Business Roundtable Portugal quer 70% dos fundos do PT2030 alocados a empresas

  • ECO
  • 11 Abril 2023

Associação Business Roundtable Portugal propõe que 70% dos fundos destinados ao PT2030 sejam alocados a empresas para "incentivar o desenvolvimento da produtividade e o crescimento económico".

A Associação Business Roundtable Portugal (Associação BRP) propõe que 70% dos fundos destinados ao Portugal 2030 (PT2030) sejam alocados a empresas, tendo em vista “incentivar o desenvolvimento da produtividade e o crescimento económico”.

Segundo o estudo do Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública, a produtividade por trabalhador em Portugal estagnou na década 2010-2019.

“Esta situação é particularmente grave porque Portugal parte de uma produtividade muito baixa (40,5 mil euros por trabalhador) quando comparada, por exemplo, com a Alemanha (71,7 mil euros ou 1,8 vezes mais do que em Portugal) e França (82,2 mil euros ou 2 vezes mais do que em Portugal)”, denota a associação, que foi lançada em 2021 para promover o crescimento do país, em comunicado divulgado esta terça-feira. Já comparando com a média europeia, “a disparidade é muito grande (63,6 mil euros ou 1,6 vezes mais do que em Portugal)”, acrescenta.

Já comparativamente com os países de leste da Europa, o estudo revela que países como a Lituânia e a Estónia, apesar de terem em termos absolutos uma produtividade inferior à de Portugal, “tiveram trajetórias de convergência, em resultado de taxas de crescimento substancialmente mais elevadas do que as registadas em Portugal”.

Nesse sentido, a BRP alerta que Portugal precisa de “estabelecer objetivos de crescimento da produtividade muito mais ambiciosos”, bem como de “garantir taxas de crescimento significativamente superiores às dos países mais produtivo” se quiser “convergir” com a Europa.

Nesse sentido, e por forma a “incentivar o desenvolvimento da produtividade e o crescimento económico”, esta associação propõe que “70% dos fundos do PT2030 sejam alocados às empresas, para contrabalançar a situação histórica de canalização dos fundos europeus para a esfera pública, que não se têm traduzido em ganhos de produtividade”, lê-se.

Além disso, esta associação defende ainda que a aplicação dos fundos comunitários “deve também eliminar a discriminação das empresas pela sua dimensão”, sublinhando que “empresas maiores geram maior impacto”. “Devemos privilegiar a inovação e o potencial transformador do investimento e garantir a elegibilidade de custos intangíveis como potenciadores dos ganhos de produtividade. É ainda fundamental fomentar os consórcios, para desenvolvimento de soluções escaláveis e que possam competir nos mercados internacionais”, lê-se.

Para o efeito, a BRP escuda-se ainda no mesmo estudo, que refere que 1% das empresas em Portugal são responsáveis por 57% do valor acrescentado bruto (VAB), 62% das exportações e 48% dos gastos com pessoal. “Com mais 150 grandes empresas teria +4% do VAB, +10% de exportações e +1% de produtividade aparente”, sublinha ainda a associação.

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