Matosinhos aproveita fundos ligados à refinaria da Galp para lançar metrobus em 2026
Matosinhos terá metrobus no final de 2026, num investimento de 23 milhões de euros. Financiamento do Fundo de Transição Justa ligado ao encerramento da refinaria da Galp.
![](https://ecoonline.s3.amazonaws.com/uploads/2025/02/estacao-sao-mamede-infesta.jpg)
A reabertura da Linha de Leixões, a 9 de fevereiro, trouxe um novo ânimo à população e empresários de Matosinhos que, há vários anos, reivindicavam este serviço para captar mais investimento e talento para o território. Agora, o município prepara no terreno o arranque, em finais de 2026, da linha metrobus, que vai ligar o mercado de Matosinhos ao aeroporto, num investimento de 23 milhões de euros. O objetivo final desta dinâmica na mobilidade da cidade de Matosinhos é criar uma espécie de anel intermodal que una metrobus, comboio, Metro do Porto, autocarros STCP, rede metropolitana Unir e expressos.
Por enquanto, está a decorrer o concurso público para a construção da linha Bus Rapid Transit (BRT) de Matosinhos, conhecida por metrobus, que terá um período de execução de um ano. A obra, “financiada pelo Fundo de Transição Justa na sequência do encerramento da refinaria da Galp”, deverá arrancar antes das eleições autárquicas que acontecem no outono deste ano, garante ao ECO/Local Online o vice-presidente e vereador da Mobilidade do município de Matosinhos.
Carlos Mouta aponta para dezembro de 2026 a entrada em funcionamento do metrobus, com percurso inicial no mercado de Matosinhos e paragem na Exponor (Leça de Palmeira) em direção ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Esta é, na opinião do vereador, uma das mais-valias deste novo serviço. Acresce o facto de “o metrobus ser um sistema muito rápido e de alta competência, porque não fica parado no trânsito, que é um dos problemas dos autocarros normais”, sustenta o número dois da socialista Luísa Salgueiro.
![Reportagem Yearbook Capital 2023 na antiga refinaria Galp Matosinhos](https://ecoonline.s3.amazonaws.com/uploads/2023/06/report-refinaria-matosinhos19.jpg)
“Vamos criar uma nova linha num sistema parecido com o do metro”, nota Carlos Mouta em declarações ao ECO/Local Online, dias depois da entrada em funcionamento do serviço de passageiros na Linha de Leixões, que havia sido desativado há 14 anos. Desde então, a linha era utilizada apenas por comboios de mercadorias.
“O valor total de investimento da candidatura do metrobus é de 29 milhões de euros, sendo que o valor estimado para a obra ficou à volta dos 23 milhões de euros. A restante verba destina-se à compra de quatro autocarros elétricos”, adianta o vice-presidente da autarquia de Matosinhos.
A autarquia, a APDL e a Infraestruturas de Portugal (IP) estão a estudar a criação de uma nova estação no exterior do Porto de Leixões para se poder reativar a linha.
Apesar da recente entrada em funcionamento da Linha de Leixões, a 9 de fevereiro deste ano, de Porto-Campanhã até Leça do Balio, falta ainda o troço até Leixões (Senhor de Matosinhos), protelado para uma segunda fase da empreitada. Na origem desta decisão estão, elenca o vereador, a necessidade de duplicar a atual linha ferroviária e o facto de a atual estação situar-se na zona de carga, no meio dos contentores, na jurisdição da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL)”.
O caso já está a ser objeto de análise. “A autarquia, a APDL e a Infraestruturas de Portugal (IP) estão a estudar a criação de uma nova estação no exterior do Porto de Leixões para se poder reativar a linha”, adianta Carlos Mouta.
Enquanto a solução não está no terreno, o percurso em falta será feito, a partir de 1 março, pela rede de autocarros metropolitanos da Unir, que ligará a estação ferroviária de Leça de Balio ao centro de Matosinhos, e circulará na Via Norte e na A4 como serviço expresso e com o sistema de bilhética Andante.
O serviço de passageiros regressou, assim, parcialmente aos carris da Linha de Leixões, 14 anos após o seu encerramento, mas agora com apeadeiros no Hospital São João e Arroteia e paragens também em Contumil, São Gemil, São Mamede de Infesta e Leça do Balio. Passa a servir os polos universitários e o hospital São João, além de zonas industriais com empresas como a Efacec, Super Bock e o Grupo Lionesa — neste último complexo empresarial trabalham cerca de 7.000 pessoas.
O presidente da Lionesa, Pedro Pinto, foi, aliás, um dos subscritores das reivindicações que chegaram ao Governo com vista à reabertura da Linha de Leixões, como forma de descongestionar a Via de Cintura Interna (VCI) e atrair mais talento e investimento. “Fizemos pressão para que isto acontecesse. E é uma forma de incentivar as pessoas a utilizarem os transportes públicos em vez da própria viatura”, sublinha o empresário ao ECO/Local Online.
Mas enquanto não há transporte público de ligação entre a estação de Leça do Balio e a Lionesa, o empresário lançou um serviço de shuttle nas horas de ponta, gratuito para os trabalhadores do complexo. Nesta estação falta ainda mais iluminação pública e outras melhorias que o vereador garante que serão realizadas.
“Tivemos cerca de nove meses de trabalho entre a assinatura do protocolo e a reabilitação da linha ferroviária. Naturalmente, a reabilitação deste espaço vai demorar alguns anos”, justifica o vice-presidente da câmara de Matosinhos, que entretanto já gastou 750 mil euros na reabilitação da envolvente de algumas das estações.
Nesta nova linha ferroviária estão previstos “60 comboios nos dias úteis, 30 em cada sentido, com oferta de dois comboios por hora e por sentido nas horas de ponta da manhã e da tarde”. Já aos sábados, domingos e feriados, circulam 34 comboios, 17 por sentido.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Matosinhos aproveita fundos ligados à refinaria da Galp para lançar metrobus em 2026
{{ noCommentsLabel }}