BPI antecipa corte de 25 pontos base nas taxas de juro pelo BCE na reunião da próxima semana

Inflação em queda e sinais de fraqueza da economia europeia levarão o BCE a fazer mais um corte das taxas de juro na reunião da próxima semana, antecipam os analistas do BPI.

Os analistas do BPI preveem que o Banco Central Europeu (BCE) volte reduzir as taxas de juro em 25 pontos base na reunião agendada para 17 de abril, passando a taxa de depósitos dos atuais 2,5% para 2,25%, renovando assim mínimos de fevereiro de 2023.

Esta medida daria continuidade ao ciclo de flexibilização monetária iniciado em 2024 e que conta já com seis cortes, num contexto marcado pela desaceleração económica e pela elevada incerteza global.

Esperamos que o BCE baixe as taxas de juro em 25 pontos base […] tanto porque a inflação parece ter acelerado o seu regresso aos 2% como porque a atividade continua a dar sinais de fraqueza num ambiente de incerteza muito elevada e de numerosos riscos”, escrevem os analistas do BPI.

A inflação na Zona Euro tem mostrado sinais de moderação. Em março, a inflação global caiu para 2,2% em termos homólogos (face aos 2,3% registados em fevereiro), enquanto a inflação subjacente recuou para 2,4% (de 2,6% no mês anterior).

Além disso, os analistas do BPI referem que os swaps de inflação caíram acentuadamente desde a divulgação do valor da inflação de março e após o anúncio das tarifas por Trump. “Os swaps passaram a cotar a inflação em cerca de 1,3% em termos anuais no próximo ano e 1,5% em dois anos em 9 de abril.”

Segundo o BPI, esta descida foi impulsionada pelo abrandamento dos preços dos serviços, um indicador que reflete uma dinâmica mais contida nos preços. “Uma parte significativa desta descida foi explicada pelo abrandamento do ritmo de crescimento dos preços dos serviços […] em conformidade com as expectativas do BCE”, refere o documento.

No entanto, os sinais de fraqueza da economia europeia persistem. Apesar de uma ligeira melhoria nos índices PMI da Zona Euro em março – impulsionada pelos setores de serviços em França e Alemanha – o setor industrial mantém-se fraco.

O BCE deverá adotar uma abordagem cautelosa quanto às orientações futuras, vaticinam os analistas do BPI. “No atual contexto de elevada incerteza […], é improvável que este se comprometa com qualquer decisão futura”.

Adicionalmente, os mercados financeiros têm registado uma elevada volatilidade desde a última reunião do BCE, por conta das incertezas geradas pelas tensões comerciais entre os EUA e a União Europeia. Isso tem sido visível pelas quedas acentuadas dos índices acionistas, pela forte apreciação do euro face ao dólar e pelas descidas dos preços da energia.

O recente anúncio de tarifas por parte da administração Trump (seguido dias depois de uma pausa de 90 dias) aumentou os riscos para o crescimento económico na Zona Euro e da economia mundial.

Este contexto de incerteza levou vários membros do Conselho do BCE a apoiar cortes adicionais nas taxas de juro e os mercados a atribuírem uma probabilidade de mais de 90% a uma redução das taxas de juro do BCE, “embora estas expectativas tenham flutuado acentuadamente com os numerosos acontecimentos ocorridos desde a última reunião, em 6 de março.”

Ainda assim, o BCE deverá adotar uma abordagem cautelosa quanto às orientações futuras, vaticinam os analistas do BPI. “No atual contexto de elevada incerteza […], é improvável que este se comprometa com qualquer decisão futura”, sublinha o relatório, com os analistas do BPI A anteciparem que, no médio prazo, “as taxas se aproximem do limite inferior da taxa neutra estimada pelo BCE (1,75%) até ao final do ano.”

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Livre alerta para necessidade de eventual orçamento retificativo

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

Rui Tavares acusou ainda o primeiro-ministro de "propaganda", por anunciar "um pacote de medidas de 10 mil milhões de euros em que na verdade não há dinheiro novo”.

O Livre criticou esta quinta-feira as medidas anunciadas pelo Governo para responder às tarifas aduaneiras impostas pelos EUA, acusando o primeiro-ministro de fazer propaganda e alertando para a eventual necessidade de um Orçamento retificativo.

“Luís Montenegro tem muito jeito para a propaganda e foi isso que foi esta declaração após o Conselho de Ministros, porque anuncia um pacote de medidas de 10 mil milhões de euros em que na verdade não há dinheiro novo”, criticou Rui Tavares, em declarações aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa.

Na opinião do Livre, um primeiro-ministro que “levasse a sério o seu cargo e que não utilizasse os Conselhos de Ministros para operações de propaganda”, estaria neste momento a dizer ao país que uma das primeiras tarefas, possivelmente, do próximo parlamento será a “negociação de um orçamento retificativo, precisamente no período em que acabam estes 90 dias de suspensão temporária das tarifas de Donald Trump”.

O partido manifestou-se disponível para um “debate nacional” sobre este tema, e salientou que o país pode vir estar “em face de uma recessão equivalente” à da pandemia covid-19. Rui Tavares defendeu que este eventual orçamento retificativo pode vir a ser necessário para introduzir mecanismos como um lay-off para empresas que face às taxas aduaneiras se vejam obrigados a despedir funcionários.

“Se conseguem documentar que é por causa dessa guerra tarifária que estão a correr o risco de ter de despedir trabalhadores e se apresentarem um plano alternativo para as suas exportações, pois bem, o Estado deve apoiar essas empresas para que os trabalhadores não sejam despedidos, para que não se perca aquela capacidade e aquela qualificação de gente”, acrescentou.

O líder do Livre criticou o Governo por defender que a prioridade deve ser a negociação com os Estados Unidos da América, contrapondo que o objetivo da União Europeia deveria ser a “resiliência e a autonomia estratégica da economia europeia”.

Rui Tavares disse que tanto o primeiro-ministro como o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, “não conseguiram” escolher entre Trump e Kamala Harris ou entre Trump e Hillary Clinton em recentes eleições norte-americanas e que o Livre avisou que um segundo mandato de Trump “ia ser uma presidência muito mais imprevisível, muito mais autoritária e muito mais inimiga da Europa”.

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Será que Trump manipulou os mercados na guerra das tarifas? Democratas pedem investigação

Mensagem de Trump a apelar à compra de ações pouco antes de anunciar a suspensão das tarifas está a suscitar suspeitas no Congresso. Senadora democrata pede investigação.

Horas depois de terem entrado em vigor as novas “tarifas recíprocas” dos EUA, Donald Trump anunciou a suspensão da medida por 90 dias para dar espaço a negociações. Em reação, Wall Street viveu uma das melhores sessões deste milénio, com o Nasdaq a somar mais de 12%, a sua maior subida desde 2001.

O anúncio apanhou a generalidade dos investidores de surpresa, o que explica a forte reação dos mercados. Mas terá sido uma surpresa para todos?

Dias antes, um rumor semelhante fez as bolsas dispararem por breves instantes, mas foi rapidamente desmentido pela Casa Branca. Publicamente, vários membros da Administração Trump vieram garantir, depois, que o Presidente não iria recuar nas tarifas. Que a nova política protecionista dos EUA veio para ficar.

Agora, em retrospetiva, estão a surgir acusações de que o Presidente dos EUA poderá ter manipulado os mercados em benefício próprio ou dos seus apoiantes, recorrendo à sua rede social.

“THIS IS A GREAT TIME TO BUY!!! DJT” é a mensagem no centro das suspeitas. Foi publicada na quarta-feira à tarde na Truth Social e, traduzindo para português, significa “é um excelente momento para comprar”:

Esta mensagem foi publicada numa altura em que Wall Street estava a sofrer mais um dia de perdas pesadas. No mercado da dívida, os juros das obrigações norte-americanas a 30 anos chegaram, inclusivamente, a superar os 5%, um desempenho particularmente preocupante, dado que a dívida dos EUA é vista como o ativo financeiro mais seguro do mundo (no mercado secundário, os juros das obrigações movem-se no sentido inverso ao dos preços).

Neste contexto, a mensagem de Trump foi interpretada como um apelo à compra de ações. Mas não uma ação qualquer. A sigla DJT identifica e corresponde ao ticker do Trump Media & Technology Group, uma empresa cotada no Nasdaq de que o próprio Donald Trump é o maior acionista. Minutos depois da mensagem do Presidente, as ações desta empresa estavam a disparar mais de 6%, em forte contraste com o resto do mercado.

Algumas horas depois, surgiu outro post de Trump a anunciar a suspensão das tarifas aduaneiras por 90 dias, bem como o agravamento das taxas sobre as importações de bens da China, causando um autêntico alvoroço nos mercados. É esta cronologia que pode vir agora a ser alvo de escrutínio no Congresso dos EUA.

Para a senadora democrata Elizabeth Warren, o apelo à compra foi “uma mensagem” de Trump para os seus “amigos multimilionários”. Uma espécie de aviso do que estava aí para vir. “Terá sido manipulação do mercado? Terá sido corrupção à vista de todos?”, questionou a democrata.

“Precisamos de uma investigação independente sobre manipulação de mercado, porque os americanos têm de saber se o Presidente Trump ou alguém da sua Administração manipulou o mercado em benefício dos seus apoiantes”, rematou a senadora, numa declaração partilhada pela própria na rede social X.

 

Na câmara baixa do Congresso surgiram outros apelos vindos da oposição. Também numa publicação no X, a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez disse ser “tempo de banir o insider trading no Congresso”, uma alusão ao crime de negociação nos mercados financeiros com informação privilegiada.

“Qualquer membro do Congresso que tenha comprado ações nas últimas 24 horas deve provavelmente tornar isso público agora. Tenho ouvido algumas conversas interessantes no terreno. O prazo para a divulgação é 15 de maio. Estamos prestes a descobrir algumas coisas”, escreveu a congressista.

A acompanhar a publicação da congressista estava um tweet de Spencer Hakimian, fundador de uma empresa de gestão de ativos, notando que a escalada do Nasdaq nesse dia começou “minutos antes” do anúncio da suspensão de 90 dias. “Não tem bom aspeto de todo”, apontou o investidor.

Já passava da meia-noite em Washington quando surgiu a última mensagem do Presidente na Truth Social: “Que dia, mas mais dias excelentes a caminho!!!”.

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Associações de consumidores pedem mais fiscalização a comissões e juros cobrados pelos bancos

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

A Deco diz ser "muito positiva" a intervenção do Banco de Portugal quando detecta práticas lesivas, mas diz que a "situação deveria ter sido identificada mais cedo, evitando prejuízos prolongados".

As associações de defesa dos consumidores Deco e Ius Omnibus pedem mais fiscalização do Banco de Portugal a comissões e juros cobrados pelos bancos, considerando que o caso conhecido esta semana revela fragilidades na atuação do supervisor bancário.

O Banco de Portugal (BdP) divulgou, na quarta-feira, que os bancos devolveram 22 milhões de euros aos clientes bancários em 2024 por comissões e juros indevidamente cobrados, sendo que 15,5 milhões de euros são referentes à devolução por um banco. Em causa está o facto de o banco ter determinado a perda indevida de bonificação do valor do spread a clientes com crédito em mora.

O banco central não identificou o banco e, questionado posteriormente pela Lusa, também não indicou quantos clientes foram prejudicados e depois ressarcidos. Fonte oficial apenas explicou que a situação de cobrança indevida se prolongou entre 2018 e 2022.

À Lusa, a associação de defesa dos consumidores Deco diz ser “muito positiva” a intervenção do Banco de Portugal quando deteta práticas lesivas dos direitos dos consumidores, mas também considera que o facto de este caso acontecer “revela fragilidades significativas na supervisão preventiva do mercado”.

Esta situação deveria ter sido identificada mais cedo, evitando prejuízos prolongados para milhares de consumidores. A gravidade da situação é ainda maior, pois ocorre num contexto de mora por parte do consumidor, o que por si só já configura uma situação de vulnerabilidade e desigualdade, dada a assimetria de poder entre o banco e o cliente”, refere a Deco.

Para a Deco, é essencial que o BdP “reforce a sua atuação enquanto regulador e supervisor, não apenas de forma reativa, mas também preventiva”. Por seu lado, a associação de defesa do consumidor Ius Omnibus considera “essencial que exista uma supervisão efetiva, independente e rigorosa das práticas comerciais dos bancos, em especial no que respeita à cobrança de comissões e outros encargos aos consumidores”.

Para a associação – que tem em tribunal vários processos contra os principais bancos por considerar que, entre 2002 e 2013, os clientes foram lesados nos juros dos créditos – é essencial o “reforço da fiscalização e da transparência no setor bancário”.

“Têm vindo a ser detetadas práticas abusivas que, frequentemente, passam despercebidas à generalidade dos clientes, quer pela sua complexidade, quer pela forma como são comunicadas”, diz a Ius Omnibus.

Também a Deco diz que frequentemente os clientes não têm conhecimento técnico ou jurídico necessário para identificar cobranças ilegítimas ao mesmo tempo que confiam nos bancos “para garantir que as condições contratuais sejam justas”.

Para prevenir mais situações destas, a Deco defende o reforço da fiscalização periódica das práticas bancárias pelo BdP, com “maior rigor na supervisão”, que seja divulgado publicamente o nome dos bancos infratores e ainda que haja mais investimento na educação financeira dos consumidores, com informação clara e acessível sobre os seus direitos e deveres no âmbito dos contratos bancários.

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Dstgroup à procura de estagiários para o verão. Paga 870 euros mensais brutos

Dstgroup tem 25 vagas para estágios de verão, que decorrerão entre julho e setembro. Paga 870 euros mensais brutos.

O dstgroup anunciou esta quinta-feira que está à procura de 25 estagiários para o verão, aos quais garantirá a remuneração mensal de 870 euros brutos. Há oportunidades em diversas áreas, da engenharia civil às telecomunicações, passando pelo desenho técnico.

“Queremos aproximar os estagiários das realidades e dos desafios do mundo do trabalho, em particular nas áreas em que atuamos”, sublinha o diretor de recursos humanos, José Machado, citado numa nota enviada às redações esta tarde.

Os estágios em causa vão decorrer entre junho e setembro, e dirigem-se aos jovens que estejam a frequentar “qualquer tipo de ensino, seja profissional ou superior“.

“Os estágios estão direcionados para as seguintes áreas: Engenharias Civil, Eletrotécnica, Eletrónica Industrial e Computadores, Mecânica, Energias Renováveis, Telecomunicações e Informática; Gestão e Sistemas de Informação; Mas também Mecânica Automóvel; Desenho Técnico e Maquinação; Preparação e Gestão de Obra; Soldadura Avançada e Técnico de Manutenção Industrial”, detalha o dstgroup, que indica que as candidaturas devem ser feitas online.

No último ano, o grupo recebeu mais de 700 candidaturas paras as 48 vagas de estágio de que dispunha. “Dos candidatos que já tinham o seu percurso escolar concluído, dois alunos transitaram para contrato de trabalho e um para estágio profissional. Dos que ainda estavam no decurso do ano académico, admitimos nove para estágio curricular“, detalha o grupo.

O dstgroup desenvolve a sua atividade na área da engenharia e construção, ambiente, energias renováveis, telecomunicações, e imobiliário.

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Supremo contraria Allianz: Desvios no regresso a casa não invalidam seguro de acidentes de trabalho

  • ECO Seguros
  • 10 Abril 2025

Allianz foi condenada a pagar pensão vitalícia, indemnização e despesas a mulher que caiu dentro de um autocarro ao não ir diretamente do trabalho para casa. STJ considerou acidente de trabalho.

A Companhia de Seguros Allianz foi condenada a indemnizar uma trabalhadora da Santa Casa da Misericórdia que sofreu um acidente no regresso a casa. A mulher caiu dentro de um autocarro, o que acabou por levar à remoção de um rim. Os tribunais consideraram que o acidente estava coberto pelo seguro de acidentes de trabalho. Apesar do recurso apresentado pela seguradora ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), este confirmou a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), avançou a CNN Portugal (acesso gratuito).

A seguradora tentou afastar a sua responsabilidade argumentando que o acidente ocorreu fora do tempo razoável para o percurso entre o trabalho e casa, dado que a funcionária teria feito desvios para compras pessoais. Alegou ainda que tal comportamento se tratava de um “capricho” que quebrou a ligação direta entre o trabalho e o trajeto de regresso. No entanto, os tribunais entenderam que essas interrupções não descaracterizam a natureza do acidente como sendo de trabalho.

Segundo o TRL, a caminhada e as paragens feitas pela trabalhadora podem ser consideradas meios alternativos de locomoção e necessidades legítimas. O STJ reforçou esta ideia, afirmando que o acidente se insere no conceito de acidente de trabalho, já que resulta do risco associado à deslocação entre o local de trabalho e a residência. ”Tanto a doutrina como a jurisprudência têm vindo a ampliar as situações que cabem nas interrupções ou desvios que não obstam à consideração do acidente como de trabalho, numa interpretação alargada do conceito que, sem ultrapassar a letra da lei, radica no sentido teleológico das pertinentes normas”, lê-se no acórdão do supremo citado pela CNN Portugal.

Assim, a Allianz foi condenada a pagar uma pensão vitalícia anual de 9.323,66 euros desde novembro de 2022, uma indemnização de 40.942,24 euros pelo período de incapacidade temporária absoluta para o trabalho, e 6.528,66 euros em despesas médicas. A seguradora terá ainda de suportar os custos futuros de psicoterapia semanal e medicação diária.

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Antecipar a meta dos 2% do PIB em Defesa era “inevitável”, diz Marcelo

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

Marcelo Rebelo de Sousa afirma que um maior gasto em Defesa era "o segredo mais mal guardado no mundo porque já todos tinham percebido que Portugal andava a arrastar isso”.

O Presidente da República considerou esta quinta-feira que antecipar a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) investimento em Defesa era “inevitável e o segredo mais mal guardado do mundo”.

“Eu vejo como inevitável, é o segredo mais mal guardado no mundo porque já todos tinham percebido que Portugal andava a arrastar isso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à entrada para a Universidade Fernando Pessoa, no Porto, onde está a dar uma aula. “Eu quando falei com o senhor Trump [Presidente dos EUA] no primeiro mandato já ele me perguntou como é que estávamos e nós estávamos em 1,48%, agora estamos melhor do que isso, mas não estamos em 2%”, recordou.

Segundo o chefe de Estado, a diferença é que no primeiro mandato Donald Trump foi simpático e achou que para Portugal isso valia 2%, agora está menos simpático porque está com mais força e quer jogar mais forte. “Esse espírito de aventura e de risco é assim. Portanto, exige mais, sobe a parada e não há outra maneira senão finalmente cumprir os 2%”, afirmou.

Na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, deve pedir-se, no âmbito da NATO, duas coisas: primeiro que os americanos também acompanhem na medida do possível e segundo perceber para que é que é preciso mais dinheiro e quem é o adversário. “Eles [EUA] gastam mais, mas se começarem a falar em 5%, eles não gastam 5%. Portanto, se querem que os europeus gastem 5% também têm que gastar”, considerou.

Depois, é preciso perceber para que é que é preciso mais dinheiro e qual é o adversário. “Percebia-se qual era o adversário até há um mês e meio. Agora, se o adversário é outro, é a China, já não é a Rússia, se o adversário é o terrorismo, já é outra coisa qualquer”, concluiu.

O primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira que Portugal vai antecipar a meta de atingir 2% de investimento em Defesa do Produto Interno Bruto, que estava prevista para 2029, mas sem detalhar para quando, dizendo que implicará “consenso político amplo”.

“Com sentido de responsabilidade e de forma gradual e sustentada, vamos antecipar a meta de atingirmos 2% do nosso PIB de investimento na área da defesa que estava previsto até 2029”, anunciou Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros dedicado a responder às tarifas aduaneiras dos Estados Unidos.

O Presidente da República afirmou ainda que era esperável que o crescimento de 2025 não acompanhasse o crescimento de 2024 e 2023, considerando que esses anos que foram excecionais. “Já era esperável. O próprio Governo já tinha dito isso”, disse. E acrescentou: “Nós tivemos um ano excecional, foi o ano passado, e outro excecional que foi em 2023. Já se sabia que 2025 iria ser um ano em que era difícil acompanhar o crescimento de 2024 e 2023”.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) prevê um saldo orçamental nulo para este ano e um regresso aos défices em 2026, devido a medidas de aumento da despesa pública, segundo as previsões divulgadas esta quinta-feira, num cenário em políticas invariantes.

“Para 2025 projeta-se um saldo orçamental equilibrado (0,0% do PIB), embora a projeção seja sensível a alguns fatores como o grau de execução do investimento público, dos empréstimos Plano de Recuperação e Resiliência e evolução dos impostos diretos, em particular do IRS, e da utilização de mecanismos de contenção orçamental, pelo que não se pode excluir a possibilidade de um ligeiro excedente orçamental”, indica o CFP.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que o Governo de Luís Montenegro já tinha admitido que ia diminuir o ritmo de crescimento e começar a pagar os juros da dívida. Há dívida contraída no quadro dos fundos europeus que começa a ser paga a partir do próximo ano, acrescentou.

“Portanto, isso o que é que significa? Significa que, tal como o Governo já tinha dito, ou se fica equilibrado ou se fica com um ligeiro défice”, vincou. O chefe de Estado ressalvou que, se se complicar a situação internacional, “faz sentido que se diga que tanto pode ser uma coisa tangencial como pode ser uma coisa tangencialmente negativa”.

Mas isso, acrescentou, só se saberá em 2026. Nas Perspetivas Económicas e Orçamentais 2025-2029, a CFP aponta para o regresso a uma situação de défices orçamentais a partir de 2026, “na hipótese de manutenção das políticas em vigor”.

A estimativa é de um défice de 1% do PIB em 2026 e para os anos seguintes até 2029 perspetiva-se uma estabilização do défice orçamental em torno de 0,6% do PIB.

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Menos de 10% do plástico produzido no mundo é reciclado

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

Os autores concluíram que das 400 milhões de toneladas de plástico produzidas durante o ano, pouco menos de 38 milhões de toneladas (9,5%) foram produzidas a partir de plástico reciclado.

Menos de 10% dos materiais plásticos produzidos no mundo em 2022 foram fabricados a partir de produtos reciclados, indica uma análise global divulgada esta quinta-feira.

As conclusões da análise abrangente ao setor, publicadas na revista científica “Communications Earth & Environment”, indicam igualmente que houve um grande aumento da quantidade de plástico eliminado por incineração, e que há diferenças regionais substanciais no consumo de plástico.

A produção de plástico, indica o estudo (divulgado pela editora “Springer Nature”), aumentou de dois milhões de toneladas por ano em 1950 para 400 milhões de toneladas por ano em 2022. Prevê-se que atinja os 800 milhões de toneladas por ano em 2050. Por isso, dizem os autores, a poluição por plástico “é uma questão global premente e crescente, que coloca grandes desafios ao ambiente, à economia e à saúde pública”.

Quanyin Tan, da Universidade de Tsinghua, China, com outros autores, fez a análise global, regional e detalhada usando dados de estatísticas nacionais, relatórios da indústria e bases de dados internacionais. Os autores concluíram que das 400 milhões de toneladas de plástico produzidas durante o ano, pouco menos de 38 milhões de toneladas (9,5%) foram produzidas a partir de plástico reciclado.

As restantes 362 milhões de toneladas foram produzidas a partir de combustíveis fósseis, predominantemente carvão e petróleo. Outros dados ainda indicam que no mesmo ano cerca de 268 milhões de toneladas de plástico foram eliminadas, das quais apenas 27,9% foram enviadas para triagem e potencial reciclagem.

No entanto só metade do plástico enviado foi de facto reciclado, tendo 41% do plástico triado sido incinerado e 8,4% enviado para aterro. Diretamente para aterros foram enviadas 36,2%, enquanto 22,2% foram enviadas diretamente para incineração.

Os autores notam que a percentagem total de resíduos plásticos globais enviados para aterro em 2022 (mais de 40%) diminuiu significativamente em comparação com os 79% estimados de todos os resíduos plásticos globais enviados para aterro entre 1950 e 2015.

Os Estados Unidos registaram o maior consumo de plástico per capita, com uma média de 216 quilos consumido por pessoa nesse ano, enquanto a China foi o país que consumiu mais plástico em termos globais – 80 milhões de toneladas por ano.

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Donnet com apoio reforçado para se manter CEO da Generali

A contestação à gestão do CEO do grupo Generali Phillipe Donnet vai perdendo força à medida que novos apoios se alinham para a assembleia geral de 24 de abril e o dividendo sobe 11% em relação a 2023.

Entre as grandes seguradoras mundiais, a vida acionista do grupo italiano Generali tem sido das mais debatidas. O conselho de administração terá de ser reconduzido ou nomeado para o próximo triénio na próxima assembleia geral (AG) a realizar em Trieste, Itália, em 24 de abril próximo e o seu CEO, Philippe Donnet, enfrenta a contestação do terceiro maior acionista Francesco Gaetano Caltagirone, cujos 6,2% do capital correspondem a um investimento de 3,4 mil milhões de euros. Este sugere seis novos nomes para administração de 13 elementos do topo do grupo, arriscando o poder de decisão a ficar muito difícil.

Philippe Donnet deverá ser nomeado para o quinto mandato como CEO da Generali com o apoio dos resultados da companhia e do maior acionista.

A oposição também conquistava a família Del Vecchio segunda maior acionista com 9,7% do capital, o patriarca Leonardo Del Vecchio – segundo a Reuters – considerava Phlippe Donnet pouco ambicioso na expansão da Generali, privilegiando os dividendos. Com a morte deste, em 2022, sucedeu-lhe Francesco Milleri, e a Delfi, holding da família, tem reforçado na Generali e já revelou pretender crescer a sua posição até aos 20% do capital.

Em contestação também estava a família Benneton e os seus 4,8% de capital e votos. Segundo a Reuters, na próxima AG ainda surgirá uma terceira lista de nomeados para a administração, apresentada por um grupo de gestores de fundos.

Por outro lado, a private equity e maior acionista Mediobanca, tem 13% do capital, que promoveu em 2022 a terceira reeleição de Donnet à frente da seguradora está apoiá-lo para o quinto mandato, 2025-2027. Neste desejo Donnet tem também o apoio das duas mais influentes proxy advisors – a Glass Lewis e a Institutional Shareholder Services (ISS), firmas contratadas por investidores institucionais para aconselhamento sobre questões de governança e votações em AG nas múltiplas empresas em que investem.

A seguradora italiana tem mais de 81% disperso em bolsa, dos quais 55% entre acionistas desconhecidos, ou seja, não ativos no quotidiano, mas atentos à vida financeira da empresa. A gestão de Donnet refletem – segundo a própria Generali – “a eficácia do plano estratégico Lifetime Partner 24: Driving Growth que superou as metas estabelecidas e reforçou a posição financeira sólida da empresa”.

Dividendo sobe quase 12%

O novo plano estratégico da Generali é esperado durante este ano para o horizonte 2027, mas o atual ciclo fecha-se com prémios brutos emitidos a atingirem 95,2 mil milhões de euros, um aumento de 14,9% em relação ao ano anterior, resultado de um aumento por um aumento de 19,2% no segmento de seguros de Vida – que representa 62% dos prémios globais – e de 7,7% no segmento de Não Vida.

O Resultado Operacional alcançou um valor recorde de 7,295 mil milhões de euros, um crescimento de 8,2%, com desempenho positivo em todos os segmentos de negócio e uma contribuição significativa da área de Gestão de Ativos e Património, enquanto o rácio de solvência situou-se em 210%, ligeiramente abaixo dos 220% registados em 2023, devido “ao impacto de aquisições e de um programa de recompra de ações”, explica o relatório da empresa.

O lucro líquido ajustado foi de 3,77 mil milhões de euros, um aumento de 5,4% acima do ano ano anterior, e Donnet propôe um dividendo de 1,43 euros por ação, representando um aumento de 11,7% em comparação com o ano anterior. A capitalização bolsista da Generali atingiu cerca de 48 mil milhões de euros, à cotação desta quarta-feira.

Na última semana, com altos e baixos de acordo com a turbulência dos mercados, a cotação da Generali na Bolsa de Milão foi-se mantendo entre os 29 e os 31 euros, preço alvo indicado pela JP Morgan. No entanto, o Barclays é mais pessimista, recomendando venda, embora tenha subido o seu preço alvo de 24 para 25 euros. Nos últimos 12 meses a cotação das ações Generali subiu quase 32%.

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UE fez bem em reagir “com serenidade” na guerra comercial, diz Marcelo

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

O Presidente de República sugeriu que Trump é "imprevisível" e que isso "significa que não se podem esgotar todos os trunfos, não se pode racionar a quente”.

O Presidente da República afirmou esta quinta-feira que a União Europeia (UE) fez bem em reagir com serenidade, sem pressa e ponderadamente à aplicação de tarifas aduaneiras por parte dos Estados Unidos.

“A União Europeia fez bem em reagir com serenidade, sem pressa e ponderadamente. E Portugal fez bem primeiro porque tem que atuar concertadamente com a União Europeia”, disse Marcelo Rebelo de Sousa à entrada para a Universidade Fernando Pessoa, no Porto, onde está a dar uma aula.

A União Europeia (UE) decidiu fazer uma pausa de 90 dias na introdução de taxas aduaneiras em resposta às adotadas por Washington para “dar tempo uma oportunidade à negociações”, anunciou esta quinta a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Reafirmando que a Europa esteve bem perante aquilo que estava em causa, o chefe de Estado frisou que estamos perante alguém que é imprevisível, referindo-se ao Presidente dos EUA, Donald Trump.

“E imprevisível significa que não se podem esgotar todos os trunfos, não se pode racionar a quente”, salientou. A primeira tentação era agir rápido e em força, mas não é o mais inteligente, tendo feito bem todos aqueles que inspiraram fundo e esperaram para ver o que é que ia acontecer, sublinhou.

“E depois viram que afinal o que ia ser não era o que parecia que ia ser, porque é o estilo dele [Presidente dos EUA], o jogador é assim, joga forte e depois vê qual é a reação dos outros. São fortes ou não são fortes, negoceia-se ou não se negoceia”, disse.

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Como uma ideia de gestão criou um destino gastronómico no Algarve

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 10 Abril 2025

Pastelaria fina, chocolate de autor e café com latte art: o Glee Boutique Café nasceu no Tivoli Vilamoura como projeto de autor e promete tornar-se marca exportável. Um prazer para os sentidos.

No coração do Tivoli Marina Vilamoura, entre o vai e vem de hóspedes, bagagens e sol algarvio, existe um pequeno refúgio que junta três palavras improváveis num mesmo conceito: boutique, pastelaria e felicidade. O Glee Boutique Café, nascido da visão cosmopolita de Rui Lopes, Diretor de F&B do grupo e mentor do projeto, é uma ideia com alma, uma resposta sofisticada à informalidade da praia, uma boutique sensorial que conquista os sentidos — e a curiosidade de quem entra.

Tudo começou com um sonho trazido de Londres. “Fui para lá fazer um mestrado, e a experiência de viver numa cidade multicultural abriu-me horizontes. Uma coisa é viajar. Outra é viver a fundo aquela realidade. A minha vida era estar em hotéis: tomava lá o pequeno-almoço, almoçava nos bares, jantava nos spots mais trendy…”, conta Rui. De regresso ao Algarve, e já com a nova visão estratégica da Minor Hotels em marcha, surgiu a vontade de criar um bar de hotel à altura dos melhores do mundo. Assim nasceu o The Argo, hoje considerado o melhor bar de hotel de Portugal e vencedor do prémio Condé Nast de melhor cocktail bar da Península Ibérica.

O passo seguinte foi dar continuidade a essa experiência diferenciadora — mas agora à luz do dia. A pandemia adiou o projeto, mas não o travou. “Quisemos criar um espaço complementar ao The Argo. E percebemos que 40% dos nossos clientes vinham de fora do hotel. O Glee Boutique Café surge, então, como resposta a essa procura. Queríamos um lugar que fosse tudo menos óbvio.” Um espaço onde se pudesse saborear pastelaria fina francesa, chocolate artesanal e café com latte art, entre a elegância da loiça Vista Alegre e os acordes delicados de uma guitarra portuguesa.

O nome diz tudo: Glee. Um estado de felicidade tranquila e contagiante. O projeto vive dessa leveza sofisticada, inspirado pela estética do luxo contemporâneo — aquele que não impõe, mas convida. “Tínhamos um chef de pastelaria excecional, o Patrick Mestre, com formação francesa e um talento que não estávamos a conseguir aproveitar. Ao mesmo tempo, havia um espaço desaproveitado no lobby, uma zona de passagem que transformámos em experiência. Em vez de souvenirs, oferecemos sabores únicos para saborear aqui ou levar. É a nossa forma de reinventar o conceito de boutique de hotel.”

A oferta assenta em três pilares: pastelaria de inspiração francesa (com macarons de pistácio, avelã ou erva-príncipe), bombons artesanais com sabores inesperados como miso, vinho do Porto ou tamarindo, e cafés especiais servidos com rigor e arte. Tudo preparado com um olhar atento ao detalhe, da apresentação à sazonalidade.

Nesta primavera, a coleção de Páscoa do Glee revela-se como uma pequena obra-prima. O chef Patrick, como já é tradição na casa, desenhou criações que aliam inovação a um certo espírito lúdico, com ovos e figuras em chocolate de autor, combinações ousadas de ingredientes e caixas-cenário que encantam à primeira vista. Pensadas para surpreender e tornar-se o presente ideal para quem gosta de partilhar algo realmente especial.

A marca, que já se testou com sucesso no Tivoli Avenida em Lisboa em formato pop-up, está pensada como um conceito “chave na mão”, pronto a ser replicado em outras geografias. “O Glee é como uma bíblia. Está desenhado, tem identidade, equipa, produto e filosofia. É uma marca que pode viajar”, diz Rui. E com a fidelidade crescente do público britânico — com uma cultura sensível ao ritual do chá e ao prazer da pastelaria elegante — o futuro parece promissor.

Glee é isto: um estado de espírito feito de sabor, luz e ideia bem executada. Uma boutique de felicidade, onde tudo se come com os olhos — e se guarda na memória.

Uma Páscoa elementar com assinatura Glee

Inspirada nos quatro elementos da natureza — Fogo, Terra, Ar e Água — a nova coleção de Páscoa do Glee Boutique Café transforma o chocolate e a pastelaria fina em expressão artística e sensorial, com alma algarvia. Como se de uma pintura da região se tratasse, cada criação evoca um traço da paisagem: o brilho do mar, a força das serras, a luz do sol e a brisa quente do sul.

A “Pastry Collection” apresenta quatro ovos de Páscoa exclusivos (8 euros/unidade), todos verdadeiras sobremesas de autor.
Fogo – bolo Genoise de Chocolate Ruby, compota e mousse de frutos vermelhos e pimenta rosa
Terra – biscoito de cenoura e especiarias, crocante de noz, goma de cenoura e mousse de Chocolate Arriba
Ar – palitos La Reine com ganache de café, stracciatella e mousse de mascarpone
Água – bolo de três leites com praliné de avelã e mousse de miso e laranja
A completar esta edição especial, a Coleção de Ovos de Chocolate — com o requinte de um Fabergé comestível — oferece cinco variedades (preto, branco, Ruby, dourado e Arriba), disponíveis em dois tamanhos: XS (8 euros) e XL (entre 25 e 32 euros).
Para saborear ou oferecer, é a tradição pascal reinventada com criatividade, detalhe e sabor. Disponível no Glee, até esgotar.

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Programa eleitoral. Livre propõe salário mínimo de 1.250 euros em 2029

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

Propostas constam do programa eleitoral preliminar do Livre e cuja versão final será votada pelos membros do partido este fim de semana no seu XV Congresso, em Lisboa.

O Livre quer criar um fundo para financiar políticas de habitação que permita investir mil milhões de euros anuais em casas públicas e propõe que o Salário Mínimo Nacional atinja os 1.250 euros em 2029, insistindo na “herança social”.

Estas propostas constam do programa eleitoral preliminar do Livre, ao qual a Lusa teve acesso, e cuja versão final será votada pelos membros do partido este fim de semana no seu XV Congresso, em Lisboa.

Na área da habitação, o Livre propõe a constituição de um “Fundo para as Políticas para a Habitação Pública” que tem como objetivo “financiar de forma contínua e consistente o aumento do parque público de habitação, a sua reabilitação e os programas conducentes às políticas públicas de habitação”.

Através desde fundo, o partido pretende “atribuir mil milhões de euros anuais para a habitação pública, com vista a alcançar, a longo prazo, os 600 mil fogos, quer para habitação social como para arrendamento a preços acessíveis”.

O Livre propõe que este fundo – que serviria também para apoiar programas já existentes de apoio à habitação pública como o 1.º Direito – seja financiado através de sobretaxas aplicadas aos lucros de empresas dos setores da banca, seguros, imobiliário e “do aumento da tributação sobre imóveis de elevado valor patrimonial”, além de verbas previstas no Orçamento do Estado.

Num extenso capítulo dedicado à habitação, o Livre propõe alcançar a meta de 10% de habitação pública até 2040, e a revogação da atual garantia do Estado na compra de primeira habitação. O Livre volta a sugerir a criação de um programa intitulado “Ajuda de Casa”, que financiaria “até 30% do valor de mercado do imóvel, sob a forma de um empréstimo de capital próprio”.

“Para prevenir incentivos à especulação imobiliária, exigir-se-á que o custo da habitação não ultrapasse o valor médio do m2 aferido pelo INE para o município correspondente e a tipologia do imóvel esteja em linha com a composição do agregado familiar”, lê-se na proposta.

Nesta versão preliminar, o partido insiste numa das suas principais bandeiras: estudar a criação de uma “herança social”, instrumento no qual cada criança nascida em Portugal recebe um montante, “segundo critérios de progressividade considerando os rendimentos dos progenitores“, ao qual pode aceder quando fizer 18 anos, “no valor médio de cinco mil euros”.

Este instrumento seria financiado “a partir da tributação das grandes fortunas e das grandes heranças”. Recentemente, o PS propôs no seu programa eleitoral que todas as crianças nascidas a partir do início deste ano recebam 500 euros em certificados de aforro, uma espécie de “pé-de-meia” para o início da vida adulta – medida que o Livre tem defendido ter sido inspirada na sua “herança social”.

No setor do trabalho, o Livre propõe atingir 1.250 euros de Salário Mínimo Nacional em 2029 e rever as taxas e escalões do IRS, “promovendo o aumento da sua progressividade”, sem especificar como. Taxar os “super-ricos” mantém-se como uma das principais propostas do partido que quer também rever o atual modelo de IRC, criticando o facto da taxa geral, atualmente situada nos 20%, privilegiar “sobretudo as grandes empresas”.

O Livre insiste ainda na criação de um programa piloto “com vista à implementação faseada de um Rendimento Básico Incondicional”, com uma verba de 30 milhões e duração superior a dois anos. Alargar o atual prazo para a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) das atuais 10 para 14 semanas e regulamentar a morte medicamente assistida estão entre os objetivos do partido para a próxima legislatura.

Na área da mobilidade, o Livre avança com a criação de um “Passe de Mobilidade Nacional”, juntamente com as diversas Autoridades de Transportes, as Áreas Metropolitanas e as Comunidades Intermunicipais, “que abranja o transporte urbano, suburbano, regional, de médio curso e flexível nos modos rodoviário, ferroviário, fluvial e de mobilidade ativa”.

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