“Os autarcas são os protetores” e “os moderados da democracia”, diz Moedas

"Somos os protetores da democracia, porque conseguimos traduzir a democracia no concreto da vida das pessoas. E conseguimos ter medidas que nos aproximam delas", afirmou Carlos Moedas.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou esta terça-feira que “os autarcas são os protetores” e “os moderados da democracia”, no sentido em que conseguem “ter medidas que aproximam [o poder político] das pessoas”.

“Somos os protetores da democracia, porque conseguimos traduzir a democracia no concreto da vida das pessoas. E conseguimos ter medidas que nos aproximam delas”, assinalou Carlos Moedas durante a sessão de encerramento da segunda edição da Local Summit, organizada pelo ECO nesta terça-feira, no Centro Cultural de Belém (CCB).

Por isso mesmo, reiterou o social-democrata, “os presidentes de câmara são, acima de tudo, os moderados da política“, salientando que “um autarca tem essa força da moderação e do realismo”. Por tudo isto, admitiu: “Tenho um grande orgulho em ser autarca”.

Somos os protetores da democracia, porque conseguimos traduzir a democracia no concreto da vida das pessoas.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Referiu ainda que os presidentes de câmara “sabem mudar a vida das pessoas para melhor”, como aconteceu quando decidiu retirar um aglomerado de tendas na cidade, onde viviam imigrantes em condições indignas, e alguns grupos políticos de esquerda se insurgiram com protestos contra esta ação municipal. Lamentou, por isso, “os aproveitamentos políticos” em torno da situação e consequente populismo.

Em Lisboa, contabilizou, há 300 tendas de pessoas em situação de sem-abrigo na cidade, que subsistem depois de o município já ter retirado 100 tendas da zona dos Anjos. Ainda assim, notou, a autarquia conseguiu reduzir em 20% o número de pessoas em situação de sem abrigo.

“Não podemos fugir a este tema, virar a cara e o Estado tem de ajudar. Estamos a braços com uma crise em muitos casos humanitária”, apelou. E, aqui como nos temas da imigração, falou na necessidade de ter “coragem” e de encontrar soluções que funcionem e sem permitir que a ideologia deixe tudo na mesma. E este não é o único assunto em que defende este paradigma: “na habitação, há um erro muito grande que é a ideologia”.

Lembrando, assim, temas que causaram polémica e saltaram para as primeiras páginas dos jornais, como o da imigração, o presidente da câmara de Lisboa disse ter muita simpatia por posições com a do autarca socialista de Loures, Ricardo Leão. Em relação às pessoas em situação de sem abrigo, pediu que a ideologia não trave a busca de soluções concretas para a vida das pessoas. E não fomente o populismo.

Carlos MoedasAndré Dias Nobre

Para Carlos Moedas, a “grande função” dos autarcas é ser “o travão e o intermédio entre o Estado e o cidadão”, sublinhando que é o município que está mais a par dos problemas do cidadão pela proximidade, assumindo a função de “complemento àquilo que é o Estado“. Até porque, exemplificou, “o Governo pode falar das soluções para a habitação”, mas não sabe onde estavam duas mil casas fechadas em Lisboa.

Moedas defendeu ainda que “a luta contra a burocracia tem de ser feita”, na medida em que “é a burocracia que faz com que as coisas não aconteçam”. Para o autarca, os “extremos têm muito a ver com isso, porque as pessoas sentem que os políticos já não tomam decisões e querem votar nesses extremos”.

Carlos Moedas notou ainda que “os presidentes de câmara precisam de ajuda do poder central”, nomeadamente no que concerne ao problema da habitação.

Carlos MoedasAndré Dias Nobre

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