Nova tecnologia médica criada no Porto “protegida” por patente europeia

Patente de solução para recolha de imagens de retina tinha sido submetida em 2020 e envolveu várias equipas do Fraunhofer Portugal AICOS, desenvolvida em parceria com a FCT e a Universidade do Porto.

Uma nova tecnologia para a recolha de imagens da retina que foi desenvolvida por investigadores do Fraunhofer Portugal AICOS (FhP-AICOS), um centro de investigação com sede no Porto e escritórios em Lisboa, acaba de receber uma patente europeia, que protege uma solução que inclui um dispositivo ótico portátil, baseado num smartphone, e um método com base em componentes de Inteligência Artificial (IA).

De acordo com a informação partilhada com o ECO, esta tecnologia foi criada para orientar pessoas não especialistas na aquisição de imagens da retina com boa qualidade. “O sistema trabalha com luz infravermelha que vai guiando o utilizador através de instruções simples, como afastar ou aproximar a câmara ou fazer ligeiras rotações do equipamento. Isto, para garantir que há um correto alinhamento da retina”, detalha a instituição.

A patente agora aprovada tinha sido submetida em 2020 e envolveu vários departamentos do FhP-AICOS, que surgiu em 2009 no seguimento de uma parceria entre a Sociedade Fraunhofer (Fraunhofer-Gesellschaft), a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a Universidade do Porto. Além da componente de IA criada pelo grupo de Sistemas Inteligentes, o desenvolvimento do equipamento envolveu também a equipa de design centrado no utilizador.

Centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS está sediado na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto

“Esta patente protege a ideia de incorporar múltiplos sensores, além do sensor de imagem, no processo de alinhamento e captura de retinografias. A tecnologia patenteada permite assim orientar o operador do retinógrafo para a posição da pupila em tempo real”, resume o investigador João Gonçalves. Para Filipe Soares, o outro investigador em destaque, a patente pode “influenciar positivamente a captura de mais e melhores retinografias, que, por sua vez, terão impacto no diagnóstico precoce de doenças oftalmológicas”.

Com uma carteira de clientes de áreas de negócio como a saúde, agricultura, retalho ou energia, o FhP-AICOS tem competências consolidadas nas áreas da inteligência artificial, sistemas ciberfísicos e design centrado no utilizador. Atualmente, diz estar focada na inovação em áreas como as soluções cognitivas conectadas, a agricultura digital, a inteligência artificial responsável ou a tecnologia de saúde descentralizada.

Além do FhP-AICOS, a Fraunhofer Portugal gere ainda um segundo centro de investigação em Portugal dedicado especificamente aos setores da agricultura inteligente e da gestão de água. Está instalado desde 2019 no distrito de Vila Real e resultou de uma parceria do organismo alemão com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), a Universidade de Évora e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

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