Cascais recebe 500 candidaturas ao apoio de dez mil euros para melhorar eficiência energética das habitações

  • Alexandre Batista
  • 27 Dezembro 2024

Munícipes de rendimentos superiores somam 200 pedidos, duas semanas depois de lançado o programa que paga, total ou parcialmente, equipamentos e obras até 10 mil euros.

A autarquia de Cascais recebeu mais de meio milhar de candidaturas ao fundo lançado no dia 13 para reforço da eficiência energética das habitações do concelho.

Os processos são entregues a seis Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) quando se tratem de munícipes entre o primeiro e o quarto escalões de IRS, com pagamento imediato. Para rendimentos superiores, os processos são tratados pelos próprios serviços camarários, sendo que, nestes casos, o munícipe paga à cabeça e só depois pode candidatar-se, não estando garantido que a sua candidatura é aceite.

De cidadãos dos primeiros quatro escalões de IRS foram submetidas mais de 300 manifestações de interesse, enquanto os dois escalões de rendimentos superiores representaram 200 pré-candidaturas, indica, ao ECO/Local Online, o vice-presidente Nuno Piteira Lopes.

“Nas mais de três centenas de contactos estabelecidos junto das seis IPSS aderentes, as pessoas foram informadas sobre todas as possibilidades que podem ser submetidas a financiamento com indicação dos documentos que são necessários recolher, ficando nesses momentos agendadas marcações para efetivar as candidaturas”, explica.

O fundo ambiental municipal vai comparticipar, ou pagar integralmente — mediante os rendimentos e a tipologia de intervenção em cada casa — a aquisição de equipamentos, entre os quais eletrodomésticos, painéis solares e bombas de calor, e a realização de obras que visem o isolamento térmico e consequente redução do consumo de energia.

A autarquia destinou três milhões de euros ao programa, mas ao ECO/Local Online, o vice-presidente assegura que haverá reforço do montante até que a totalidade dos pedidos elegíveis para o apoio sejam cobertos.

“O grande objetivo do município de Cascais é tentar fazer com que este tipo de apoios possa chegar a toda a população”, explicou Nuno Piteira Lopes há duas semanas, aquando do lançamento do fundo ambiental municipal. Com ele, a câmara procura enquadrar especialmente famílias “mais necessitadas, com dificuldade em chegar aos programas nacionais e europeus, mais complexos”, explicou. A autarquia assegura o cruzamento com base de dados nacionais, para que um mesmo investimento não possa vir a ter dupla comparticipação, do Estado central e da câmara.

A verba do designado “Fundo Verde Famílias Cascais” será distribuída entre aqueles que realizem intervenções nas suas habitações com vista à melhoria da eficiência energética, com um limite de dez mil euros por agregado familiar.

O “fundo verde” autárquico, já aberto, será distribuído aos munícipes de Cascais seguindo um critério de rendimentos declarados em IRS. Para os dois primeiros escalões, a comparticipação será de 100%. Para o terceiro e quarto escalão o município pagará 90% da despesa efetuada, em soluções como o isolamento da casa, troca de esquentador por bomba de calor, substituição de janelas, instalação de painéis solares para autoconsumo, sistemas solares térmicos para aquecimento de águas e até aquisição de eletrodomésticos eficientes.

Uma vez que as pessoas podem candidatar-se a diferentes tipologias, mas todas têm de ser identificadas na mesma candidatura, o aconselhamento das IPSS está a ser fundamental para que os munícipes de Cascais possam efetivamente concretizar alterações de fundo nas suas casas.

Nuno Piteira Lopes

Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais

Do primeiro ao quarto escalões do IRS não haverá qualquer participação financeira do munícipe, que deverá recorrer a uma das seis instituições de IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) que firmaram protocolo com a autarquia. Estas serão responsáveis pelo aconselhamento, ajuda técnica e por acompanhar o cidadão até ao estabelecimento comercial onde serão adquiridos os equipamentos. “O dinheiro não passa pelo munícipe”, assegura Nuno Lopes. “Basta dirigirem-se às IPSS e levar fatura proforma ou orçamento dos equipamentos que gostariam de substituir”, afirma o vice-presidente.

No terreno, as seis IPSS estão a sensibilizar os residentes no concelho para investimento em intervenções de caráter estrutural, designadamente isolamento de paredes ou instalação de painéis fotovoltaicos, explica a autarquia. Isto passa, inclusive, por visitas técnicas às habitações. “Uma vez que as pessoas podem candidatar-se a diferentes tipologias, mas todas têm de ser identificadas na mesma candidatura, o aconselhamento das IPSS está a ser fundamental para que os munícipes de Cascais possam efetivamente concretizar alterações de fundo nas suas casas”, afirma o vice-presidente.

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