Porto, Matosinhos e Gaia captam investimento estrangeiro em feira do imobiliário de Cannes

Porto, Gaia e Matosinhos querem captar mais investimento estrangeiro na MIMPI, em Cannes. Juntaram-se no projeto Greater Porto para dinamizar a economia e impulsionar a região para um novo patamar.

Desde 2022 que o Greater Porto — estratégia conjunta dos municípios do Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia para atrair investimento estrangeiro — já captou mais de 100 milhões de euros em projetos para esta região nortenha. Agora, as três autarquias preparam-se para elevar a fasquia no MIPIM, a maior feira mundial do setor do imobiliário, em Cannes (França) que decorre até esta sexta-feira, mostrando que a região é muito mais do que turismo e quer criar valor acrescentado.

“Começámos no ano passado a monitorizar o impacto e identificámos mais de 100 milhões de euros de captação de investimento, o que é notável para um projeto tão recente”, assinala ao ECO/Local Online o vereador da Economia da câmara do Porto. Ainda assim, acautela Ricardo Valente, “o Greater Porto é um projeto, recente, e o investimento não se traduz de forma imediata”.

Ao todo, contabilizaram-se, em 2023, mais de 3.570 empresas estrangeiras com sucursais e sedeadas no Grande Porto e 5.885 novos empregos na Área Metropolitana do Porto, onde residem cerca de 1,7 milhões de pessoas, de acordo com a brochura de apresentação da Greater Porto.

Começámos no ano passado a monitorizar o impacto e identificámos mais de 100 milhões de euros de captação de investimento, o que é notável para um projeto tão recente.

Ricardo Valente

Vereador das Atividades Económicas, Finanças e Fiscalização da Câmara Municipal do Porto

Numa altura em que o contexto internacional não é o mais favorável assolado por causa da crise económica e política, com cenários de guerra, as três câmaras não baixam os braços e piscam o olho a potenciais investidores. Pretendem posicionar a região a uma escala mundial como sendo empreendedora, capaz de captar investimento e capital estrangeiro, para conseguir competir com as grandes cidades europeias.

“Estamos a viver momentos complexos e temos obrigatoriamente de estar presentes e marcar uma presença impactante”, afirma, por sua vez, a vereadora do Turismo e Atividades Económicas da câmara de Matosinhos, Marta Pontes. Aliás, sublinha, “este contexto adverso impele-nos a agir mais, a encontrar alternativas e abrir canais que tradicionalmente não teríamos e poder, assim, transformar o futuro e aumentar a exposição a outros mercados que tradicionalmente não nos procuram”. Ou até mesmo, completa a vereadora da autarquia liderada pela socialista Luísa Salgueiros, “reforçar mercados que hoje conquistámos, mas que têm ainda enorme margem de crescimento”.

Os três municípios querem, assim, trazer para casa um potencial investimento de milhares de euros em áreas tão diversas, como a “habitação, indústria e serviços, saúde, educação, mobilidade, escritórios, logística, hotelaria, Smart living (co-living e co-working). No fundo, todo o tipo de investimentos que acrescentem valor e impacto positivo às cidades”, afirma, por seu turno, o vereador Ricardo Valente.

Estamos a viver momentos complexos e temos obrigatoriamente de estar presentes e marcar uma presença impactante.

Marta Pontes

Vereadora das Atividades Económicas das Câmara Municipal de Matosinhos

Até esta sexta-feira as três autarquias abrem uma janela para o que de melhor têm e esperam trazer mais investimento para casa da MIPIM, no Palais des Festivals, em Cannes. Mas esta iniciativa conjunta para captar investimento não se cinge apenas às câmaras municipais, uma vez que se fazem acompanhar de 15 empresas, entre elas a Emerge – Mota-Engil Real Estate Developers, Grupo Castro, Cilviria, Lionesa Business Hub, IDS Grupo, Geo Investimentos, VPM Real Estate e Garcia – Garcia.

“As empresas que estão connosco são absolutamente fundamentais para escalar o impacto de investimento no nosso território”, frisa, por seu turno, o presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, E.M, António Miguel Castro.

Cada município acena com os trunfos que tem. “Temos um território bastante atrativo, com recursos endógenos que nos diferenciam. Apostar no MIPIM traduz esta vontade de marcar um futuro com mais e melhores oportunidades, colocando no mapa as nossas três cidades, e competindo com cidades e regiões que, hoje em dia, são prósperas e consolidaram há muitos anos este caminho de atração de investimento”, salienta, por sua vez, a vereadora do Turismo e Atividades Económicas da câmara de Matosinhos.

As empresas que estão connosco são absolutamente fundamentais para escalar o impacto de investimento no nosso território.

António Miguel Castro

Presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, E.M

Na realidade, os três municípios querem passar a mensagem para o mercado internacional de que este é “um território feliz, bom para se viver e sustentável, ao mesmo tempo que é economicamente viável e atrativo”. Aliás, a sustentabilidade é o mote para uma conferência esta quinta-feira que conta com a participação dos municípios.

Cada uma destas localidades tem características próprias que, juntando sinergias, constituem um todo de atratividade e competitividade. Como é o caso do Porto que recebeu esta terça-feira, na ferira, a distinção de cidade e região europeia do futuro pela revista do Financial Times.

Matosinhos e a economia do mar

MatosinhosHugo Amaral/ECO

É em Matosinhos que está localizado o Terminal de Cruzeiros de Leixões, sendo a principal porta de entrada marítima da região, contribuindo com 6% para o PIB nacional e atraindo milhares de turistas anualmente. A cidade ocupa o quinto lugar em Portugal em volume de negócios e foi o primeiro município do país a oferecer cobertura total 5G e a acolher a primeira zona tecnológica livre de Portugal, com o maior maior espaço para eventos e cimeiras do país.

Matosinhos é especialmente interessante para empresas ligadas à economia do mar, energias renováveis, mobilidade, empresas exportadoras e outras relacionadas com as novas tecnologias.

Porto, “íman de investimento”

PortoLusa

“Principalmente devido à qualidade de vida, estabilidade social, infraestruturas, competências laborais e custos reduzidos que se encontram nesta cidade, 66% dos investidores estrangeiros esperam aumentar o ritmo de novos investimentos”, refere a brochura de apresentação do projeto Greater Porto. Neste documento, são citadas “as inúmeras oportunidades de negócio que se encontram nesta cidade em expansão, como a transformação das zonas empresariais da Justino Teixeira e do Freixo, o novíssimo Terminal Intermodal de Campanhã e a reconversão e exploração e funcionamento do antigo Matadouro Industrial num Museu e Centro de Negócios”. Esta última empreitada a cargo da Mota-Engil.

O Porto é considerado um “motor de mudança e um íman de investimento em toda a região, através de um ecossistema empresarial interligado, um hotspot turístico em constante crescimento”.

Vila Nova Gaia e as caves de vinho

Vila Nova de GaiaWikimedia Commons

Situada do outro lado da Ponte Luís, surge Vila Nova de Gaia, “a terceira cidade mais populosa de Portugal”, conhecida pelas mais famosas caves de Vinho do Porto.

“Nos últimos anos, Gaia reforçou o seu o seu compromisso com o futuro, através da implementação de uma estratégia de sustentabilidade, focada na melhoria da qualidade de vida e num um crescimento económico estruturado para residentes, turistas e investidores, residentes, turistas e investidores”, informa o mesmo documento.

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