Metaverso: Um desafio ou uma oportunidade?

  • Miguel Ferreira Simões
  • 3 Maio 2023

O posicionamento no metaverso pode constituir um fator de diferenciação e reinvenção dos processos de negócio, tanto na venda de produtos e serviços, como na experiência dos próprios colaboradores.

Nos anos 90, muitos duvidaram que a “Internet” pudesse vir a revolucionar a sociedade. Hoje, outros “Velhos do Restelo” também duvidam que conceitos como o metaverso ou a web3 estão longe de vir a ter um impacto significativo nas nossas vidas quotidianas.

A contrariar essa visão, a utilização prática do metaverso tem vindo a fazer o seu caminho nos últimos anos, alimentada em parte pelos avanços nas tecnologias de realidade virtual e pela crescente popularidade dos jogos online. Trata-se de um verdadeiro mundo virtual, totalmente imersivo, que coexiste em paralelo com o mundo físico, onde os utilizadores podem interagir uns com os outros, com objetos, com marcas e empresas, em tempo real.

Embora a ideia de um metaverso tenha sido explorada na ficção científica durante décadas, a recente onda de interesse deve-se, em grande parte, ao potencial que possui para a criação de novas formas de entretenimento, interação social e mesmo de negócio. Muitas empresas, mesmo em Portugal, usam o metaverso como plataforma de trabalho e colaboração à distância, alterando a forma como pensamos o espaço de trabalho tradicional.

Muitas iniciativas de negócio relacionadas com o mundo virtual estão ainda em fase de desenvolvimento, mas várias empresas de diferentes setores já estão a considerar o metaverso como parte dos seus planos de inovação. Em setores como o da banca ou seguros, por exemplo, existem instituições que já estão a desenvolver diferentes tipos de abordagens, ainda focadas no marketing, mas que em breve podem transformar o metaverso num novo canal de vendas e chegar a novos segmentos de mercado.

É inegável que o posicionamento no metaverso pode constituir um fator de diferenciação e reinvenção dos processos de negócio, tanto na venda de produtos e serviços, como na experiência dos próprios colaboradores.

A curto prazo, o metaverso será apenas mais um canal de relação com os utilizadores. A médio e a longo prazo, irá gerar diretamente novas linhas de negócio. Refira-se que, também no setor financeiro, já foram feitos empréstimos imobiliários para a aquisição de terrenos no mundo virtual e concedidos créditos pessoais garantidos por NFT, sobretudo em plataformas DeFi.

É desta forma que as empresas devem olhar para o metaverso: como uma ideia persistente, que vai fazendo o seu percurso e onde devem entrar, passo a passo, e explorar todas as oportunidades que este pode oferecer. À medida que continuamos a desenvolver esta tecnologia, é importante ter em mente tanto os desafios como as possibilidades, trabalhando para assegurar que é um espaço seguro, inclusivo, e acessível a todos.

  • Miguel Ferreira Simões
  • Diretor de Serviços Financeiros da Minsait, uma empresa da Indra, em Portugal

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