Economia portuguesa cresce mais quando “induzida” por maior contributo do Norte

Entre 2000 e 2022, crescimento económico médio anual na região Norte foi superior à média nacional. Análise da CCDR destaca "modelo industrial mais aberto ao exterior e diversificação de mercados".

Entre 2000 e 2022, a Região Norte cresceu acima da média nacional com uma progressão económica anual de 1%. Um valor superior à média nacional (0,8%), mas inferior à registada nos Estados-Membros da União Europeia (1,4%), contabiliza a CCDR-Norte.

De acordo com dados divulgados esta terça-feira por este organismo, no período analisado, a “economia da região mostrou-se mais resiliente do que a nacional em contexto de crise e mais pujante em períodos de expansão, resultante do modelo industrial mais aberto ao exterior e da maior diversificação de mercados”.

O maior ritmo de crescimento económico do Norte no quadro nacional e europeu ocorreu no período anterior à crise pandémica, marcado por fatores como o aumento simultâneo do emprego e da produtividade, o reforço da internacionalização e o incremento da componente tecnológica dos bens exportados.

Neste intervalo, entre 2013 e 2019, o crescimento económico médio anual do Norte foi de 2,8%, que compara com 2,3% em Portugal e 2,1% na UE27. Nesta fase, a Região Norte apresentou o maior contributo para o crescimento económico do país, destacando-se a convergência real do Norte e de Portugal no quadro europeu.

O ciclo económico mais recente (2019-22) – o qual inclui a crise pandémica e a fase de recuperação que se seguiu – foi um “exemplo dessa resiliência”: o crescimento económico do Norte foi, em média anual, de 1,4%, um valor superior ao nacional (1,2%) e ao da média dos Estados-Membros da UE27 (1,1%), assinala o relatório.

Por oposição, entre 2000 e 2008, o crescimento económico médio anual do Norte foi de 1%, um valor inferior ao nacional (1,1%) e ao da UE27 (2,0%). “Neste período observou-se a divergência real do Norte e de Portugal no contexto europeu, sendo que a Área Metropolitana de Lisboa foi a que mais contribuiu para o crescimento económico nacional neste período, caracterizado pelo aumento do endividamento externo do país”.

A principal conclusão do estudo aponta ainda “para a inexistência de evidências que o maior crescimento económico nacional resulta do maior contributo da região mais desenvolvida, a Área Metropolitana de Lisboa”. Nota que “a economia nacional registou o maior aumento do PIB na fase em que este foi induzido por um maior contributo do Norte”. O dinamismo regional e o impacto nacional são justificados pela dimensão populacional e económica da região e o reforço de fatores competitivos – como a internacionalização, a industrialização e a inovação.

A economia nacional registou o maior aumento do PIB na fase em que este foi induzido por um maior contributo do Norte, assinala o estudo da CCDR.

A mais recente edição das contas regionais do INE confirmou que o crescimento económico do Norte em 2022 foi de 5,6%, o valor mais elevado do corrente século, mas ficou aquém do nacional (6,8%). Em balanço, entre 2000 e 2022, o crescimento médio anual do PIB em volume do Norte foi de 1%, que compara com um crescimento de 0,8% em Portugal. Durante esse período, a economia do Norte convergiu com a média nacional, mas divergiu com a UE27, que assistiu a um crescimento económico médio anual de 1,4%”, lê-se na nova edição do boletim Norte Estrutura.

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