Portugal entra no grupo dos 13 países com menor risco económico

Os países ibéricos são a exceção positiva no relatório deste ano da seguradora de crédito COFACE quanto à robustez das suas economias. Melhor do que Portugal só Dinamarca, Noruega e Suíça.

Portugal entrou no grupo dos 13 países com melhor avaliação de risco país, anunciou esta terça-feira a seguradora de crédito francesa COFACE, na conferência anual de Risco País, realizada em Paris e assistida por 3 mil pessoas. A seguradora analisa 160 países, dos quais 82 mais em profundidade pela sua dimensão e importância económica global. Com rating A1, o melhor, classifica apenas 3 países, e 10 com rating A2, terminando no rating D que inclui Irão, Iraque, Líbia, Sudão, Venezuela e Zimbabwe.

Xavier Durand, CEO da COFACE, destacou a robustez de Portugal e Espanha para entrar num 2025 global que, diz, será “um mergulho no desconhecido”.

A análise foi realizada antes do anúncio do agravamento de tarifas pelos Estados Unidos, mas Bruno Moura Pinheiro, responsável pela análise macroeconómica da COFACE, não prevê – mesmo que se concretizem as ameaças de Trump – impactos diretos ou indiretos graves para Portugal.

A nota de rating A2 revelada para Portugal é um degrau acima da A3 registada há um ano no mesmo relatório. Em A1, o topo, estão Dinamarca, Noruega e Suiça. Os países ao mesmo nível de Portugal são Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Países Baixos, Singapura e Taiwan, para além de Espanha, outro dos fenómenos positivos de exceção registados pela COFACE para 2025.

Para 2025, o departamento de estudos económicos da COFACE que conta com mais de uma dezena de economistas e liderar pesquisa em todas regiões do mundo, a seguradora prevê uma subida do PIB de 2%, os mesmos 2% para a taxa média de inflação, um superavit de 0,3% nas contas públicas e um terminar do ano com 93% no rácio da dívida pública sobre o PIB.

As perspetivas divulgadas apontam para que o consumo das famílias continuará dinâmico devido ao aumento da população ativa – através da imigração -, pela subida de 8% no salário mínimo e pela baixa de impostos sobre o rendimento (IRS).

Também o investimento – segundo a COFACE – contribuirá para o crescimento através de encaixes dos fundos europeus, e conclui que “apesar das negociações frutuosas no orçamento do Estado para 2025, o governo de centro direita de Luís Montenegro continua frágil devido à ausência de maioria no parlamento”.

Como pontos fortes de Portugal são indicados o potencial em matéria de energias renováveis – hidráulica, eólica e fotovoltaica -, uma absorção de fundos europeus acima da média, um baixo custo de mão-de-obra nas indústrias emergentes – alimentar e eletrónica -, uma crescente atração de talentos estrangeiros e uma indústria de turismo dinâmica.

Como ponto negativos a COFACE aponta um sistema jurídico que funciona lentamente, o rápido envelhecimento da população, infraestruturas insuficientes e fraca produtividade em comparação com a restante zona euro.

A COFACE enquadra a análise de uma operação de seguro de crédito, ou seja a de garantir o pagamento dívidas comerciais caso o devedor falhe, primeiro através da análise do risco global económico, político e social de cada país, num segundo nível através do setor económico onde opera e, mais detalhadamente, a empresa que ficará devedora do fornecedor, este último é o cliente da seguradora.

Em relação aos riscos setoriais para a Europa Ocidental, onde se inclui Portugal, a COFACE vê boas perspetivas para o agroalimentar, farmacêutico e tecnológico, e riscos elevados para os setores Automóvel, Construção, Metalúrgico e Têxtil/Vestuário.

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Fórum para a Competitividade acredita ser “fácil” crescer acima de 2% este ano

Fórum para a Competitividade destaca efeito de arrastamento do crescimento do PIB na reta final do ano passado. Meta para este ano é credível, a menos que cenário internacional não o permita, aponta.

O Fórum para a Competitividade considera “fácil” que o crescimento da economia portuguesa supere os 2% este ano, caso não exista uma “mudança radical” da conjuntura internacional. Na nota de conjuntura divulgada esta quarta-feira, assinala que o forte desempenho registado na reta final de 2024 tem um importante efeito de arrastamento para este ano.

O forte crescimento trimestral do PIB português do final do ano melhora muito a base para 2025, pelo chamado efeito carryover. A menos de uma mudança radical do cenário internacional (que não é impossível no atual quadro de incerteza), será fácil crescer acima dos 2% em 2025″, refere a nota assinada pelo diretor do gabinete de estudos da instituição, Pedro Braz Teixeira.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,7% em termos homólogos no quarto trimestre e 1,5% na comparação em cadeia. No conjunto do ano, o avanço foi de 1,9%, uma décima acima do esperado pelo Governo.

O Fórum assinala que se não houvesse qualquer crescimento em todos os trimestres de 2025, ainda assim, o crescimento do ano seria de 1,3%. “Um crescimento trimestral muito modesto de 0,3% já daria um aumento do PIB de 2,1% no corrente ano“, aponta. O Ministério das Finanças prevê um crescimento da economia portuguesa de 2,1% este ano.

Ainda assim, realça que “o ambiente internacional está difícil, a que se soma uma economia da zona euro que, ainda antes destes eventos, tem revelado alguma fraqueza e sucessivas revisões em baixa do crescimento, sobretudo nas suas duas maiores economias, a Alemanha e a França”.

“As descidas de taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) deverão contribuir para amenizar estes efeitos, mas de forma parcial, até por parecer que se está a chegar ao fim dos cortes, faltando mais três cortes, o próximo dos quais em março”, indica.

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Desemprego recua para 6,4% em 2024 e fica abaixo da previsão do Governo

Desemprego de 2024 foi de 6,4%, de acordo com o INE. Em causa está uma redução de 0,1 pontos percentuais face a 2023, o que mostra a estabilidade do mercado. Previsão do Governo era menos otimista.

O mercado de trabalho teve um melhor desempenho no último ano do que o Governo estava a prever. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego situou-se em 6,4%. Ora, o Executivo estava a contar com uma taxa de 6,6%. Já a população empregada atingiu o valor mais elevado desde 2011.

“A taxa de desemprego situou-se em 6,4%, diminuiu 0,1 pontos percentuais em relação a 2023 e correspondeu à segunda taxa de desemprego anual mais baixa desde 2011“, informa o gabinete de estatísticas num destaque publicado esta manhã.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2025, o Governo tinha indicado que estava a contar que o desemprego ficasse em 6,6% em 2024, agravando-se face aos 6,5% registados em 2023. Porém, não foi isso que aconteceu: a taxa de desemprego não só não aumentou (até caiu ligeiramente), como ficou abaixo da projeção do Executivo de Luís Montenegro.

Importa notar que a previsão do Ministério das Finanças era, contudo, a mais pessimista. Por exemplo, o Conselho das Finanças Públicas estava a contar com uma taxa de 6,5%, o que acabou por ser também menos otimista que a realidade.

Já a Comissão Europeia, o Banco de Portugal e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acertaram em cheio, isto é, previam uma taxa de desemprego de 6,4% em 2024, o que se confirmou, segundo os dados agora conhecidos.

Segundo o INE, o peso do desemprego de longa duração (pessoas que estão sem trabalho há, pelo menos, 12 meses) também diminuiu em 2024: 36,9% dos desempregados estavam nessa situação, menos 0,8 pontos percentuais do que no ano anterior.

Numa nota menos positiva, a taxa de desemprego jovem (16 aos 24 anos) aumentou 1,1 pontos percentuais, para 21,6%. Apesar de o mercado de trabalho, no seu conjunto, continuar a dar provas de resiliência e estabilidade, o desemprego jovem tem persistido em níveis elevados. É uma “entorse” do mercado nacional, nas palavras da ministra do Trabalho, que garante que o Governo está atento a essa situação.

Emprego em máximos de mais de dez anos

Num ano em que o desemprego recuou, a população empregada engordou para o valor mais elevado desde 2011, dá conta o gabinete de estatísticas na nota divulgada esta manhã. Em causa estão cerca de 5,1 milhões de indivíduos empregados.

“No ano de 2024, a média anual da população empregada foi estimada em 5.112,3 mil pessoas e aumentou 1,2% (61,1 mil) em relação ao ano anterior, tornando-se no valor mais elevado desde 2011“, assinala o INE.

Contas feitas, em 2024, a taxa de emprego situou-se em 56,4%, tendo aumentado 0,1 pontos percentuais em relação a 2023.

Já a população ativa cresceu 1,1% entre 2023 e 2024, chegando a quase 5,5 milhões de pessoas. “A taxa de atividade da população em idade ativa situou-se em 60,2%, o que corresponde ao mesmo valor que havia sido observado em 2023”, sublinha o INE.

Emprego e desemprego terminam o ano a subir

Além dos dados anuais, o INE publicou hoje as estatísticas do mercado de trabalho relativas aos últimos três meses de 2024 e deixam perceber que o ano terminou com o emprego e o desemprego a aumentar.

No quarto trimestre de 2024, a população empregada foi composta por cerca de 5,1 milhões de pessoas, mais 0,2% do que nos três meses anteriores e mais 1,3% do que há um ano.

A proporção da população empregada em teletrabalho, isto é, que trabalhou a partir de casa com recurso a tecnologias de informação e comunicação, foi de 20,5% (1 057,8 mil pessoas), mais 1,3 pontos percentuais do que no terceiro trimestre de 2024“, salienta o INE.

Por outro lado, a taxa de desemprego foi estimada em 6,7%, valor superior em 0,6 pontos percentuais ao do trimestre anterior e em 0,1 pontos percentuais ao do trimestre homólogo.

“A subutilização do trabalho abrangeu 625,5 mil pessoas, o que correspondeu a um acréscimo de 6,8% (40,1 mil) em relação ao trimestre anterior e a um decréscimo de 3,1% (20,2 mil) relativamente ao período homólogo. De modo semelhante, a taxa de subutilização do trabalho, estimada em 11,1%, aumentou trimestralmente (0,7 pontos percentuais) e diminuiu em termos homólogos (0,5 pontos percentuais)“, remata o INE.

Atualizada às 11h46

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Comporta recebe três empreendimentos de luxo no valor de 120 milhões de euros

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  • 5 Fevereiro 2025

ACA reforça presença na Comporta com três empreendimentos de luxo que totalizam 131 mil metros quadrados de construção num valor de mais de 120 milhões de euros.

A ACA consolida a sua posição como referência na construção de empreendimentos de luxo e turismo, ao assumir a responsabilidade por três projetos exclusivos na Comporta, uma região de elevada sensibilidade ambiental. Estas obras, que totalizam 131.000 m² de construção e estão avaliadas em 120 milhões de euros, refletem o compromisso da empresa em aliar qualidade, inovação e sustentabilidade.

A concretização destes empreendimentos exige um profundo respeito pela natureza, pelas dunas e pela fauna e flora locais, adotando procedimentos construtivos que valorizam e preservam o ecossistema envolvente. Esta abordagem responde à exigência ambiental e à responsabilidade que este tipo de intervenções impõe.

Além da complexidade técnica, os projetos implicam a mobilização de centenas de trabalhadores, um esforço possível graças à robusta capacidade logística da ACA. Em áreas onde as infraestruturas de suporte são limitadas, a ACA assegura condições adequadas, garantindo conforto e dignidade às suas equipas, reafirmando o seu compromisso com as pessoas e o ambiente.

A escala e a exigência destes empreendimentos confirmam a liderança da ACA no setor da construção, destacando a sua habilidade para executar projetos de alta complexidade em regiões desafiantes. Para a Comporta, estas obras representam mais do que construções de luxo – são um passo significativo no reforço do seu posicionamento como destino turístico de excelência, promovendo desenvolvimento sustentável e reconhecimento internacional.

  • Sublime Comporta Villas: Um projeto inspirado no conceito Feng Shui, que une o charme da vida rural alentejana à proximidade do mar. Com 43 villas de luxo e quatro edifícios públicos (Eventos, Praça, Wellness e Staff), este empreendimento prioriza privacidade e contacto com a natureza. As moradias térreas, com piscinas e jardins privativos, estão rodeadas de um pinhal autêntico, oferecendo tipologias entre V2 e V4 com áreas de 350 a 575 m². Em execução há 12 meses, as obras de estrutura e infraestruturas exteriores avançam, prometendo uma experiência de vida única e autêntica.
  • Comporta Beach & Golf Resort: Situado junto ao campo de golfe de Troia, este empreendimento de 62.500 m² incluirá um hotel de 5 estrelas, quatro blocos de apartamentos, 37 moradias e um conjunto de infraestruturas de lazer e desporto. As fundações e movimentação de terras já estão em progresso, prometendo transformar este espaço numa referência de luxo e requinte, num local de incomparável beleza natural.
  • NUMA Hotel Rural em Grândola: Este empreendimento turístico rural é composto por um conjunto de edifícios organizados em três zonas distintas. A zona central integra receção, restauração, SPA e áreas comerciais, enquanto as zonas B e C oferecem, respetivamente, 11 e 10 villas de luxo com tipologias V2 e V4. Todas as villas estão equipadas com piscinas privativas e foram desenhadas para garantir máximo conforto e exclusividade. Este projeto aposta no desenvolvimento sustentável e numa arquitetura que privilegia o ambiente e a tranquilidade da região.

Com esta intervenção de grande escala, a ACA demonstra, mais uma vez, a sua capacidade de superar desafios, respeitar o meio ambiente e criar soluções diferenciadoras que elevam os padrões da construção em Portugal.

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Testamento de Aga Khan revelará hoje qual dos filhos será o sucessor

  • Lusa e ECO
  • 5 Fevereiro 2025

A escolha do novo líder da comunidade ismaelita, que vive espalhada pelo mundo, recairá sobre um dos seus três filhos homens: Hussain, Rahim e Aly, que têm percursos e perfis diferentes.

O sucessor de Aga Khan, que morreu esta terça-feira em Lisboa, aos 88 anos, é nomeado pelo próprio em testamento, a abrir 24 horas após a morte do príncipe dos ismaelitas.

A escolha do novo líder da comunidade ismaelita, que vive espalhada pelo mundo, recairá sobre um dos seus três filhos homens: Hussain, Rahim e Aly, que têm percursos e perfis diferentes.

Hussain Aga Khan nasceu em Genebra (Suíça), em 1974, e preside ao comité executivo da Agência Aga Khan para o Habitat (AKAH), onde se dedica sobretudo à redução do risco de desastres e gestão de emergências na Ásia Central, Paquistão e Índia.

Faz também parte da administração do Fundo Aga Khan para a Cultura (AKTC), dedicado ao ambiente construído e ao restauro do património cultural e integra o comité da AKDN para o Ambiente e o Clima, que trabalha em questões ambientais e no impacto das alterações climáticas.

Enquanto fotógrafo da vida selvagem, tem participado em várias expedições e dedica a maior parte do tempo à fotografia subaquática.

É fundador da ‘Focused on Nature’, uma organização dedicada à conservação e proteção de espécies ameaçadas e em perigo, e aos esforços de conservação dos habitats.

Hussain Aga Khan formou-se no Williams College, em Massachusetts (EUA), com um bacharelato em Artes.

Em 2004, obteve um Mestrado em Relações Internacionais pela Escola de Relações Públicas e Internacionais de Columbia, tendo como principal área de estudo o desenvolvimento económico e político, com foco regional no Médio Oriente e no Norte de África.

Rahim Aga Khan é o filho mais velho de Shah Karim al Hussaini, príncipe Aga Khan, 49.º Imam hereditário dos muçulmanos ismaelitas.

Nasceu em 1971 e formou-se em 1995 na Universidade Brown (EUA) com um bacharelato em Literatura Comparada, antes de concluir um programa de desenvolvimento executivo em gestão e administração na IESE Business School da Universidade de Navarra, em Barcelona, Espanha.

Está ativamente envolvido na gestão da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento há mais de 20 anos, na qual integra vários órgãos. É presidente do comité executivo do Fundo para o Desenvolvimento Económico (AKFED) e supervisiona o ciclo anual de planeamento orçamental da instituição.

Rahim Aga Khan preside também ao Comité para o Ambiente e o Clima, que lidera o trabalho da rede na proteção ambiental e mitigação dos efeitos das alterações climáticas, o que inclui um compromisso em garantir que as operações globais da rede atingem zero emissões líquidas de carbono até 2030.

Vive em Genebra, e tem dois filhos, Irfan e Sinan.

Aly Muhammad Aga Khan é o filho mais novo do líder da comunidade ismaelita. Nasceu em 2000, em Paris, e estudou na Universidade de Harvard (EUA), onde obteve um bacharelato em artes e governo, no ano passado.

Juntou-se este ano à sede da Fundação Aga Khan, em Genebra, onde trabalha em projetos na Ásia e em África para catalisar o empreendedorismo, a empregabilidade e as competências em setores emergentes, como as economias digital e verde.

É também responsável pela coordenação de novas iniciativas da Fundação na Alemanha.

Há ainda uma filha, Zahra Aga Khan, que é aliás a mais velha dos quatro filhos. No entanto, de acordo com a tradição, não passará por ela a sucessão.

Aga Khan: O homem discreto, o líder carismático

Aga Khan, líder dos muçulmanos ismaelitas, viveu uma longa vida de homem discreto mas foi como príncipe e imam que se destacou, deixando uma das maiores agências de desenvolvimento do mundo, que apoia dezenas de milhões de pessoas.

Shah Karim al Hussaini, príncipe Aga Khan, 49.º Imam hereditário dos muçulmanos ismaelitas, nasceu na Suíça, cresceu e estudou no Quénia e nos Estados Unidos, e tem ligações ao Canadá, Irão e França, e nos últimos anos também a Portugal, com a escolha de Lisboa para sede mundial da comunidade ismaelita, “Imamat Ismaili”, tornando-a uma referência para os cerca de 15 milhões de muçulmanos da minoria xiita.

Discreto, tido como uma das pessoas mais ricas do mundo, Aga Khan IV nasceu a 13 de dezembro de 1936 na Suíça, filho do príncipe Aly Khan e da princesa Tajuddawlah Aly Khan. Cresceu no Quénia, frequentou a Le Rosey School, na Suíça, durante nove anos, e licenciou-se depois em Harvard, nos Estados Unidos.

Era aí que estava, no primeiro ano de faculdade, quando o avô, doente, o convocou. Disse apenas “vem ver-me”, recordou numa entrevista dada há cerca de uma década à revista Vanity Fair.

Karim só voltaria a Harvard ano e meio depois mas já como o Imam hereditário (líder espiritual) dos muçulmanos xiitas ismailis, tornado Aga Khan IV, por vontade do avô, que na sua morte, em testamento, justificou a escolha do neto como seu sucessor com os novos tempos que um jovem entenderia melhor.

O salto de uma geração na liderança da comunidade nunca tinha acontecido. O sucessor natural seria Aly, que se tinha divorciado da mãe de Karim para se casar com a atriz norte-americana Rita Hayworth, de quem entretanto também já se divorciara.

Em 1957, com 20 anos e com responsabilidades para com 15 milhões de pessoas, Karim tornava-se Aga Khan IV mas também “Sua Alteza”, um título que a rainha Isabel II, de Inglaterra, lhe concedera entretanto. Mas também, dois anos depois, em 1959, o de “Sua Alteza Real”, concedido pelo Xá do Irão. O título de Aga Khan fora concedido pela primeira vez a Aga Hassanaly Shah, o 46.º Imam Ismaili, pelo Xá da Pérsia, na década de 1830.

Para os muçulmanos ismaelitas Aga Khan é descendente direto do profeta Maomé e como novo líder o jovem Karim passou meses a viajar para conhecer as comunidades espalhadas pelo mundo e voltando depois a Harvard para se formar em História Islâmica dois anos depois, em 1959.

Definiu-se como um “otimista mas cauteloso”, alguém que não sendo um homem de negócios aprendeu a sê-lo, que acreditou que a pobreza existe, mas não é inevitável. E, nas palavras de amigos, foi alguém que nunca bebeu nem fumou e que dedicou muito do seu tempo ao trabalho e a visitas à comunidade.

Duas vezes casado, teve quatro filhos (um deles deve ser o seu sucessor mas não Zahara, a única filha, porque mulher Imam “absolutamente não”), foi um apaixonado por esqui mas também por cavalos, e criou um império que vai da banca à hotelaria, que financia projetos de desenvolvimento social, incluindo em Portugal, onde existe desde 1983 a Fundação Aga Khan.

Numa entrevista ao jornal Público, em 2008, admitiu ter muito dinheiro embora não comparável com a fortuna de Bill Gates, e frisou que não era nem nunca seria um empresário.

E também não foi um líder mediático. “Somos uma comunidade discreta, é uma das nossas tradições”, disse na entrevista ao Público. Essa foi uma das poucas ocasiões em que deu entrevistas em Portugal, juntando-se a outra ao Expresso, em 2018.

A comprová-lo, desde 2018, quando terminou em Lisboa as comemorações dos 60 anos como líder da comunidade ismaelita, poucas são as notícias centradas nele. A sua própria biografia oficial foca-se mais na obra e menos no homem.

Contudo, proliferaram as notícias relacionadas com a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN), em Portugal ou no estrangeiro, fosse na área da cultura, da moda e dos festivais, da educação, com apoio a universidades, do ambiente, a ajudar a preservação de sítios, da área social, da sustentabilidade ou da saúde.

Em 2019 ofereceu um robô cirúrgico a um hospital de Lisboa, a partir de 2020 apoiou em várias frentes a luta contra a covid-19. E enquanto comprava dois palácios, em Lisboa, para concentrar a sede mundial do “Imamat Ismaili”, apoiava imigrantes, projetos culturais, de saúde, a luta contra a desnutrição infantil, e de inclusão social.

Em março de 2023 um ataque ao Centro Ismaili em Lisboa também trouxe para a ribalta a comunidade, constituída em Portugal por mais de 8.000 pessoas, mas o príncipe manteve-se discreto.

Três meses depois assinalaria na capital portuguesa os 66 anos da sua liderança, falando da prioridade da AKDN: a proteção e melhoria das condições de vida dos mais pobres, fracos, vulneráveis.

Aga Khan criou também a Fundação Aga Khan em 1967, para acabar com a fome, a pobreza, a iliteracia e a doença em algumas regiões mais pobres do mundo. Foi a origem de uma das maiores redes privadas para o desenvolvimento do mundo, empregando 80.000 pessoas.

Um dos países apoiados é Portugal. Em março deste ano a Câmara de Castelo Branco entregou ao príncipe a medalha de ouro da cidade. Mas a homenagem foi só a mais recente, de uma lista que começou em 1960, quando foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Aga Khan recebeu dezenas de condecorações em dezenas de países. Em Portugal, em 1998 recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, em 2005 a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e em 2017 a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Foi doutorado honoris causa em mais de duas dezenas de universidades de todo o mundo, incluindo a Universidade de Évora, 2006, e Nova de Lisboa, em 2017. E recebeu as chaves da cidade de Lisboa (1996) e do Porto (2019), e a distinção de Correspondente Estrangeiro da Academia das Ciências de Lisboa (2009), o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa (2014). Em 2019 Portugal atribuiu-lhe a nacionalidade portuguesa.

Numa entrevista ao jornalista e historiador francês Henri Weil, em 2019, disse que não se considerava nem chefe de Estado nem príncipe mas sim um Imam de uma comunidade muçulmana xiita que existe há séculos. E um bom homem, porque esse é o papel de um Imam.

Educado, sorridente, simpático, mas discreto. “Acredito que, enquanto uma instituição muçulmana no Ocidente, posso ser mais eficaz se não estiver constantemente nas primeiras páginas. Não há razão para eu aparecer nas notícias. Quando existem problemas, tento resolvê-los discretamente. Nem sempre consigo, mas de um modo geral, a discrição tem-me sido útil”.

Na entrevista à Vanity Fair, em Aiglemont, uma propriedade perto de Chantilly (França), que foi o sítio onde passou mais tempo, Aga Khan falou da sua paixão pelos cavalos, aos quais se dedicou após a morte do pai, ainda que nada soubesse deles até então. “Harvard é uma grande instituição, mas não ensina sobre a criação de cavalos puro-sangue”.

De outras paixões, da sua vida pessoal, sempre foi parco em palavras. Casou em 1969 com Sally Crichton-Stuart com quem teve três filhos, Zahra, Rahim, e Hussain. Em 1995, três anos após se divorciar, casou com Gabriele zu Leiningen, com teve mais um filho, Aly, em 2000, mas acabou por se divorciar alguns anos depois.

Mas nunca foi, ao contrário do seu pai, uma pessoa social. “As festas não são o seu forte”, disse um amigo, citado na revista. Consensualmente era referido por amigos como alguém de porte que inspirava confiança, que se impunha com graciosidade, que educadamente fazia sempre prevalecer a sua vontade.

“Karim tem muito charme, mas por baixo é feito de aço. Ele faz exatamente o que quer, quando quer”, dizia um amigo citado na revista.

Que numa frase poderá ter resumido assim a vida de Aga Khan IV: “De facto, poucas pessoas ultrapassam tantas divisões – entre o espiritual e o material; o Oriente e o Ocidente; o muçulmano e o cristão – tão graciosamente como ele”.

Fundo para o Desenvolvimento Económico apoia criação de empresas em 18 países

A filantropia económica em países em desenvolvimento é uma das várias áreas da rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKND), apoiando empresas em 18 países através do Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED).

O fundo internacional destinado a ajudar empresas em países em desenvolvimento trabalha e ajuda a criar negócios em regiões do mundo que carecem de investimento direto e conta com mais de 90 empresas que empregam 55 mil pessoas.

Em 2021, segundo dados disponibilizados no site oficial do AKND, as receitas conjuntas das empresas apoiadas pelo AKFED ascenderam a cerca de 4 mil milhões de dólares. Os lucros são depois reinvestidos em projetos de desenvolvimento.

Um dos principais objetivos do fundo é “criar empresas rentáveis e sustentáveis através de investimentos a longo prazo que resultam em fortes posições de capital”.

“Isto, por sua vez, permite-nos adotar uma abordagem prática, fornecendo conhecimentos técnicos e de gestão. Os lucros que geramos são reinvestidos noutras iniciativas de desenvolvimento económico sob a égide da AKFED”.

O fundo, que existe há mais de 75 anos, faz investimentos e apoia empresas em países como Moçambique, África do Sul, Afeganistão, Burkina Faso, Burundi, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Índia, Quénia; República do Quirguizistão, Madagáscar, Maurícia, Paquistão, Ruanda, Senegal, Tajiquistão, Tanzânia e Uganda.

As empresas apoiadas variam desde a banca, energia elétrica, agricultura, hotelaria e telecomunicações, trabalhando simultaneamente com governos locais para a implementação de estruturas legais e fiscais que incentivem o desenvolvimento do setor privado nos respetivos países.

Com o objetivo de criar empresas “viáveis, autossustentáveis e rentáveis”, o AKFED adota uma abordagem a longo prazo participando diretamente na gestão dos negócios.

Aga Khan definia a AKFED como uma “agência de desenvolvimento internacional com fins lucrativos que, devido à sua origem institucional e consciência social, investe em países, setores e projetos com base em critérios muito diferentes dos de um simples investidor comercial”.

“As decisões de investimento baseiam-se mais nas perspetivas de uma vida melhor para os grupos de pessoas que serão afetados pelos investimentos e pelos seus resultados do que na rentabilidade final”, afirmou.

A Rede de Desenvolvimento Aga Khan, a principal organização filantrópica lida principalmente com questões de cuidados de saúde, habitação, educação e desenvolvimento económico rural. Trabalha em mais de 30 países e tem um orçamento anual de cerca de mil milhões de dólares para atividades de desenvolvimento sem fins lucrativos.

Uma rede de hospitais com o seu nome está espalhada por locais onde faltavam cuidados de saúde para os mais pobres, incluindo o Bangladesh, o Tajiquistão e o Afeganistão, onde investiu dezenas de milhões de dólares para o desenvolvimento das economias locais.

O seu gosto pela construção e pelo ‘design’ levou-o a criar um prémio de arquitetura e programas de Arquitetura Islâmica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e em Harvard e restaurou antigas estruturas islâmicas em todo o mundo.

Os ismaelitas – uma seita originalmente centrada na Índia, mas que se expandiu para grandes comunidades na África Oriental, na Ásia Central e do Sul e no Médio Oriente – consideram um dever dar o dízimo de 10% dos seus rendimentos a Aga Khan como administrador.

“Não temos a noção de que a acumulação de riqueza seja má”, disse Agá Khan à Vanity Fair em 2012. “A ética islâmica é que, se Deus nos deu a capacidade ou a sorte de sermos um indivíduo privilegiado na sociedade, temos uma responsabilidade moral para com a sociedade.”

 

 

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Tutti Frutti. Acusação provoca duas baixas na Câmara de Lisboa. Vereadores do PSD e PS renunciam

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Fevereiro 2025

Depois do social-democrata Ângelo Pereira, também a vereadora socialista Inês Drummond, acusada de quatro crimes de prevaricação, renunciou ao mandato na autarquia lisboeta.

A vereadora da Câmara Municipal de Lisboa Inês Drummond (PS), atualmente sem pelouros, anunciou esta manhã que renunciou ao mandato no Executivo autárquico liderado por Carlos Moedas, depois de, na terça-feira, ter sido acusada de quatro crimes de prevaricação no âmbito do caso Tutti Frutti.

“Renuncio ao mandato de vereadora que exerço há três anos de forma não remunerada. Faço-o com o sentimento de dever cumprido e consciência de total transparência e regularidade dos atos que pratiquei, sempre na prossecução do interesse público que norteou toda a minha vida cívica e política”, lê-se num comunicado enviado esta quarta-feira às redações.

Na terça-feira, o Ministério Público (MP) deduziu acusações contra 60 arguidos no âmbito do processo Tutti Frutti por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência, entre os quais autarcas do PS e do PSD e deputados de ambos os partidos.

No caso da vereadora socialista sem pelouro na Câmara de Lisboa, que havia sido constituída arguida no caso em junho do ano passado, a acusação do Ministério Público diz respeito a quatro crimes de prevaricação.

Mas, no comunicado em que renuncia ao cargo, Inês Drummond reitera a sua inocência: “É inequívoco, (…) que em nenhum momento fui considerada suspeita do recebimento de qualquer vantagem ou benefício pessoal. Não podia ser de outra forma, dado que estou totalmente certa e convicta da lisura que sempre apliquei na defesa do interesse público”.

O MP continua a estabelecer imputações com base num pressuposto que configura um erro: uma pretensa amizade que não existe, relativamente à contratação de uma empresa que não beneficiei, e à qual, inclusivamente, apliquei sanções pelo incumprimento do contrato”, acrescenta.

Ângelo Pereira, líder da distrital do PSD e vereador com o pelouro do Desporto, da Higiene Urbana e Proteção Civil na autarquia lisboeta, pediu a suspensão do mandato ainda na terça-feira “para requerer a abertura da instrução” e por estar convicto da “total ausência de responsabilidade penal a este respeito”, disse em comunicado. O Ministério Público imputa a Ângelo Pereira o crime de recebimento indevido de vantagem relacionado com uma viagem à China em 2015.

Em declarações aos jornalistas nos Paços do Concelho na terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa disse ter aceitado “de imediato” a decisão do vereador. Carlos Moedas afirmou que Ângelo Pereira “não é acusado de corrupção, está acusado em relação a uma viagem que fez em 2015 e que deveria ter sido paga pelo município”.

Também no dia de ontem, o deputado do PSD e presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, anunciou que vai pedir a suspensão do mandato como parlamentar. Em comunicado, Luís Newton apontou que nem a sua presença na Assembleia da República “pode desviar a atenção do excelente trabalho governativo que tem vindo a ser desenvolvido pelo PSD e pelo primeiro-ministro em prol de todos os portugueses”, nem a sua ausência “pode significar uma admissão de culpa”.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h23)

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Ryanair perde ação contra ajudas de Estado à TAP no Tribunal da União Europeia

O Tribunal Geral da União Europeia negou provimento à ação da companhia aérea irlandesa contra a ajuda de emergência concedida pelo Estado à TAP durante a pandemia.

O Tribunal Geral da União Europeia negou provimento ao recurso interposto pela Ryanair para que as ajudas de Estado à TAP, aprovadas durante a pandemia, fossem consideradas ilegais. Companhia aérea irlandesa ainda pode recorrer.

“O Tribunal Geral considera que a Comissão não violou as condições de elegibilidade relativas a um auxílio de emergência”, assinala num comunicado sobre o acórdão, divulgado esta quarta-feira.

A entidade aprova o entendimento da Comissão Europeia de que o auxílio de emergência à TAP “respondia a um objetivo de interesse comum, que era adequada e proporcionada” e que “não pode ser acusada de ter efetuado um exame incompleto dos efeitos negativos da medida de auxílio em causa”.

O Tribunal Geral considera também que “os princípios da não discriminação, da livre prestação de serviços e da liberdade de estabelecimento também não foram violados” e rejeita as alegações da Ryanair de que a análise efetuada pela Comissão foi incompleta e insuficiente e de que a decisão não foi suficientemente fundamentada.

Esta era a segunda vez que a transportadora aérea low cost liderada por Michael O’Leary contestava o empréstimo de emergência do Estado, no valor de 1,2 mil milhões de euros, concedido em julho de 2020 e depois convertido em capital. Na altura, Bruxelas considerou que se tratava de um auxílio de Estado, mas considerou-o compatível com as regras do mercado interno.

Na primeira ação o Tribunal Geral deu razão à Ryanair, obrigando a Comissão Europeia a readotar a sua decisão, que a companhia aérea irlandesa também contestou, vendo agora ser negado o provimento.

A Ryanair pode interpor recurso no Tribunal de Justiça, “limitado às questões de direito, da decisão do Tribunal Geral, no prazo de dois meses e dez dias a contar da sua notificação”.

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“O meu sonho é tornar a Antarte numa marca global de que os portugueses se orgulhem”<span class='tag--premium'>premium</span>

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 5 Fevereiro 2025

Quando recorda o legado de 25 anos da Antarte, Mário Rocha cita Frank Sinatra: “I did it my way”. O CEO da Antarte criou com capitais próprios o único museu da marcenaria do mundo.

Este artigo integra a 12.ª edição do ECOmagazine. Pode comprar AQUI. Mário Rocha, fundador e CEO da Antarte, personifica a arte de transformar paixão em legado. Apaixonado pela marcenaria desde jovem, iniciou a sua trajetória aos 16 anos, trabalhando na empresa do pai, que era uma referência no setor de mobiliário em Portugal. Aos 25 anos, decidiu deixar a zona de conforto e fundar a Antarte, uma marca que seria sinónimo de design intemporal e responsabilidade social. Hoje, à frente de uma das marcas mais prestigiadas do país, Mário Rocha equilibra a tradição artesanal com a inovação tecnológica, consolidando a Antarte como um nome que atravessa fronteiras e gerações. A Antarte nasceu com um propósito claro: criar móveis que combinassem funcionalidade, conforto e estilo único, rejeitando

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Entidade para a Transparência desmente Hernâni Dias e diz que não validou criação de empresas

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2025

Ex-secretário de Estado disse ter recebido luz verde para constituição das sociedades por telefone, mas organismo lembra que não é órgão consultivo e que contacto formal só ocorreu a 6 de janeiro.

Ao ser ouvido no Parlamento na terça-feira, Hernâni Dias, agora ex-secretário de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território, disse que recebeu luz verde da Entidade para a Transparência (EpT) para criar duas empresas quando já estava no Governo. Mas a EpT desmente o antigo governante, dizendo que Hernâni Dias não a contactou para saber se podia constituir as sociedades e lembrando que não transmite opiniões ou pareceres informais, além de que as suas declarações de interesses e rendimentos ainda nem sequer estão validadas.

Numa resposta enviada ao Observador (acesso pago), o gabinete de relações externas deste organismo escreveu que o antigo secretário de Estado “questionou a Entidade para a Transparência sobre a constituição de sociedades, em mensagem de correio eletrónico, enviada a um/a técnico/a superior”, mas “apenas no dia 6 de janeiro de 2025” e “imputando informações telefónicas — que não se confirmam”.

Na sequência do desmentido da EpT, Hernâni Dias reiterou ao jornal digital que obteve a autorização da Entidade num contacto telefónico. “Deram-me duas condições, que detalhei nas declarações que prestei livremente, mesmo não estando a tal obrigado (mas porque acho ser minha obrigação como cidadão). Cumpri escrupulosamente”, alega. Porém, o organismo diz que esse contacto não é vinculativo, pois não é um órgão consultivo e o contacto formal só aconteceu já com as empresas criadas.

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Grupo Santander com lucros recorde de 12.574 milhões de euros em 2024

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2025

Aumento de 14% nos lucros justificado com o "forte crescimento das receitas" em todos os negócios e regiões em que o banco opera e à conquista de oito milhões de clientes no último ano.

O banco Santander teve lucros de 12.574 milhões de euros em 2024, um aumento de 14% em relação a 2023 e um recorde pelo terceiro ano consecutivo.

Os lucros deveram-se “ao forte crescimento das receitas” em todos os negócios e regiões em que o banco opera e ao aumento do número de clientes para 173 milhões (mais 8 milhões), disse o Santander, num comunicado.

Em paralelo, o banco “manteve um bom controlo dos custos”, alcançando em 2024 “o melhor rácio de eficiência em 15” anos.

O Santander, um dos maiores bancos do mundo, está presente em vários países da Europa e da América, incluindo Portugal, contando com 173 milhões de clientes, 207 mil trabalhadores e 3,5 milhões de acionistas, segundo dados do próprio grupo.

No ano passado, as receitas do grupo alcançaram 62.211 milhões de euros (mais 8% do que em 2023).

Os recursos dos clientes (depósitos e fundos de investimento) cresceram 4% em 2024, com os depósitos a aumentarem 2%.

As receitas com comissões aumentaram 8%, para 13.010 milhões de euros.

Os empréstimos concedidos pelo Santander aumentaram 1%, para os 1,02 biliões de euros no ano passado, com o rácio de morosidade (crédito malparado) global a situar-se em 3,05%.

A margem de juros (a diferença entre créditos concedidos e os juros pagos pelo banco) ascendeu a 62.211 milhões de euros, mais 8% do que em 2023.

No comunicado divulgado esta quarta-feira, o Santander destacou que “estes resultados, com níveis recorde na margem de juros, receitas por comissões, receitas totais e lucro, permitiram ao grupo superar todos os objetivos” que tinha definido para 2024.

Para 2025, o Santander disse pretender alcançar receitas de aproximadamente 62.000 milhões de euros, com crescimento das receitas por comissões, e continuar a diminuir a base de custos.

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Hoje nas notícias: transparência, crédito da casa e Rosalino

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O ex-secretário de Estado Hernâni Dias disse que recebeu a validação da Entidade para a Transparência por telefone para criar duas empresas quando já estava no Governo, mas o organismo desmente-o, dizendo que o contacto telefónico não é vinculativo e que as suas declarações de interesses e rendimentos ainda nem sequer estão validadas. A garantia pública de apoio aos jovens na compra de casa com recurso a empréstimo bancário motivou 6.100 pedidos de crédito no primeiro mês após entrar em vigor. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Entidade da Transparência desmente Hernâni Dias. Não validou criação de empresas

Ao ser ouvido no Parlamento na terça-feira, Hernâni Dias, agora ex-secretário de Estado do Poder Local, disse que recebeu luz verde da Entidade para a Transparência (EpT) para criar duas empresas quando já estava no Governo. Mas a EpT desmente o ex-governante, dizendo que Hernâni Dias não a contactou para saber se podia constituir as duas empresas, além de que as suas declarações de interesses e rendimentos ainda nem sequer estão validadas. Em resposta ao Observador, o ex-secretário de Estado garantiu que obteve a autorização num contacto telefónico, mas o organismo diz que esse contacto não é vinculativo, pois não é um órgão consultivo e o contacto formal só aconteceu já com as empresas criadas.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Jovens já pediram mais de 6 mil créditos para a casa com garantia pública

A garantia pública de apoio aos jovens na compra de casa com recurso a empréstimo bancário motivou 6.100 pedidos de crédito no primeiro mês da medida no terreno. O Santander foi o banco que recebeu mais solicitações até à data, num total de 2.100, que representam 400 milhões de euros de crédito. Seguem-se o BPI, com 1.200 pedidos no valor de 220 milhões de euros, e o Novobanco, a que chegaram 1.100 pedidos de crédito que totalizam cerca de 170 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Montenegro rejeita revogar decreto que permitia salário de 15 mil euros a Rosalino

Numa resposta a perguntas colocadas pelo PCP e o PAN, o primeiro-ministro defende que “deve manter-se em vigor” a norma legal que permitiria a Hélder Rosalino receber um salário de cerca de 15 mil euros como secretário-geral do Governo, reafirmando que a sua nomeação representaria uma poupança para o Estado visto que já era “remunerado por outra entidade da administração pública”. Como o PS avançou com um pedido de apreciação parlamentar ao decreto do Governo, que recebeu luz verde do presidente da Assembleia da República, apesar de a iniciativa lhe ter levantado dúvidas, a norma em causa ainda vai a votos no Parlamento.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Há clubes portugueses usados para branquear capitais, alerta PJ

O coordenador da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ), Luís Ribeiro, deu conta de “situações em alguns clubes com a entrada de capital claramente não identificado quanto à sua origem nem quanto aos objetivos de quem adquire um clube”. O responsável, que falava no Forum Financial Integrity and Transparency in Sport (FITS) 2025, disse que esta questão está na mira das autoridades: “É nossa preocupação quando temos dinheiro que circula nos clubes com origem pouco clara da origem desses montantes porque infelizmente, os clubes são usados para branquear proventos de origem ilícita”.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Arruda usava correios do Parlamento para vender roupa furtada

Miguel Arruda, agora ex-deputado do Chega, após ter sido constituído arguido no processo por crime de furto qualificado de bagagens no aeroporto de Lisboa, usava o posto dos CTT na Assembleia da República para vender a roupa que vinha nas malas, beneficiando até de descontos nos selos e envelopes, segundo o Correio da Manhã. Atualmente de baixa psicológica, o agora deputado não inscrito garante que regressará em breve ao continente e que continuará a ter apoio psiquiátrico enquanto cumpre o seu mandato no Parlamento.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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DeepSeek lança campanha de recrutamento com altos salários para responder à procura

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2025

A plataforma chinesa de inteligência artificial DeepSeek tem atualmente 150 funcionários, contra cerca de 1.700 da OpenAI, o principal concorrente norte-americano e o modelo mais utilizado até à data.

A plataforma chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek anunciou esta quarta-feira uma campanha de recrutamento com ofertas que superam os 150.000 dólares (144.000 euros) por ano, após ter alcançado sucesso a nível mundial no seu lançamento.

A empresa publicou pelo menos 37 ofertas de emprego para vários cargos de tecnologia avançada, o mais bem pago dos quais é o de investigador de aprendizagem profunda, com um salário anual de cerca de 1,12 milhões de yuan (148.000 euros), segundo o jornal de negócios Securities Times.

A DeepSeek tem atualmente 150 funcionários, contra cerca de 1.700 da OpenAI, o principal concorrente norte-americano e o modelo de IA mais utilizado até à data.

Segundo o jornal, a empresa pretende recrutar os melhores talentos acabados de sair das universidades chinesas, para o que lançou também uma oferta de bolsas de estudo nos principais domínios da IA, com compensações financeiras diárias bastante superiores às habituais num estágio e em que o almoço e até o jantar são subsidiados.

Com o reforço de pessoal, a empresa tecnológica procura responder ao crescimento exponencial de utilizadores desde o lançamento e melhorar e estabilizar o serviço, que tem sofrido interrupções e falhas técnicas supostamente devido ao afluxo maciço de consultas, ainda mais intenso devido ao Ano Novo Lunar, período em que grande parte da população chinesa esteve de férias.

O DeepSeek causou uma grande agitação na indústria global de IA após o lançamento, há algumas semanas, do seu modelo V3, que terá levado apenas dois meses a desenvolver e custou menos de seis milhões de dólares (5,7 milhões de euros).

Em 20 de janeiro, lançou a última versão, denominada R1.

Lançado em 2023 pelo fundo de investimento chinês High-Flyer Quant, o DeepSeek é de código aberto e oferece serviços 95% mais baratos do que o modelo o1 da OpenAI.

No entanto, a grande atenção que gerou – foi o líder de descargas para dispositivos Apple nos Estados Unidos – também se traduziu em críticas, uma vez que a aplicação se recusa a comentar questões afetadas pela censura na China, como o massacre de Tiananmen de 1989 ou o estatuto de Taiwan.

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