Custo da descida do IRC da AD exige medidas compensatórias no curto prazo

Montenegro conta com crescimento económico e contenção da despesa para financiar a redução do imposto, mas vários economistas alertam para a perda de receita, no imediato, que terá de ser compensada.

A proposta da AD – coligação PSD/CDS de redução transversal do IRC em três pontos percentuais, de 20% para 17%, e de descida da taxa de 16% para 15% nos primeiros 50 mil euros de lucro tributável, até ao final da legislatura, deverá custar cerca de mil milhões de euros, uma perda de receita que será suportada pelo crescimento económico e pela contenção da despesa corrente primária, segundo as contas da força política, liderada por Luís Montenegro. Mas vários economistas consultados pelo ECO alertam que, no curto prazo, a medida “não se paga a si própria”, ou seja, vão ser necessárias contrapartidas: cortes ou um aumento de impostos.

O ainda ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, considera que se o Governo conseguir colocar “a economia portuguesa a crescer próximo dos 3% ao ano”, haverá “recursos para aliviar a carga fiscal em percentagem do PIB”, afirmou, em entrevista ao ECO. De salientar que, em 2024, o PIB teve uma variação homóloga de 1,9%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Para este ano, o Governo projeta um crescimento de 2,4%, meta que Miranda Sarmento confia atingir, como voltou a afirmar esta segunda-feira, apesar de ter arrancado o trimestre com uma contração em cadeia de 0,5%. E espera ultrapassar os 3% no final da legislatura, em 2028 e 2029.

O também cabeça de lista da AD por Lisboa alegou ainda que o programa que a coligação apresentou mostra “um crescimento da despesa muito limitado”. “A despesa em percentagem do PIB reduz-se. O que não significa que a despesa em milhões de euros não continue a crescer, mas essa redução naturalmente também ajuda, por um lado, à redução da carga fiscal e, por outro lado, ao equilíbrio orçamental”, afirmou.

Na apresentação do programa eleitoral, o ainda primeiro-ministro, Luís Montenegro, chegou a fazer o paralelismo com 2014, para demonstrar como a descida do imposto pode impulsionar a receita pelo efeito acelerador na atividade económica. Argumento que não colhe junto dos economistas.

“A ideia de que a descida do IRC ‘se paga a ela própria’ é sedutora e tem alguma base teórica e empírica, mas deve ser analisada com rigor e prudência”, salienta Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que chegou a ser eleito nas últimas legislativas como independente pela AD, mas não chegou a tomar posse, e este ano participa num evento da IL.

“A possibilidade deriva da famosa curva de Laffer (U invertido)”, que mostra uma redução da receita cobrada de um dado imposto a partir de um dado nível de taxa de imposto, devido à evasão e desincentivo à atividade. Assim, admitindo que Portugal estará na fase descendente da curva de Laffer no IRC – o que é plausível, tendo nós a segunda maior taxa efetiva da União Europeia –, então uma baixa significativa da taxa de IRC poderá provocar um aumento da receita cobrada. Contudo, são precisos estudos mais profundos para usar em política económica, requerendo um modelo económico de análise. Por isso, faltou à AD indicar o modelo económico de suporte às estimativas de crescimento, sobretudo o impacto da baixa fiscal e, em particular, do IRC”, segundo o mesmo economista.

Além disso, “este tipo de impacto leva tempo a materializar-se” alerta Óscar Afonso. Assim e, “no curto prazo, a redução do IRC representa uma perda efetiva significativa de receita fiscal e, como tal, tem de ser compensada de alguma forma no modelo usado para manter a sustentabilidade orçamental até que os efeitos positivos sobre a atividade económica e a receita fiscal surjam”, completa.

"No curto prazo, a redução do IRC representa uma perda efetiva significativa de receita fiscal e, como tal, tem de ser compensada.”

Óscar Afonso

Diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto

O economista recorda um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) que indica que a compensação pode ser feita por “via do aumento dos impostos indiretos sobre o consumo”, que “é a que gera menos efeitos adversos (pelo estímulo à poupança) e maior impacto líquido no PIB”, ou por via “da redução das transferências sociais e do consumo público”.

Na mesma linha, Filipe Grilo, docente da Porto Business School, insiste que, “a curto prazo, a descida do IRC proposta pela AD não se paga a ela própria”. “Embora a redução do IRC tenha efeitos positivos no PIB e nos salários dos trabalhadores, o impacto sobre as contas públicas é negativo durante os primeiros dez anos. Só ao fim de uma década o efeito se torna, na melhor das hipóteses, marginalmente neutro — ou seja, o crescimento económico gerado pela redução do IRC seria então suficiente para compensar a perda de receita”, esclarece o economista.

Grilo lamenta que a AD não tenha explicado “essa realidade ao seu eleitorado”. “A descida do IRC não é uma medida autofinanciada no curto prazo, mas sim uma aposta de médio prazo. O que levanta a questão central: como será financiado o impacto orçamental nos primeiros anos?”, pergunta.

“Pelo cenário macroeconómico que a AD apresentou”, o economista aponta que “a resposta parece ser a contenção da despesa pública”. “No entanto, este é um compromisso que levanta dúvidas, tendo em conta o histórico recente de crescimento da despesa. Pedir uma travagem abrupta depois de anos de expansão orçamental seria o equivalente a tentar travar um comboio em alta velocidade — e é legítimo questionar se haverá força política suficiente para assumir esse risco sem consequências”, sinaliza.

O professor da Porto Business School sublinha ainda que é importante “esclarecer que a comparação com a redução do IRC em 2014 é enganadora”. Luís Montenegro fez esse paralelismo, aquando da apresentação do programa eleitoral.

“Quando o PS ainda acreditava que a economia podia ser mais competitiva, fizemos um acordo com o PS e diminuímos em dois pontos percentuais a taxa e a receita desse ano aumentou. A taxa desceu e a receita aumentou, defendeu o chefe do Executivo demissionário. Em 2013, com Pedro Passos Coelho ao leme da governação do país e António José Seguro na liderança dos socialistas, foi assinado um pacto para baixar o imposto sobre as empresas de 25% para 23%, em 2014, e para 21%, em 2015.

Mas Filipe Grilo deita por terra os argumentos de Montenegro. “Nessa altura, a economia portuguesa saía de uma recessão profunda, e os lucros das empresas estavam anormalmente baixos. Como a receita de IRC era, à partida, muito reduzida, bastou uma recuperação normal da economia para manter os níveis de receita fiscal, mesmo com uma taxa de imposto mais baixa. Ou seja, o crescimento económico não foi provocado pela redução do IRC — foi uma normalização depois de anos de crise. O contexto atual é completamente diferente, e é ilusório esperar o mesmo efeito automático”, critica.

"O crescimento económico [em 2014] não foi provocado pela redução do IRC — foi uma normalização depois de anos de crise. O contexto atual é completamente diferente, e é ilusório esperar o mesmo efeito automático.”

Filipe Grilo

Professor da Porto Business School

Além disso, a diminuição da taxa normal, em 2014, de 25% para 23%, foi compensada pela introdução e posterior agravamento da derrama estadual, que varia entre 3% e 9%, quando o lucro tributável é superior a 1,5 milhões de euros, como recorda o Banco de Portugal (BdP). As autarquias podem ainda aplicar uma outra taxa até 1,5%, designada de derrama municipal.

No programa eleitoral da AD, está prevista a eliminação faseada da progressividade da derrama estadual e o fim da derrama municipal. Mas, em entrevista ao ECO, Joaquim Miranda Sarmento já deixou cair essa medida. “Diria que é muito difícil nos próximos anos isso acontecer, porque o nosso foco é reduzir a taxa de IRC”. O governante reconheceu que “a progressividade no IRC distorce o imposto”. Contudo, a sua eliminação terá um “impacto orçamental é muito significativo”, justificou.

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Seguros e longevidade vão ser analisados em seminário insurtech

  • ECO Seguros
  • 13 Maio 2025

A iniciativa propõe uma abordagem 360º às chamadas 3.ª e 4.ª idades, focando-se na inovação aplicada aos ecossistemas de seguros, banca/pagamentos e saúde. O evento é presencial e é gratuito.

A reflexão sobre o envelhecimento da população e os desafios e oportunidades que este traz para os setores da saúde, financeiro e da habitação estará no palco do seminário promovido pela FIF Portugal marcado para o próximo dia 4 de junho em Lisboa.

O evento “Viva a Longevidade com Qualidade e Inovação na saúde, sistema financeiro e habitação” terá lugar nas instalações da Abreu Advogados e contará com a presença de especialistas, startups e representantes de grandes players do mercado.

Organizado pela FIF Portugal – Fórum Insurtech Fintech, o encontro é presencial e de acesso gratuito, embora o acesso ao almoço de networking e reserva de lugares sentados esteja limitado a associados. A associação está a oferecer condições promocionais para novas adesões até 20 de maio, que podem ser consultadas no seu site oficial.

A iniciativa propõe uma abordagem 360º às chamadas 3.ª e 4.ª idades, focando-se na inovação aplicada aos ecossistemas de seguros, banca/pagamentos e saúde e os respetivos impactos nesses setores. A agenda conta com intervenções de representantes de entidades como a Munich Re, que apresentará o estudo internacional Telescope, Marta Ferreira, CEO da Real Vida Seguros, e startups insurtech como Kinetikos e Sioslife. O seminário terá ainda uma introdução sobre o estado do financiamento da reforma, a cargo de Valdemar Duarte, da Ageas Pensões

Em debate estarão os avanços e desafios da inovação nos setores representados, desde soluções que promovem o bem-estar e a autonomia dos mais velhos, até às barreiras resultantes do défice de literacia digital.

A FIF Portugal é uma associação centrada na inovação e produtividade nos ecossistemas dos seguros, banca, pagamentos e saúde que visa promover promover o debate, reflexão, partilha, formação e interação entre os diferentes stakeholders, dos processos e metodologias de inovação – sobretudo ligada a soluções tecnológicas –, impactantes nestes setores. Entre os seus parceiros de referência estão a Abreu Advogados, a Mgen e a PwC. Assim, a FIF dinamiza eventos, partilha de boas práticas e fomenta o contacto entre stakeholders, com especial enfoque em soluções tecnológicas com impacto social.

As inscrições para o seminário estão abertas e os lugares são limitados. Mais informações e adesões podem ser feitas através do site da associação carregando aqui.

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ONU prepara-se para cortar orçamento e postos de trabalho, diz Guterres

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

António Guterres defendeu a urgência de fundir unidades, eliminar duplicações funcionais e estruturais, e cortar nas funções que são desempenhadas noutras partes do sistema.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou esta segunda-feira para a necessidade de tomar “decisões difíceis e desconfortáveis” para enfrentar a crise de financiamento que a organização atravessa, projetando “reduções significativas” no Orçamento e cortes de postos de trabalho.

Numa reunião informal do plenário das Nações Unidas (ONU) para explicar os contornos da “Iniciativa ONU80” – um projeto que visa mudanças estruturais na própria organização multilateral –, Guterres defendeu a urgência de fundir unidades, eliminar duplicações funcionais e estruturais, e cortar nas funções que são desempenhadas noutras partes do sistema.

Esses cortes permitirão eliminar, por exemplo, “20% dos postos” dos Departamentos de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz (DPPA, na sigla em inclês) e de Operações de Manutenção da Paz (DPO) das Nações Unidas, explicou. O projeto prevê um exercício semelhante de racionalização da parte civil das DPO e que todas as atividades antiterroristas sejam centralizadas exclusivamente no Escritório de Combate ao Terrorismo das Nações Unidas.

Noutra frente, foi pedido a todas as entidades do Secretariado da ONU em Nova Iorque e Genebra que revissem as suas funções para determinar se alguma delas “pode ser desempenhada em locais existentes de menor custo ou se pode ser reduzida ou abolida”.

“Ao deslocar os postos de locais de elevado custo, podemos reduzir a nossa presença comercial” em determinadas cidades “e reduzir os nossos custos”, declarou. Guterres indicou que já foram feitas “poupanças consideráveis” em Nova Iorque – cidade onde está localizada a sede da ONU – ao rescindir o contrato de arrendamento de um edifício e a transferir os funcionários para outras instalações existentes.

Esperamos fechar mais dois edifícios quando os seus contratos de arrendamento expirarem em 2027, com poupanças consideráveis”, disse. Embora o orçamento regular da ONU seja o foco imediato do ex-primeiro-ministro português, os esforços de eficiência incluirão “todo o Secretariado em todos os fluxos de financiamento”.

“Esperamos reduções significativas ao nível orçamental geral”, admitiu. A ONU foi severamente afetada por cortes de financiamento do seu maior doador, os Estados Unidos, após a tomada de posse de Donald Trump como Presidente, em janeiro.

A iniciativa de Guterres surge no momento em que as Nações Unidas celebram o seu 80.º aniversário, e numa altura de sérias dúvidas sobre a capacidade da organização de trabalhar na resolução de conflitos, na ajuda alimentar aos mais vulneráveis ou no combate a doenças, entre outros aspetos.

“Estes são tempos de perigo. Mas são também tempos de profundas oportunidades e obrigações. A missão das Nações Unidas é mais urgente do que nunca”, frisou o líder da ONU, frisando que sempre teve como objetivo tornar a Organização mais eficiente, simplificar procedimentos, eliminar sobreposições e aumentar a transparência e a prestação de contas.

“A crise de liquidez que enfrentamos agora não é nova. Mas a atual situação financeira e política acrescenta ainda mais urgência aos nossos esforços. Enfrentamos ameaças reais à própria estrutura, valores, princípios e sustentabilidade do multilateralismo. (…) Temos de estar à altura deste momento”, instou perante o corpo diplomático.

Na sua declaração, Guterres advogou que a medida do sucesso da ONU não se mede pelo volume de relatórios que gera ou o número de reuniões que convoca, mas sim pela “diferença real que faz na vida das pessoas”. Apesar da carga de trabalho da ONU aumentar de ano para ano, os recursos estão a diminuir em todos os setores, contribuindo para isso o facto de que nem todos os Estados-membros pagam na totalidade as obrigações anuais e muitos também não pagam a tempo.

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Trump admite aliviar sanções para permitir “novo começo” para a Síria

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

Antes de partir para o Médio Oriente, o presidente sírio admitiu aliviar as sanções à Síria para que tenham um "novo começo".

O Presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu esta segunda-feira aliviar as sanções contra a Síria para ajudar o país a fazer um “novo começo”, uma posição já saudada pelas autoridades sírias.

“Vamos ter de tomar uma decisão sobre as sanções, que poderíamos muito bem aliviar (…) Queremos permitir que [a Síria tenha um novo começo”, disse o Presidente dos Estados Unidos na Casa Branca, antes de partir para uma digressão pelo Médio Oriente. O chefe de Estado dos EUA acrescentou que tinha discutido o assunto com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um aliado do novo governo sírio, após o derrube em dezembro do presidente Bashar al-Assad por uma coligação islamita.

A Síria é dirigida por um presidente interino, Ahmad al-Charaa, que encabeçou a coligação que pôs fim a cinco décadas de domínio da família Assad. Damasco já saudou as declarações de Donald Trump, que considerou “um passo encorajador para acabar com o sofrimento do povo sírio”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, em comunicado.

O novo governo islamista da Síria está a tentar reconstruir um país devastado por quase 14 anos de guerra civil, que começou em 2011 com a repressão de manifestações pró-democracia, e tem insistido no levantamento das sanções internacionais que datam da era Assad.

Até à data, alguns países, incluindo os Estados Unidos, têm-se mostrado reticentes, afirmando que gostariam de ver primeiro como as novas autoridades exercem o seu poder, nomeadamente em termos de respeito pelos direitos humanos e pelas minorias, antes de levantarem as suas sanções contra a Síria.

Num relatório publicado em fevereiro, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estimava que, ao ritmo atual de crescimento, a Síria não regressaria ao seu nível económico de 2010 antes de 2080. O PNUD sublinhou ainda que, atualmente, nove em cada dez sírios vivem na pobreza e que o Produto Interno Bruto do país é menos de metade do valor registado antes da guerra civil.

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Constitucional confirma perda de mandato de presidente de Gaia Eduardo Vítor Rodrigues

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

Tribunal considerou "não haver inconstitucionalidades quanto à decisão da perda de mandato". Decisão não é definitiva e a defesa do autarca Eduardo Vítor Rodrigues vai apresentar reclamação.

O Tribunal Constitucional (TC) confirmou a perda de mandato do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, condenado pelo crime de peculato, por uso indevido de um carro deste município do distrito do Porto.

A decisão, avançada esta segunda-feira à agência Lusa por fonte judicial, surge na sequência do recurso interposto pelo autarca socialista para o TC, depois de, em outubro de 2024, o Tribunal da Relação do Porto (TRP) ter mantido a condenação de perda de mandato, decidida pelo Tribunal de Vila Nova de Gaia (tribunal de primeira instância), em novembro de 2023.

Segundo a mesma fonte, o TC considerou “não haver inconstitucionalidades quanto à decisão da perda de mandato”. Esta decisão sumária ainda não é definitiva, pois fonte da defesa de Eduardo Vítor Rodrigues adiantou à Lusa que vai apresentar uma reclamação, que, desta vez, será reapreciada em conferência do TC.

A Lusa contactou Eduardo Vítor Rodrigues, que disse não querer fazer comentários. “Não haverá declarações. Mantém-se o recurso no TC, esperando uma decisão final”, indicou o autarca. Em novembro de 2023, Eduardo Vítor Rodrigues foi condenado pelo Tribunal de Vila Nova de Gaia por um crime de peculato de uso, à perda de mandato e ao pagamento de uma multa de 8.400 euros por usar, de forma pessoal, um veículo elétrico do município.

O tribunal de primeira instância condenou igualmente a mulher do autarca pelo mesmo crime ao pagamento de uma multa no mesmo valor, tendo os arguidos recorrido para o TRP. Quanto ao autarca, a Relação do Porto reduziu a multa para 4.800 euros, mantendo a condenação à perda de mandato, segundo o acórdão a que a Lusa teve na ocasião acesso.

O TRP absolveu a mulher de Eduardo Vítor Rodrigues da prática do crime e da multa aplicada, mas manteve a condenação quanto à perda da vantagem obtida. Eduardo Vítor Rodrigues e a mulher, que não estiveram na leitura da sentença da primeira instância, proferida em 14 de novembro de 2023, nunca prestaram declarações em julgamento.

A acusação do Ministério Público (MP) sustentava que os arguidos “decidiram usar, como se fosse seu”, um veículo elétrico adquirido em regime de locação financeira por empresa municipal, na sequência de contrato de ajuste direto celebrado em 13 de outubro de 2017, “mediante o pagamento de uma renda mensal” de 614 euros.

“Em consequência desta atuação”, refere a acusação, os arguidos “beneficiaram indevidamente” de 4.916 euros, valor das oito rendas da locação do veículo – entre novembro de 2017 e junho de 2018. O autarca e a mulher requereram a abertura de instrução, mas o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto pronunciou (decidiu levar a julgamento), em dezembro de 2021, o casal nos exatos termos da acusação do MP, deduzida em janeiro desse ano.

Depois de conhecida a decisão do TRP, a concelhia de Gaia do PSD defendeu que Eduardo Vítor Rodrigues não tinha condições para continuar em funções na câmara. Já a distrital social-democrata questionou as condições do autarca para liderar a Área Metropolitana do Porto. “Eu não vou perder mandato nenhum e vou levar o mandato até ao fim”, garantiu o autarca no dia a seguir a conhecer a decisão da Relação do Porto.

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ECO da Campanha. A espinha na garganta de Montenegro e os “mexericos” sobre o namoro entre a AD e IL

A empresa familiar Spinumviva voltou a entrar na campanha com o líder da AD a criticar a comunicação social. Para o PS, o casamento da AD com IL é "uma mistura explosiva de radicalismo".

Luís Montenegro, presidente do PSD, de visita à feira de Espinho

Luís Montenegro arrancou a segunda semana de campanha a jogar em casa, na feira de Espinho, mas nem por isso se livrou da “espinha” cravada na garganta que provocou a moção de confiança chumbada, a dissolução da Assembleia da República e a convocação das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio. A empresa da família, Spinumviva, nome inspirado na sua terra natal, voltou a entrar na campanha, com o líder do PSD a irritar-se com a comunicação social.

À pergunta sobre se estava arrependido por não se ter desvinculado mais cedo da Spinumviva, Montenegro foi particularmente cáustico. “O senhor não tem mais nenhuma pergunta para me fazer? A RTP está empenhadíssima…”, começou por atirar o líder social-democrata.

Assim que foi corrigido, uma vez que foi a SIC e não a RTP a colocar a questão, o líder do PSD ainda insistiu. “O microfone da RTP é que tem sido insistente… Não sei, querem continuar a fazer as mesmas perguntas há dois e três meses?”, desafiou o social-democrata, sublinhando que “sobre isso” está “muito tranquilo”. No final, considerou que se tratam de “manobras de diversão” que só servem para “distrair os portugueses”.

“Luís Montenegro não se importa que a Spinumviva possa ser tomada por um veículo de influência, que seja um potencial veículo de influência, que os clientes da Spinumviva lá ponham dinheiro sabendo que o primeiro-ministro saberá necessariamente, uma vez que a empresa está na esfera familiar, quem lá põe dinheiro”, atirou Rui Tavares, porta-voz do Livre. “Isto é do menos saudável possível para a política portuguesa”, acrescentou.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, na feira de EspinhoLusa

O líder do PS, Pedro Nuno Santo, também escolheu a feira de Espinho, para o início da campanha desta segunda-feira. Tal como Montenegro é cabeça de lista pelo distrito de Aveiro. Um duelo de titãs em pleno coração da crise política e morada da empresa da família de o líder social-democrata, que a conta-gotas foi revelando os seus clientes.

Vários partidos escolheram a mesma localidade para se fazerem à estrada, incluindo Pedro Frazão, cabeça de lista por Aveiro do Chega. Houve momentos de tensão, o que levou a PSP a intervir e identificar um elemento da JS e o deputado do partido de André Ventura, depois de uma troca de palavras.

Foram ainda lançados os “piropos de campanha eleitoral” para os pensionistas. “Os pensionistas confiam na palavra deste primeiro-ministro, porque sabem que já não é um piropo de campanha eleitoral, num país que tem tranquilidade financeira, e que está habilitado a encarar e superar uma crise que se vai sentindo na Europa e no mundo. Não estamos aqui para lamentar, mas para superar os obstáculos que temos pela frente”, defendeu Luís Montenegro.

As contas públicas também se infiltraram na campanha, depois do ainda ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, ter garantido que espera um crescimento económico de 2,4% do PIB este ano, apesar da contração de 0,5% no primeiro trimestre.

“O ministro das Finanças não tem credibilidade nenhuma. Não há nenhum economista que tenha coragem de dizer que o programa da AD é um programa sério. Qualquer pessoa percebe que a meta prevista já não é possível”, criticou Pedro Nuno Santos.

Tema quente

Valsa entre AD e IL são “mexericos políticos” ou “mistura explosiva”

O secretário-geral socialista fez mira a um eventual acordo pós-eleitoral entre a AD e a IL. Pedro Nuno Santos acusou a coligação de direita de estar “completamente de cabeça perdida”. E dramatizou: “O PSD com a IL é uma mistura explosiva do ponto de vista do radicalismo e do ataque ao Estado Social”.

“Sabemos agora que a AD já tinha tentado antes [da campanha] juntar-se à IL. A AD sozinha já faz estragos. Temos bem a memória do que fizeram quando tivemos uma crise económica e financeira a seguir a 2010: atacaram os trabalhadores e os pensionistas. E o 12º ministro desse Governo era Luís Montenegro [era então líder parlamentar do PSD], que defendeu sempre aquelas políticas. As pessoas não esqueceram”, acrescentou o líder do PS.

Mas Montenegro recusou “distrair os portugueses com mexericos políticos”, em resposta ao pré-acordo proposto à IL, e voltou a apelar aos eleitores para lhe darem “condições de governabilidade e estabilidade para continuar o trabalho” como primeiro-ministro.

Rui Rocha, presidente da IL, em Olhão

Do lado da IL, Rui Rocha disse apenas que “não ficou nada combinado” sobre eventuais acordos eleitorais com a AD e atirou: “Não existimos para passar certificados de bom comportamento à AD, existimos para modificar o comportamento da AD”. Nesta valsa entre AD e IL, Rui Rocha acabou por reconhecer o pedido de namoro e afastou os “mexericos”.

“O que eu afirmei é que antes desta campanha houve tentativa por parte da AD de integrar a IL noutra plataforma. Não desmentiu. Sobre os mexericos, não se trata disso: trata-se de ser transparente e enquadrar os portugueses no contexto de declarações feitas por responsáveis da AD”, revelou.

Face às críticas de Pedro Nuno Santo, o líder dos liberais contra-atacou. “Explosivo é ter estado em negociações, na geringonça, com BE e PCP”, sendo que no caso do BE “integrava nessa altura membros das FP-25”, acusou. “Isso é que é explosivo e radical”, completou. De lembrar que, em 2017 e 2021, foram noticiadas candidaturas de antigos membros das FP-25 (condenados e depois amnistiados) em listas do Bloco.

A figura

Duarte Cordeiro reaparece para apoiar PS e conquistar votos ao Chega

Pedro Nuno Santos, líder do PS, e Duarte Cordeiro, antigo ministro do Ambiente, num almoço na Figueira da Foz

O antigo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e amigo de longa data de Pedro Nuno Santos que, nas eleições do no passado, rejeitou ser candidato a deputado por causa da Operação Influencer, reapareceu na campanha socialista desta segunda-feira para acenar com o inferno de um eventualmente entendimento entre AD e IL e roubar votos Chega.

“Há uma total ausência de visão de Luís Montenegro, este é um Governo que pensa a curto prazo”, pedindo clarificação à AD e IL, afirmou num almoço na Figueira da Foz. O socialista desafiou Montenegro a ser “transparente com os portugueses e dizer até onde vai na negociação com a IL”. Cordeiro disse mesmo que isso “é fundamental para os pensionistas e o eleitorado do centro”, que “tem de saber o que a AD está disponível para negociar com a IL”.

“É que eu não sei e duvido que vocês saibam”, atirou. Para Duarte Cordeiro, o atual Governo “nunca foi posto à prova”, por isso diz “temer o momento em que isso possa acontecer, tendo em conta que não se arrependem do seu passado e não reviram a doutrina”.

Duarte Cordeiro juntou-se, assim, à tentativa socialista de reavivar a memória da troika, considerando que o PSD “nunca se distanciou das políticas da altura, dos cortes nas pensões ou da expressão ‘ir para além da troika”. E isso pode acontecer novamente quando o mundo atravessa “um momento que não é fácil”, com a “ameaça a leste e a ameaça comercial com a nova administração Trump”, completou.

Neste ponto do discurso atirou-se ainda ao Chega, para dizer que as suas posições em relação à administração americana “são uma traição à pátria e à Europa”.

A frase

"Não ficou nada combinado. Não existimos para passar certificados de bom comportamento à AD, existimos para modificar o comportamento da AD.”

Rui Rocha

Presidente da IL

A surpresa

CDU condena invasão russa da Ucrânia depois do aparecimento de Jerónimo de Sousa

Paulo Raimundo, líder da CDU, com o ex-secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa

Depois de a CDU ter ameaçado acionar “todos os meios legais” contra a RTP pelo facto do secretário-geral do PCP ter sido confrontado com a posição do partido relativamente à invasão russa da Ucrânia, durante uma entrevista dirigida por José Rodrigues dos Santos, sem dar uma resposta concreta, Paulo Raimundo clarificou agora que o “partido condena” a ação de Putin.

Numa visita a uma exposição de serigrafia, na escola secundária António Arroio, em Lisboa, o líder dos comunistas foi confrontado por um homem, que gritava a exigir ao secretário-geral que condenasse a invasão russa da Ucrânia.

Raimundo desvalorizou – e ainda procurou o homem para falar com ele no final da ação, apesar de não o encontrar – mas questionado pelos jornalistas sobre se a guerra na Ucrânia era um tema que ainda o perseguia, respondeu assim: “O senhor perguntou se eu condenava, e sim condeno. A resposta é assim tão simples. Nem percebo o alvoroço”.

No domingo, o PCP contou com o apoio do ex-secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que considerou a a liderança de Raimundo uma “surpresa extraordinária”.

Prova dos 9

"Temos mais de 1,5 milhões de pensionistas a ganhar menos de 522 euros e o primeiro-ministro fala do Complemento Solidário para Idosos (CSI) que só chega a 200 mil pensionistas. Não sabe o país que está a governar.”

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou esta segunda-feira que Portugal tem “mais de 1,5 milhões de pensionistas a ganhar menos de 522 euros”. Para além disso, “o primeiro-ministro fala do Complemento Solidário para Idosos (CSI) que só chega a 200 mil pensionistas”. É mesmo assim?

Os últimos dados disponíveis pela Segurança Social, relativamente a 2023, mostram que 66% dos pensionistas de velhice e invalidez do regime geral recebem menos de 480,43 euros, o equivalente ao Indexante de Apoios Sociais (IAS) daquele ano.

Tendo em conta que há 2.209.768 pensões, isto significa que 1.458.446,88 pensões têm direito a um cheque inferior a 480,43 euros. Ou seja, cerca de 1,5 milhões de pensões e não pensionistas – uma vez que um reformado pode receber mais do que uma prestação – auferem menos de 480 euros mensais.

Relativamente ao Complemento Solidário para Idosos (CSI), as últimas estatísticas do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministro do Trabalho indicam que, em março, existiam 216.002 beneficiários. Face ao mês anterior, registaram‐se mais 4.065 contribuintes a receber esta prestação, o que corresponde a um crescimento de 1,9%”, indica o mesmo relatório.

Conclusão: Tendencialmente correto

Norte-Sul

Luís Montenegro arrancou a segunda semana da campanha na feira de Espinho, sua terra natal, como o seu opositor Pedro Nuno Santos. Também Inês de Sousa Real começou a manhã na mesma localidade em contacto com os feirantes.

O presidente do PSD seguiu depois para Chaves e terminou com um comício em Vila Real, enquanto o secretário-geral do PS colocou o GPS para sul. Almoçou na Fogueira da Foz e fechou o dia com um comício em Coimbra.

André Ventura andou pelo Algarve. O líder do Chega começou de manhã cedo com uma arruada em Portimão. Repetiu a mesma ação mais ao final da tarde na praia da Rocha e terminou com um convívio noturno num bar em Faro. A disputar o mesmo eleitorado, coordenadora do BE, Mariana Mortágua, também marcou presença em terras algarvias, mais concretamente em Loulé mas depois partiu para Lisboa.

Rui Rocha, da IL, começou a campanha na capital e terminou com um comício em Leiria. Paulo Raimundo, da CDU, passou por Lisboa e Almada e acabou com um comício em Alpiarça, Santarém. Rui Tavares, do Livre, também escolheu a região de Lisboa, primeiro esteve na capital e depois rumou a Paio Pires, no Seixal. E Inês de Sousa Real, do PAN, fechou o dia em Coimbra.

Esta terça-feira, a caravana de Montenegro arranca em Benavente, passa por Torres Novas e termina com um jantar-comício nas Caldas da Rainha.

Pedro Nuno Santos vai estar todo o dia na zona de Lisboa. O líder do PS começa na Ajuda, almoça em Queluz passa pela Venteira e termina com um comício na Aula Magna. A capital também é o local escolhido pela caravana de Inês de Sousa Real.

Pelo segundo dia consecutivo, o presidente do Chega vai estar no Algarve. Desta vez, vai estar em Tavira, primeiro com uma arruada e termina o dia com um jantar na mesma localidade. Já Rui Rocha, líder da IL, vai estar em campanha em Setúbal.

À esquerda, Mariana Mortágua, do BE, arranca em Setúbal, passa por Lisboa e parte à noite para Braga. Paulo Raimundo, da CDU, vai estar em Lisboa e Sintra e termina com um comício em Coimbra. E o Livre acorda em Santarém e vai dormir a Constância, no distrito de Aveiro.

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Greve cancela circulação de 59% dos comboios programados até ao final da tarde

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

A greve dos maquinistas e dos revisores suprimiu a circulação de 632 comboios, 59% dos 1.071 programados até às 19:00, sobretudo urbanos de Lisboa.

A greve dos maquinistas e dos revisores suprimiu esta segunda-feira a circulação de 632 comboios, 59%, dos 1.071 programados até às 19:00, sobretudo urbanos de Lisboa, indicou a CP. Entre as 00:00 e as 19:00, estavam programados 66 comboios de longo curso e foram suprimidos 43.

No serviço regional contabilizaram-se 187 comboios cancelados dos 252 previstos. Já nos urbanos de Lisboa circularam 250 dos 498 programados. Contabilizaram-se ainda 137 comboios suprimidos dos 227 programados no serviço de urbanos do Porto, enquanto nos urbanos de Coimbra realizaram-se 11 dos 28 previstos.

Neste período, circularam também 99 dos 101 comboios abrangidos pelos serviços mínimos decretados. O Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) cumpre esta segunda o terceiro dia de greve ao trabalho suplementar, a decorrer até quarta-feira, enquanto o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) iniciou este domingo uma greve de revisores e trabalhadores de bilheteiras.

Esta greve é parcial, decorrendo entre as 05:00 as 08:30 de segunda-feira e terça-feira, sendo que na quarta-feira a greve só afeta os comboios de longo curso de forma residual, segundo o sindicato. Para esta greve foram decretados 25% de serviços mínimos.

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Empresa de mineração de bitcoin do filho de Trump quer entrar em bolsa este ano

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

O objetivo é "criar a maior empresa especializada em mineração de Bitcoin do mundo, juntamente com uma reserva estratégica robusta de Bitcoin".

A American Bitcoin, uma empresa de mineração de bitcoin que tem Eric Trump, um dos filhos do Presidente norte-americano Donald Trump, como um dos principais sócios, anunciou esta segunda-feira que vai entrar em bolsa ainda este ano.

A American Bitcoin planeia ser cotada em bolsa através de uma fusão com outra empresa já na bolsa, a Gryphon Digital Mining, uma transação que deve ser concluída no terceiro trimestre deste ano, de acordo com um comunicado conjunto. Depois da notícia ser divulgada, o preço das ações da Gryphon subiu cerca de 300%.

A American Bitcoin vai impor a sua marca na empresa combinada, bem como na equipa executiva e de gestão, que inclui Eric Trump e figuras como o cofundador do Tinder, Justin Mateen, e os atuais sócios deterão 98% do capital. De acordo com a declaração, Eric Trump é uma das forças por trás deste empreendimento, cujo objetivo é “criar a maior empresa especializada em mineração de Bitcoin do mundo, juntamente com uma reserva estratégica robusta de Bitcoin”.

Ao contrário das moedas emitidas pelos bancos centrais, a bitcoin é criada de forma descentralizada através de um processo conhecido como mineração, e os mineradores recebem uma certa quantidade de bitcoin para cada bloco de transações que validam.

Donald Trump mudou radicalmente a posição do Governo dos EUA, e a sua própria posição pessoal, em relação às moedas digitais, prometendo transformar o país em uma das capitais do mundo nesta área, deixando para trás as políticas restritivas do antecessor, Joe Biden.

A ‘mineração’ é uma atividade que consiste em mobilizar infraestruturas informáticas, programas informáticos, processadores e servidores, para efetuar os cálculos necessários à criação das moedas digitais.

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Suspensas cinco mineradoras por crimes ambientais no centro de Moçambique

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

O presidente moçambicano indicou que "por causa do garimpo, todos os rios estão poluídos" e avançou que depois da suspensão das empresas estão previstas sanções.

O Presidente de Moçambique disse esta segunda-feira que foram suspensas as atividades de cinco empresas mineradoras na província de Manica, centro do país, por crimes ambientais e poluição.

Por causa do garimpo, todos os rios estão poluídos (…), neste momento que estamos a falar suspendemos cinco empresas que estão a cometer este crime ambiental, porque as atividades que estão a realizar estão a estragar o meio ambiente”, disse Daniel Chapo, durante um comício em Manica, província que está a visitar.

De acordo com o chefe de Estado, a poluição dos rios dificulta a atividade agrícola, levando até a morte de animais e pessoas na província. “O nosso povo e até os seus animais acabam morrendo porque a água está poluída”, afirmou Chapo.

O Presidente adiantou que, além da suspensão das atividades, as mineradoras serão obrigadas a pagar multas pelo crime. “Se continuarem a poluir o ambiente, até as máquinas que estão lá vamos recolher e até vender a hasta pública”, declarou.

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Exportações de componentes automóveis descem 1,4% até março

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

Entre janeiro e março, destacam-se, pela positiva, as exportações para Espanha (+2,3%) e França (+1,2%). No sentido contrário aparecem as vendas para Alemanha ( -8,8%) e EUA (-7,6%).

As exportações de componentes automóveis fixaram-se em 3.000 milhões de euros no primeiro trimestre, menos 1,4% face ao mesmo período de 2024, com vendas para EUA e Alemanha a descerem, segundo dados apurados pela AFIA.

“No acumulado de março, as exportações de componentes automóveis atingiram os 3.000 milhões de euros, uma diminuição de 1,4% face ao período de janeiro a março de 2024”, indicou, em comunicado, a AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel.

Só em março, estas exportações cresceram 2,1% para mais de 1.000 milhões de euros. Entre janeiro e março, destacam-se, pela positiva, as exportações para Espanha (+2,3%) e França (+1,2%). No sentido contrário aparecem as vendas para Alemanha, que desceram -8,8%, e para os EUA, que caíram 7,6%.

Os números hoje divulgados pela AFIA têm por base as Estatísticas do Comércio Internacional de Bens do Instituto Nacional de Estatística (INE).

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SEDES pede aos partidos contenção rigorosa da despesa corrente e racionalização fiscal

Associação recomenda que objetivos para a redução da dívida pública sejam ambiciosos, mas realistas, e com qualidade das receitas e despesa. Defende também uma reforma fiscal.

A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) recomendou esta segunda-feira aos partidos que sigam uma estratégia de “contenção rigorosa” da despesa corrente e uma racionalização fiscal e lamenta “a ausência de propostas robustas” sobre a reforma da Administração Pública.

Após fazer uma análise comparativa dos programas eleitorais dos partidos com assento parlamentar, a SEDES recomenda que a ênfase da política orçamental seja colocada na variação da dívida pública, mais do que no défice orçamental.

“Os objetivos para a redução da dívida devem ser ambiciosos, mas realistas. E devem ser conseguidos por via do rigor e da qualidade das contas públicas, com contenção das despesas correntes sem juros (cujo peso no PIB aumentou mais de dois pontos percentuais do PIB no último ano)”, aponta.

Segundo a SEDES, essa contenção deverá ser acompanhada da moderação e da racionalização dos impostos, argumentando que a melhoria observada nos saldos orçamentais tem sido conseguida à custa da “manutenção de um nível muito elevado de carga fiscal”, a par da queda dos encargos com juros e da manutenção de níveis relativamente baixos de investimento público.

“Ou seja, para além dos resultados quantitativos, será indispensável garantir a qualidade das despesas e das receitas públicas, pelos efeitos que tem sobre o desempenho da economia, a eficiência das empresas e o bem-estar das famílias”, refere.

A associação apela que o próximo Governo deve adotar uma estratégia macroeconómica “ambiciosa, orientada para a duplicação do crescimento potencial do PIB (de 2% para 4%), sustentada em reformas estruturais claras, bem comunicadas e acompanhadas de medidas de compensação social”.

Reitera ainda a necessidade de uma reforma fiscal “profunda e integrada” e lamenta a ausência de propostas “robustas” na área da reforma da Administração Pública nos programas eleitorais, apelando a “reforma abrangente da Administração assente em auditorias de gestão, simplificação legislativa e revisão dos processos de seleção e remuneração dos altos dirigentes públicos e do setor empresarial do Estado”.

Já no que toca à política habitacional recomenda o aumento da oferta, sobretudo no arrendamento, com recuperação de imóveis existentes, estabilidade legislativa e moderação fiscal, enquanto para a Segurança Social quer uma “transição para um modelo misto (distribuição e capitalização)”.

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Sindicato alerta para caos no terminal de carga da Menzies e exige intervenção das autoridades

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

O SIMA refere que esta segunda-feira “15 camiões aguardavam” para serem descarregados ou carregados.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) denunciou “o caos” no terminal de carga da Menzies, em Lisboa, referindo que a situação se deve “à crónica” falta de trabalhadores e exigindo a intervenção das autoridades e Governo. Em comunicado, o SIMA refere que esta segunda-feira “15 camiões aguardavam” para serem descarregados ou carregados, alertando para o “caos instalado” naquele terminal.

Apontando à “falta crónica de pessoal”, o sindicato refere que a incapacidade da Menzies (antiga Groundforce) em garantir os níveis mínimos de operação representa uma afronta aos direitos laborais e uma ameaça real à cadeia logística nacional, causando ainda danos na imagem do setor da aviação.

Perante esta situação que classifica de “indigna”, o SIMA exige uma fiscalização urgente por parte da ANAC – Autoridade Nacional de Aviação Civil e da Inspeção-Geral do Trabalho para que possam ser apuradas eventuais violações das obrigações contratuais e laborais.

Para o sindicato é ainda necessário que o Ministério Das Infraestruturas intervenha e reavalie o papel da Menzies no sistema aeroportuário português. Em paralelo, exige a responsabilização da ANA/Vinci, que “enquanto concessionária, não pode continuar a pactuar com a degradação dos serviços prestados neste terminal”.

Salientando que esta situação é frequente, o SIMA refere que leva a um “grande número de acidentes de trabalho” pela “pressão a que os poucos trabalhadores existentes estão sujeitos”.

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