Terceiro anfíbio da II Guerra Mundial vai “mergulhar” no Douro no próximo ano

Em três meses, já embarcaram quase mil pessoas nos famosos patos da Porto Duck Tours. Na capital, a Hippotrip transportou 96 mil passageiros no ano passado e quer chegar ao Douro.

As cidades de Vila Nova de Gaia e Porto têm uma nova atração desde março deste ano, o Porto Duck Tours. Os patos, como são conhecidos pelo público, já receberam quase mil passageiros desde que começaram a explorar as cidades por terra e rio. Com operação até agora só a Sul do país, o Hippotrip planeia ampliar frota e ‘mergulhar’ no Douro.

O Duck Tour tem origem inglesa, mas já conquistou o território nacional. “Ainda estamos a começar, mas o público está a aderir e o negócio está a correr bem. Entre 18 de março e 18 de junho, transportámos 925 passageiros”, diz ao ECO/Local Online, Jorge Garcia, um dos responsáveis da Porto Duck Tours. O percurso por terra vai do Jardim do Morro à Afurada até mergulhar nas águas do Douro, tendo a duração de uma hora e 15 minutos e um custo de 29 euros. Os portugueses estão a aderir em massa à atração, representando 70% do público. A nível de turistas estrangeiros, são os franceses, alemães e espanhóis que mais procuram a atração.

Os chamados DUKW´s, anfíbios originalmente usados na Segunda Guerra Mundial, têm capacidade para 24 passageiros e dois tripulantes. O empreendedor conta que com o “sucesso” do negócio, em março do próximo ano deverá chegar ao Douro o terceiro pato vindo diretamente de Londres. Todos os patos têm o nome de personagens femininas de Shakespeare: Beatrice, Cleopatra, Desdemona, Elizabeth, Miranda, Mistress Quickly, Portia, Titania e Rosalind. Em Portugal, a empresa tem o pato Cleopatra e o Desdemona.

A alentejana Paula Loução, gerente da London Duck Tours durante quase duas décadas, juntou-se a Jorge Garcia para criar a Porto Duck Tours. Após anos a trabalhar em Londres, a dupla não hesitou em voltar para Portugal e abrir a empresa. As burocracias começaram em 2018, mas só no final do ano passado é que tiveram todas as licenças e luz verde para entrar em funcionamento. Os empreendedores investiram cerca de 250 mil euros em cada veículo.

“A ideia de vir para Portugal começou em Londres. Já estávamos há muito tempo em Inglaterra e estávamos saturados. Resolvemos abrir a Duck Tours em território nacional, mais concretamente no Porto, até porque é a cidade portuguesa com mais encanto e charme”, detalha o brasileiro Jorge Garcia que viveu em Londres 19 anos. Natural do Rio de Janeiro, o cofundador da empresa tem uma costela portuguesa: foi criado pelos avós portugueses e estudou durante quatro anos Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Jorge Garcia é responsável pelos recursos humanos e relações públicas e detém 15% da empresa. Paula Loução, formada em Turismo pela university of west London, tem a restante quota da Porto Duck Tour e assume a pasta da administração e contabilidade. Para além dos fundadores, a Porto Duck Tours emprega quatro pessoas.

Em 19 anos de atividade, a London Duck Tours recebeu mais de 1,8 milhão de pessoas de todo o mundo e dezenas de celebridades como Victoria Beckham, Heather Mills, Daniel Radcliffe, Matt Damon, Guy Ritchie, Jack Dee, Helena Bonham Carter, Justin Bieber, Will Young, Nigel Kennedy e Earl Spencer.

Hippotrip de Lisboa quer chegar ao Porto

Na capital, o conceito de passeio anfíbio já existe há dez anos. O Hippotrip começou a navegar no Tejo em 2013 e em dez anos de atividade já transportou mais de 570 mil passageiros em mais de 20 mil viagens. O ano passado, a Hippotrip, que emprega 34 pessoas em Lisboa, teve o “melhor ano de sempre” ao transportar 96 mil passageiros, metade dos quais portugueses.

O percurso começa na Doca de Santo Amaro em Alcântara e dura uma hora e meia, das quais 25 minutos são passados nas águas do Tejo. O bilhete custa 30 euros, aos quais acresce dois euros na época alta (julho e agosto). A Hippotrip opera diariamente com três veículos, mas vai alargar a frota. O sócio-gerente revela ao ECO/Local Online que no próximo ano vão ter mais dois veículos. Frank Alvarez deixa em aberto a cidade em que os veículos vão operar, mas é uma possibilidade a Hippotrip chegar ao Porto.

“Já éramos para ter começado no Porto, mas a nossa candidatura no Portugal 2020 não foi aprovada (….) Se tiver que apostar no futuro gostaria que a Hippotrip fosse para o Porto”, diz Frank Alvarez sem adiantar uma data.

A ideia de criar a Hippotrip partiu do luso-canadiano Frank Alvarez que decidiu sair do Canadá e mudar-se para Portugal em 2008 para fundar a empresa. “Vim para Portugal em 2008 para criar o negócio. Fiz o percurso contrário do meu pai que emigrou para Canadá”, diz Frank Alvarez que é formado em Economia pela Brown University e com um MBA em Harvard.

Foram precisos 53 meses para o luso-canadiano conseguir as licenças necessárias para pôr em funcionamento o primeiro veículo anfíbio turístico da Península Ibérica. Frank Alvarez realça que, ao contrário da Porto Ducks Tour, os veículos da Hippotrip não são da Segunda Guerra Mundial, mas construídos de raiz. O gestor não adiantou o montante investido nos anfíbios.

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