BRANDS' Local Online “Oeiras é um pólo central da Área Metropolitana de Lisboa”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 15:00

A conferência Smart Mobility Oeiras juntou vários decisores políticos e especialistas para discutirem os desafios e soluções da mobilidade urbana sustentável.

O futuro da mobilidade urbana foi o mote para a conferência Smart Mobility Oeiras, organizada pelo ECO em parceria com a Parques Tejo, na qual se reuniram vários líderes políticos, gestores públicos e representantes de empresas para um debate alargado sobre os maiores desafios e possíveis soluções para este tema.

Lisboa é um município de 500 mil habitantes, mas recebe mais de 1 milhão de cidadãos todos os dias. Por isso, é absolutamente essencial aumentarmos os raios de influência da nossa mobilidade para permitir espraiar o raio de ação das áreas metropolitanas, nomeadamente na cidade de Lisboa”, começou por dizer Miguel Pinto Luz, Ministro das Infraestruturas e Habitação.

Miguel Pinto Luz, Ministro das Infraestruturas e Habitação

Para isso, o ministro referiu alguns dos objetivos do governo e os projetos que estão em andamento, nomeadamente o investimento em alta velocidade, que visa colocar Lisboa a 1h15 do Porto, o Sistema Autónomo de Transporte Urbano (SATU), os corredores BRT e, ainda, o Parque Cidades do Tejo, com “componentes a norte e a sul do Tejo e onde todos os municípios são chamados a contribuir para podermos redesenhar a área metropolitana, mais capaz de ser geradora de riqueza”.

Este redesenho implica, de acordo com Rui Rei, presidente da Parques Tejo, uma especial relevância no eixo Cascais, Oeiras, Lisboa: “Este eixo é decisivo para Área Metropolitana de Lisboa, quer pela concentração de população, quer pela geração de riqueza, porque este é o território mais rico do país. Por isso, a Câmara Municipal de Oeiras usa a Parques Tejo como instrumento de mobilidade e faz algum planeamento para tomar decisões e implementar políticas de mobilidade. Portanto, passamos de uma realidade de mero estacionamento para uma realidade de mobilidade”.

Rui Rei, presidente da Parques Tejo

Mobilidade em contexto metropolitano

No primeiro painel de debate, dedicado à mobilidade em contexto metropolitano, Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras, e Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, juntaram-se para darem os pontos de vista de dois dos principais concelhos da região.

Isaltino Morais começou por criticar os atrasos no projeto SATU, fruto do seu anterior encerramento: “A única parceria público-privada feita em Portugal que defendia os interesses do Estado foi justamente a do SATU. Curiosamente, foi mandada encerrar pelo governo porque dava prejuízo. Mas dava prejuízo porque não estava concluída”.

Ainda assim, admitiu que agora o projeto “parece estar a andar para a frente” e ainda salientou que reconhece haver maturidade para haver avanços. “Todos os projetos estão em andamento, há recursos e parece haver intenção, quer do governo anterior, quer deste. Mas há uma situação que eu, juntamente com o presidente da Câmara de Cascais e o presidente da Câmara de Lisboa, gostaria de ver resolvida, que é a possibilidade de colocar um corredor na A5“, referiu.

Sobre isso, Carlos Carreiras especificou que, quando lançaram a ideia dos corredores BRT, esta foi apresentada aos antigos presidentes das Câmaras Municipais de Oeiras e de Lisboa: “Na altura, Oeiras não via como interessante, mas Lisboa tinha também um estudo que tinha vindo a desenvolver nesse sentido. Confrontamos os dois estudos e eram exatamente iguais, à exceção de um pequeno percurso junto à Casa Pia, mas nós cedemos“.

O presidente da Câmara de Cascais ressalvou ainda a importância de se entender que o objetivo deste projeto é criar não apenas um corredor, mas dois. “O BRT só funciona se estiver nos dois sentidos. Isto viria resolver a questão da coesão territorial e da coesão social, além de ajudar no descongestionamento da própria A5. Temos a disponibilidade por parte da BRISA de fazer o investimento, por isso diria que, fechada a negociação, três anos serão mais do que suficientes para fazer isso“, garantiu.

Transição para a Mobilidade Sustentável

No 2º painel de debate, o administrador da BRISA, Manuel Melo Ramos, confirmou a disponibilidade da empresa, mas alertou para o facto de que a questão do planeamento não é responsabilidade da BRISA, mas sim do concedente: “À BRISA compete gerir infraestruturas, ao concedente compete fazer esse planeamento. Nós estamos disponíveis para nos sentarmos com o concedente, com as autarquias, e encontrarmos em conjunto uma solução para a evolução das infraestruturas face à evolução do território“.

“Há todo um planeamento associado ao BRT que vai muito além da A5. Provavelmente, utilizará o corredor da A5 e a BRISA está disponível para assumir o investimento relacionado com o BRT no que diz respeito à concessão da A5, mas isso tem de ser acordado por todas as partes. As soluções passam por usar uma das vias existentes e dedicá-la só ao transporte público, mas nós não recomendamos porque ia degradar o nível de serviço que hoje existe; ou então criar uma capacidade adicional naquele corredor, que é o que nos faz mais sentido“, admitiu.

Além destes projetos, há ainda outras iniciativas que têm promovido a melhoria da mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa (AML), nomeadamente a criação da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), do Navegante e, ainda, da Carris Metropolitano. E Faustino Gomes, presidente da TML, explica porquê: “Temos cada vez mais melhores soluções e não as guardamos para nós, mas partilhamos para quem as queira usar. Toda a AML está sobre a mesma marca, que é a marca Navegante. Também temos a marca Carris Metropolitano no transporte público. Chega a ter momentos em que temos 1700 autocarros a circular. Estamos a falar numa procura igual à procura do metro”.

O presidente da TML destacou o crescimento que a Carris Metropolitano teve em 2024, que, comparativamente a 2023, foi de 24%. “Em 2025 continuamos a crescer dois dígitos – 15%. Durante um dia transporto 710 mil pessoas“, disse, ao mesmo que reconheceu o suporte que têm recebido das autarquias e o papel crucial destas: “A tarefa é muito grande e tem tido o suporte dos municípios, que estão diretamente no terreno e percebem como as coisas estão a correr“.

O papel dos elétricos

“Nós somos um dos oito países que estamos no mainstream. Há 9 meses consecutivos que a quota de vendas de veículos elétricos ligeiros de passageiros supera os 20% (de carros 100% elétricos) e estamos num lote de países que é invejável. Não podemos considerar isto como adoção massiva de veículos elétricos porque é preciso estarmos três anos nesta situação e nós só estamos há 9 meses. Mas caminhamos para isso”, afirmou Pedro Faria, presidente da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos.

Contudo, esta maior adesão à compra de veículos elétricos tem causado um desafio – a necessidade de criar mais postos de carregamento. Mas Pedro Faria garante que, com o devido planeamento, ela irá acontecer, até porque vão existir cada vez mais pessoas a adquirir veículos elétricos sem possibilidade de os carregar em casa, e para suprir isso, deve apostar-se em dois tipos de carregamento: “O carregamento por necessidade, quando precisamos de carregar o carro para terminar a viagem, e o carregamento de oportunidade, quando vamos a um centro comercial e o deixamos a carregar, por exemplo“.

Neste ponto, Rui Rei, presidente da Parques Tejo, revelou que querem continuar na “linha da frente”. “Nós queremos continuar, no caso dos veículos elétricos e carregamento elétrico, na linha da frente porque achamos que é por aqui que se faz o apoio à transição e não por força do valor de pagamento de estacionamento. Temos de criar condições para que aqueles que não têm condições de carregar em casa o possam fazer a custos competitivos”, disse.

Estas condições precisam, segundo Rui Rei, de apoios públicos e o investimento em transporte público deverá ser prioridade: “Oeiras, ao ser a segunda economia do país, não se pode dar ao luxo de trabalhar sozinha. Não vivemos isolados, somos o centro da AML. E, na realidade, Oeiras precisa fortemente de investimento em transporte público, vital para os próximos 20 anos”.

“Não se pode olhar para estas zonas como zonas suburbanas porque, na realidade, Oeiras não é suburbana, Oeiras é a segunda economia do país, manda tanta gente para fora como recebe, portanto é um pólo central da AML“, concluiu.

Assista, no vídeo abaixo, a todos os momentos da conferência Smart Mobility Oeiras.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

“Oeiras é um pólo central da Área Metropolitana de Lisboa”

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião