Universidade de Aveiro cria aplicação para tornar regiões urbanas mais cicláveis

Universidade de Aveiro participa no consórcio europeu que desenvolveu aplicação BiciZen para tornar as regiões urbanas mais cicláveis e melhorar a experiência dos ciclistas urbanos.

Revolucionar o uso da bicicleta no contexto da mobilidade urbana — mediante a troca de informações entre ciclistas — e incentivar a melhoraria das infraestruturas de ciclismo, assim como travar o declínio do uso de bicicleta e contribuir para a “formulação de políticas de promoção da mobilidade ciclável mais adequadas“. São estes os grandes objetivos da aplicação BiciZen, desenvolvida por investigadores da Universidade de Aveiro (UA), e de mais quatro instituições do Consórcio Europeu de Universidades Inovadoras (ECIU), para tornar as regiões urbanas mais cicláveis.

Além de contribuir para localidades mais amigas do ambiente, a aplicação poderá ajudar a aumentar o uso deste meio de transporte, tendo em conta que em “Portugal e na região de Aveiro, em particular, tem-se vindo a assistir a um declínio no uso da bicicleta, não obstante o recente interesse por este modo de deslocação”, alerta Paulo Batista, um dos autores do trabalho. Por isso, defende o investigador, “retomar o uso da bicicleta é assim, não só um imperativo ambiental, como o é económico e social”.

Retomar o uso da bicicleta é assim, não só um imperativo ambiental, como o é económico e social.

Paulo Batista

Investigador da Universidade de Aveiro

“A região de Aveiro tem um histórico relevante de uso da bicicleta, ao longo do século XX, condições naturais muito favoráveis e, inclusive, alberga uma pujante fileira industrial associada à produção de velocípedes“, completa o investigador da Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas da UA.

Paulo Batista sustenta que reverter “o declínio do uso da bicicleta só será possível com um levantamento exaustivo dos problemas enfrentados pelos utilizadores de bicicleta”. Esta plataforma vem precisamente ajudar a atenuar este problema. “Acreditamos que dar voz aos utilizadores permitirá aprofundar o uso da bicicleta e até atrair novos utilizadores: a comunicação com outros ciclistas e a exposição dos problemas permitirá reforçar a confiança da comunidade de ciclistas na sua opção pela mobilidade ciclável”, considera o investigador.

Disponível para sistema iOS e Android, esta plataforma possibilita aos utilizadores sugerirem melhorias nas infraestruturas de ciclismo e relatarem experiências de ciclismo positivas. “A plataforma pretende recolher, em contínuo, as dificuldades, conflitos, situações de perigo encontradas pelos utilizadores de bicicleta, fomentando, em primeiro lugar, a partilha de experiências e de dados entre a comunidade de utilizadores de bicicleta”, descreve Paulo Batista.

Permitirá capacitar a ação dos cidadãos e das instituições (municípios, comunidades intermunicipais, autoridades) na formulação de políticas de promoção da mobilidade ciclável mais adequadas.

Paulo Batista

Investigador da Universidade de Aveiro

“A BiciZen permitirá ainda uma interação direta entre a equipa de investigadores, promotora da aplicação, e a comunidade, fomentando programas de investigação conjuntos no espírito do conceito de ciência cidadã”, acrescenta o investigador da UA. A informação resultante deste contacto na comunidade “permitirá capacitar a ação dos cidadãos e das instituições (municípios, comunidades intermunicipais, autoridades) na formulação de políticas de promoção da mobilidade ciclável mais adequadas“, reforça.

Financiado pelo programa-piloto ECIU SMART-ER Citizen Science e coordenado pelo Instituto de Ciências e Tecnologias Ambientais da Universidade Autónoma de Barcelona (ICTA-UAB), o grupo de trabalho contou ainda com investigadores da Universidade da Cidade de Dublin, da Universidade de Tampere, da Universidade de Twente.

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