Albuquerque rejeita demissão após moção de censura na Madeira
Presidente do Governo Regional da Madeira afirma confiança em todos os secretários sob suspeita e diz que PS apoia moção de censura que critica mais os socialistas que o próprio PSD.
Miguel Albuquerque assegurou neste sábado que não se demite, mas afirmou-se pronto para voltar a submeter-se a eleições regionais na Madeira. À saída da reunião de emergência da comissão política do PSD-Madeira, o presidente do governo regional indicou como “situação estranhíssima” a moção de censura anunciada pelo Chega na quarta-feira, e já secundada pelo líder do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, que na sexta-feira anunciou o voto a favor.
Recorde-se que o partido de André Ventura, liderado na região autónoma por Miguel Castro, ajudou a viabilizar o Executivo do PSD após as eleições de maio, ao abster-se na votação do programa do Governo (votado favoravelmente pelo PSD, CDS-PP e PAN, e com abstenção da IL). A ação do Chega surgiu após ser sabido que o Ministério Público irá investigar o quinto secretário regional do Governo madeirense, num total de oito que formam a equipa de Miguel Albuquerque.
Sobre estes cinco membros do seu Governo, o líder regional diz que “vão ser ouvidos. Qualquer situação de denúncia anónima faz com que os secretários tenham de ser ouvidos. Se a tática é meterem processos contra o Governo para os secretários serem ouvidos, e de cada vez que é ouvido, cai um secretário, não há Governo que aguente. Não há nenhum facto, nenhum ato, que neste momento possa imputar a qualquer titular de cargo público qualquer situação de irregularidade”, afirma Albuquerque, assegurando que “ninguém pediu para sair”.
“Eles querem um líder mole para me tomar o poder. Não faço reestruturações do Governo ao sabor do que os partidos dizem”. Fazê-lo agora seria, diz, “sintoma de fraqueza”.
Este é um processo, diz Albuquerque, que “O PSD irá enfrentar em campo aberto com a cabeça levantada. Fazemos o apelo aos partidos para assumirem sentido responsabilidade relativamente aos interesses da Região Autónoma da Madeira e da sua população. É fundamental que não haja mais instabilidade política, impasses na governação, porque isso prejudica a administração da respublica e da nossa população”.
A moção de censura anunciada pelo Chega “não deixa de ser estranha, uma vez que faz um ataque implacável ao PS, e o grotesco da situação, que penso que só na Madeira pode acontecer, é o PS votar uma moção em que o PS Madeira e o líder do PS Madeira é apelidado de incompetente”, critica o presidente do Governo madeirense, dizendo que o PS é “vilipendiado pelo próprio documento”. Apesar disso, reforça, o líder do PS Madeira “diz que vai votar essa moção em que o PS é mais atacado que o PSD Madeira”.
“Não vai ser através desta moção nem de expedientes parlamentares ou de fação, ou partidários, que o PSD vai entregar o poder”, prometeu, recordando o sufrágio eleitoral decorrido em maio. “Quem determina o Governo da Madeira” e “quem determina quem é o presidente do Governo da Madeira é o povo madeirense através de eleições democráticas.
Numa comunicação aos jornalistas, em tom inflamado, Albuquerque foi taxativo: “não temos qualquer problema de ir a eleições, se for necessário, e estamos preparados para qualquer cenário político que se coloque ao nosso partido. Se pensam que vou sair para porem um líder provisório, para depois deitarem abaixo e conquistarem o poder, estão enganados. Estou aqui para dar a cara e não me demito”.
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