Empresa de Famalicão inova com caroço de azeitona

Empresa Plastifa, especializada em injeção de plástico, cria "inovador" material, com polipropileno reciclado e 15% de caroço de azeitona, para produzir peças mais sustentáveis e amigas do ambiente.

Um novo material feito com polipropileno reciclado e 15% de caroço de azeitona está a ser desenvolvido e testado pela empresa Plastifa, especializada em injeção de plástico, de Vila Nova de Famalicão. Com esta inovação a empresa quer ser mais sustentável e, assim, reduzir a quantidade de polímero (que é derivado de petróleo) a utilizar na produção de peças para a indústria.

“Estamos a fazer ensaios para produzirmos um material bio que é o caroço de azeitona incorporado com polímero de polipropileno reciclado (plástico) para obter um produto mais sustentável para o ambiente“, revelou Manuel Carvalho, CEO da Plastifa, durante uma visita à empresa sobretudo vocacionada para a produção de peças técnicas para o setor automóvel.

No âmbito de mais um Roteiro Created IN, organizado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, o empresário adiantou que já tem em mãos vários “protótipos deste produto” para serem aplicados, no mercado, nalgum tipo de produtos para consumo, de uso corrente, e “não em peças muito técnicas do ponto de vista de resistência ao impacto e à tração”.

Estamos a fazer ensaios para produzirmos um material Bio que é o caroço de azeitona incorporado com polímero de polipropileno reciclado (plástico) para obter um produto mais sustentável para o ambiente.

Manuel Carvalho

CEO da Plastifa

Sem adiantar o valor do investimento feito no desenvolvimento desta matéria-prima “pioneira”, Manuel Carvalho vai avisando que vai ser mais dispendiosa, ainda que seja uma mais-valia para o meio-ambiente. “O cliente que vai comprar produto, feito com este material, tem de estar disposto a pagar mais do que por um plástico tradicional“, frisou o CEO da Pastifa.

O empresário quer crescer a médio-prazo e, por isso mesmo, também apostar noutros nichos de mercado, como as áreas médica, ótica e a sanitária, para a saúde financeira da empresa não estar tão dependente do setor automóvel que atualmente representa 85% da sua atividade. Até porque, justificou, “este é um ano de muita incerteza económica devido à situação internacional” e a pandemia na Ásia provocou escassez de componentes para a indústria automóvel, o que por consequência causou menores vendas.

“A quebra a nível de faturação este ano foi, por isso, de 1,5 %”, calculou o empresário, avançando que o “volume de negócios em 2022 foi de 7 milhões de euros” e que estima atingir os oito milhões de euros este ano. Para 2025 está previsto um investimento de um milhão de euros na construção de duas novas naves para produção e armazenamento dos produtos.

Com duas décadas de experiência na produção de peças plásticas por injeção, a Plastifa tem 76 funcionários e exporta 15% da produção sobretudo para França, mas quer expandir o negócio para a Alemanha.

Esta empresa é um bom retrato da evolução do tecido produtivo no concelho. Começou pela produção intensiva com brinquedos e evoluiu depois, por via da inovação, para o desenvolvimento de peças e produtos com enorme precisão.

Mário Passos

Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

O CEO da Plastifa lembra as dificuldades sentidas, nos últimos dois anos, devido à escassez da matérias-primas e consequente “subida de preços das mesmas de uma forma descontrolada“. Acrescentou ainda o custo energético. “Sofremos imenso com isso”, frisou.

No final da visita à fábrica, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, considerou que “esta empresa é um bom retrato da evolução do tecido produtivo no concelho. Começou pela produção intensiva com brinquedos e evoluiu depois, por via da inovação, para o desenvolvimento de peças e produtos com enorme precisão”. O autarca famalicense destacou ainda o facto de esta “ser uma empresa que é procurada para encontrar soluções para diversos produtos“.

“Esta empresa tem know-how, automatização e digitalização. Está muito preparada para abraçar os desafios do futuro com inovação com muita capacidade”, realçou Mário Passos, adiantando que “a sustentabilidade está bem implícita e incorporada nesta empresa” assim como a aposta na investigação.

A empresa dispõe de 33 máquinas de injeção, preparadas para o processamento de todo o tipo de materiais termoplásticos.

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