Investigadora da Universidade do Minho cria startup para avaliar pegada de água das empresas

A investigadora está prestes a lançar no mercado a Trees4Water. O projeto foi premiado com sete mil euros no concurso nacional “H2O & Sustainability Innovation Hub”.

Cláudia Carvalho-Santos, investigadora do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho, prepara-se para lançar no mercado uma startup de consultoria ambiental para avaliar a pegada de água das empresas e sugerir medidas de mitigação através de créditos de água, como plantar árvores junto a cursos de água ou patrocinar a gestão da floresta.

O projeto chama-se “Trees4Water” e venceu recentemente o concurso nacional “H2O & Sustainability Innovation Hub”, na categoria “PhD & Researchers”. Organizado pela consultora PremiValor, em Faro, este concurso atribuiu 7.000 euros para apoiar a mentoria e a criação da startup. “Estou contente com a distinção, porque este trabalho valoriza a nossa sustentabilidade e porque acredito que os impactos dos projetos de investigação devem chegar à sociedade”, diz Cláudia Carvalho-Santos, ciatada em comunicado.

A cientista usa algoritmos para combinar modelos hidrológicos e imagens de satélite, calculando assim a pegada hídrica das empresas em termos de quantidade e qualidade. “Caso essa pegada seja considerável, as empresas podem mitigá-la através de créditos de água, contabilizados com a plantação de floresta ou o apoio à sua gestão”, descreve a investigadora. “Os agentes fornecedores destes créditos, como proprietários agroflorestais públicos e privados, colocarão os seus créditos disponíveis numa plataforma e a Trees4Water irá mediar um esquema de incentivos e pagamentos”, completa.

Investigadora Cláudia Carvalho-SantosTrees4Water

A Trees4Water nasceu do projeto de investigação homónimo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia entre fevereiro de 2023 e julho de 2024, tendo parceiros como a Águas do Norte ou a Universidade de Kiel (Alemanha) e consultores de Espanha e dos Países Baixos.

Numa fase inicial, a startup pretende abranger empresas das regiões do Minho e Douro Litoral, avançando depois para o resto do país e captando recursos humanos qualificados em Ciências do Ambiente e Economia Ambiental. “No futuro, podemos evoluir para um mercado de benefícios múltiplos que as florestas prestam e que não estão atualmente a ser contabilizados”, realça Cláudia Carvalho-Santos.

A investigadora é licenciada em Geografia, mestre em Ecologia e Ambiente e doutorada em Biodiversidade pela Universidade do Porto. É desde 2018 investigadora do CBMA e Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-sustentabilidade (IB-S) da UMinho, estando associada a diversos projetos e publicações científicas sobre recursos hídricos, modelação hidrológica, alterações climáticas e incêndios. É também membro da rede europeia Ecosystem Services Partnership.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Investigadora da Universidade do Minho cria startup para avaliar pegada de água das empresas

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião