Metade dos incêndios começa durante a noite, avisa Proteção Civil
Proteção civil apela à população para "não usar o fogo" numa altura em que metade dos incêndios começa durante a noite. O fogo em Arouca é o que mais preocupa autoridades com 600 operacionais.
Metade dos 175 incêndios que deflagraram no país entre segunda-feira e as 11h00 desta terça-feira começaram durante a noite, informou o comandante nacional de emergência e proteção civil que apontou mão humana como possível causa. “Não estando ainda determinadas as causas, na nossa perspetiva será fruto do comportamento humano”, afirmou Mário Silvestre, apelando à população: “Não usem o fogo. Temos incêndios onde o uso do fogo por parte da população acabou por nos criar mais problemas“.
“Não podemos ter 39 ocorrências durante uma noite. Só entre a meia-noite e as 11h desta terça-feira temos a registar 39 ocorrências e isto contribui para um esforço significativo do dispositivo”, assinalou o comandante nacional de emergência e proteção civil, durante a conferência de imprensa para fazer o ponto de situação dos incêndios que deflagram no país e que mobilizam mais de 2.000 operacionais.
Nos últimos dias foram registadas 175 ocorrências. Até às 12h00 desta terça-feira, o fogo em Arouca é o que mais preocupa as autoridades, estando as ocorrências de Lindoso/Ponte da Barca e de Penamacor “bastante controladas”. Em Penamacor “apenas 30%” do incêndio estava ativo, tendo já ardido 511 hectares.
Não podemos ter 39 ocorrências durante uma noite. Só entre a meia-noite e as 11h temos a registar 39 ocorrências e isto contribui para um esforço significativo do dispositivo.
O fogo em Arouca é o que mais preocupa as autoridades, tendo já estado próximo de habitações, o que obrigou à ativação do Plano Municipal de Emergência, mobilizando cerca de 600 operacionais. “Arouca é o incêndio que nos preocupa mais. Teve três ocorrências consecutivas e a terceira ocorrência com uma velocidade de propagação elevada numa zona de eucaliptal adulto, com vales encaixados”, assinalou o responsável.
“Até ao momento, o município de Cascais e Sintra declararam alerta no âmbito das suas competências próprias dos presidentes de câmara e foram ativados os planos de emergência e proteção civil de Castelo de Paiva, Arouca, Penamacor e Idanha-a-Nova.”
O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil deu ainda conta de que a “a capacidade demonstrada tem sido de excelência e as condições meteorológicas extremamente complicadas”. E apelou à população para não usar o fogo e confiar no trabalho dos bombeiros. Aliás, notou, “o único fator que se vai conseguir controlar é o comportamento humano“.
“O incêndio de Lindoso começou no sábado e teve 1.100 metros de velocidade de propagação por hora. Ou seja, numa hora arderam 120 hectares. Até às 08h00 de hoje a área total ardida era de 2.000 hectares. Está estabilizado, mas tem algumas zonas criticas”, detalhou.
Às 9h15 desta terça-feira mais de 1.600 operacionais combatiam cinco incêndios nas regiões Norte e Centro, nos concelhos de Mangualde, Ponte de Lima, Arouca, Penamacor e Ponte da Barca, para os quais foram requisitados meios aéreos, de acordo com a Lusa.
Segundo o comandante Elísio Pereira, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), os cinco incêndios envolviam ainda 509 meios terrestres.
“Estão a ser posicionados meios aéreos reforçados, alguns deles poderão demorar mais um pouco a entrar, por questões de segurança e falta de visibilidade por causa do fumo. Todos estes incêndios estão a ser reforçados com meios aéreos nacionais, tendo em conta as características dos terrenos”, disse a mesma fonte à agência Lusa.
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