitas próprias do ano serão inscritas como fonte de financiamento.

Estabeleceu-se ainda que “o montante máximo da despesa estabelecido para cada ano económico pode ser acrescido do saldo remanescente do ano que lhe antecede”.

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Vodafone fará “atualizações pontuais” de preços em 2025 a “número reduzido” de clientes

A operadora garante que no próximo ano não subirá os preços à "generalidade" dos clientes, mas admite que procederá a "atualizações pontuais" à inflação.

Semanas depois das principais concorrentes, a Vodafone anunciou esta sexta-feira, 27 de dezembro, a sua política de atualizações de preços para 2025. Ao contrário dos últimos anos, “a Vodafone Portugal não terá atualizações de preços” para “a generalidade dos seus clientes”. Mas a empresa admite que vai realizar aumentos “pontuais” à inflação.

“Haverá casos de atualização pontuais, limitados a um número reduzido de produtos e serviços empresariais, em linha com as condições contratuais”, indicou fonte oficial da Vodafone, numa declaração enviada ao ECO. Estas alterações serão feitas em linha com “a taxa de inflação apurada para 2024” e “serão sempre comunicadas de forma personalizada aos clientes abrangidos”.

Ao contrário do habitual, as três maiores empresas de telecomunicações estão a anunciar estratégias distintas para 2025. No dia 29 de novembro, a Nos informou que “não vai aumentar os seus preços em 2025”, uma decisão que disse ser “transversal” a todos os serviços e tarifários da empresa.

Pelo contrário, a Altice Portugal, dona da Meo, anunciou que “vai proceder à atualização de preços em 2025”, exceto na marca low-cost Uzo e no segmento jovem Moche. A empresa tem previsto um aumento mínimo de 50 cêntimos nas mensalidades.

Esta alteração na política comercial de algumas operadoras acontece num ano marcado pela entrada em Portugal da romena Digi, que, apesar do serviço mais limitado, ofereceu aos consumidores preços mais baixos do que os que eram praticados no mercado e fidelizações de três meses. As três incumbentes reagiram com mudanças significativas nas ofertas das suas marcas low-cost: Uzo (Meo), Woo (Nos) e Amigo (Vodafone).

Quanto à própria Digi, que este ano passou também a ser a dona da Nowo, após a ter adquirido por 150 milhões de euros no verão, a empresa já prometeu que nunca atualizará os seus preços à inflação. Apesar de inicialmente ter previsto essa possibilidade nos contratos, a empresa acabou por abdicar dessa cláusula nas condições, na sequência de uma notícia do ECO.

A taxa de inflação de 2024 só será conhecida já em janeiro, quando o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicar os dados finais do Índice de Preços no Consumidor no dia 13. Na última leitura, referente a novembro de 2024, a variação média dos últimos 12 meses rondava os 2,3%.

No início deste ano de 2024, as operadoras procederam a uma atualização de preços na casa dos 4,3%. No ano anterior, fruto da espiral inflacionista, as mesmas empresas já tinham aumentado as mensalidades em 7,8%.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h24)

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“O TikTok é um enorme painel de feedback, um lugar para experimentar novas fórmulas de comunicação que nem todos estão a aproveitar”

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 27 Dezembro 2024

Teba Lorenzo é Diretora de vendas TikTok Portugal e Espanha. Em entrevista à Fora de Série, ajuda a esclarecer alguns mitos referentes à relação entre o luxo e as redes sociais.

Teba Lorenzo é diretora de vendas do TikTok para Portugal e Espanha

 

Defende que as grandes casas de luxo mundiais estão a mostrar o talento dos seus artesãos através do TikTok e a incutir às novas gerações o gosto pela beleza e pelo savoir-faire artesanal. Acaba por ser uma plataforma educativa, com uma cultura de autenticidade e de comunidade que redefiniu o que as pessoas esperam do luxo hoje em dia. Em paralelo, de acordo com a responsável desta rede social, o TikTok também contribui para uma certa democratização do luxo, no sentido em que dá acesso a experiências em desfiles, ações nos bastidores, participação no processo criativo: “mesmo que estas pessoas não possam consumir estes produtos de luxo, estão mais próximas das marcas. O que ajuda na reputação e confiança”, explica Teba Lorenzo, numa conversa que focou também temas como os influenciadores, as métricas e tecnologias como a Inteligência Artificial.

Quais as principais tendências que observa atualmente no marketing de marcas de luxo no TikTok?

A cultura de autenticidade do TikTok alimenta a descoberta, a transparência e a educação. À medida que o TikTok continua a tornar o mundo do luxo um lugar mais transparente, a cortina que anteriormente existia para proteger as marcas de luxo está a cair para dar às pessoas uma ideia dos processos por detrás da compra de produtos de marca. A nossa relação com as marcas não é apenas uma questão de marketing de produto, mas sim de garantir que os utilizadores do TikTok conseguem compreender a beleza, a história e o savoir-faire por detrás das marcas.

As casas de marcas de luxo estão a mostrar o talento inigualável dos seus artesãos no TikTok, inspirando novas gerações de criativos, demonstrando compromissos de RSE e dando às comunidades uma visão dos bastidores da qualidade dos produtos. Por exemplo, o Comité Colbert estabeleceu uma parceria com o TikTok para lançar um desafio de artesãos aberto a todos os jovens artesãos, aprendizes e entusiastas de ofícios artesanais para encontrar novos talentos e recrutar a próxima geração de artesãos e estilistas, e para proteger o savoir-faire artesanal único. O conteúdo educativo encontra a influência do consumidor: O TikTok funciona como uma plataforma de envolvimento educativo, onde os criadores mergulham na história e nas narrativas por detrás das casas de moda e das pessoas ligadas ao setor. De acordo com o relatório “StateofLuxury” da BCG, esta mistura de entretenimento e informação serve uma nova geração de consumidores de luxo que valorizam o conhecimento, o acesso e a comunidade em detrimento das noções tradicionais de exclusividade e materialismo.

O conteúdo de luxo como um todo está a registar um crescimento de 124% ano após ano no TikTok. De facto, o TikTok redefiniu o que as pessoas esperam do luxo hoje em dia. Na verdade, o público atual da nossa plataforma espera que as marcas se envolvam com os utilizadores e não se limitem a observar. A cultura de autenticidade do TikTok alimenta a descoberta e a inspiração, permitindo que as tendências se desenvolvam e capacitando as marcas de luxo a ligarem-se à comunidade e a desencadearem ações reais. Vale a pena notar que não é preciso associar marcas a todas as tendências. Autenticidade significa escolher cuidadosamente as suas conversas e capitalizá-las. Além disso, o TikTok não se trata de perseguir seguidores, mas sim de encontrar o seu público em locais inesperados.

Como é que estas marcas de luxo podem criar conteúdos que realmente impactem os utilizadores do TikTok, especialmente considerando a natureza dinâmica e jovem da plataforma?

Comecemos por abordar a ideia errada de que a nossa plataforma é apenas para a Geração Z. O TikTok é verdadeiramente independente da idade e acolhe utilizadores de todos os grupos demográficos. A verdadeira essência do TikTok reside nas suas subcomunidades, onde as pessoas, independentemente da sua origem, se juntam devido a paixões e interesses partilhados. Quando se trata de marcas de luxo, sabemos como é importante respeitar a tradição e o património, mas apresentá-los de forma inovadora e contemporânea é o ponto de viragem fundamental para uma plataforma como a nossa. No TikTok, por exemplo, é possível realçar o trabalho artesanal e a perícia por detrás da criação de uma coleção, mas apresentado num formato único e fresco. Em vez de dependerem apenas de celebridades estabelecidas, as marcas estão a recorrer cada vez mais a talentos emergentes e a criadores do TikTok para narrar a história de uma coleção. Estes criadores trazem uma nova perspetiva, mostrando as peças de vestuário, os desfiles e o processo dos bastidores. Envolvem o público mostrando como uma equipa colabora com o designer para dar vida a uma coleção.

Há também uma mudança significativa na dinâmica dos consumidores de luxo. De acordo com o relatório “StateofLuxury” do BCG, espera-se que a Geração Z e os Millennials constituam 75% do mercado de luxo até 2026 (com os Millennials a representar 50-55% e a Geração Z a representar 15-20%). Esta nova geração de consumidores de luxo está mais informada e valoriza a compreensão da história por detrás das suas compras. Estão ansiosos por promover um sentido de comunidade em torno de conhecimentos partilhados e experiências de luxo acessíveis.

Qual o papel dos influenciadores nas campanhas de marcas de luxo no TikTok? Existem características específicas que as marcas devem procurar num influenciador para serem mais eficazes?

As marcas devem colaborar estrategicamente com criadores de conteúdos cujos valores estejam alinhados com os seus, pois este é um passo crucial para garantir o sucesso dos conteúdos. Igualmente importante é promover uma parceria mutuamente benéfica, em que ambas as partes permaneçam com a mente aberta e flexíveis. A marca deve confiar no estilo e no tom únicos do criador, permitindo que o produto seja apresentado autenticamente de uma forma que ressoe com o público do criador. Esta abordagem não só reforça a colaboração, como também aumenta a sua eficácia na promoção do envolvimento e da ligação.

Como é que as marcas de luxo podem manter a sua imagem de exclusividade e autenticidade enquanto se adaptam ao estilo de conteúdo mais descontraído como o do TikTok?

As marcas devem sempre respeitar o património e contá-lo sob novas formas. Numa indústria como esta, é crucial garantir que o prestígio e a autoridade da marca não sejam corroídos. É importante notar que a comunidade TikTok está a alimentar a “democratização” do luxo. As marcas de luxo estão a dar ao público novos níveis de acesso e a criar parcerias abrangentes, levantando a cortina e dando ao público um lugar na primeira fila para experiências de desfile nunca antes vistas, com ação nos bastidores para destacar o processo criativo, os costureiros e o trabalho artesanal. Está a transformar o mundo do luxo num espaço mais transparente e acessível: a cortina que existia anteriormente para proteger as marcas de luxo está a cair para dar às pessoas comuns uma ideia dos processos que estão por detrás da compra de produtos de design. Nem toda a gente pode consumi-los, é certo, mas toda a gente pode sentir-se mais próxima deles, o que ajuda a reputação e a confiança na marca. Os consumidores raramente confiam nas marcas que respondem ao feedback: trata-se de aparecer, mesmo que seja desconfortável. Além disso, o TikTok é realmente um ciclo de feedback em direto: informa as marcas sobre tudo, desde o retalho ao design.

Quais métricas são mais importantes para as marcas de luxo quando avaliam o sucesso das suas campanhas no TikTok? Tem estatísticas que possa partilhar?

O TikTok é uma plataforma única que apoia eficazmente todas as fases do percurso do consumidor, impulsionando os resultados comerciais ao longo do caminho. A viagem no TikTok começa com a fase de descoberta, em que os utilizadores tomam conhecimento das marcas e dos produtos pela primeira vez. Esta plataforma é particularmente poderosa para aumentar o alcance e a visibilidade das marcas de luxo, ao mesmo tempo que oferece uma experiência de marca cultural. De acordo com o nosso inquérito TikTok Marketing Science Global Luxury Insights Survey via Suzy, 65% dos inquiridos descobriram uma marca ou um produto de luxo no TikTok.

A próxima fase chave é a consideração, onde outros 65% dos entrevistados disseram que eram mais propensos a comprar um item de luxo que viram no TikTok. O envolvimento com potenciais clientes é fundamental durante esta fase, uma vez que a criação de uma comunidade em torno da marca e dos produtos aumenta o valor a longo prazo. De facto, é provável que 41% das pessoas sigam uma marca no TikTok depois de fazerem uma compra.

Finalmente, o TikTok desempenha um papel crucial na conversão do interesse do consumidor em compras. De acordo com o estudo, 38% dos inquiridos afirmaram que ver tutoriais com um produto no TikTok foi um fator-chave na sua decisão de experimentar um novo artigo de luxo. Isto leva a um ciclo contínuo, com a fase de descoberta a começar de novo.

Pode partilhar alguns exemplos de campanhas bem-sucedidas de marcas de luxo no TikTok? Qual o segredo do seu sucesso?

As Maisons mais emblemáticas estão a utilizar o TikTok para interagir com a sua comunidade e alterar os seus códigos tradicionais para as Semanas da Moda ou para o lançamento de uma nova coleção. Rousteing e a Balmain fizeram uma parceria com o TikTok para transmitir o seu desfile em direto em @Balmain e @TikTok_France, por exemplo. Também a BOSS elevou a sua passerelle ao apresentar o criador mais seguido do TikTok, KhabyLame, ao lado de ícones como Pamela Anderson e DJ Khaled. Colaborámos de várias formas com instituições culturais de todo o mundo para tornar a arte mais acessível às pessoas. Por exemplo, o TikTok e o Met Gala são reconhecidos por estarem na interseção da criatividade, da arte e da cultura. Estas marcas investiram no envolvimento com comunidades que tiveram um impacto direto na forma como o público se envolve com elas. 45% dos TikTokers seguem marcas de luxo porque gostam da sua abordagem ao TikTok, e 1 em cada 3 diz que a plataforma os inspirou a comprar algo recomendado por um criador na plataforma.

Quais são os maiores desafios que as marcas de luxo enfrentam ao promover seus produtos no TikTok, e como podem superá-los?

Eu diria que, honestamente e como mencionei já, não existem grandes desafios, uma vez que a indústria do luxo foi uma das primeiras a adotar o TikTok. Estamos a assistir a um ecossistema de luxo bastante saudável na plataforma, devido à grande afinidade em torno de valores comuns como a relevância cultural, a criatividade, a arte, etc…

Se tiver de dizer alguma coisa, será que, por vezes, as marcas estão um pouco limitadas por longos processos de aprovação para se expressarem no TikTok. Claro que isto garante a consistência da marca, mas também cria algumas perdas de oportunidade. O TikTok é como um campo de jogos, um enorme painel para obter feedback, um lugar para experimentar novas fórmulas de comunicação, como em nenhum outro lugar, e esta é uma oportunidade que nem todos estão a aproveitar.

De que maneira as novas tecnologias, como a realidade aumentada (AR) e a inteligência artificial (IA), estão a ser utilizadas pelas marcas de luxo no TikTok?

Acredito que a indústria do luxo está sempre recetiva à inovação. Quando as marcas abraçam a ousadia criativa e a experimentação, podem envolver-se diretamente com a sua comunidade, convidando-a a fazer parte da conversa. Recentemente, apresentámos uma gama de soluções de anúncios impulsionadas por IA generativa: Symphony Digital Avatars, AI Dubbing para traduções globais e SymphonyCollective, concebidas para ajudar os criadores e as marcas a produzirem conteúdos que se destacam no TikTok. Estas ferramentas visam ajudar as marcas a expandir as suas campanhas criativas e a atingir as suas metas e objetivos.

Portugal e Espanha são dois mercados muito semelhantes ou nota diferenças entre os dois?

Sim, os mercados são bastante semelhantes. Embora existam algumas diferenças, sinto-me sempre em casa em Portugal, pois ambos os países partilham muitos pontos em comum. Entendemo-nos facilmente, com muitas empresas a operar em ambos os mercados. Os nossos estilos de vida, normas culturais e modos de vida são também muito semelhantes. Gerimos um número significativo de clientes de vários mercados sob a alçada ibérica, o que cria eficiências para todos os envolvidos.

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Segurança Social garante que é possível contratar imigrantes mesmo que não tenham NISS

As empresas não precisam de esperar que os trabalhadores imigrantes tenham NISS para celebrar um contrato de trabalho. O esclarecimento foi dado esta sexta pela Segurança Social.

A Segurança Social esclareceu esta sexta-feira que as empresas podem celebrar contratos de trabalho com imigrantes, mesmo que ainda não tenha sido atribuído a essas pessoas um número de identificação de Segurança Social (NISS).

“O contrato de trabalho é o elemento fundamental para que seja atribuído NISS a um cidadão estrangeiro. Não é necessário que o NISS conste no contrato de trabalho, pelo que as entidades empregadoras não precisam de aguardar que o trabalhador tenha o NISS para celebrar o contrato de trabalho”, lê-se numa nota publicada esta sexta-feira de manhã no site da Segurança Social.

Já depois de o NISS ter sido atribuído ao imigrante, cabe ao empregador comunicar o vínculo laboral, através da Segurança Social Direta (a plataforma online da Segurança Social), regularizando, nessa altura, as obrigações contributivas, isto é, pagando os descontos em falta.

“A regularização da situação contributiva é essencial para garantir o acesso aos direitos e benefícios previstos no sistema de segurança social, contribuindo para a proteção dos trabalhadores e para a sustentabilidade do sistema”, sublinha a Segurança Social.

Este esclarecimento é dado numa altura em que a imigração se tornou num dos temas quentes em Portugal, nomeadamente no que diz respeito ao mercado de trabalho. Com a mão-de-obra nacional a escassear, as empresas têm olhado além fronteiras para dar resposta às suas necessidades de pessoal. Mas persistem dúvidas quanto ao recrutamento e integração desses trabalhadores.

Ainda em outubro, o Público Brasil relatava que “muitos imigrantes” não estavam a conseguir resolver a sua documentação, porque, sem NISS, estavam a ver recusada autorização de residência — e, sem autorização de residência, não estavam a conseguir o NISS. O jornal explicava que, sem NISS, os contratos de trabalho não estavam a ser considerados válidos.

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Produção de pasta de papel parada pelo segundo dia na Navigator em Aveiro

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

A paralisação abrange cerca de 150 trabalhadores. Além de aumentos salariais justos, os trabalhadores reivindicam ainda o fim das imposições da administração e a reposição dos direitos retirados.

A produção de pasta de papel na Navigator em Aveiro continua parada esta sexta-feira pelo segundo dia consecutivo, na sequência da greve de três dias para reivindicar maiores aumentos salariais, disse fonte sindical.

“Mantém-se tudo como ontem [quinta-feira]. A fábrica continua parada e a área da produção de energia continua nos mínimos possíveis para manter os equipamentos em laboração“, disse Paulo Ferreira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Norte (SITE-CN). O dirigente sindical referiu ainda que a greve, que vai no segundo dia, está a ter uma adesão “acima de 60% nos três turnos”.

A paralisação abrange cerca de 150 trabalhadores da Navigator Pulp Aveiro e The Navigator Company (antiga Portucel), situadas no complexo de Cacia. Além de aumentos salariais justos, os trabalhadores reivindicam ainda o fim das imposições da administração e a reposição dos direitos retirados.

A greve foi convocada após várias reuniões infrutíferas ao longo dos últimos meses para negociar com a empresa uma melhoria dos aumentos salariais para o próximo ano.

No início deste ano, The Navigator Company assinou um acordo de dois anos (2024 e 2025) com a Federação dos Sindicatos da Industria e Serviço, que prevê um aumento salarial no próximo ano de 2% com um mínimo de 25 euros.

No entanto, segundo Paulo Ferreira, os trabalhadores entendem que este aumento “não é compatível com os lucros apresentados pela empresa”. “A grande maioria o que vai levar são os 25 euros”, disse o sindicalista, afirmando que as pessoas “não estão satisfeitas”.

Paulo Ferreira referiu ainda que o SITE-CN apresentou uma proposta para um aumento de 150 euros para todos os trabalhadores, tendo baixado este valor para os 125 euros, mas não obteve qualquer resposta por parte da empresa.

A Lusa contactou a empresa e aguarda resposta. A greve começou às 00:00 de quinta-feira e prolonga-se até às 16:00 de sábado.

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“Perplexo” com acusações de extremismo, Montenegro rejeita instrumentalizar forças policiais

Primeiro-ministro rejeita críticas da oposição em reação à ação policial no Martim Moniz e recusa o rótulo de “extremista”. Montenegro sublinha que segurança não é "de esquerda nem direita".

O primeiro-ministro diz-se “atónito” e “perplexo” com as críticas vindas da oposição relativamente à operação de fiscalização conduzida pela PSP, há uma semana, no Martim Moniz. Luís Montenegro classifica as declarações dos partidos políticos como “injustas” e garante que “não há ação policial dirigia a nenhuma comunidade específica“.

Fico perplexo quando ouço determinados argumentos que são de todo em todo inusitados, injustificados”, afirmou o chefe de Governo, esta sexta-feira, numa conferência de imprensa, em São Bento, que serviu para assinalar a tomada de posse dos novos dirigentes do Secretaria-Geral do Sistema de Informações, o embaixador Vítor Sereno, e da Secretaria-Geral do Sistema de Segurança Interna, a procuradora Patrícia Barão.

“Acho absolutamente impróprio que se possa considerar ações de natureza preventiva, policial, em contextos localizados, onde há histórico recente de prática reiterada de crime, como uma expressão de governação extremista”, acrescentou Luís Montenegro, frisando que “a segurança [interna] não é de esquerda ou da direita. É um bem da sociedade e que convém preservar“.

Montenegro rejeita ainda as acusações de que o Governo está a instrumentalizar as autoridades policiais tendo em conta uma agenda política, vincando que “as próprias forças policiais não se deixariam instrumentalizar” pelo Executivo. Pelo contrário, diz Montenegro, “o Governo estará ao lado dos profissionais da PSP, GNR e PJ e todos os serviços dos Estado que garantem legalidade e respeito pelas regras do estado social“, atirou.

Em causa está uma “operação especial de prevenção criminal” conduzida pela PSP, na passada quinta-feira, na zona do Martim Moniz, considerada pelas autoridades como uma zona onde “frequentemente se registam ocorrências que envolvem armas”. A operação previa ainda executar seis mandados de busca não domiciliários.

A operação resultou numa detenção de um cidadão com nacionalidade portuguesa por posse de droga e arma ilegal, além da apreensão de perto de cem artigos contrafeitos e cerca de 1.400 euros em dinheiro vivo, resultado de contrafação.

Na altura, Luís Montenegro rejeitou as críticas que resultaram daquela iniciativa policial, sublinhando que quantas mais intervenções desta natureza as forças de segurança concretizarem, “melhor”.

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Recuperadas nove obras de arte do antigo banqueiro João Rendeiro

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Obras tinham sido vendidas ilicitamente quando o antigo banqueiro estava condenado por crimes de branqueamento.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta sexta-feira ter recuperado um total de nove obras de arte de João Rendeiro que tinham sido vendidas ilicitamente quando o antigo banqueiro estava condenado por crimes de branqueamento.

“Em outubro de 2021, na sequência da fuga de João Rendeiro, e da notícia do descaminho de diversas obras de arte, no âmbito do processo no qual este estava condenado, a Polícia Judiciária encetou diligências tendo em vista a localização e recuperação do produto do crime”, refere a direção nacional da PJ em comunicado.

As diligências incluíram a “expedição de pedidos de cooperação judiciária internacional ao Reino Unido, EUA, França, Espanha, África do Sul, Suíça e Bélgica” e até dezembro de 2024 foram repatriadas nove peças que estavam em Londres.

Este mês foram recuperadas três peças: “Quadro sem título” de Robert Longo (vendida em março de 2021 por 91,5 mil euros); um banco em mármore branco intitulado “Selections from Truisms: A Lot of Professional”, da artista Jenny Holzer (cerca de 150 mil euros) e um banco em mármore preto, “Nothing Will Stop You”, da artista Jenny Holzer (135 mil euros).

“Em setembro de 2024, já havia sido conseguida a repatriação do quadro “Rzochow” do artista Frank Stella, ilicitamente vendido em outubro de 2021″, por 70 mil euros, e que estava em Nova Iorque.

Em janeiro de 2022, foi repatriado o quadro “Piaski”, do artista plástico Frank Stella, que tinha sido ilicitamente vendido em março de 2021, por cerca de 110 mil euros, que se encontrava na Bélgica.

Em Portugal, em 2021, já haviam sido recuperadas outras obras, como os quadros “Seraglio II” (Julião Sarmento), “Dias Quase Tranquilos” (Helena Almeida), “Lag-72” (Frank Nitsche) e “Quadro sem título” (Pedro Calapez).

No comunicado, a PJ recorda que foram arrestados outros bens que pertenciam de modo direto ou indireto a João Rendeiro e à sua mulher, como um apartamento (1,15 milhões de euros), um veículo de alta cilindrada (50 mil euros), saldos bancários em Portugal e no estrangeiro no valor de 514 mil euros.

No conjunto total, as autoridades portuguesas referem que “já foram “arrestados ou apreendidos bens e valores no valor de cerca de 70 milhões de euros”.

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Brisa sobe preços em 52 portagens a 1 de janeiro. Lisboa-Porto custará mais 70 cêntimos

Concessionária de autoestradas aumenta tarifas nos principais percursos de longa distância. No entanto, garante que 44% das taxas de portagem aplicadas a veículos de classe 1 mantêm-se inalteradas.

A Brisa anunciou que a partir de 1 de janeiro de 2025 vai entrar em vigor o novo tarifário de portagem nas autoestradas. Isto significa que “52 das 93 taxas de portagem aplicadas na classe 1 (66% do total) serão atualizadas”.

No caso do percurso Lisboa-Porto pela A1, o preço das portagens para a classe 1 sobe 70 cêntimos e passa a custar 24,60 euros, segundo o comunicado da concessionária. E o percurso Lisboa-Algarve, pela A2, vai custar mais 60 cêntimos, para 23,30 euros. No percurso Marateca-CaiaA2/A6a atualização será de 35 cêntimos para 15,05 euros.

A Brisa explica que as tarifas de portagem vão registar em 2025 uma atualização de 2,21% de acordo com os mecanismos previstos na legislação aplicável. No entanto, a concessionária nota que nem todos os troços de autoestradas da rede Brisa terão aumento, sendo que 44% mantêm-se sem alterações de valor face a 2024.

Fonte: BrisaBrisa

No que respeita aos principais percursos urbanos, o troço A4 Porto-Amarante vai custar mais 25 cêntimos e na A3 Porto-Valença, a subida será de 20 cêntimos.

“Como se tem verificado nos últimos anos, também em 2025 existem casos de taxas de portagem que apresentam uma variação inferior à média ou mesmo nula, sendo que, noutros casos, as taxas de portagem apresentam uma variação superior à média, por não terem sido objeto de atualização em anos anteriores”, adianta a Brisa.

Exemplo disso é a viagem entre Lisboa e Cascais, que mantém o valor de 1,50 euros para um veículo da classe 1.

Brisa vai investir 64 milhões em 2025

Além da atualização nas taxas de portagem, a Brisa prevê no próximo ano investir 64 milhões de euros na rede de autoestradas. O investimento será feito em obras de beneficiação em pavimentos e reabilitação de viadutos e taludes, entre outros trabalhos.

Na A1 e na A4, ambas na região norte, vão também ser realizadas obras para melhorar a mobilidade nas ligações à rede viária exterior, em dois nós de ligação e algumas das áreas de serviço da A1 e da A2 verão ampliada a capacidade de parqueamento de viaturas ligeiras e será reforçada a oferta de postos de carregamento de veículos elétricos onde se tem vindo a verificar mais procura.

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CGA aceita reinscrição de funcionários públicos mas com regras limitadas

Trabalhadores que saíram do Estado após 2006 podem voltar desde que não tenham recebido salário e a interrupção tenha sido involuntária e limitada. Lei não muda decisões dos tribunais mais favoráveis.

A Caixa Geral de Aposentações (CGA), o subsistema de proteção social da Função Pública, vai poder reinscrever trabalhadores que saíram do Estado posteriormente a 1 de janeiro de 2006, desde que a interrupção do vínculo tenha sido “involuntária e limitada no tempo”, sendo que, durante esse período, o funcionário em causa não pode ter exercido atividade remunerada, segundo a lei publicada esta sexta-feira em Diário da República. O diploma vai ter efeitos a 1 de janeiro de 2006, mas não interfere nas decisões dos tribunais mais favoráveis que já tenham transitado em julgado.

Deixam de poder regressar à CGA funcionários que saíram do Estado depois de 1 de janeiro de 2006, data em que o sistema deixou de aceitar novos subscritores, porque decidiram exercer funções no setor privado e agora voltaram à Função Pública.

O diploma, agora publicado, é, no entanto, mais abrangente do que a proposta de lei do Governo que apenas permitia a reinscrição de trabalhadores que se mantiverem em “continuidade” de funções no Estado, isto e, que perderam a ligação à CGA apenas porque mudaram de serviço ou instituto.

No âmbito da discussão na especialidade do diploma, no Parlamento, foram introduzidas alterações que melhoraram e alargaram a abrangência da proposta. Assim, a possibilidade de reinscrição na CGA aplica-se aos trabalhadores em que se verifique que não existiu “qualquer descontinuidade temporal” ou, “existindo descontinuidade temporal, se comprove que esta seja de natureza involuntária, limitada no tempo e justificada pelas especificidades próprias da carreira em que o funcionário ou agente está inserido”, segundo o diploma. Para além disso, o funcionário não pode ter “exercido atividade remunerada durante o período em que interrompeu o vínculo público”, estabelece a mesma lei.

Deste modo, ficam salvaguardados os casos de professores que, por exemplo, viram a carreira interrompida com o termo do ano letivo, tendo ficado depois alguns meses desempregados. E, no concurso seguinte, voltaram a ser contratados para a escola pública.

Estas regras vão ter efeitos a 1 de janeiro de 2006, mas não vão anular decisões dos tribunais mais favoráveis que já transitaram em julgado. “A presente lei não se aplica aos antigos subscritores cuja manutenção da inscrição no regime de proteção social convergente tenha sido determinada em execução de decisão judicial transitada em julgado em data anterior à entrada em vigor da presente lei”, de acordo o diploma. Isto significa que se os juízes já tiverem decidido que um funcionário público pode reinscrever-se na CGA mesmo que tenha interrompido o seu vínculo de trabalho com o Estado, após 1 de janeiro de 2006, a nova lei não poderá desfazer tal sentença.

Inicialmente, o Governo de Luís Montenegro tentou legislar esta matéria sob a forma de um decreto interpretativo, isto é, sem ter de passar pelo Parlamento. Mas o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, travou tal intenção, devolvendo sem promulgação o diploma do Governo, pedindo que fosse “convertido em proposta de lei ou proposta de lei de autorização legislativa”, de modo a “conferir legitimidade política acrescida” a um tema que “dividiu o topo da jurisdição administrativa e merece solução incontroversa”.

O Executivo acatou a decisão do Chefe do Estado e acabou por aprovar uma proposta de lei, a submeter à Assembleia da República, que manteve o mesmo conteúdo do decreto interpretativo. Ou seja, só seria permitida reinscrição na CGA aos trabalhadores que cessaram o seu vínculo de emprego público após 1 de janeiro de 2006, porque mudaram de serviço ou instituto, mas que se mantiverem em continuidade de funções no Estado.

Mas, durante a discussão na especialidade na Comissão de Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, no Parlamento, foram aprovadas algumas alterações ao texto original. Assim, o reingresso passou a incluir os trabalhadores cuja interrupção do vínculo foi “involuntária, limitada no tempo e justificada pelas especificidades próprias da carreira em que o funcionário ou agente está inserido” e que comprovem que não tenham “exercido atividade remunerada” durante o período em que interromperam o vínculo público.

O PS ainda tentou retirar do texto a necessidade de comprovar que o trabalhador não recebeu salário algum pelo exercício de atividade remunerada, mas a proposta foi rejeitada. O diploma acabou por ser aprovado a 25 de outubro, no Parlamento, com os votos favoráveis de PSD, CDS, Chega e PAN e contra de PS, IL, BE, PCP e Livre.

Em julho de 2023, a CGA anunciou a possibilidade de os trabalhadores voltarem ao sistema, na sequência de várias sentenças de tribunais que deram razão aos funcionários públicos que estiveram inscritos antes de 1 de janeiro de 2006, depois saíram, e agora regressaram ao Estado. Mas o então Governo de maioria absoluta socialista de António Costa decidiu suspender essa circular em novembro até avaliar os seus impactos. A lei agora publicada vem clarificar as regras para o regresso à CGA.

Uma das razões que levou os funcionários públicos a querer voltar à CGA tem a ver com o regime das baixas por doença, que é mais benéfico do que o da Segurança Social. Assim, na Caixa Geral de Aposentações, nos três primeiros dias de incapacidade, não há direito a compensação alguma, sendo que a partir do 4.º e até ao 30.º dia de baixa o trabalhador recebe 90% do ordenado. Na Segurança Social, os primeiros três dias também não são remunerados, mas a partir daí e até ao 30.º dia, o subsídio corresponde a apenas 55% do salário.

A partir de 1 de janeiro de 2006, a CGA passou a ser um sistema fechado e deixou de receber novos subscritores. Assim, os trabalhadores que iniciaram ou reiniciaram funções depois de 31 de dezembro de 2005 passaram a estar inscritos no regime geral da Segurança Social.

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