Vinhos Borges investem 7 milhões no Douro e lançam garrafa por 500 euros
Um vinho de luxo, a 500 euros a garrafa, um novo centro de vinificação e a futura linha de engarrafamento num investimento de 7 milhões, são as novidades dos Vinhos Borges aos 140 anos de atividade.
A fazer história desde 1884 e com vinhas nas regiões do Douro, Dão e Vinho Verde, os Vinhos Borges escrevem um novo capítulo com a abertura do centro de vinificação em Sabrosa, num investimento de seis milhões de euros. Adicionalmente, a empresa centenária vai operar uma linha de engarrafamento em 2025, um ativo que implicará mais um milhão de euros. Um novo vinho premium de edição limitada, a 500 euros a garrafa, e a mudança do logótipo da marca também fazem parte desta operação de charme agora lançada no mercado.
A estratégia foi anunciada por Gil Frias, administrador da Sociedade dos Vinhos Borges — uma das marcas do grupo José Maria Vieira (JMV), proprietário do café Torrié –, e as novidades não ficam por aqui. As comemorações dos 140 anos da Sociedade dos Vinhos Borges acontecem com uma nova viragem, em que quase todos os caminhos vão dar à Região Demarcada do Douro, onde entrou em funcionamento, há uns dias, o centro de vinificação em Sabrosa, com a receção e tratamento das uvas das vindimas que estão em curso.
É objetivo estratégico aumentar, nos próximos dez anos, a operação no Douro, designadamente tirar o máximo partido da Quinta da Soalheira, em São João da Pesqueira.
Esta unidade é o grande trunfo que a empresa precisava para elevar a fasquia dos Vinhos do Douro que produz nesta região Património Mundial da Unesco, apesar serem a referência com menor peso nas vendas (17%) num universo de cerca de 8,5 milhões de garrafas vendidas. Estas englobam o Vinho Verde (33%), a produção das três quintas no Dão (26%) e os espumantes (19%).
“É objetivo estratégico aumentar, nos próximos dez anos, a operação no Douro, designadamente tirar o máximo partido da Quinta da Soalheira, em São João da Pesqueira [na sub-região do Cima Corgo], com 340 hectares, dos quais 170 são de vinha”, assinala Gil Frias, em declarações ao ECO/Local Online.
O novo centro de vinificação, situado a 25 minutos da Quinta da Soalheira, vai passar a ser a unidade “operandi da empresa” na região Vinhateira do Douro. “Vai permitir melhorar a qualidade dos vinhos do Douro e ainda adquirirmos uvas a viticultores selecionados para podermos aumentar o nosso peso nesta região”, detalha o presidente Executivo do Grupo JMV.
O gestor está convicto de que as vendas das referências produzidas nesta zona do país vão disparar. “Face à nossa previsão de subida das vendas do Douro, afeta aos Vinhos Tranquilos topo de gama desta região, e ao Vinho do Porto, vamos montar, em janeiro de 2025, uma nova linha de engarrafamento”, num investimento de um milhão de euros.
A empresa joga ainda outra cartada. “Nos próximos tempos vamos investir sobretudo em requalificação e replantação de vinha no Douro e no Dão”, conta Gil Frias que espera com este pacote de investimentos dar um novo impulso às vendas da empresa, cujo cardápio de geografias envolve 60 mercados. Mas a estratégia não fica por aqui, e o grupo quer posicionar-se ainda mais nos principais mercados para onde exporta: Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, França, Alemanha e Japão.
Pela frente, “há mercados relativamente novos, como Malásia, Singapura, China, Colômbia ou México”, onde o empresário quer amadurecer ainda a mais a presença da Sociedade dos Vinhos Borges. Gil Frias antecipa fechar este ano com um volume de negócios 5% acima dos 16 milhões de euros faturados em 2023.
Vinho “Borges TN TN CXL 140” a 500 a garrafa
Nesta “era de mudança” de paradigma e conquista de novos mercados, a empresa lançou o vinho “Borges TN TN CXL 140” numa “busca incessante pela excelência e qualidade máxima”, para ir ao encontro do posicionamento da Borges como “referência no setor vinícola”.
São mil garrafas, em formato Magnum, numa edição limitada, a 500 euros cada uma, e estão à venda nas garrafeiras em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Canadá e EUA.
Transmite a alma do Douro e a elegância do Dão, a simbiose perfeita de duas regiões que tanto caracteriza a casta presente neste elixir, a Touriga Nacional.
Produzido a partir das melhores parcelas com mais de 60 anos de Touriga Nacional — considerada a casta “rainha” — 60% da Quinta de São Simão da Aguieira (no Dão) e 40% da Quinta da Soalheira (no Douro), este vinho é apresentando como possuindo caráter elegante, aveludado, frescura, exuberância aromática, e com notas de flor de violeta e de laranjeira. Esteve vários meses em estágio de barrica de carvalho francês.
“Foi um desafio de prova de mais de 100 barricas de vinho que terminou na seleção de oito barricas, quatro de cada região”, conta o enólogo Fábio Maravilha em conversa com o ECO/Local Online.
“O vinho “Borges TN TN CXL 140 é um marco de excelência conquistado com conhecimento dos últimos 140 anos. Transmite a alma do Douro e a elegância do Dão, a simbiose perfeita de duas regiões que tanto caracteriza a casta presente neste elixir, a Touriga Nacional”, detalha o enólogo.
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