“Temos que usar a água de forma racional”, diz Duarte Cordeiro

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, quer "replicar" por todo o país o projeto "pioneiro" da Área Metropolitana do Porto para prevenir e combater a escassez de água.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, quer “replicar no resto do país os projetos-piloto de rega sustentável e o manual de boas práticas [este último] em parceria com as Faculdades de Arquitetura e de Engenharia da Universidade do Porto” que a Área Metropolitana do Porto (AMP) vai desenvolver nos 17 municípios. “Temos que usar a água de forma racional para termos a garantia que não nos falta“, defendeu o ministro.

“Não tem de se inventar a roda quanto à gestão da água. A solução é mesmo não aumentar o consumo ou diminuí-lo. E precisamos de juntar esforços para o uso eficaz da água”, apelou o governante, durante a cerimónia de assinatura do “Plano Metropolitano para a Poupança da Água”, entre os 17 municípios da AMP e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), adiantando: “Podemos considerar esta zona do país menos crítica em termos de escassez de água. Mas devemos considerar – até com o exemplo deste protocolo – que a gestão da água é um desafio e uma responsabilidade de todos”.

Ainda assim, alertou o vice-presidente da APA, José Pimenta Machado, “esta é a segunda região do país que mais água consome“.

Para o ministro “é imprescindível uma agenda política clara e permanente para a gestão da água“. E dirigiu-se aos autarcas presentes na sessão: “Precisamos de projetos inovadores, atividades empreendedoras e outras iniciativas agregadoras – como a vossa que se dirige a um universo de 1,7 milhões pessoas – para produzir sinergias e garantir que os investimentos, passados 10 anos, não serão insuficientes por causa do aumento do uso deste recurso”.

Para Duarte Correia, “este é um tema que requer ações agora com os olhos postos no futuro, levando em conta cidades, territórios mais sustentáveis, atividades mais produtivas e produtos e serviços com maior valor”.

O presidente do Conselho Metropolitano da AMP afirmou que o problema da escassez de água ainda “não é dramático” na região, mas urge agir por prevenção, acautelar e não adiar soluções Por isso, este “projeto é pontapé de saída” com objetivos claros. Entre eles estão, enumerou o também autarca da Câmara de Vila Nova de Gaia, as ações de sensibilização junto da população e a “criação de um manual de boas práticas para gestão eficiente da água potável e da que se usa para a rega”. Este manual de boas práticas, a ser desenvolvido por especialistas da Faculdades de Engenharia e de Arquitetura”, vai ainda debruçar-se “sobre a regra de jardins públicos, fontanários e outros equipamentos”.

Este plano resulta, assim, de um protocolo com a APA que vai financiar em 85% os cerca de 580 mil euros a investir, de uma verba de cinco milhões de euros prevista no Fundo Ambiental. “Não esperamos ter uma resposta que resolva os problemas” como o das alterações climáticas, “mas entendemos fazer o nosso papel”, disse Eduardo Vítor Rodrigues, dando conta da importância da gestão dos recursos híbridos no espaço publico, do reaproveitamento da água da ETAR no espaço público.

Para o vice-presidente da APA, “este é um ano terrível. Há uma redução de 20 a 30% em termos de precipitação”, sublinhando que “o ano mais seco de sempre foi 2005. Este é o segundo ano mais seco de sempre e ainda não acabou”.

O ministro da Ambiente referiu ainda que se “assegurou, pelo menos, dois de anos de água para consumo humano”. Mas é preciso “gerir de forma racional a água e a assumir que há prioridade de usos sobre outros”. Realçou ainda o lançamento, esta semana, de “uma campanha nacional de sensibilização para lembrar e alterar comportamentos com vista ao uso eficiente deste bem tão precioso, mas também tão escasso“.

Duarte Cordeiro também destacou a realização, esta sexta-feira, da “10ª reunião da Comissão Interministerial de Acompanhamento da Seca“, lembrando a aprovação, no último encontro, de a 78 medidas nacionais e regionais.

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