The Space-Off. E tudo o que não se vê. Até na poesia.

É nesse space-off que nos sentimos na House of Beautiful Business, evento que humanizando os negócios e os torna mais bonitos. Porque “Beauty can save the world” já dizia Dostoevsky.

Se quisermos não há uma definição. Ou uma única definição. Space Off é o título de um filme de ficção científica. Mas também pode descrever o ato de se ficar absorvido numa atividade, perdidos nos nossos pensamentos, ao ponto de deixamos de prestar atenção ao ambiente que nos rodeia ou perder a noção do tempo: “the space not visible in the frame, but inferable from what the frame makes visible”. É nesses momentos, que vemos tudo, o que não se vê. E é, por vezes, nesse space-off que nos sentimos na House of Beautiful Business, o evento que voltou a Lisboa, humanizando os negócios, tornando-os mais bonitos. Sim bonitos, porque “Beauty can save the world” já dizia Dostoevsky. O manifesto da Casa diz “whatever happens in the house, should not stay in the house” por isso, retiramos algumas (das muitas) mensagens para os líderes imaginativos, para os criadores curiosos, para os empresários românticos e para os humanistas futuristas. Ou deixamos simplesmente a porta aberta…

IN TECH WE BELIEVE e o que se segue, um ponto final, um de exclamação ou de interrogação? Um título irónico, para alguns dos oradores, entre tech – mais ou menos otimistas, levantaram-se questões. O que nos pode levar a acreditar na tecnologia, como podemos voltar a confiar, e, de que forma, pode beneficiar a vida humana? Para os engenheiros, do ponto de vista técnico, estamos na fase em que a tecnologia pode ser um fator de mudança positiva e em que consegue dar resposta a todas as necessidades humanas. Para quem corre o mundo a usar a tecnologia, por exemplo, como ferramenta de democratização do ensino, é preciso acreditar nas pessoas, porque são elas que criam a tecnologia. E se vai democratizar o ensino, levando-o a zonas remotas, a decisão está apenas em nós. Tal como depende de nós, “keeping AI weird”, palavras de quem vive em Silicon Valley. Ao contrário dos livros, a tecnologia quer que tudo seja mais rápido e com menos ficção. E se nós quisermos mais ficção? “A Inteligência artificial é estranha, mas nós também somos e precisamos disso. A inteligência artificial é meio “tonta”, mas tem paciência. Nós temos emoções, ela funciona por lógica e não têm noção do fracasso, nós temos logo uma crise existencial”. Somos nós que lideramos a IA, e se queremos que continue estranha, temos que continuar também a ser estranhos” ouviu-se na Academia de Ciências.

Mais do que conclusões, levantam-se questões. Num manifesto que vem ele próprio cheio de inquietações: Quando se assiste a democracia a morrer. Quando trabalhamos para empresas que parecem máquinas. Em que nos tornamos maquinas nós próprios. Onde se pedem novas visões coletivas e projetos que nos unam.

E é aí que entra, por exemplo, POETRY IN BUSINESS. Porque a poesia pode ser um espaço para a aventura, para se explorar novos territórios, uma zona de diferenciação. É pensar para além do facto. E diz a ciência que há um impacto entre a poesia e os negócios, ajudando a pensar de forma mais flexível, ajudando a identificar e a responder à mudança de forma mais holística. Já os poetas escrevem: “Poetry keeps clean the tools of thought” – T. S. Eliot. E não é uma ideia romântica, é uma ideia que nos diz que num mundo cada vez mais tecnológico e complexo, os líderes vão precisar de entender a ambiguidade, a substância, o sentido de cada palavra, preparar o cérebro de forma diferente. Até porque um poema é significado em movimento. E já há casos, como no BCG, por exemplo, que a cada projeto é entregue um poema ao mesmo tempo de um briefing. E não apenas como uma ferramenta de “desbloqueio” também como de comunicação. O que dizem os líderes? “The Best Code is poetry” – Satya Nadella, CEO da Microsoft; “Reading and writing poetry has helped nurture innovation an is his secret to success” Jason Nanchung Jiang, CEO Focus Media Holding.

E voltamos ao Space-Off. E a tudo o que não se vê. Mas que pode lá estar…

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