
Preparar o futuro da União Europeia apostando na saúde, ambiente e tecnologia
Com um orçamento superior a 7,3 mil milhões, novo Programa de Trabalho do Horizonte Europa propõe novas alianças para modernizar a indústria, impulsionar crescimento, sustentabilidade e resiliência.
No passado dia 14 de maio, foram lançadas oito novas parcerias no âmbito do Horizonte Europa (HEU), com a ambição de consolidar a base económica, científica e industrial da União Europeia (UE) num contexto geopolítico cada vez mais instável.
Estas novas parcerias representam um passo decisivo para executar as prioridades delineadas no Plano Estratégico do HEU para 2025-2027, em articulação com a “Bússola da Competitividade”.
Em balanço, hoje é possível dizer que, estando o programa HEU sensivelmente a meio do seu período de execução, os apoios distribuídos são já impressionantes: mais de 15.000 projetos foram financiados, prevendo investimentos superiores a 43 mil milhões de euros numa miríade de áreas técnico-científicas, tais como a mobilidade sustentável, biotecnologia, robótica, saúde, inteligência artificial e computação quântica.
É neste contexto que se compreende que, de forma a continuar o investimento em áreas críticas para o futuro da Europa, a UE tenha lançado oito novas parcerias público-privadas para o financiamento de projetos de Investigação & Desenvolvimento (I&D) nas seguintes áreas estratégicas:
- Saúde cerebral, que visa promover o bem-estar, a prevenção e avanços no diagnóstico, assim como a descoberta de novos tratamentos para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
- Florestas e silvicultura, que irá coordenar ações de I&D para enfrentar os desafios florestais na Europa, reduzindo a fragmentação do setor. Esta parceria mobilizará um amplo conjunto de atores, tais como ministérios, agências de financiamento, centros académicos e de investigação, silvicultores e organizações não governamentais.
- Matérias-primas, que tem como desígnio garantir o acesso a matérias-primas, porquanto se prevê que a procura de elementos de terras raras aumente significativamente nos próximos anos. Esta parceria visa reforçar a coordenação de toda a cadeia de valor, desde a exploração, passando pela extração até à reciclagem.
- Património cultural, que visa contribuir para a mitigação dos efeitos da crise ambiental, tais como alterações climáticas, poluição e perda de biodiversidade. Esta parceria visa potenciar a capacidade de resposta do setor cultural perante estes riscos ambientais crescentes, explorando o papel do património enquanto elemento de resiliência individual e coletiva.
- Materiais avançados, que é visto como um pilar estratégico para reforçar a soberania tecnológica e a liderança industrial da Europa, ao acelerar o desenvolvimento e a adoção de materiais inovadores, seguros e sustentáveis, essenciais para a transição digital e circular.
- Energia solar fotovoltaica, que reforçará o papel da Europa na indústria global, apoiando a transição para as energias renováveis, aumentando a capacidade de produção e, assim, o desenvolvimento de uma cadeia de valor mais resiliente, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.
- Têxteis do futuro, que tem como desígnio apoiar o setor na transformação para uma produção mais circular e sustentável, reforçando a inovação digital e novos modelos de negócio, reduzindo o atual impacto ambiental do setor têxtil.
- Mundos virtuais, que aposta na criação de mundos virtuais interoperáveis, seguros, inclusivos e centrados no ser humano, alinhados com a Década Digital 2030 da UE. Esta parceria pretende reforçar a colaboração entre a academia, indústria, setor público e utilizadores finais.
Estas oito novas parcerias procuram, assim, renovar setores reconhecidos como altamente estratégicos, criando mais emprego qualificado e afirmando a Europa como líder em inovação. Através do reforço de I&D nestes setores, a UE pretende fortalecer a sua autonomia e a sua capacidade de adaptação face aos desafios climáticos, económicos e geopolíticos com que atualmente se depara.
O papel das empresas de índole mais tecnológica assume-se, assim, como decisivo para o futuro da Europa: embora muita massa crítica esteja centralizada em circuitos mais académicos, onde é assegurada I&D mais fundamental, as empresas são uma peça chave na valorização dos resultados de I&D e na sua translação prática para o mercado.
Por tudo isto se compreende que o desígnio destas novas parcerias promovidas pela UE é claro: impulsionar a ciência de ponta, acelerar a transição ecológica e digital, retendo o talento na Europa.
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