Nos continua líder na TV paga, Altice aproxima-se e Vodafone é a que mais cresce

  • Lusa
  • 12 Março 2020

A Nos continua a liderar a TV paga em Portugal, mas está a perder terreno. A Vodafone foi a operadora que mais cresceu em termos líquidos, segundo dados da Anacom.

O número de assinantes do serviço de distribuição de sinais de TV por subscrição atingiu 4,1 milhões no final de 2019, mais 147 mil novos assinantes, representando um crescimento de 3,7% face a 2018, divulgou a Anacom. A Nos continua a ser a líder neste segmento, mas está a perder terreno para a Altice e a Vodafone foi a operadora que mais cresceu.

De acordo com uma nota de imprensa da Anacom, o crescimento do serviço de televisão paga “deveu-se exclusivamente às ofertas suportadas em fibra ótica, que registaram mais 285 mil assinantes em relação ao ano anterior, o que se traduz num aumento de 17,5%”.

As restantes tecnologias tiveram um comportamento negativo em 2019, baixando 20,2% no caso do ADSL, menos 93 mil assinantes, 6,9% no recurso a satélite — DTH, menos 34 mil assinantes, e 0,7% na distribuição de TV por cabo, menos 10 mil assinantes.

Sendo desde o primeiro trimestre de 2018 a principal forma de acesso ao serviço de televisão por subscrição, no final de 2019, a fibra ótica chegava a cerca de 1,9 milhões de assinantes (46,9% do total), seguindo-se a TV por cabo, com cerca de 1,3 milhões de assinantes (32,7%), a tecnologia DTH, com 464 mil assinantes (11,4%), e o ADSL, com 370 mil (9,1%).

No final de 2019, cerca de 88% das famílias dispunham de televisão por subscrição (TVS), mais 2,7 pontos percentuais do que no ano anterior. Em termos de mercado, o grupo Nos era o prestador com a quota de assinantes de TVS mais elevada, 40,1%, seguindo-se a Meo, com 39,6%, a Vodafone, com 16,3% e a Nowo, com 3,9%.

A Vodafone e a Meo foram os prestadores que, em termos líquidos, mais assinantes captaram, face a 2018, tendo as suas quotas aumentado 1,1 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente. No mesmo período, as quotas do Grupo Nos diminuíram 1,1 pontos percentuais e da Nowo diminuíram 0,4 pontos percentuais.

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Anacom deverá fazer novo leilão para 5G “ultrarrápido” em 2023

Dentro de semanas começa o leilão do 5G. Mas faltam as frequências para a tecnologia "ultrarrápida", pelas quais a Anacom deverá chamar as operadoras a licitarem algures em 2023.

Aproxima-se o leilão de frequências do 5G que está marcado para abril. Mas é muito provável que a Anacom tenha de fazer um novo leilão de frequências dentro de poucos anos, eventualmente em 2023, apurou o ECO.

Em causa está o facto de o leilão que a Anacom vai realizar este ano não incluir as frequências necessárias para o desenvolvimento do 5G “ultrarrápido”, nomeadamente a gama dos 26 GHz que foi definida pela União Europeia para este tipo de rede de nova geração. A tecnologia, conhecida por 5G mmWave ou high-band, é a que possibilita as prometidas velocidades de 1 a 2 Gbps.

Contactado, o regulador não exclui o cenário de um novo leilão no futuro. Para já, admite que “prevê lançar uma nova consulta pública” no fim do processo de atribuição de frequências deste ano, de forma a auscultar o interesse das operadoras em fornecer serviços de quinta geração nas frequências próximas aos 26 GHz, mas também noutras.

Assim, é certo que, nesta primeira fase, Portugal terá um 5G muito limitado, assente na faixa dos 700 MHz — que servirá de transição do 4G para o 5G –, assim como nos 3,6 GHz, duas das várias faixas que vão a leilão. A primeira, porém, ainda está a ser desocupada pelo serviço de TDT e este 5G não será muito diferente da atual rede 4G.

Uma fonte do mercado explicou ao ECO que as operadoras vão dar os primeiros passos na nova geração de rede móvel numa lógica non-standalone. Ou seja, este primeiro 5G, apesar de reduzir a latência nas comunicações — isto é, o tempo que um pacote de informação leva a chegar ao servidor de destino –, será um 5G assente na atual rede 4G e ainda com núcleo (core) de quarta geração, e não um “5G puro”, com rádios 5G e um core 5G.

Isto acontece numa altura em que, noutros países, as frequências altas dos 26 GHz já foram atribuídas a empresas e o 5G mmWave já começou a ser desenvolvido. A Anacom não esconde isso, mas recorda que, na União Europeia, “apenas a Itália atribuiu espetro na faixa dos 26 GHz”. “A Finlândia tem planos para realizar um leilão ainda este ano e a Dinamarca já realizou consulta pública”, acrescenta fonte oficial da entidade.

Operadoras admitem 5G “ultrarrápido” em 2025. Novo leilão “será antes”

Na visão técnica das operadoras, ainda não se justifica ter 1 Gbps de velocidade num smartphone: a oferta destes terminais no mercado é reduzida, as velocidades não variam muito das atuais e a bateria dos aparelhos esgota-se com facilidade. Por isso, as empresas portuguesas admitem esperar cerca de cinco anos para iniciar o desenvolvimento do 5G “ultrarrápido” na referida faixa dos 26 GHz, apesar de a Meo e a Vodafone terem dito que queriam já esta faixa no leilão.

No relatório final sobre a consulta pública do 5G, a Anacom admite que as operadoras mostraram interesse nesta faixa. A entidade fala mesmo num “interesse substancial, embora cauteloso”, dadas as “incertezas quanto aos contornos da sua atribuição”. Porém, a avaliar pelas pronúncias das operadoras, a atribuição dessa faixa é mesmo determinante para um 5G de qualidade.

Na versão confidencial da posição enviada à Anacom pela Meo — que, apesar de truncada, o ECO conseguiu consultar –, a Altice Portugal mostra “interesse” nos 26 GHz, lembrando que esta faixa “é necessária para assegurar os objetivos de performance do 5G”. Nomeadamente, “para obter velocidades de multi gigabit por segundo em zonas de FWA [Fixed Wireless Access], indoor, hotspots de utilização de banda larga e nas soluções ditas ‘verticais'”, refere a empresa.

À pergunta sobre quando considera “adequada” a disponibilização dessa faixa do espetro, a Altice Portugal responde que “a partir de 2020, com maior interesse possivelmente após 2025”.

As respostas à consulta pública mostram que a Vodafone também era a favor da integração da faixa dos 26 GHz neste leilão: “Sendo possível, e uma vez ultrapassadas as questões que possam obstar a que esta faixa possa integrar um processo de atribuição conjunta da faixa core dos 700 MHz e de outras que estejam em condições de integrar esse processo, a Vodafone considera relevante a incorporação dos 26 GHz nesse processo”, lê-se no documento.

Mas a operadora sublinha que, “para o efeito, será essencial que estejam definidas condições técnicas claras e concretas para a exploração da faixa e que, desse modo, garantam uma efetiva harmonização”, acrescenta o mesmo.

Já no caso da Nos, a versão pública da resposta à Anacom mostra que a operadora considera ainda “uma incógnita” quando “estarão efetivamente definidas as condições de utilização da faixa dos 26 GHz para suporte do 5G, bem como não existem previsões consistentes sobre quando haverá protótipos de equipamentos para esta faixa”.

Em conversa com o ECO, Francisco Fontes, engenheiro da Altice Labs e especialista na quinta geração de rede de comunicações, confirmou o interesse da operadora nos 26 GHz e disse não ver outro cenário que não o de um novo leilão de frequências antes de 2025: “Será antes, de certeza. Em 2023”, afirmou.

“Sou um pouco pessimista. Antes de 2021, talvez 2023, não haverá standalone em exploração”, disse também o especialista, falando num processo gradual que possibilitará uma transição mais suave para as operadoras, assim como uma maior rentabilização dos investimentos feitos no 4G em simultâneo.

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Huawei fora do núcleo do 5G em Portugal. Telecoms seguem Bruxelas

Ao contrário do que se acreditava até aqui, a Huawei não deverá fazer parte do núcleo das redes 5G da Meo, Nos e Vodafone. Telecoms portuguesas estarão em linha com as recomendações de Bruxelas.

A Huawei está fora do core (núcleo) das redes 5G que estão a ser desenvolvidas pelas três principais operadoras portuguesas. Depois de a Nos ter confirmado que não conta com tecnologia da fabricante chinesa no core da sua rede, a Altice Portugal veio garantir o mesmo esta semana. O mesmo é válido para a Vodafone.

“Não temos a Huawei no core“, disse o presidente executivo da dona da Meo, Alexandre Fonseca, num encontro com jornalistas em Aveiro. O ECO sabe que a empresa está a realizar testes com core da Huawei em Lisboa e com tecnologia da Ericsson em Aveiro, mas pondera apostar num core da Cisco quando abrir a sua rede 5G ao mercado.

Quanto à Nos, a operadora também não usa tecnologia da marca chinesa no core da sua rede: “Não temos a Huawei no núcleo”, garantiu o administrador financeiro da empresa, José Pedro Pereira, numa conferência telefónica com analistas no mês passado. A empresa também tem um protocolo com a Huawei, mas também tem apostado em tecnologia da Nokia. No entanto, não foi possível apurar qual o fabricante escolhido pela empresa para o core do seu 5G.

Em relação à Vodafone, é público que a empresa vê na Ericsson o seu fornecedor de eleição. Por isso, também não usa equipamentos da empresa chinesa no seu core de rede móvel de quinta geração, garantiu ao ECO uma fonte conhecedora do mercado.

Contas feitas, das três principais operadoras portuguesas, nenhuma terá tecnologia da Huawei no núcleo das suas redes 5G, ao contrário do que se acreditava até aqui. Estas empresas deverão, assim, estar em conformidade com as recomendações da Comissão Europeia que vão no sentido da exclusão de “fornecedores de alto risco” das partes mais críticas da rede móvel de nova geração.

Apesar de a Huawei não ter sido diretamente mencionada por Bruxelas, o nome da fabricante tem levantado dúvidas pelas alegadas ligações ao regime comunista chinês. Os EUA têm pressionado a União Europeia a banir totalmente a empresa, por receio de que a sua tecnologia seja um veículo de espionagem ao serviço de Xi Jinping.

No entanto, a Huawei tem negado todas as acusações e garante que dá primazia à segurança. E o certo é que nunca foram apresentadas provas contrárias que apontem para vulnerabilidades flagrantes nos equipamentos que produz. A empresa contrapõe, por isso, com a ideia de que foi “apanhada” no fogo cruzado da guerra comercial sino-americana.

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Vodafone desiste de fazer parte da moeda virtual do Facebook

A Vodafone tornou-se a oitava empresa a desistir de integrar o consórcio que está a desenvolver a Libra. Renúncia é mais um passo atrás no projeto do Facebook.

Há uma nova baixa na criptomoeda do Facebook. A Vodafone é a oitava empresa a desistir do consórcio que está a desenvolver o projeto, seguindo os passos de empresas como a Visa e a MasterCard, anunciou a operadora num comunicado citado pelo Expansión.

“Podemos confirmar que a Vodafone já não é membro da Associação Libra”, indicou fonte oficial da empresa, referindo-se a um consórcio fundado por 29 empresas, incluindo a luso-britânica Farfetch. PayPal, eBay, Stripe, Visa, MasterCard, Booking Holdings e Mercado Pago já tinham renunciado ao projeto.

A desistência da Vodafone é mais um passo atrás no projeto do Facebook para criar uma moeda universal, que servirá para pagamentos e transferências na internet. A intenção é que a moeda Libra tenha valor indexado a um conjunto de ativos com valor de mercado real, mas a ideia de uma moeda universal gerida por empresas privadas não está a agradar às autoridades.

O Facebook tem encontrado resistência ao projeto em Washington (EUA), mas também em Bruxelas, com a Comissão Europeia a assumir ao ECO, no ano passado, que a empresa poderia necessitar de uma licença para poder lançar a Libra na União Europeia. O Facebook quer que a moeda comece a funcionar na primeira metade deste ano, mas os reguladores têm pedido mais esclarecimentos à empresa e exigem um travão à pretensão de Mark Zuckerberg, pelo menos enquanto todas as dúvidas não forem esclarecidas.

Os reguladores têm apontado problemas como os riscos que uma moeda universal pode trazer ao sistema financeiro mundial, bem como falta de transparência na forma como a Libra será gerida. Além disso, há receios em torno da proteção da privacidade dos utilizadores.

A rede social, por sua vez, explica que a Libra poderá facilitar o acesso a serviços financeiros que, de outra forma, não estariam acessíveis a algumas comunidades. A empresa garante também que não controlará os destinos da Libra, mas sim exercerá a mesma influência no consórcio que todos os demais membros fundadores.

Para além da Farfetch, empresas como a Uber, Lyft, Coinbase e Spotify mantêm-se na associação, resistindo às sucessivas desistências. Já a participação do Facebook na associação dá-se através de uma subsidiária chamada Calibra.

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“Alguém à frente da Anacom está chateado com a vida”. Principais operadoras portuguesas criticam regulador

Os líderes das principais operadoras teceram duras críticas à Anacom no debate do Estado da Nação das Comunicações, o mais importante para o setor. Clima também aqueceu entre Nos e Altice.

Os líderes das três principais operadoras aproveitaram mais um debate do Estado da Nação das Comunicações para atirar farpas ao regulador do setor, mas endureceram as posições numa altura em que o país caminha a contrarrelógio para lançar o 5G, afirmando que o país está atrasado em termos comparativos com o resto da Europa.

“Alguém à frente do regulador está chateado com a vida. É completamente autista. Estamos perante um regulador que não tem visão estratégica”, disse Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, que tem encabeçado as críticas à entidade reguladora liderada por João Cadete de Matos.

“O problema é o responsável da Anacom hoje. É um líder da área de regulação que passa o tempo entretido a encontrar artefactos para puxar este setor para baixo”, considerou o gestor. A Altice Portugal já pediu ao Governo para dar início a um processo para destituir João Cadete de Matos, apesar de o cargo ser inamovível.

Alexandre Fonseca acusou também a Anacom de ter retirado Portugal da lista de membros do ETSI, o fórum internacional de standards de comunicação, “à revelia do Governo”. “Não queria, pura e simplesmente, pagar a quota”, rematou.

No mesmo painel, que é um raro momento em que os líderes das operadoras discutem o setor em público, o presidente executivo da Nos NOS 0,13% , Miguel Almeida, recuperou uma declaração passada: “Seria muito mau para o país ter um 5G coxo. Pode haver quatro ou cinco operadores com 5G, mas que nenhum deles é 5G. São quase 5G. E isso seria dramático para o país”, avisou.

A Nos foi uma das empresas que avançou para tribunal para tentar retirar à Dense Air uma licença de 5G comprada em 2010, que deveria ter sido usada em 2012, apesar de a Dense Air continuar sem atividade. “O país não pode ficar refém de uma entidade. Este é um tema de política para os próximos dez anos. Entre os nossos receios está a atribuição absurda e gratuita de espetro à chamada Dense Air, que ninguém conhece porque não tem clientes, não tem receitas, não tem colaboradores. E nunca teve”, apontou, fazendo eco das exigências deixadas à tarde pelas responsáveis de regulação no mesmo evento.

Mário Vaz, o presidente executivo da Vodafone, alertou que o 5G em Portugal está atrasado e garantiu que a posição da empresa que representa sempre foi, “desde o início”, a de que o país “não se deve atrasar relativamente à Europa”.

“É recuperável, naturalmente que sim. Mas o 5G é demasiado importante para que possa ser deixado na roda livre do regulador e associado apenas à temática das frequências. O 5G é mais do que uma evolução meramente tecnológica”, apontou Mário Vaz. Lembrou, ainda assim, que a intenção da Anacom é lançar o 5G em maio do próximo ano. O leilão das frequências deverá arrancar em abril e está em curso o processo de mudança de frequências da TDT, que ocupa a faixa dos 700 MHz, uma das mais importantes para a quinta geração de rede de comunicações.

29o Digital Business Congress - 21NOV19
O Estado da Nação das Comunicações é o debate mais importante do setor. Da esquerda para a direita: Alexandre Fonseca (Altice Portugal), Mário Vaz (Vodafone Portugal) e Miguel Almeida (Nos).Hugo Amaral/ECO

Clima aquece entre Nos e Altice

Além das críticas ao regulador, o debate ficou marcado por uma divergência entre os líderes da Nos e da Altice Portugal. Recentemente, num encontro com jornalistas, o líder da dona da Meo levantou questões em torno do número “anormal” de adições líquidas de clientes de TV da concorrente Nos no último trimestre, que passou de um segundo trimestre flat para uma subida inédita de 14.000 clientes, de acordo com dados da Altice Portugal.

Confrontado com estas informações, o ambiente ficou pesado no auditório do Centro Cultural de Belém (CCB). “Compreenderá que me abstenho de comentar declarações do meu concorrente”, disse Miguel Almeida, líder da Nos. Mas acusou o homólogo da Altice Portugal de fazer “comunicados diários” e “aparições dia sim, dia não”.

De seguida, endereçando as dúvidas da empresa concorrente, destacou: “É o maior testemunho da qualidade de trabalho dos colaboradores da Nos. É um trabalho fantástico, como os números demonstram”, rematou.

Alexandre Fonseca também não mostrou abertura para aprofundar a questão e reiterou apenas que, “nos últimos dois anos”, a Altice Portugal encurtou a distância para a Nos (líder de mercado na TV) para 0,9 pontos percentuais. “Crescemos mais do que qualquer concorrente em relação à televisão”, disse.

Mário Vaz, da Vodafone Portugal, também não ficou alheio da discussão, mas puxou da ironia: “Ninguém reparou no pico da Vodafone porque a Vodafone está sempre em pico”.

Custo do espetro em Portugal “não é positivo”

Mário Vaz, da Vodafone Portugal, aproveitou ainda o debate para criticar o modelo escolhido pelo Governo para atribuir as frequências para a rede 5G, através de um leilão. Os preços base ainda não são conhecidos, mas, à partida, o gestor aponta que o custo de participar “não é positivo”.

Quando questionado sobre o que poderiam dizer, bem ou mal, da atuação do Governo no setor, Mário Vaz começou pelos pontos negativos. O custo do espetro em Portugal “não é positivo”, reiterou. Ainda assim, apontou que é com “satisfação” que vê o Governo a assumir responsabilidade sobre a temática 5G.

Momentos antes, no congresso, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações não adiantou qual seria o preço base, deixando apenas a garantia de que seria inferior aos seis mil milhões que as licenças custaram na Alemanha. Mas admitiu que o valor será “superior àquilo que [as empresas] gostariam”.

(Notícia atualizada às 19h31 com mais informações)

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Receitas da Vodafone Portugal sobem 4,4% à boleia do segmento fixo

  • Lusa
  • 12 Novembro 2019

"O desempenho alcançado no segundo trimestre foi suportado pelo crescimento a dois dígitos do negócio fixo, tanto na base de clientes como nas receitas", explica Mário Vaz.

As receitas totais da Vodafone Portugal subiram 4,4% no primeiro semestre fiscal terminado em setembro, face a igual período de 2018, para 541 milhões de euros, anunciou esta segunda-feira a operadora de telecomunicações.

As receitas de serviços ascenderam a 492 milhões de euros, um aumento de 4,3%. No trimestre terminado em setembro, as receitas de serviços aumentaram 5,3% para 254 milhões de euros e as receitas totais subiram 5,4% para 280 milhões de euros.

“Concluído aquele que é o seu segundo trimestre do exercício económico 2019/20 (julho a setembro), a Vodafone Portugal prossegue a tendência de crescimento das receitas de serviços, principal indicador de negócio, impulsionado não apenas pelo segmento fixo, que tem sido o principal motor do crescimento nos últimos anos, mas também pelo segmento móvel”, refere a empresa, em comunicado.

“O desempenho alcançado no segundo trimestre foi suportado pelo crescimento a dois dígitos do negócio fixo, tanto na base de clientes como nas receitas“, acrescenta, adiantando que no segundo trimestre fiscal “a base total de clientes do serviço fixo aumentou 10,4%”, em termos homólogos, “atingindo 756 mil, dos quais 646 mil são clientes de televisão (+11,7%)”.

A Vodafone Portugal refere igualmente que os resultados no trimestre em análise “foram também impulsionados pelo desempenho consistente do negócio móvel, com o número total de clientes móveis a aumentar 2,6% em relação ao mesmo período no ano passado, atingindo 4,9 milhões”.

A operadora de telecomunicações “continua a expandir a sua presença em todo o território nacional, atingindo, no final de setembro, 3,3 milhões de lares e empresas passadas com a sua fibra de última geração”, informa.

Citado em comunicado, o presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, afirma que “os resultados apresentados são a materialização de uma estratégia de crescimento orgânico, de aposta no investimento e na superior orientação para o cliente”.

“Comprometidos com os desafios de digitalização do país, continuamos a aumentar a cobertura de fibra, fruto das importantes parcerias que fomos celebrando, a última das quais com a dstelecom, e mantemos o foco na disponibilização de um serviço de qualidade na rede móvel, disponibilizando velocidades de acesso compatíveis com o crescente volume de dados que os clientes exigem”, prossegue.

“O nosso esforço em adaptar, de forma contínua, as ofertas às necessidades dos clientes, traduziu-se, no trimestre em causa, no lançamento de ofertas inovadoras nas áreas de televisão e móvel”, conclui Mário Vaz.

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Depois da Nos, clientes da Vodafone também estiveram sem internet

O dia desta terça-feira não foi animador para o setor das telecomunicações em Portugal. Depois das falhas na Nos, também a Vodafone registou problemas no acesso à internet.

Esta terça-feira não foi um dia exemplar para o setor das telecomunicações em Portugal. Depois de os clientes da Nos terem ficado praticamente três horas sem comunicações móveis durante o período do almoço, foi a vez de os clientes da Vodafone enfrentarem problemas no acesso à internet durante várias horas após o jantar.

“Uma avaria de software de rede causou constrangimentos no serviço de internet móvel e fixa da Vodafone na noite de 22 de outubro, que se fizeram sentir por todo o país. A situação teve início às 21h15 e ficou resolvida às 00h30. A Vodafone identificou imediatamente a causa do problema e ativou todos os meios para repor a situação dentro do mais curto espaço de tempo possível”, disse ao ECO fonte oficial da empresa. A operadora não deu mais detalhes sobre a causa do problema.

O portal Down Detector, que monitoriza a atividade de vários serviços em todo o mundo, mostra um aumento súbito no número de queixas dos utilizadores acerca dos serviços de internet fixa e móvel da Vodafone por volta das 22h00, que se estendeu até meio da madrugada. À meia noite, desta quarta-feira, ainda havia quem se queixasse de problemas: “Incrível, quatro horas sem internet”, escreveu um utilizador.

Quanto à Nos, a empresa resolveu o problema técnico por volta das 15h00. Ao final do dia, depois de efetuadas diligências, a empresa comunicou que a falha técnica se deveu a uma “anomalia simultânea de dois sistemas de processamento de tráfego”. Uma falha que a operadora considerou ter “uma probabilidade absolutamente ínfima”.

(Notícia atualizada às 9h54 com declaração oficial da Vodafone)

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Paga TV mas só quer Netflix. Compensa cortar o cabo?

A maioria dos pacotes de comunicações obriga a ter um serviço de TV que muita gente não usa desde que chegou a moda do streaming. A alternativa é cortar e só ter internet. Mas será que compensa?

Está na altura de cortar o cabo da televisão… ou talvez não.Hugo Amaral/ECO

Os pacotes têm uma coisa boa e uma coisa má. Juntam vários serviços numa só mensalidade, mas obrigam os clientes a pagarem coisas que muitas vezes nem usam. É assim nas telecomunicações. Nem todos tiramos o máximo rendimento dos serviços que contratamos em pacote e não é difícil encontrar alguém que paga telefone mas não usa, paga televisão mas não vê.

Após uma análise atenta aos serviços que usam, muitos consumidores apercebem-se de que as chamadas que fazem é com o telemóvel, ou que só ligam a televisão para ver séries em streaming. E, por estas razões, não precisam mais do que de uma ligação à internet. Após fazerem as contas, percebem que a televisão por cabo é dos serviços mais caros do pacote e que está na altura de cortar no que não é preciso.

Mas será que vale a pena cortar o cabo da box, ficar só com a internet em casa e pagar, antes, uma subscrição da HBO ou da Netflix? Em certos casos, a resposta é um “sim”. Mas cada caso é um caso. Por isso, a resposta mais acertada é um “talvez”. O principal problema é que a maioria das operadoras não vende a internet em separado, ou é demasiado cara para compensar o custo de oportunidade de não ter TV por cabo em casa.

Só internet mais streaming desde 24,99 euros

Vamos testar cenários? Imagine que vive num sítio com fibra da Nos. As ofertas comerciais consultadas pelo ECO mostram que deve conseguir pôr só internet em casa por 26,99 euros por mês, a uma velocidade de 100 Mbps, mais do que suficiente para ver filmes e séries em muito alta definição. Se tiver uma TV moderna, somando o custo do catálogo da HBO de 4,99 euros por mês, pagará um valor mensal total de 31,98 euros.

Tendo em conta esse cenário, não ter TV em casa significa uma poupança de três euros por mês, tendo em conta os 29,99 euros que custam o pacote da Nos com TV, internet e telefone. Ao fim de um ano, são 36 euros de poupança, mais do que uma mensalidade do pacote de telecomunicações com três serviços.

Compensa? Depende do ponto de vista. É que no cenário analisado, pagando mais três euros por mês, teria acesso à 120 canais de televisão linear. É um pequeno preço que poderá compensar o custo de oportunidade. Ou seja, são apenas mais três euros para ter TV em casa que, um dia, até pode dar jeito para ver em casa aquele jogo de futebol da seleção. Se compensa ou não, só o leitor o pode dizer.

 

(carregue para ampliar)

Outro exemplo, desta vez com a Nowo. A antiga Cabovisão permite uma poupança mais significativa se quiser ter só internet em casa e subscrever a HBO ou a Netflix. O problema é que a cobertura da Nowo é muito, muito limitada à escala do país. Mesmo assim, analisemos um cenário em que tem acesso à fibra da Nowo, a 120 Mbps. Pagará 20 euros por mês para ter só internet em casa.

Somando o custo da HBO, pagaria no total 24,99 euros por mês para ter o catálogo na sua smart TV. São menos 6,99 euros do que a opção da Nos (dica: paga uma subscrição do Spotify) e fica com internet ainda mais rápida. Mas, uma vez mais, se tiver cobertura da Nowo, pagaria 22,50 euros por um pacote com a mesma internet e com 90 canais de televisão. Neste caso, o pacote mais o serviço da HBO ficaria a 27,49 euros.

Novamente, ter TV em casa apenas custaria um valor reduzido, na ordem dos 2,5 euros por mês. Um preço que poderá compensar o custo de oportunidade.

 

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O ECO sondou ainda as ofertas da Meo. No caso da operadora da Altice, um primeiro assistente referenciou uma oferta comercial só com internet, a 23,99 euros por mês, mas o ECO não conseguiu confirmar este valor. Isto porque um segundo assistente, contactado, garantiu que a empresa não comercializa acessos à internet a não ser em pacote. Por isso, segundo dados consultados pelo nosso jornal, o mais semelhante seria um pacote com internet e telefone, por 27,99 euros, um euro mais caro do que a oferta da Nos.

Também no caso da Vodafone, a operadora não comercializa apenas internet. A alternativa mais semelhante é, novamente, o pacote com internet e telefone, por 25,90 euros. É mais barato do que a alternativa da NOS, mas a velocidade é apenas de 30 Mbps e obriga a ter telefone em casa. Ainda assim, em ambos os casos, o leitor é que decide o que faz mais sentido em cada caso. Ou casa.

Opções são caras. “Não haverá grande ganho em ter só internet”, reconhece a Deco

A análise do ECO permitiu apurar que só a Nos e a Nowo publicitam ofertas comerciais só com internet fixa. “Custa-me compreender a resistência” das operadoras, comenta o advogado Tito Rodrigues, responsável jurídico da Deco, a associação de defesa do consumidor. Nesta altura do campeonato, seria expectável existirem soluções mais adequadas ao público mais jovem, que “muitas vezes não têm interesse nas soluções integradas”, sublinha.

Lembrando que a Nos e a Nowo têm opções comerciais só de internet, o especialista em telecomunicações da Deco aponta, no entanto, que estas “provavelmente” não respondem à “expectativa de velocidade e preço” dos consumidores. As empresas de telecomunicações “acabam por entregar o 3P [triple play, isto é, um pacote com três serviços, como TV, internet e telefone] que acaba por ser mais vantajoso em termos de preço. No fundo está a retirar valor”, remata.

“As opções só de internet são de facto caras. Tirando a da Nowo, as outras opções [só de internet ou com 2P] são todas com valores superiores. Ficamos muito próximos das opções acima de um 3P. Do ponto de vista de casmurrice de um consumidor que queira apenas internet, não haverá grande ganho em ter só internet”, brinca o responsável da Deco.

Do ponto de vista de casmurrice de um consumidor que queira apenas internet, não haverá grande ganho em ter só internet.

Tito Rodrigues

Responsável jurídico da Deco

Ao nível do mercado, os preços têm-se mantido relativamente semelhantes nas diferentes operadoras e Tito Rodrigues não foge desse facto: “Há harmonização de preços. O mercado foi bastante dinâmico até à maturidade, há cerca de cinco anos”, aponta. A não disponibilização de ofertas só com internet, por exemplo, é também uma forma de estas empresas “defenderem as suas quotas de mercado” e protegerem as receitas numa altura em que se prevê que tenham de fazer investimentos avultados no lançamento do 5G.

Por fim, Tito Rodrigues recorda que a lei da defesa do consumidor “proíbe” as operadoras de fazerem depender a contratação de um determinado serviço à aquisição de outros serviços e produtos. Ou seja, na prática, se reclamar junto da operadora, esta é obrigada a vender a internet sem pacote. Reconhecendo que as operadoras “não publicitam” essa informação, o especialista aponta, contudo, que o valor cobrado pelas operadoras nestes casos “é de tal maneira disparatado” que deixa de fazer sentido “escolher aquele serviço” de um ponto de vista económico.

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Nova box da Vodafone permite “falar” com a televisão

A Vodafone lançou a VBox 4K, uma nova box de televisão que permite "falar" para o comando. Clientes vão poder dizer à TV para "mudar o canal" ou procurar filmes com termos mais específicos.

Os comandos de voz chegaram à TV da Vodafone. A empresa lançou uma nova box que permite que os clientes “falem” com a televisão para mudar o canal e procurar filmes no catálogo, entre outras coisas. A box usa a tecnologia de reconhecimento de voz da Google, mas a Vodafone promete que não grava os áudios das conversas.

“Pela primeira vez em Portugal vamos poder fazer pesquisas por voz na televisão, mas combinando várias componentes”, disse António Margato, diretor do segmento de consumo da Vodafone Portugal, durante a apresentação da VBox 4K, que com ela traz um novo interface de utilização, agora disponível para alguns dos 630 mil clientes de TV da empresa que optem por aderir à oferta.

A opção é ativada premindo um botão do novo comando da box (que abandona os infravermelhos e passa a funcionar por Bluetooth, o que permite esconder a box atrás da televisão ou dentro de um armário). O comando está equipado com um microfone que permite executar funções simples, como “mudar para o canal X”, ou outras mais complexas, como “ver filmes que tenham os atores Y e Z”.

Numa altura em que se levantam cada vez mais questões relacionadas com a privacidade dos utilizadores com as assistentes pessoais, Pedro Duarte, líder do segmento de TV da operadora, “o microfone está sempre desligado” e só é ativado com “o clique de uma tecla”. “Há um clique elétrico que ativa o microfone”, argumentou. Ainda assim, a empresa confirma que os dados de voz são trabalhados na cloud da Google.

VBox 4K da Vodafone. Tem um novo interface e um comando por Bluetooth com microfone.Flávio Nunes/ECO

TV com novo aspeto, mais focada nos conteúdos. E vai ter Netflix

A Vodafone optou por seguir a tendência do mercado e despromoveu os canais no novo interface de televisão, em detrimento dos conteúdos. A nova TV recorre à inteligência artificial para recomendar aos clientes conteúdos em direto ou on demand que possam ser interessantes.

O novo interface aposta ainda num novo espaço protegido com conteúdos para as crianças. Está ainda a ser ultimado o lançamento da aplicação da Netflix para a nova box, para que os clientes possam aceder ao serviço mais rapidamente, sem ter de usar outros gadgets ou usar a própria smart TV, como acontecia até aqui. A Netflix passará a estar na TV da Vodafone lado a lado com a HBO Portugal, que se mantém um exclusivo da plataforma de TV da Vodafone em Portugal.

Esta nova box, com este novo ambiente de utilização, está disponível desde esta quarta-feira para os clientes com o pacote 3P com HBO Portugal incluído, ou para pacotes TVNetVox+Móvel. Os preços começam nos 36,90 euros, para o pacote básico TVNetVox+HBO.

Renovar cartão de cidadão na TV só daqui a “uns meses”

A Vodafone adiantou-se às restantes operadoras e lançou na semana passada uma aplicação que permite aderir à Chave Móvel Digital e pedir senhas para serviços públicos, como o IEFP e o IMT. Um projeto desenvolvido em parceria com a Agência para a Modernização Administrativa, ao abrigo do programa Simplex+.

A app “Serviços Públicos” disponibiliza serviços do Estado na TV da Vodafone.Vodafone

Prometidas estão outras funcionalidades de interesse público, como a marcação de consultas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e até a renovação do Cartão de Cidadão diretamente na televisão. Questionado pelo ECO sobre quando é que as funcionalidades vão estar disponíveis, Telmo Coito, responsável de marketing da Vodafone Portugal, não se quis comprometer com uma data. Mas garantiu que a empresa já as começou a desenvolver e que as mesmas estarão disponíveis “nos próximos meses”.

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Cliente da Vodafone? Vai poder renovar o Cartão de Cidadão na TV

Dois anos depois de ser apresentada, a ideia de disponibilizar serviços do Estado na TV chega finalmente ao terreno. Boxes da Vodafone são as primeiras e já permitem pedir senhas eletrónicas.

Vai ser possível renovar o Cartão de Cidadão e alterar a morada fiscal a partir da box de televisão da Vodafone. Aliás, se é cliente da operadora, pode já a partir desta terça-feira realizar outros serviços a partir do televisor, como é o caso da adesão à Chave Móvel Digital e a emissão de senhas eletrónicas para serviços de entidades públicas.

A empresa liderada por Mário Vaz é a primeira a disponibilizar estes serviços públicos na box de televisão, representando um novo canal de contacto entre o Estado e os cidadãos. As funcionalidades nascem ao abrigo de uma parceria entre a Vodafone e a Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e inserem-se no Programa Simplex. A medida chega assim ao terreno, quase dois anos depois de ter sido noticiada pelo ECO.

“A partir de hoje [terça-feira], os clientes Vodafone com TV Box poderão, de uma forma simples e cómoda, aceder a um conjunto de serviços de várias entidades públicas, através da aplicação criada para o efeito”, anunciou a operadora, em comunicado. A aplicação chama-se “Serviços Públicos”.

Segundo a Vodafone, no caso da adesão à Chave Móvel Digital, que é o serviço de autenticação digital do Estado, “após a solicitação” da adesão, é “enviada pela AMA uma confirmação do pedido por carta para a morada do utilizador”. Em relação à emissão de senhas, “após solicitação”, os clientes “recebem um SMS de confirmação do serviço solicitado e o número da senha atribuída. Em causa, serviços como o IEFP (instituto do emprego) ou o IMT (instituto dos transportes).

A ideia passa agora por adicionar mais serviços públicos à TV. “Durante os próximos meses, a Vodafone vai disponibilizar dois serviços complementares, criado com o objetivo de facilitar a vida aos utentes”, aponta a empresa. Entre eles está a “renovação do Cartão de Cidadão e alteração de morada” e a “marcação de consultas médicas” e prescrições.

A medida “Administração Pública@TV”, apresentada em meados de 2017 no âmbito do Simplex+, visava a criação de “conteúdos destinados à utilização em aplicações para as boxes dos operadores de telecomunicações”. Espera-se que mais operadoras lancem aplicações de TV semelhantes: em resposta ao ECO, em 2017, o ministério então liderado por Maria Manuel Leitão Marques admitiu que “a solução” estava “a ser desenvolvida em conjunto com os operadores”.

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Vodafone estreia 5G em Espanha a 15 de junho (com a Huawei)

A Vodafone vai lançar a primeira oferta comercial de 5G em Espanha no dia 15 de junho. A rede usa equipamentos da Huawei, mas a empresa não vai vender smartphones da marca chinesa.

Espanha vai ser o primeiro país do grupo Vodafone a ter uma oferta comercial de 5G, a quinta geração de rede móvel. O lançamento do serviço está marcado para 15 de junho, em 15 cidades espanholas, incluindo Madrid e Barcelona, e usa infraestrutura desenvolvida pela controversa empresa chinesa Huawei, apesar de o grupo ter excluído os smartphones 5G da Huawei do catálogo, avança o El País.

A Vodafone foi a principal licitadora num leilão de frequências para o 5G que se realizou há praticamente um ano, operação que gerou perto de 438 milhões de euros para os cofres públicos espanhóis. Agora, 11 meses depois, o grupo britânico lança a primeira oferta comercial para clientes que contratem os novos tarifários sem limites de dados móveis.

O 5G da Vodafone em Espanha vai usar infraestrutura fabricada pela Huawei, a empresa chinesa no centro da guerra comercial entre EUA e China e que é acusada de ser um veículo de espionagem do governo chinês. A empresa sempre negou as acusações. A Vodafone também está a usar equipamento da sueca Ericsson, que também é a parceira da Vodafone Portugal no caminho rumo ao 5G português.

Em Espanha, a Vodafone já tem no catálogo smartphones que suportam a nova rede 5G. Os terminais são das marcas Samsung, LG e Xiaomi. A lista exclui os telemóveis 5G da Huawei, como já tinha sido anunciado pela operadora, apesar de a marca chinesa ter desenvolvido parte da tecnologia usada pela Vodafone na rede 5G que instalou no país.

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Espanha já tem tarifários com dados móveis ilimitados. Preços começam nos 40 euros por mês

A Vodafone Espanha lançou três tarifários que oferecem tráfego ilimitado de dados móveis. As mensalidades começam nos 40,99 euros e variam na velocidade do acesso à internet.

A Vodafone apresentou uma nova oferta comercial em Espanha que contempla três tarifários móveis com tráfego de dados ilimitado, uma novidade no mercado ibérico. Os tarifários também têm chamadas ilimitadas para todas as redes e estão disponíveis em pacote ou a título individual, através do pagamento de uma mensalidade fixa, segundo o jornal El País.

Os três novos tarifários da Vodafone variam na velocidade limite da ligação à internet. A modalidade Ilimitada tem um limite de débito de dois megabits por segundo (2 Mbps) e custa 40,99 euros por mês, contemplando um plafond máximo de 16 GB de tráfego de dados para utilizações fora de Espanha.

Já a tarifa Ilimitada Súper tem uma velocidade de acesso até 19 Mbps e custa 45,99 euros por mês, com 17 GB de tráfego em roaming, enquanto a Ilimitada Total não tem limites de velocidade dentro do que é possível na rede 4G, com um custo mensal de 49,99 euros e 19 GB para utilização fora do mercado doméstico.

Estes são os preços de contratação individual dos serviços, uma vez que os clientes da Vodafone Espanha podem ainda contratar estes tarifários integrados em pacotes com internet fixa por fibra ótica. Nesse caso, os preços variam entre os 69,99 euros por mês e os 109,99 euros por mês.

A novidade surge numa altura em que a Vodafone Espanha se encontra a fazer alterações à oferta comercial, tendo apresentado na semana passada novos pacotes de TV no país. A empresa espera, desta forma, atrair novos clientes e conquistar quota de mercado à concorrência, uma tentativa de dar a volta à situação financeira que se tem agravado nos últimos meses.

Em janeiro deste ano, a empresa anunciou um plano para despedir até 1.200 trabalhadores em Espanha, 25% do total. A medida visa ajustar a empresa ao recuo das receitas e dos lucros, explicou a Vodafone Espanha quando a intenção foi conhecida.

O ECO contactou a Vodafone Portugal para saber se a empresa também está a desenvolver uma oferta comercial com tarifários ilimitados. Mas a empresa portuguesa respondeu que “cada mercado do grupo Vodafone segue a sua própria estratégia de pricing, pelo que o anúncio efetuado em Espanha em nada impacta a operação em Portugal”.

Nos últimos anos, o setor das telecomunicações tem lançado ofertas comerciais com cada vez mais tráfego de dados móveis. É a resposta das operadoras ao aumento do volume de tráfego com a evolução da economia digital e do alargar da cobertura das redes de nova geração.

(Notícia atualizada às 16h36 com resposta da Vodafone Portugal)

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