Da luta renhida com o PS à euforia da vitória: “Pedro Duarte é o homem certo para a cidade do Porto”

No quartel-general do PSD viveu-se uma noite carregada de emoções, com os nervos em franja até depois das 12 badaladas. Pedro Duarte saiu vitorioso e os militantes reagiram com euforia.

Com bandeiras a esvoaçar e os apoiantes a gritarem, a plenos pulmões, “O Porto Somos Nós”, o frenesim foi-se instalando desde as 19h, no quartel-general da candidatura de Pedro Duarte, na Avenida dos Aliados. À medida que o ponteiro do relógio ia marcando as horas, a noite estava cada vez mais frenética e carregada de emoções a escassos metros da Câmara do Porto, que culminou com o tão esperado anúncio da vitória do social-democrata já tinham soado as 12 badaladas.

Ainda Pedro Duarte não tinha dado o ar da sua graça no espaço comum, onde os militantes o esperavam com grande expectativa, e já se escutava uma enorme ovação. Os mais distraídos poderiam pensar que era desta que reclamaria a vitória. Falso alarme. A enorme ovação era para o presidente do CDS, Nuno Melo, que logo se juntou ao cabeça de lista da coligação PSD/CDS/IL numa sala privada.

Desde as 19h30 que Pedro Duarte se refugiou, longe das câmaras de televisão e das dezenas de jornalistas que foram chegando à sede de campanha, até subir ao palco já depois da meia-noite e meia para o discurso de vitória. Numa sala contígua à sua, o ex-ministro reuniu um núcleo duro da candidatura com cerca de três dezenas de candidatos à Assembleia Municipal e às juntas de freguesia, além da direção de campanha, enquanto aguardava pelos resultados.

Já do lado de fora, os militantes esperavam ansiosos com conversas cruzadas, a poucos metros dos Paços do Concelho, onde em breve Pedro Duarte vai ocupar a cadeira do poder depois de uma luta renhida com o seu concorrente socialista Manuel Pizarro. Lá dentro, a sala principal foi ficando cada vez mais composta à medida que as horas iam passando, num frenesim e nervosismo próprio de quem esperava ganhar, mas que esteve até ao último momento com os nervos em franja.

Já pelas 19h30, Júlia Campos — que integra a lista da atual presidente da Junta de freguesia de Ramalde, Patrícia Rapazote — dizia ao ECO/Local Online acreditar na vitória de Pedro Duarte apesar de estar “taco a taco” com o concorrente Manuel Pizarro. “Naturalmente que estou com esperança, aliás, tenho mesmo a convicção de que vão ganhar“, frisava, confiante.

Quando pelas 20h ouviu na televisão a primeira projeção da noite, Júlia Campos ficou ainda mais satisfeita. “A minha reação à primeira projeção da noite foi de alegria, mas é preciso esperar pelos resultados”, acautelava. Às 20h, Pedro Duarte aparecia em ligeira vantagem na corrida para a Câmara Municipal do Porto, mas com um resultado ainda na margem do empate técnico.

Pedro Duarte é o homem certo para a cidade do Porto.

Júlia Campos

Militante PSD, a lista da atual presidente da Junta de freguesia de Ramalde, Patrícia Rapazote

Júlia Campos já esperava que a noite fosse longa até se conhecer os resultados eleitorais. “Face à minha experiência em eleições, a noite é longa, porque o processo tem de ser rigoroso e consequentemente demorado”. Mas uma coisa é certa para a militante social-democrata: “O Pedro Duarte tem todo o carisma para ser um presidente de câmara”. Aliás, sublinha, “mais do que carisma, o importante é a sua competência. Pedro Duarte é o homem certo para a cidade do Porto”.

Sebastião Feyo de Azevedo, atual presidente da Assembleia Municipal do Porto, já chegou ao quartel-general pelas 22h30. Postura tranquila, fácil sorriso, foi logo dizendo: “Estou calmíssimo à espera de saber os resultados. Já cá ando há muitos anos”. Quis manifestar o seu apoio a Pedro Duarte: “Vim aqui porque apoio convictamente o Pedro Duarte e também na qualidade de presidente da Assembleia Municipal do Porto pelo PSD”.

Já chegou ao quartel-general com conhecimento de causa, tinha estado a acompanhar “as projeções eleitorais pelas redes sociais e televisão”, atirando que andam “a especular” e que a noite vai culminar com a vitória da coligação “O Porto Somos Nós”.

Sebastião Feyo de Azevedo, Presidente da Assembleia Municipal do PortoRicardo Castelo/ECO 13 outubro, 2025

Sebastião Feyo de Azevedo não tem dúvidas: “Acredito que o Pedro Duarte tem todas as condições para ganhar. O doutor Manuel Pizarro é um candidato respeitável, mas o Pedro Duarte é melhor do ponto de vista de visão da cidade e representa uma renovação geracional”.

O frenesim foi-se instalando na sala ao longo da noite e sempre que se ouviam gritos, os olhares desviavam-se para o palco com a expectativa da aparição do cabeça de lista da coligação PSD/CDS/IL. Mais uma vez falso alarme. Desta vez cantava-se a vitória pela União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde.

“Ganhamos a Foz!”, gritavam, em coro, entoando: “Cláudia [Bravo] vai em frente, tens aqui a tua gente”, acompanhado de uma forte ovação.

“Ao que parece Foz e Bonfim estão garantidos”, atirava Miguel Chorão, passos à frente, que integra a lista da União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, na expectativa da vitória de Pedro Duarte.

O doutor Manuel Pizarro é um candidato respeitável, mas o Pedro Duarte é melhor do ponto de vista de visão da cidade e representa uma renovação geracional.

Sebastião Feyo de Azevedo

Presidente da Assembleia Municipal do Porto

Desde as 19h30 que Miguel Chorão se encontrava na sede da campanha do PSD/CDS-PP/IL e ansiava pelos resultados que demoravam a ser conhecidos. O “nervoso miudinho” ia aumentando à medida que as horas passavam e o compasso de espera também. “Já sabíamos que ia ser assim. Todas as sondagens apontavam para um empate. Mas continuamos com a esperança que vamos ganhar a bem do Porto”.

Em jeito de desabafo, deixa cair: “Se Pedro Duarte perder, vai ser uma grande desilusão”. Mas acabou por não ser. O desânimo tomou conta de uma outra sede de campanha, a do rival socialista Manuel Pizarro, que à terceira não foi de vez. Horas antes, aquando das primeiras projeções pelas 20h, que davam vantagem à coligação PSD/CDS/IL, o ambiente tinha ficado “gelado”, tomado por silêncio absoluto, ainda que os socialistas não quiserem atirar a toalha ao chão, confiantes que iriam vencer.

Já horas depois, na Avenida dos Aliados, Pedro Duarte subiria ao palco para discursar sob o aplauso e gritos de felicitação dos militantes. Acabaria depois por ser engolido pelos apoiantes com beijos e apertos de mão, numa euforia que tomou conta do espaço. Para depois receber o líder do PSD, Luís Montenegro, com um abraço de júbilo forte, com mais apertos de mão e saudações do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

Já à chegada, na Avenida dos Aliados, Montenegro seria “atropelado” por um banho de apoiantes a hastearem bandeiras, eufóricos com o resultado das eleições autárquicas no Porto. O PS já leva 24 anos de ausência de poder no Paços do Concelho, enquanto que para os social-democratas são 12, que terminam agora.

Esta campanha eleitoral foi renhida até à ultima entre PS e coligação PSD/CDS/IL para conquistar uma Câmara na qual Rui Moreira nunca deu oportunidade aos adversários. Há quatro anos nem PS nem PSD passaram dos 18% dos votos, a anos luz dos 56% da última vitória socialista, em 1997, e dos 47% da reeleição de Rui Rio em 2009.

Agora, é a vez de Pedro Duarte, numa luta suada que venceu por escassos 2.008 votos de diferença, num universo de 115 mil votantes.

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