Metro do Porto diz a Moreira que já formalizou “aceleração da empreitada” da Linha Rosa

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2022

Metro do Porto informa Rui Moreira que já formalizou "aceleração da empreitada" da Linha Rosa para recuperar atrasos acumulados em algumas frentes e concluir a obra em dezembro de 2024.

A Metro do Porto formalizou, em maio, uma aceleração da empreitada da Linha Rosa, cujos atrasos tinham sido criticados pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, com quem o presidente da transportadora se mostra disponível para reunir periodicamente.

“Em 20 de maio último, formalizámos com o consórcio Ferrovial/ACA um Plano de Trabalhos Modificado (uma evolução corretiva do plano inicial)”, visando “a aceleração da empreitada, intensificando a recuperação de atrasos acumulados em algumas frentes de obra, com o objetivo firme de concluir a obra em dezembro de 2024“, pode ler-se na carta de resposta de Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, a Rui Moreira, que tinha enviado um ofício à transportadora acerca dos atrasos na Linha Rosa.

A modificação visa também “a otimização de soluções técnicas e o reforço de equipas e de períodos horários de laboração“, bem como “a manutenção do rigor e da exigência na monitorização do contrato da empreitada, também na vertente do controlo de custos”, segundo a missiva a que a Lusa teve acesso.

Segundo o relatório que acompanha a carta, o novo plano traduz-se “num aumento do número médio mensal de equipamentos em obra de cerca de 15% e incremento do número médio mensal de homens de cerca de 5%“.

A 10 de novembro, o presidente da Câmara do Porto manifestou-se preocupado com o “impacto profundamente negativo” da construção da nova Linha Rosa da Metro do Porto. Segundo Rui Moreira, apresenta “excessivos atrasos” em “praticamente todas as frentes”, revela um ofício enviado à empresa.

Segundo um relatório de serviços municipais do Porto citado na carta, Rui Moreira referia que na Casa da Música (nos cais da Linha Rosa e da Linha Rubi) “existe um atraso de 215 dias”, na Galiza de 275 dias, no Hospital de Santo António 92 dias e em São Bento/Liberdade 120 dias.

O autarca independente lembrava que devido à “duração e dimensão” da obra foi criado um grupo de trabalho com as entidades envolvidas, incluindo a Câmara Municipal do Porto. Mas o município estava “desprovido de qualquer informação sobre o andamento da empreitada”, frisando que as reuniões “foram, entretanto, canceladas pela Metro do Porto”.

Na resposta de Tiago Braga, datada de terça-feira, pode ler-se que “desde outubro de 2021 e sem qualquer interrupção relevante, têm vindo a realizar-se reuniões quinzenais entre técnicos e administradores da Metro do Porto, SA e técnicos da Câmara Municipal do Porto, contando por vezes com a participação de membros da vereação”.

Tiago Braga garante, por sua vez, que “estas reuniões não se encontram suspensas ou canceladas”, referindo ainda que desde outubro de 2021 se realizam reuniões técnicas “com a periodicidade semanal, todas as terças-feiras”.

“Além das reuniões de coordenação e das reuniões técnicas regulares atrás mencionadas, eu próprio estou disponível para reunir pessoalmente consigo, com a periodicidade que se entenda adequada”, escreveu Tiago Braga a Rui Moreira.

A carta está também acompanhada de um relatório que detalha os atrasos e motivos dos mesmos, sobretudo no arranque da obra “relacionados essencialmente com dificuldades de mobilização de meios”. Além de “cadastros de serviços afetados desatualizados ou mesmo inexistentes”, “demoras na obtenção de autorizações para a ocupação da via pública” e “para a realização dos desvios de trânsito necessários à obra”, e “trabalhos de arqueologia imperiosos e de magnitude superior” ao previsto.

“O prazo médio de aprovação por parte da CMP [Câmara Municipal do Porto] foi de 42 dias de calendário, com um mínimo de seis dias e um máximo de 120 dias”, números oficiais, mas, segundo o relatório da Metro, “o assunto já tinha sido introduzido anteriormente, nomeadamente nas reuniões regulares, pelo que o prazo de aprovação real é superior”.

Quanto à arqueologia, “excedeu em muito os cenários previstos”, quantificados em “mais de 400 dias” no total da obra, e destes 181 “correspondem a aditamentos das licenças de escavação arqueológica”.

Para recuperar os prazos e terminar a obra em dezembro de 2024, a Metro do Porto utilizará turnos noturnos nas estruturas internas da estação de São Bento/Liberdade, bem como na Casa da Música. Também vai haver alteração da metodologia e sequência construtiva da estação do Hospital de Santo António. Já na Galiza “foi estudado um sistema de tapetes para a retirada dos escombros das escavações dos túneis“, permitindo trabalho simultâneo nestes e na estação, após o aparecimento de resíduos que custaram à Metro do Porto 1,8 milhões de euros a retirar.

Os custos do prolongamento da Linha Amarela em Vila Nova de Gaia (entre Santo Ovídio e Vila d’Este) e a construção da Linha Rosa, no Porto (entre São Bento e Casa da Música) ascendem aos 407,7 milhões de euros, mas deverão sofrer aumentos.

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