Governo espanhol rejeita críticas sobre execução lenta do PRR

Empresários criticam lentidão e gestão dos fundos de recuperação da União Europeia. Governo espanhol assegura que atingiu “velocidade de cruzeiro” no desenvolvimento de planos de investimento.

Espanha está a ser alvo de críticas por parte das empresas devido à gestão dos fundos de recuperação da União Europeia, mas a ministra da Economia espanhola insiste que os planos estão no caminho certo. Nadia Calviño rejeita também as queixas de que os fundos estão a ser distribuídos muito lentamente.

Entre os críticos encontram-se parceiros de negócios insatisfeitos, como a Volkswagen, aliada em projetos de veículos elétricos. Contudo, o Governo espanhol assegura que atingiu a “velocidade de cruzeiro” no desenvolvimento de planos de investimento e que vai cumprir os padrões de auditoria para garantir a próxima tranche, disse em entrevista ao Financial Times (acesso pago).

“Há chamadas e concursos para projetos a ser abertos pelo setor público a um ritmo de cerca de dois mil milhões de euros por mês”, disse a ministra da Economia ao jornal britânico. “Com o plano de recuperação, o objetivo não é ser muito rápido, mas sim ter um ritmo constante que mantenha um forte investimento nos próximos anos”, acrescentou.

A Comissão Europeia validou a posição do Governo espanhol, ao sinalizar que “a implementação do plano espanhol está atualmente em conformidade com o cronograma acordado, estabelecido na [decisão] que aprova o plano”.

No entanto, tal não afastou críticas dos empresários, que acusam o Executivo de mascarar a situação com números, argumentando que o ritmo em que abre concursos para os projetos não é o melhor indicador de desempenho ou impacto económico. Além disso, “o sentimento geral no setor privado é que se está a ver uma má gestão”, apontou Manuel Pérez-Sala Gozalo, presidente do Círculo de Empresários.

Outro problema é a fiscalização e monitorização dos fundos. Calviño sinalizou que está envolvida em “trabalho muito intenso” com a Comissão para garantir que tem controlos financeiros, admitindo que “a Comissão é extremamente exigente, como deveria ser”. “Seja qual for o país com o qual fale, dirão o mesmo. Isto não é específico de Espanha”, acrescentou.

Os sinais de alerta para a execução do Plano de Recuperação e Resiliência também já soam em Portugal, com o Presidente da República a avisar a ministra da Coesão de que não perdoaria falhas na execução dos fundos europeus.

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