Fogos sem impacto no alojamento turístico da Madeira, diz Governo Regional
Governo Regional da Madeira diz que fogos não terão impacto económico no alojamento e atividade das agências turísticas. Mas aumentaram os pedidos de informação da parte de turistas antes de viajarem.
A Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura da Madeira “não perspetiva qualquer impacto económico ao nível do alojamento e da atividade das agências de viagens” devido aos fogos que deflagram há uma semana e já destruíram quase 5.000 hectares do território. Ainda assim, aumentaram os pedidos de informação da parte de turistas sobre a segurança do destino antes de viajarem.
Em declarações ao ECO/Local Online, esta Secretaria Regional, sob a tutela de Eduardo Jesus, garante igualmente que “não existe uma relação entre os incêndios, que têm afetado algumas partes das serras da Madeira nos últimos dias, e os cancelamentos residuais que têm existido” nos alojamentos.
Desistências, aliás, que o Executivo madeirense não considera de todo significativas. “Não estamos a registar qualquer volume extraordinário de cancelamento de reservas, quer no alojamento tradicional, quer no alojamento local“, afiança este organismo público na sequência dos “contactos regulares” que tem, “desde o primeiro momento”, encetado com o setor turístico da ilha.
Não se perspetiva qualquer impacto económico ao nível do alojamento e da atividade das agências de viagens.
A Secretaria Regional destaca, contudo, o “aumento de pedidos de informação por parte de turistas, previamente à vinda para a região”, preocupados com a sua segurança devido ao fogo que lavra no arquipélago desde 14 de agosto. E que à data continua ativo no Pico Ruivo e no Pico do Gato, na cordilheira central da ilha, e no concelho da Ponta do Sol, indicou o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC).
“Estes pedidos de esclarecimento têm sido atendidos, quer pelos hoteleiros, quer pelos agentes de viagens e operadores turísticos”, detalha a Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura da Madeira. E realça “o esforço de comunicação que tem sido realizado, desde a primeira hora, pela Associação de Promoção da Madeira: Tem havido o cuidado de informar sobre a evolução rigorosa do estado da região”.
As entidades do setor turístico têm, por isso, trabalhado em conjunto para manter os turistas atualizados sobre a situação no arquipélago. O Executivo madeirense acredita que esta “atitude proativa tem trazido tranquilidade ao setor, não só aos operadores turísticos, como [também] a todos aqueles que são os recetores da comunicação institucional da Associação de Promoção da Madeira”.
Não existe uma relação entre os incêndios que têm afetado algumas partes das serras da Madeira nos últimos dias e os cancelamentos residuais que têm existido.
A Secretaria Regional, alerta, contudo para as “informações falsas, que estão a ser veiculadas em todo o mundo”, que tem monitorizado e retificado junto dos vários stakeholders do setor.
Ao contrário do que os ventos têm levado para outras paragens, a normalidade na atividade turística no arquipélago é corroborada pelo presidente da Mesa dos Agentes de Viagens da Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF-CCIM). “Gabriel Gonçalves afirmou que não se tem sentido qualquer tendência anormal no âmbito daquela atividade [alojamento turístico]”, segundo a Secretaria Regional de Eduardo Jesus.
O ECO/Local Online tentou contactar a ACIF-CCIM, mas até à hora de fecho deste artigo não foi possível.
O presidente da ACIF, Jorge Veiga França, já referiu, por sua vez, que os ventos fortes, que se têm feito sentir, levaram ao cancelamento, desde sábado, de dezenas de partidas e chegadas ao Aeroporto Internacional da Madeira, afetando milhares de passageiros.
O ECO/Local Online fez um périplo por algumas unidades hoteleiras na Madeira que garantem não ter cancelamentos devido aos incêndios que deflagram na ilha, como é o caso do Reid’s Palace, no Funchal. Apenas constataram alguns atrasos e alterações nas chegadas por causa dos voos. Já o Grupo Pestana prefere não fazer declarações por enquanto.
Os incêndios na Madeira não tiveram qualquer impacto na procura pela náutica de recreio das Marinas da região.
Também a administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira avança ao ECO/Local Online que “os incêndios na Madeira não tiveram qualquer impacto na procura pela náutica de recreio das Marinas da região, nem sequer na atividade das empresas marítimo-turísticas”. Aliás, reforça, “nem se prevê que tal venha a acontecer”.
Desde 14 de agosto já arderam quase 5.000 hectares nas serras da Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. O presidente do Executivo madeirense acredita tratar-se de fogo posto, estando a Polícia Judiciária a investigar as causas do incêndio.
Entretanto, as autoridades na Madeira consideram ainda ser prematuro contabilizar os prejuízos causados pelas chamas. Ainda assim, a secretária Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente, Rafaela Fernandes, já garantiu apoio aos apicultores afetados pelo fogo. O ECO/Local Online tentou apurar qual o valor em questão e como será prestado esse apoio, mas ainda não foi possível obter informações junto desta Secretaria Regional.
Os fogos, que lavram há vários dias, trazem à memória o fatídico incêndio urbano de 13 de agosto 2016 que tirou a vida a três pessoas, feriu outras 147, destruiu centenas de casas e causou um prejuízo de 157 milhões de euros, de acordo com informações divulgadas na altura.
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