Portugal com 81 praias Zero Poluição, mais 22 do que no ano passado

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Este ano foram reconhecidas 81 praias Zero Poluição no total do país, em 39 concelhos, o que representa 12% do total das 673 águas balneares existentes. Ano balnear abre no domingo.

A associação ambientalista Zero reconheceu 81 praias Zero Poluição em 39 concelhos do continente e ilhas da Madeira e Açores, mais 22 que em 2024.

Em comunicado, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável revela que o objetivo alcançado este ano “é verdadeiramente aquilo que à escala europeia se deseja no quadro do Pacto Ecológico Europeu, em particular no âmbito do Plano de Ação para a Poluição Zero”.

Este ano foram reconhecidas 81 praias Zero Poluição no total do país, em 39 concelhos, o que representa 12% do total das 673 águas balneares existentes.

Das 81 praias identificadas, 55 localizam-se no continente, 20 nos Açores e seis na Madeira.

Comparativamente a 2024, ano em que tinham sido reconhecidas 59 praias, existiu um aumento de representação de 3%.

Em termos de balanço, em relação ao ano passado saíram da lista 19 praias e entraram 41 novas.

Os municípios que apresentam o maior número de Praias Zero são Torres Vedras (11 praias), no distrito de Lisboa, Grândola (sete praias), no distrito de Setúbal, e Alcobaça (quatro praias), no distrito de Leiria.

Das 81 praias identificadas, 55 localizam-se no continente, 20 nos Açores e seis na Madeira.Lusa

A Zero destaca a classificação de duas praias interiores, Alqueidão e Montes, ambas localizadas no concelho de Tomar, distrito de Santarém.

“De salientar que é extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais suscetíveis à poluição microbiológica. À exceção de duas praias interiores, todas as restantes praias são costeiras”, refere a associação.

A Zero salienta também o facto de os municípios de Angra do Heroísmo (Açores), Grândola (Setúbal), Ílhavo (Aveiro), Lajes das Flores (Açores), Lourinhã (Leiria), Olhão (Faro), Peniche (Leiria), Santa Cruz (Madeira), Santiago do Cacém (Setúbal), Sines (Setúbal), Tomar (Santarém) e Torres Vedras (Lisboa) terem entrado para a lista de concelhos com pelo menos uma Praia Zero Poluição.

Já os concelhos de Leiria, Machico (Madeira), Pombal (distrito de Leiria) e Santa Cruz das Flores (Açores) deixaram de estar representados.

A dois dias da abertura do ano balnear, no domingo, a Zero deixa alguns alertas para as entidades e banhistas.

“Por razões ambientais e de segurança, só devem ser frequentadas praias classificadas como zonas balneares, onde se conhece a qualidade da água e onde haja vigilância, não devem ser deixados quaisquer resíduos na praia e, sempre que possível, devemos encaminhá-los através da recolha seletiva e deve-se preservar a paisagem e os ecossistemas envolventes das zonas balneares, evitando o pisoteio de dunas e outras áreas sensíveis”, aconselha.

Uma praia Zero Poluição é assim denominada a partir de dados da Agência Portuguesa do Ambiente, em que são identificadas as praias que, ao longo das três últimas épocas balneares (no caso, 2021, 2022 e 2023), não só tiveram sempre classificação “excelente” como apresentaram valores zero ou inferiores ao limite de deteção em todas as análises efetuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação (Escherichia coli e Enterococos intestinais).

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A indústria apela à ação urgente e à cooperação dos dois lados do Atlântico no VII Congresso Ibero-Americano CIBITEC25

  • Servimedia
  • 30 Maio 2025

Mais de 90 especialistas e representantes da indústria, engenharia e tecnologia participaram no VII Congresso Ibero-Americano de Engenharia e Tecnologia realizado em Madrid e Santo Domingo.

Durante o evento, sublinharam a necessidade urgente de promover ações coordenadas para reforçar a indústria europeia e latino-americana e enfrentar em conjunto os desafios globais que ameaçam a competitividade e a sustentabilidade.

O congresso, que coincidiu com o 175.º aniversário da engenharia industrial em Espanha e o 75.º aniversário do Colégio Oficial de Engenheiros Industriais de Madrid, centrou-se em questões estratégicas como a transição energética, a autonomia estratégica, a digitalização e a inteligência artificial. Empresários, investigadores e líderes institucionais destacaram a importância de promover alianças, atrair talentos e fomentar a inovação tecnológica para construir uma indústria resiliente, competitiva e sustentável em ambas as regiões.

Entre as intervenções, destacaram a apresentação da nova Lei da Indústria espanhola, que irá reforçar a governação setorial e aumentar a autonomia estratégica nacional. O papel fundamental do hidrogénio renovável, da inteligência artificial e das infra-estruturas digitais também foi destacado como tecnologias-chave para o desenvolvimento industrial futuro.

O congresso insistiu na necessidade de ultrapassar a fragmentação do mercado europeu, melhorar o investimento em sectores-chave como a defesa e os automóveis elétricos e acelerar a transição para modelos industriais mais limpos e mais digitais.

A partir de Santo Domingo, os participantes latino-americanos apelaram à intensificação da cooperação transatlântica, partilhando tecnologia, investimento e boas práticas, a fim de evitar que a América Latina fique atrás das grandes potências económicas mundiais.

O encontro contou com o apoio de múltiplas entidades e empresas empenhadas na inovação e na transição ecológica, consolidando a CIBITEC como uma plataforma fundamental de diálogo, intercâmbio e colaboração entre a Europa e a América Latina nos domínios da engenharia, da indústria e da tecnologia.

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Conselho Nacional do PSD aprova apoio a Marques Mendes com um voto contra

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Conselho Nacional do PSD aprovou apoio do partido à candidatura presidencial de Luís Marques Mendes com apenas um voto contra. Secretário-geral Hugo Soares destacou "apoio massivo e esmagador".

O Conselho Nacional do PSD aprovou quinta-feira o apoio do partido à candidatura presidencial de Luís Marques Mendes com apenas um voto contra, com o secretário-geral Hugo Soares a destacar “o apoio massivo e esmagador”.

“Para vos dar nota que, sob proposta do presidente do PSD, o Conselho Nacional hoje [quinta-feira], de forma muito entusiástica e de forma muito convicta, resolveu dar um esmagador apoio do PSD à candidatura presidencial do Dr. Luís Marques Mendes”, afirmou Hugo Soares à comunicação social no final da reunião do órgão máximo do partido entre congressos.

Sem precisar o número de votantes, o secretário-geral e líder parlamentar do PSD afirmou que “numa sala repleta, houve apenas um voto contra e todos os outros votos a favor de um apoio massivo do PSD à candidatura do Dr. Luís Marques Mendes”.

Cá fora, foi audível o momento da votação e o curto aplauso dos conselheiros nacionais ainda na sala.

Questionado sobre a apresentação da candidatura a Belém do almirante Gouveia e Melo, Hugo Soares disse não a ter ouvido por estar nas reuniões da Comissão Permanente e Comissão Política Nacional do PSD, que antecederam o Conselho Nacional.

“O que eu queria reafirmar em nome do PSD é um grande regozijo em nós — depois de termos no Congresso aprovado um perfil na moção de estratégia global e depois de termos uma candidatura que representa o perfil em que o PSD acredita — termos aprovado, com esta expressão, o apoio à candidatura do Dr. Luís Marques Mendes”, salientou.

O Conselho Nacional do PSD durou cerca de duas horas, com muitos participantes a abandonarem a reunião antes no final.

Marcaram presença vários ministros do atual Governo, como a da Administração Interna, do Trabalho, das Finanças, dos Negócios Estrangeiros, da Coesão Territorial, do Ambiente e da Agricultura.

No início da reunião, o presidente do PSD, Luís Montenegro, propôs ao Conselho Nacional o apoio à candidatura presidencial de Marques Mendes, destacando a sua “isenção política” e avisando que, com ele, se sabe com o que se pode contar.

“Ficaremos em muito boas mãos para podermos projetar em cinco anos um período regular de funcionamento das instituições, sabemos com o que podemos contar, sabendo que não vem daí nenhuma surpresa”, afirmou Luís Montenegro, na sua intervenção inicial no Conselho Nacional do PSD aberta à comunicação social.

O Conselho Nacional do PSD realizou-se poucas horas depois de o almirante Henrique Gouveia e Melo ter apresentado a sua candidatura à Presidência da República, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.

Luís Marques Mendes tem 67 anos e foi militante do PSD desde os 16 anos — tendo entregado o cartão partidário no dia em que anunciou a candidatura a Belém.

Por este partido, foi deputado, líder parlamentar e integrou Governos como secretário de Estado e ministro, ocupando o cargo de presidente do PSD entre 2005 e 2007.

Atualmente, é conselheiro de Estado escolhido pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e foi comentador televisivo na SIC ao longo de mais de uma década, espaço do qual se despediu antes de se apresentar a Belém.

Nas últimas presidenciais, o PSD aprovou, na direção de Rui Rio, o apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa Belém em setembro de 2020, ainda antes de o próprio a ter anunciado, uma moção que passou sem votos contra (61 a favor e nove abstenções).

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Europastry Portugal investe 40 milhões numa nova fábrica para continuar a registar um crescimento de dois dígitos

  • Servimedia
  • 30 Maio 2025

Com um investimento de 40 milhões de euros, a unidade é considerada a mais avançada do seu género na Europa, incorporando processos de produção totalmente robotizados e outras inovações pioneiras.

A Europastry, empresa especializada em massas de padaria congeladas, inaugurou uma nova unidade de produção no Carregado (Portugal), destinada ao fabrico de pastelaria de alto valor acrescentado.

Na sua primeira fase, a fábrica terá uma capacidade de produção anual de 20.000 toneladas e um novo centro logístico destinado a abastecer o mercado português. Este projeto localiza-se junto à fábrica existente no Carregado, onde a Europastry produz os emblemáticos pastéis de nata que exporta para mais de 80 países. Este investimento apoia o forte crescimento da empresa em Portugal, onde as vendas aumentaram 27% nos primeiros quatro meses de 2025.

Paralelamente, a Europastry assinou um acordo estratégico com a CriteriaCaixa, a holding de investimentos da Fundação “la Caixa”, através do qual esta última adquirirá 20% do capital por 280 milhões de euros, através de um aumento de capital. A operação valoriza a empresa em 1.400 milhões de euros e reforça a sua projeção internacional, após o adiamento da sua OPI em 2024 devido à volatilidade dos mercados.

A família Gallés continuará a manter o controlo maioritário, com o fundo MCH como parceiro financeiro. Este investimento insere-se na estratégia da CriteriaCaixa de diversificação da sua carteira de ativos, com o objetivo de atingir 40 mil milhões de euros em valor bruto até 2030. Como parte deste mesmo roteiro, a entidade liderada por Isidro Fainé também adquiriu uma participação de 3,05% na Puig, depois de investir 425 milhões de euros na sua IPO bem-sucedida em maio de 2024.

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Universidade Alfonso X el Sabio recebe o reconhecimento internacional com uma classificação excelente de 5 estrelas da QS Stars

  • Servimedia
  • 30 Maio 2025

UAX obtém classificação máxima em 8 das 10 áreas analisadas pela QS Stars: Empregabilidade, Ensino, Desenvolvimento Académico, Instalações, Ensino Online, Boa Governação, Arte e Medicina Veterinária.

A Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) obteve a distinção de excelente com 5 estrelas na classificação QS Stars, que avalia a qualidade da oferta educativa e as metodologias de ensino das universidades de todo o mundo. Este reconhecimento internacional coloca a UAX entre as instituições de ensino superior mais prestigiadas de Espanha, “ao mesmo tempo que demonstra o seu compromisso com a excelência académica e a eficácia do seu modelo educativo, assente nos pilares da inovação, da formação prática e do alinhamento e ligação com a empresa para potenciar a empregabilidade”, segundo a UAX.

“O reconhecimento da QS Stars é o resultado do grande trabalho que a nossa equipa tem vindo a desenvolver. A Universidade Alfonso X el Sabio não pára de perseguir a excelência académica e as melhores oportunidades para que os nossos alunos estejam preparados para sair para o mundo do trabalho e transformá-lo”, disse Cristina Peláez, diretora de qualidade, conformidade regulamentar e experiência do Grupo Educacional UAX.

A análise efetuada pela QS Stars destaca a UAX com a pontuação máxima em 8 das 10 áreas analisadas. Na categoria de empregabilidade, a presença de empresas no campus é especialmente valorizada. Este é um elemento que faz parte da identidade da universidade e mostra a sua relação próxima com entidades para promover a formação e a empregabilidade dos seus alunos.

Além disso, a classificação atribui 5 estrelas às áreas de ensino, onde destaca a qualidade do sistema de gestão de aprendizagem aplicado pela universidade; desenvolvimento académico, com a área de inovação educacional; e ensino online, onde valoriza o seu modelo de formação, caracterizado por uma elevada interação entre alunos e professores, experiência internacional e disponibilidade de serviços e tecnologia para a aprendizagem.

A par destes fatores, a QS Stars destaca ainda com a classificação máxima as instalações desportivas da universidade, onde os alunos da Escola Universitária UAX Rafa Nadal realizam a sua formação prática, e as suas salas de aula, equipadas com as mais recentes tecnologias, onde os alunos aprendem a aplicar a tecnologia com propósito. No domínio da boa governação, o relatório centra-se na transparência e na solvência da UAX, bem como nas acreditações obtidas que atestam a sua excelência académica.

A universidade também obteve uma classificação elevada em dois outros aspetos estratégicos na formação de profissionais globais e com propósito: Interação Global e Impacto Social, alcançando 4 estrelas e onde continua a trabalhar no seu compromisso com a excelência.

MEDICINA VETERINÁRIA E ARTES

A Medicina Veterinária, como programa específico, e as Artes, são as duas áreas que completam a lista de prémios da UAX e que também recebem 5 estrelas da QS Stars. Assim, é a única universidade privada de Madrid a obter 5 estrelas na formação em Veterinária e a única universidade espanhola a receber 5 estrelas na categoria de Artes.

No caso da Medicina Veterinária, este reconhecimento é o resultado do trabalho constante da UAX para promover uma formação alinhada e atualizada com as necessidades e tendências do mercado de trabalho. Nesta linha, a Faculdade de Medicina Veterinária conta também com a acreditação EAEVE que amplia a projeção internacional dos seus alunos e tem vindo a evoluir os seus currículos com a introdução de disciplinas inovadoras como a Produção Animal de Precisão ou a Gestão da Vida Selvagem. Para além disso, a UAX possui instalações de última geração onde os seus alunos realizam formação prática, como o Hospital Clínico Veterinário, um dos maiores da Europa, e o Centro de Simulação Veterinária, que permite a formação prática desde os primeiros cursos.

Na categoria de Artes, destaca-se a sua Faculdade de Música e Artes Cénicas, a única que existe atualmente nas universidades espanholas, que promove programas oficiais e licenciaturas em interpretação e composição de música clássica e moderna, bem como licenciaturas em musicologia e pedagogia instrumental. O campo da arte também será impulsionado pela chegada da Universidade Alfonso X el Sabio Mare Nostrum a Málaga, que terá uma área de formação dedicada às licenciaturas em Arte e Design, a partir da qual formará profissionais que compreendam a tecnologia para dar forma a projetos criativos digitais, ligando o talento à oferta cultural da cidade.

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Telefónica alcança em maio o seu quarto mês consecutivo de subidas na bolsa

  • Servimedia
  • 30 Maio 2025

As ações da operadora registam uma valorização mensal de 4,5%.

A Telefónica fechou o mês de maio com o seu quarto mês consecutivo de subidas na bolsa. As ações da empresa registaram um avanço mensal de 4,5% e atingiram 4,7 euros, o que significa que estão no seu nível mais alto desde julho de 2022.

Após a subida de maio, a Telefónica acumula uma revalorização de 20% até agora este ano, uma subida de 19% desde que Marc Murtra assumiu a presidência da empresa em meados de janeiro. O saldo positivo de maio vem juntar-se ao alcançado nos três meses anteriores. Em fevereiro, as ações da empresa valorizaram 9,3%; em março, 1,2%; e em abril, 3,8%.

Este desempenho é a prova da confiança que os investidores estão a depositar na empresa desde a chegada de Murtra à presidência. Durante este período, o mercado teve a oportunidade de constatar a determinação com que a empresa está a implementar a sua estratégia de redução da exposição na América Latina. Nos últimos meses, o Grupo anunciou quatro operações de venda na região: Argentina, Colômbia – ainda à espera das autorizações finais -, Peru e Uruguai – também à espera das autorizações correspondentes para o fecho definitivo.

Além disso, o mercado aguarda o plano estratégico em que a Telefónica já está a trabalhar e que apresentará no segundo semestre de 2025. Por enquanto, nos resultados do primeiro trimestre, a empresa confirmou os seus objetivos financeiros para o ano inteiro e o dividendo para 2025 de 0,30 euros por ação em dinheiro.

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Centenária Teixeira Duarte está a rejuvenescer. Premeia trabalhadores com ideias mais inovadoras

Teixeira Duarte está em "processo de rejuvenescimento" e uma das iniciativas preparadas neste âmbito foi um concurso de ideias. Das 144 propostas dos trabalhadores, seis foram destacadas este mês.

A Teixeira Duarte é uma “casa centenária”, mas está a “cavalgar a inovação“. Quem o garante é o administrador Gustavo Villas-Boas Lebreiro, que adianta ao ECO que uma das iniciativas pensadas neste “processo de rejuvenescimento” foi um concurso de ideias, que premiou este mês seis propostas de trabalhadores com até 5.000 euros.

“Temos estado na Teixeira Duarte num processo de rejuvenescimento. Fizemos uma análise profunda das necessidades das novas gerações e de como captar talento“, sublinha o administrador da Teixeira Duarte – Engenharia e Construções, em conversa com o ECO.

Segundo o responsável, o concurso de ideias em causa é uma dessas iniciativas, previstas para captar a atenção dos profissionais mais jovens e reforçar a imagem da Teixeira Duarte como um grupo inovador e que está a preparar-se “para os desafios do futuro”.

Tudo começou, conta, com um estudo da Universidade Católica sobre como “fazer a ignição da inovação” no grupo. Uma das sugestões da instituição de ensino superior foi, precisamente, fazer um concurso de ideias e a Teixeira Duarte acabou por receber, neste âmbito, 144 ideias dos trabalhadores.

Foi criada uma matriz de avaliação e houve tantas ideias e tão boas que escolher logo só cinco ou seis era muito curto.

Gustavo Villas-Boas Lebreiro

Administrador da Teixeira Duarte – Engenharia e Construções

“As propostas foram todas anónimas, para haver imparcialidade na avaliação. Foi criada uma matriz de avaliação e houve tantas ideias e tão boas que escolher logo só cinco ou seis era muito curto“, explica Gustavo Villas-Boas Lebreiro.

Das 144 ideias, foram selecionadas 14 para uma fase seguinte, na qual os autores das mesmas puderam “sentar-se à mesa” com o comité de inovação da Teixeira Duarte e com a Universidade Católica para desenvolver um plano de negócios e analisar a viabilidade das ideias.

“O maior prémio, no meio disto tudo, foi mesmo a interação com uma entidade externa e a possibilidade de fazer um plano de negócio para ver se as ideias eram viáveis“, observa o referido administrador.

Dessas 14 ideias, seis foram escolhidas e premiadas este mês, com base em diversos setores como o caráter de inovação, sustentabilidade e escalabilidade.

Finalistas do Concurso de Ideias, com administradores da Teixeira Duarte, comité de inovação e Católica Business School

Às ideias selecionadas tanto na primeira fase como na final que aconteceu este mês foram atribuídos prémios entre 1.000 e 5.000 euros.

Quanto às propostas escolhidas, o administrador dá um exemplo: “temos muita dificuldade, nas nossas obras, na ligação dos estaleiros. A E-Redes tem um atraso considerável e, muitas vezes, recorremos a geradores, mesmo no meio urbano. Houve uma equipa que sugeriu termos umas soluções modulares com painéis solares, baterias e sistema de gestão, que pode ser utilizado a 100% ou em interação com a rede”.

A Teixeira Duarte considerou este modelo viável e entende que “tem um payback interessante”, podendo a solução ser levada de estaleiro para estaleiro, daí ter distinguido esta proposta.

Outra das seis ideias destacadas passa por criar “umas barreiras acústicas para alta velocidade, com a introdução de painéis fotovoltaicos para a iluminação em determinadas zonas“. “Outra é utilizar os resíduos de ferro na incorporação do betão, porque acaba por lhe dar maior densidade e é uma reciclagem do produto“, acrescenta.

Das seis propostas vencedoras, quatro vão avançar já. São de baixo investimento e têm um retorno mais rápido.

Gustavo Villas-Boas Lebreiro

Administrador da Teixeira Duarte – Engenharia e Construções

Questionado sobre o futuro das ideias destacadas, Gustavo Villas-Boas Lebreiro adianta que quatro vão avançar já, porque são de “baixo investimento” e “têm um retorno mais rápido“.

“Há outras duas que implicam investimento de unidades fabris. Nas barreiras acústicas, a ideia é desenvolver o modelo para homologação. É sempre um produto que podemos equacionar no âmbito da alta velocidade. Pode ser uma área de negócio a desenvolver“, perspetiva o administrador.

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Mais de 1/4 da despesa fiscal com taxa reduzida de IVA concentra-se nos 20% com mais rendimentos

Banco de Portugal alerta que IVA "não é o instrumento mais adequado para promover a redistribuição" e mexidas têm de ser ponderadas com outros instrumentos fiscais.

As taxas reduzidas e isenções de IVA têm um impacto maior nas famílias mais pobres, mas mais de 25% desta despesa fiscal em Portugal concentra-se nos 20% de consumidores com mais rendimentos. A conclusão é do Banco de Portugal que assinala que a taxa média do IVA em Portugal é semelhante à da Zona Euro, mas com diferenças por tipo de bens e serviços.

No artigo intitulado “O IVA em Portugal e a sua incidência na distribuição de rendimento”, divulgado na quinta-feira em antecipação ao “Boletim Económico” de junho, os economistas do banco central apontam que cerca de 43% da despesa de consumo das famílias em Portugal está sujeita à taxa normal, um terço à taxa reduzida, 15% está isenta de imposto e um décimo está sujeita à taxa intermédia.

“Dado o diferencial entre as taxas, 75% da receita de IVA advém da aplicação da taxa normal e apenas 14% da taxa reduzida”, destaca o Banco de Portugal. O impacto das diferentes taxas do imposto é variável entre as famílias com diferentes níveis de rendimentos.

O estudo conclui que, por ser aplicada a um conjunto de bens essenciais, “a taxa reduzida tem um peso maior nas famílias com menores rendimentos”, sendo aplicada a 37% do seu cabaz de consumo e representando 18% do IVA pago por essas famílias. Porém, os economistas do banco central assinalam que “mesmo nas famílias com maiores rendimentos esta taxa aplica-se a mais de um quarto da despesa”.

“Os bens e serviços isentos de IVA — incluindo a educação, saúde, rendas e serviços financeiros e de seguros — têm um peso relativamente constante ao longo da distribuição do rendimento. O mesmo se verifica para a taxa intermédia, aplicada essencialmente à restauração que representa 78% do consumo abrangido por esta taxa”, apontam.

Fonte: “O IVA em Portugal e a sua incidência na distribuição de rendimento” – Boletim Económico de junho, Banco de Portugal

O Banco de Portugal estima que o benefício fiscal para os consumidores com a aplicação de taxas de IVA inferiores à taxa normal de 23% corresponde a 15% do rendimento disponível após pagamento de IVA dos agregados pertencentes ao primeiro quintil da distribuição de rendimento, valor que desce para 6% no caso do último quintil.

“O principal contributo para este benefício provém da taxa reduzida de 6%, cuja vantagem é progressivamente menor à medida que o rendimento aumenta. Na perspetiva do impacto orçamental, 29% do benefício associado às isenções e taxas reduzidas dirige-se aos 20% da população com rendimentos mais elevados”, detalham.

A análise conclui também que a taxa média do IVA em Portugal (13%) é semelhante à da Zona Euro (12%), mas com diferenças por tipo de bens e serviços. “Portugal aplica taxas de IVA inferiores à média da área do euro nas categorias sujeitas a taxas reduzidas”, realçam os economistas do Banco de Portugal.

Enquanto as diferenças mais significativas se registam nas categorias de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (-2,2 pontos percentuais), bem como nos restaurantes e hotéis (-1,3 pp.), “nos bens como os combustíveis, as bebidas alcoólicas e o tabaco, importa notar que o IVA constitui apenas uma fração da tributação total, sendo aplicado sobre o valor da despesa incluindo impostos específicos sobre o consumo”.

Por outro lado, em categorias onde se aplica predominantemente a taxa normal do IVA, Portugal regista valores superiores à média da Zona Euro, com destaque para as comunicações e de vestuário e calçado, onde a diferença é superior a dois pontos.

Fonte: “O IVA em Portugal e a sua incidência na distribuição de rendimento” – Boletim Económico de junho, Banco de Portugal

O Banco de Portugal assinala que 20% das famílias com menos rendimentos pagam uma taxa média de 12,2% e esta aumenta para
13,7% nos 20% com maior rendimento. O IVA absorve quase um quinto do rendimento disponível das famílias em risco de pobreza, enquanto as famílias com mais despesa dedicam uma parte mais substancial do seu rendimento ao pagamento do IVA.

“No entanto, por ser aplicado independentemente da situação particular de cada consumidor, não é o instrumento mais adequado para promover a redistribuição”, adverte o supervisor bancário. A instituição liderada por Mário Centeno alerta que “eventuais alterações ao IVA devem ser ponderadas em articulação com os outros instrumentos fiscais disponíveis, tendo em consideração questões de equidade e de eficiência, sem comprometer a sustentabilidade das finanças públicas”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 30 Maio 2025

Direção-Geral do Orçamento divulga síntese da execução orçamental até abril. Joaquim Sarmento vai à conferência anual da CMVM e Ibersol apresenta contas deste primeiro trimestre.

No dia em que a Direção-Geral do Orçamento divulga a síntese de execução orçamental até abril, acontece a conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que conta com a participação do ministro das Finanças. Os destaques desta sexta-feira vão ainda para a apresentação dos resultados Ibersol referentes ao primeiro trimestre de 2025.

Direção-Geral do Orçamento divulga execução orçamental até abril

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) divulga, esta sexta-feira, a síntese da execução orçamental em contas públicas até abril. O Estado registou um excedente orçamental de 1.592,3 milhões de euros até março, em contabilidade pública. A melhoria do saldo em 1.715,8 milhões de euros, face ao mesmo período do ano passado, resultou sobretudo de um crescimento da receita (9,6%) superior ao da despesa (2,9%).

Ibersol apresenta dados

A Ibersol divulga esta sexta-feira os resultados do primeiro trimestre de 2025. Em 2024, o lucro da operadora de restaurantes, como a Pizza Hut e KFC, em Portugal e Espanha, baixou 10,3% para 13,8 milhões de euros enquanto as receitas subiram 13,4% para 474 milhões de euros.

INE divulga dados económicos

Esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga uma estimativa rápida do índice de preços no consumidor relativo a maio deste ano, assim como dados económicos a propósito das contas nacionais trimestrais referentes ao primeiro trimestre de 2025 e sobre a atividade turística de abril. Acrescem as estatísticas da pesca que se reportam a 2024. Já o Banco de Portugal (BdP) apresenta os dados referentes a empréstimos e depósitos bancários.

Ministro das Finanças na conferência da CMVM

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, participa na conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que acontece esta sexta-feira, subordinada à temática “Uma Nova Ambição para os Mercados de Capitais”. E que conta com a presença de Luís Laginha de Sousa, presidente do Conselho de Administração da CMVM; Maria Luís Albuquerque, comissária europeia para os Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos; e Rodrigo Buenaventura, secretário-geral da Organização Internacional de Valores Mobiliários (IOSCO).

Empresas têm até esta sexta-feira para se candidatarem às Mini Agendas

Termina esta sexta-feira o prazo para as empresas se candidatarem à iniciativa de apoio ao investimento em inovação – as Mini Agendas –, lançado pelo pelo Compete 2030, em conjunto com os Programas Regionais Lisboa 2030 e Algarve 2030. Este concurso possibilita às empresas candidatarem-se a apoios não reembolsáveis direcionados para projetos integrados de investigação e desenvolvimento, e inovação produtiva.

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CEO de grupo da Letónia que investe 200 milhões em Portugal tem o visto caducado

“As autorizações de residência são um pesadelo. Já temos 50 pessoas que as têm caducadas e poucas tiveram vagas" para renovar, alerta Ilya Shirokov, fundador e presidente executivo da Joom.

O grupo internacional Joom, que está a investir 200 milhões de euros em Portugal, também enfrenta os problemas burocráticos criticados pelo CEO da norte-americana Cloudflare. Há uma diferença relevante: a holding de empresas de comércio eletrónico (e-commerce) é da União Europeia (UE), nasceu na Letónia e, há dois anos, até decidiu mudar a sede de Riga para Lisboa. Mesmo assim, não só dezenas de colaboradores continuam sem conseguir validar as autorizações de residência como o próprio CEO, natural de Moscovo, tem o visto caducado.

“As autorizações de residência são um pesadelo. No início tivemos muitos problemas, depois foram resolvidos, mas agora vemos que esses problemas voltaram. As pessoas que trouxemos receberam as suas autorizações de residência durante dois anos e agora precisam de as renovar, mas é impossível conseguir vagas. Já temos 50 pessoas com autorização de residência caducada e poucas tiveram vagas [para renovar]”, disse o fundador e CEO da Joom, em entrevista ao ECO e a uma publicação tecnológica especializada.

Ilya Shirokov revela que um dos seus trabalhadores teve vaga para renovar o visto – entretanto expirado – para janeiro de 2026. “Não pode viajar nem ir ter com a família. Assim é muito difícil trazer gente nova. Se queremos construir algo grande, precisamos de trazer as melhores pessoas, onde quer que estejam”, adverte o líder do grupo letão.

Ilya Shirokov, Fundador e CEO do Joom

Questionado sobre se concorda com as queixas do CEO da Cloudflare, Matthew Prince, o fundador e CEO da Joom foi pragmático: “Não acho que seja assim tão mau, mas eu estou cá e ele é de fora”.

E está arrependido de ter investido em Portugal? Não, mas é preciso que os problemas sejam solucionados. “Se for resolvido, não [estou arrependido]. Para nós, é um local muito bom. As mesmas razões pelas quais viemos há dois anos ainda são válidas. Contratamos pessoas locais e elas gostam de estar na comunidade internacional. Continuo a recomendar Portugal a outros empreendedores. É uma localização estratégica. Da minha parte, promovo sempre Portugal”, garante Ilya Shiroko, expectante que haja resolução rápida para este entrave.

Em 2023, quando decidiu mudar a sede da Joom da Letónia para Portugal, a administração da empresa esteve dividida entre 12 cidades europeias até escolher Lisboa. Amesterdão, Berlim, Milão ou Barcelona foram hipóteses, porque pensaram que, mais rapidamente ou mais lentamente, “a burocracia em toda a UE funcionaria”.

“Primeiro, perguntámos aos nossos colaboradores onde queriam viver e, em seguida, perguntámos aos potenciais candidatos para onde gostariam de se mudar. Terceiro, analisámos o custo para nós, enquanto empresa (quantos impostos precisamos de pagar). Em quarto lugar, vimos se o aeroporto fica perto da cidade e tinha voos diretos para oeste e para leste”, conta. Completadas estas quatro etapas, a escolha recaiu sobre Lisboa, mas o processo de entrada foi mais penoso do que imaginavam por causa da transição do SEF para AIMA.

A nível fiscal, Ilya Shirokov considera que Portugal é um país atrativo. Apesar das mudanças no anterior regime de Residente Não Habituais (RNH), aplaude mecanismos como o IFICI – Incentivo Fiscal à Investigação Científica e Inovação, onde a maioria dos seus trabalhadores (qualificados) se enquadra e beneficia de uma tributação especial de 20% dos rendimentos do trabalho (líquidos das categorias A e B) obtidos em Portugal durante uma década.

Tarifas antecipam expansão para os EUA

A política protecionista do presidente Donald Trump fez com que a Joom antecipasse o plano de internacionalização para os Estados Unidos da América (EUA) em cerca de um ano. A ideia era atravessar o Atlântico só daqui a, pelo menos, três anos, mas neste momento a possibilidade em cima da mesa é expandir em 2026-2027.

"O que está a acontecer nos EUA neste momento está a remodelar completamente o comércio global e irá certamente moldar as economias do mundo. Pode ser que precisemos de nos lançar nos EUA mais rapidamente do que esperávamos, mas temos de esperar para ver se há alguma clareza”

Ilya Shirokov

CEO da Joom

“Temos planos muito grandes para a empresa, mas não somos uma corporate que consiga prever o que vai acontecer nos próximos dez anos. Trabalhamos num setor em constante mudança: o do comércio global”, esclareceu o gestor.

Neste momento, a Joom tem apenas a China como mercado fornecedor, o que que dizer que o marketplace da marca só vende produtos fabricados neste país asiático. Tendo um negócio B2B (Business-to-Business), em que conecta fabricantes com vendedores na loja online, a estratégia passa por juntar mais geografias ao site.

No entanto, permanecem alguns desafios. “A ligação entre os EUA e a China é muito estreita. Se precisares de um fabricante na China para enviar produtos para os EUA, ligas-lhe e dão-te o acesso. Sem problemas. Mas com as tarifas altas, já ouvimos muitos clientes começarem a pensar: «Onde é que posso comprar os mesmos produtos a um preço melhor? Talvez na Índia». Só que é mais difícil encontrar fornecedores na Índia…”, explica o empreendedor do comércio digital.

O fundador e CEO da Joom diz que a empresa procura não só digitalizar este setor como torná-lo mais transparente para que seja possível ter indicação em cada produto de onde é e qual o preço final, seja americano, indiano, chinês, brasileiro, egípcio ou europeu, exemplificou.

Ilya Shirokov criou a Joom em 2016, mas antes foi cofundador da rede social russa Moi Krug, que em 2007 foi comprada pela tecnológica Yandex, que opera o maior motor de busca da Rússia.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 30 de maio

  • ECO
  • 30 Maio 2025

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IGAS vai avançar com auditoria a cirurgia robótica no SNS

Meta é avaliar gestão, informação dada aos doentes, rentabilidade e custos de manutenção, disse o inspetor-geral. IGAS vai também olhar para auditores internos no âmbito das cirurgias adicionais.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) vai avançar com uma auditoria aos sistemas de cirurgia robótica utilizados no Serviço Nacional de Saúde (SNS), disse ao ECO o inspetor-geral, Carlos Caeiro Carapeto.

O objetivo é avaliar a gestão que é feita a estes procedimentos, medir os custos de manutenção, a informação que é prestada aos doentes e os modelos de avaliação da eficiência e da rentabilidade da cirurgia robótica face à laboral.

Através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está prevista a aquisição de cerca de 20 robôs para os hospitais. O que significa que, daqui a poucos anos, a cirurgia robótica estará completamente generalizada nos hospitais”, explicou Carlos Caeiro Carapeto, em declarações ao ECO.

Na terça-feira, o inspetor-geral estive reunido com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde Santa Maria e alguns cirurgiões, cujos procedimentos nesta área são considerados “mais avançados”, para retirar dúvidas e para que o IGAS possa testar as suas próprias ferramentas de auditoria. Atualmente, em Santa Maria são utilizados dispositivos médicos Medtronic.

“Já iniciámos uma auditoria a todo o SNS sobre a inteligência artificial. Tudo o que tem a ver com a salvaguarda dos direitos das pessoas, do acesso dos algoritmos, da compra das soluções… Obrigamos as lideranças do SNS a olharem com mais atenção para esses sistemas emergentes e a cuidarem de alguns aspetos desde início para depois não termos de andar atrás do prejuízo quando acontecer alguma coisa grave”, acrescentou ainda Carlos Caeiro Carapeto.

Em 2024, Portugal realizou cerca de 3.000 cirurgias através do sistema robótico da marca Da Vinci, uma das mais conhecidas do mercado, o que representa um crescimento de 43% no número de procedimentos cirúrgicos em hospitais nacionais, em 2024. No ano passado, só a empresa de dispositivos médicos Abex Excelência Robótica, que distribui esta tecnologia, instalou oito novos robôs nos hospitais do país, o que significa o dobro de 2023.

O crescimento deve-se em grande parte ao PRR, que tem estado a financiar a aquisição destas inovações. Por exemplo, o hospital de Almada-Seixal comprou um sistema por 1,9 milhões de euros financiado pelo PRR. Hospitais de São João, Curry Cabral, CUF Tejo, Hospital da Luz, em Lisboa, ou da Arrábida, em Vila Nova de Gaia, são outras das unidades que têm robôs nas salas de operações. Tradicionalmente, começam a ser utilizados na especialidade de urologia.

“Estes são indicadores muito positivos para o SNS e para a população portuguesa, dado que o país ainda está no início do processo de implementação da cirurgia robótica e a tentar convergir para os índices já registados noutros congéneres europeus, como Espanha, ou Itália”, afirmou Pablo Díez, diretor-geral do grupo espanhol Abex Excelência Robótica.

O primeiro sistema de cirurgia robótica foi lançado em 1999 pela empresa californiana Intuitive Surgical, que criou o primeiro robô cirúrgico, denominado da Vinci em homenagem ao cientista italiano que, em 1400, tinha idealizado uma máquina automática deste tipo.

Auditores internos sob avaliação

O IGAS vai também olhar para os auditores internos dos estabelecimentos de saúde, após abrir um processo de inquérito ao serviço de dermatologia do Hospital de Santa Maria e um de auditoria transversal sobre cirurgias adicionais a todas as Unidades Locais de Saúde (ULS) e Instituto Português de Oncologia (IPO), no âmbito do caso do dermatologista que recebeu mais de 400 mil euros por dez dias de trabalho. No SNS, existem 39 ULS e três IPO nos quais existe produção acrescida (cirurgias além do tempo de trabalho normal).

“Tenho a intenção de o fazer também com os serviços de auditoria interna dessas unidades, que é para eles nos ajudarem e treinarem este tipo de ação de controlo. É algo que deviam fazer em contínuo para evitar este tipo de episódios. Hoje é com a produção adicional, amanhã serão horas extraordinárias…”, refere o inspetor-geral.

Carlos Caeiro Carapeto adianta vai tentar “envolver no terreno” cada serviço de auditoria interna para que treine a abordagem. “A falha, às vezes, está numa cultura de avaliação interna que não existe. Quem tem, em primeiro lugar, de fazer o controle operacional são as próprias organizações (ULS), porque têm lá dentro um serviço de auditoria, que deve monitorizar, avaliar e fornecer elementos ao conselho de administração para que nunca cheguemos a este ponto de haver uma situação bastante anómala”, alerta.

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