5 desafios dos Seguros de Saúde em Portugal
Os seguros de saúde em Portugal enfrentam desafios significativos, desde o envelhecimento da população até à gestão de custos. Conheça 5 obstáculos principais.
Os seguros de saúde em Portugal enfrentam um cenário complexo, moldado por várias questões estruturais e dinâmicas que exigem uma adaptação constante do setor.
Embora o mercado tenha evoluído ao longo dos anos, desafios substanciais permanecem. À medida que a população portuguesa envelhece, os custos com a saúde aumentam, ao mesmo tempo que as expectativas dos consumidores se tornam mais exigentes.
Conheça 5 obstáculos que as seguradoras e o sistema de saúde em geral têm de superar para garantir a sustentabilidade do setor, o bem-estar da população e a evolução das políticas de saúde:
1. Longevidade e envelhecimento da população
Portugal tem uma das populações mais envelhecidas da União Europeia. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2023, mais de 30% da população portuguesa tinha 65 anos ou mais, uma tendência que deve continuar a crescer nas próximas décadas. Este aumento da longevidade traz consigo uma série de desafios para os seguros de saúde. As doenças crónicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, tornam-se mais prevalentes, aumentando os custos com tratamentos de longo prazo.
2. A tecnologia e os tratamentos de alto custo
À medida que a tecnologia na área da saúde avança, novos tratamentos e diagnósticos emergem, muitos dos quais são mais eficazes, mas também mais caros.
Tratamentos inovadores como terapias genéticas, medicamentos especializados para doenças raras e dispositivos médicos avançados têm custos elevados. Para que os seguros de saúde continuem a ser acessíveis, as seguradoras precisam de adotar estratégias de gestão de custos que combinem a inovação com a eficiência. A introdução de soluções como a medicina personalizada, baseada no uso de dados genéticos, pode ser uma forma de gerir os custos ao mesmo tempo que se oferece uma cobertura mais precisa e adaptada às necessidades dos clientes.
3. Expectativas dos clientes
Atualmente, os clientes querem mais do que uma simples cobertura para doenças. Pretendem-se serviços personalizados, com acesso a médicos especialistas, tratamentos inovadores e, principalmente, transparência nas coberturas e nos custos. Este cenário exige que as seguradoras invistam em plataformas digitais de fácil acesso, onde os clientes possam verificar e personalizar as suas apólices, obter informações detalhadas sobre tratamentos e consultar a rede de prestadores de serviços de saúde.
4. Eficiência nos cuidados de saúde
A pressão por eficiência no setor de saúde não se resume à contenção de custos. Existe uma crescente necessidade de garantir que os tratamentos e serviços prestados resultem em melhores desfechos para os pacientes.
Este cenário exige das seguradoras uma gestão eficiente dos custos, com prioridade para a qualidade dos cuidados.
5. Gestão de dados em saúde
O uso de dados pessoais na personalização de seguros de saúde representa um avanço significativo no setor. As seguradoras podem usar informações sobre hábitos de vida, históricos médicos e até mesmo dados genéticos para criar apólices mais ajustadas às necessidades dos clientes. No entanto, o armazenamento e a utilização desses dados levantam questões sérias sobre privacidade e segurança.
Portugal é um dos países que mais investiu na digitalização do setor da saúde, com a implementação do sistema de Saúde Digital, que integra dados de pacientes, médicos e hospitais. O uso desses dados pode ser fundamental para a criação de seguros mais eficientes e personalizados, mas é necessário garantir que as seguradoras cumpram com as rigorosas normas de privacidade estabelecidas pela União Europeia, nomeadamente o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR).
A necessidade de inovação e adaptação
O setor de seguros de saúde em Portugal encontra-se num ponto de inflexão. A longevidade, o aumento dos custos dos tratamentos, as elevadas expectativas dos consumidores e a necessidade de adaptação às novas tecnologias exigem uma resposta ágil e inovadora das seguradoras. Para que as apólices se mantenham acessíveis e eficazes, é necessário que as seguradoras se adaptem a estas novas realidades, investindo na personalização dos serviços, na prevenção e na eficiência no tratamento dos custos.