Adega de Vidigueira quer elevar vinho de talha na gastronomia portuguesa

A produção de vinho de talha foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Adega Cooperativa quer elevar o papel deste produto na gastronomia portuguesa.

“Está na hora de elevar o papel do vinho de talha na gastronomia portuguesa e posicioná-lo num segmento premium, como um vinho por excelência para a harmonização com comida, principalmente neste momento importante no qual se aprovou a inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI) da produção de vinho de talha”, sublinha José Miguel Almeida, presidente da adega cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito. É com esse objetivo que acontece de 23 e 24 de março a iniciativa “Talha à mesa”.

Ao todo, a produção certificada no Alentejo ronda os 120.000 litros de vinho de talha. Durante dois dias, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, no Baixo Alentejo, vai assim pôr nas bocas do mundo este vinho produzido de forma artesanal através da técnica milenar de fermentar a uva nas ânforas de argila chamadas de talha. Uma tradição trazida pelos romanos e que muito tem dado que falar no país e no estrangeiro, estando a decorrer o processo de candidatura a Património Cultural e Imaterial da Humanidade.

A produção de vinho de talha foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial por proposta da Câmara Municipal de Vidigueira que desenvolveu um trabalho de investigação sobre a “Produção de Vinho de Talha”, com o objetivo de inventariação e posterior candidatura a Património Imaterial da Humanidade.

A decisão saiu em despacho publicado no Diário da República, em dezembro de 2023, e assinado pela subdiretora-geral do Património Cultural, Rita Jerónimo, onde se assinala “a importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade envolvente e a sua profundidade histórica e evidente relação com outras práticas inerentes à comunidade”.

A produção de vinho de talha foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

O programa desta primeira edição conta com a participação de produtores de vinho da talha. Tem ainda como cabeças de cartaz chefs de renome, como José Júlio Vintém, João Mourato e Pedro Mendes, que vão harmonizar o vinho com os pratos gastronómicos servidos durante almoços e jantares vínicos. Destaque ainda para as masterclasses de vinho.

Fundada em 1960, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito quer posicionar-se em novos mercados como Canadá e Reino Unido, China, Bélgica e Luxemburgo; reafirmando-se ainda no Brasil, França, Suíça e EUA e Angola. Calcula atingir um volume de faturação na ordem do meio milhão de euros durante este ano de 2024.

Contas feitas, a empresa contabiliza seis milhões de litros de vinho produzidos por ano e oito milhões de quilogramas de uva por vindima, resultado da exploração de cerca de 1.400 hectares de vinha dos seus cerca de 260 sócios.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Adega de Vidigueira quer elevar vinho de talha na gastronomia portuguesa

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião