De Braga a Gaia, DeGema fatura sete milhões em hambúrgueres
A comemorar uma década de existência, a Hamburgueria DeGema já soma sete lojas e uma unidade de produção no Norte do país. Emprega 120 pessoas e fatura sete milhões de euros.
A ideia de criar uma hamburgueria tradicional surgiu quando Milton Araújo estava a ler um livro de Danny Meyer, um grande empresário de restauração americano, que decidiu apostar num conceito de hamburgueria artesanal. A ideia começou a fermentar e em 2013, Milton e o irmão, Marcelo Araújo, decidiram montar o seu próprio negócio em Braga, a Hamburgueria DeGema. Passados dez anos, já têm sete lojas entre Braga e Gaia, uma unidade de produção, faturam sete milhões de euros e empregam 120 pessoas.
“A Câmara de Nova Iorque pediu a Danny Meyer para criar especialmente para uma época festiva um conceito de hambúrgueres artesanais. O projeto funcionou tão bem que ele criou uma cadeia que é a Shake Shack. Na altura começou a surgir esse tipo de conceitos em Lisboa, como a hamburgueria Honorato, e surgimos nós também com a ideia da DeGema”, conta o fundador da Hamburgueria DeGema, Milton Araújo, ao ECO/Local Online.
Há dez anos, Milton Araújo estava convencido que o conceito de hamburgueria artesanal “tinha potencial”, mas ao mesmo tempo tinha receio por ser algo “desconhecido”. “Na altura só existia a McDonald’s e nós tínhamos algum receio que o cliente não soubesse perceber a diferença dos preços. Não conseguíamos competir com preços, então tivemos que competir com qualidade e serviço”, explica o gestor.
Na altura só existia a McDonald’s e nós tínhamos algum receio que o cliente não soubesse perceber a diferença dos preços. Não conseguíamos competir com preços, então tivemos que competir com qualidade e serviço.
Caso o negócio funcionasse, Milton Araújo estava convicto do “potencial” do negócio e confiante que “daria facilmente para escalar”. Depois de abrir portas, o conceito foi “um sucesso desde o primeiro dia”. Os irmãos já investiram cerca de dois milhões de euros no monopólio da DeGema, com a abertura de lojas em Braga (três), Porto Maia, Gaia, Vila do Conde. São necessários entre cinco a seis mil quilos de carne de novilho para “alimentar” as sete lojas.
Milton Araújo conta ao ECO que o objetivo passa por “abrir mais uma ou duas lojas no próximo ano“, sendo que o Norte continua a ser a localização privilegiada. “Para já a operação concentra-se sempre no Norte devido à logística”, remata. Questionado se a capital poderá ser uma opção, o empreendedor diz que já tiveram para ir para Lisboa em 2019, mas depois meteu-se a pandemia. No entanto, confessa que não está descartada essa opção, embora tenha que montar também uma unidade de produção na capital, tendo em conta que todos os produtos, desde o pão aos gelados, são confecionados na DeGema.
Embora tenham vontade de abrir mais unidades, estão reticentes com a conjuntura atual. Milton Araújo realça que “as lojas mais direcionadas para os turistas continuam a crescer significativamente“, mas nota que os espaços que dependem mais de clientes locais, “sentem alguma retração”. “Sentimos que há uma quebra no poder de compra dos locais e isso provoca receio”, constata o gestor. A loja com mais volume de vendas é a DeGema da baixa do Porto e a do Cais de Gaia já segue a mesma tendência, ambas bastante direcionados para o turismo.
Com pronuncia do Norte, os hambúrgueres foram batizados com expressões tipicamente nortenhas como “andor bioleta”, “bai-me à benda”, “chisca-te daqui” ou “laurear a pevide”. Figuras públicas como Fátima Lopes, Gisela João e Augusto Santos Silva já degustaram a iguaria.
Os irmãos pertencem à terceira geração de uma família que dedicou à sua vida laboral ao ramo da restauração. A família é proprietário do restaurante tradicional Bota Fogo em Braga, que já tem mais de 40 anos e pertenceu aos avós de Milton e Marcelo. No próximo ano vão abrir um segundo Bota Fogo na cidade bracarense, um investimento de 300 mil euros. Com esta abertura, está prevista a contratação de 18 pessoas.
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