Rui Moreira pede ao Governo que ponha ordem nas obras da Metro do Porto

"Não vou isentar a tutela da responsabilidade relativamente a uma empresa que é sua. É responsabilizar o Governo para dar instruções à Metro do Porto para que atue", diz Moreira.

A câmara do Porto vai pedir ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação uma revisão “imediata” dos critérios de cálculo das compensações aos comerciantes afetados pelas obras da Metro do Porto e uma auditoria à informação prestada pela transportadora à população. A decisão foi aprovada na reunião do Executivo desta segunda-feira e resultou de uma recomendação de Rui Moreira. O autarca quer responsabilizar o Governo pela atuação da empresa.

Não vou isentar a tutela da responsabilidade relativamente a uma empresa que é sua. É responsabilizar o Governo para dar instruções à Metro do Porto para que atue“, frisou Rui Moreira, durante a reunião do Executivo desta segunda-feira, alertando: “Não somos responsáveis pelas obras [que estão em curso na Invicta], mas somos responsabilizados pela população por não tentar pôr ordem”, assinalou o autarca independente.

Rui Moreira quer assim, “instar o Ministério das Infraestruturas e Habitação a determinar à Metro do Porto a revisão imediata dos critérios de cálculo das compensações, assegurando o alinhamento com os princípios de justiça e proporcionalidade, a adoção de metodologias eficazes como as já implementadas pelo município do Porto e a utilização dos indicadores económicos dos anos pré-pandemia (2017-2019) como base de referência”, lê-se na proposta a que o ECO/Local Online teve acesso e que o autarca levou à reunião do Executivo. Este ponto acolheu a unanimidade de todos os partidos durante a votação.

Igualmente unânime foi a proposta do autarca independente relativa a “uma avaliação urgente dos processos judiciais em curso relacionados com as compensações atribuídas pela Metro do Porto, com o objetivo de apurar de que forma os modelos utilizados estão a prejudicar os comerciantes e a atividade económica local”.

Considerando, contudo, que as obras de expansão da Metro do Porto são fundamentais para a modernização da mobilidade e para a sustentabilidade urbana, Moreira não tem dúvidas de que “os atrasos significativos, os bloqueios de acessos, os entaipamentos prolongados, o ruído e a emissão de poeiras têm comprometido gravemente a viabilidade dos negócios locais”.

Por fim, a câmara vai requerer a abertura de uma auditoria à qualidade da informação disponibilizada pela Metro do Porto à população, de modo a assegurar uma “maior transparência e eficácia na comunicação com os cidadãos”. Esta decisão contou com o voto contra do PS.

“Estamos muito preocupados com a forma como a Metro do Porto vem informando, ou não informando, a população relativamente às obras”, sublinhou o autarca independente durante a reunião do Executivo, citando o exemplo da empreitada do canal do Bus Rapid Transit (BRT), na Avenida da Boavista. “A esmagadora maioria das pessoas está convencida de que a obra [do metrobus] foi entregue à autarquia, o que é mentira. Mas foi dito, repetidamente, pela Metro, que as obras estão concluídas”, notou, afirmando que o município é constantemente interpelado no sentido de confirmar a veracidade das informações veiculadas pela Metro do Porto.

“A Metro do Porto disse à comunicação social que estava tudo bem e não está”, destacou Rui Moreira.

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