Quanta Terra eleita um dos 11 melhores projetos de enoturismo a nível mundial
O reabilitado espaço da marca de vinhos Quanta Terra, em Favaios, eleito um dos 11 melhores projetos de enoturismo mundiais, na categoria de arte e cultura, dos prémios “Best Of Wine Tourism 2023”.
Por entre íngremes encostas com vinhas plantadas em socalcos, com uma paisagem de cortar a respiração, o Espaço Quanta Terra, em Favaios, concelho de Alijó, onde outrora funcionou a antiga destilaria da Casa do Douro, salta à vista pelo casamento “perfeito” entre a arte e a viticultura. Este conceito “inovador” valeu-lhe agora o galardão de um dos 11 melhores projetos de enoturismo a nível mundial, na categoria de arte e cultura, no âmbito dos prémios “Best Of Wine Tourism 2023”.
Desde a primeira hora que Celso Pereira e Jorge Alves, proprietários da adega e da marca de vinhos portuguesa Quanta Terra, criada em 1999, quiseram posicionar-se no mercado pela diferença e inovação. Chegava a altura dos enólogos, com um vasto know-how na produção de vinhos e amigos de longa data, investirem “meio milhão de euros na aquisição e reabilitação” desta antiga destilaria, começa por contar Celso Pereira ao ECO/Local Online enquanto faz uma visita guiada a este edifício histórico.
O espaço seria inaugurado em 2022, mas num formato diferente do habitual. Entre barricas onde estagia o vinho e as antigas cubas de armazenamento de aguardente, revestidas a ladrilhos espelhados, os empresários apostaram numa simbiose do vinho com a arte e a cultura.
Estrearam o conceito com a exposição da artista Joana de Vasconcelos, que também assinou alguns rótulos de vinhos. Como é o caso do pack de três garrafas de vinho tinto produzido com uma diversidade de castas, como Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Sousão, vendido a 900 euros com uma serigrafia da artista plástica. “Uma parte da venda reverte a favor da Fundação Joana Vasconcelos”, refere o enólogo Jorge Alves, descrevendo este vinho como “encorpado, complexo, de textura firme, com aromas frutados”.
Só em 2022, a empresa faturou 600 mil euros. “Temos tido uma taxa de crescimento anual na ordem dos 25%”, avança, por sua vez, o sócio Celso Pereira, referindo que a exportação tem tido um peso significativo na faturação da empresa. A maior procura chega de países como a Holanda, os Estados Unidos da América, o Brasil, a Suíça e a Alemanha.
Temos tido uma taxa de crescimento anual na ordem dos 25%.
O projeto do Espaço Quanta Terra teve de tal forma impacto que começou a andar nas bocas do mundo e até chamou a atenção do júri dos prémios “Best Of Wine Tourism 2023”. Destacou-se entre as 545 candidaturas candidatas ao galardão pela “forma brilhante como a antiga destilaria, com 90 anos, situada na região do Douro Vinhateiro, foi recuperada e preservada, sobretudo no que concerne às antigas cubas de armazenamento de aguardente, pela mão do arquiteto Carlos Santelmo”, explica Jorge Alves.
A categoria arte e cultura deste galardão “Best of Wine Tourism 2023″ distingue as adegas enquanto espaços culturais e artísticos de relevo, na forma de exposições temporárias ou permanentes, coleções de arte, museus ou eventos específicos”.
Agora, a adega tem patente a mostra da artista plástica holandesa Lenia Van Lopik, sob a temática “Cor do Douro”, alicerçada na sustentabilidade mediante a utilização de folhas de eucalipto, bugalhos e pedras que a artista vai recolhendo durante as suas caminhadas pelos socalcos da região do Douro, onde vive há alguns anos.
A arte convive, assim, paredes meias com o mundo dos vinhos, num negócio dos dois enólogos que optaram por um modelo um pouco diferente que não passou pela aquisição de propriedades com vinhas. “Optámos, sim, por comprar as uvas a produtores do Douro para depois produzirmos vinhos de autor“, elucida Jorge Alves, destacando a aposta na inovação e na certificação das referências. Ou simplesmente “ter um vinho tinto com dez anos de envelhecimento” nesta caminhada de vinhos de autor num segmento premium.
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