Fernando Medina alerta partidos para “custos” e “opções exigentes” de gastos em defesa
Medina defende esta quarta-feira, na FEP, que "Portugal terá de ser capaz de levar à prática muitas das ideias que estão expostas no relatório de Mario Draghi para melhorar a sua competitividade".
Em plena campanha eleitoral para as legislativas, o ex-ministro das Finanças Fernando Medina vai, esta quarta-feira, à Faculdade de Economia do Porto da Universidade do Porto (FEP) deixar um recado aos partidos: “Devem tornar claro aos portugueses que o reforço do investimento em energia e defesa comporta custos, e opções difíceis e exigentes, em especial para os que querem proteger o Estado social”.
Esta é uma das ideias que Fernando Medina vai defender esta quarta-feira, durante o seu discurso de encerramento na II Finance Summit da FEP. Para o antigo ministro do Governo de António Costa, “encontrar os recursos financeiros para esta política, reforçando o Estado social, é um desafio tão fundamental como exigente”, lê-se num comunicado enviado pela Reitoria da Universidade do Minho em conjunto com a FEP.
Na sua intervenção sobre o “Futuro da Competitividade da Europa”, baseada no “Relatório Draghi” e nas suas propostas de ambiciosas reformas estruturais, Fernando Medina vai deixar um alerta: “Portugal terá de ser capaz de levar à prática muitas das ideias que estão expostas no relatório de Mario Draghi para melhorar a sua competitividade”, lê-se na mesma nota.
Encontrar os recursos financeiros para esta política, reforçando o Estado social, é um desafio tão fundamental como exigente.
Mais, prossegue Medina, “Mario Draghi aponta com clareza os caminhos que teremos de percorrer, seja no forte aumento do investimento público e privado, seja na aposta na industrialização de setores estratégicos como a energia e a defesa, desenvolvendo uma nova política industrial”.
Segundo a FEP Finance Club, organismo estudantil desta Faculdade de Economia que organiza o evento, o político vai “propor uma reflexão sobre os caminhos estratégicos para o desenvolvimento europeu num cenário global marcado por transformações económicas, geopolíticas e tecnológicas”.
A segunda edição do Finance Summit visa debater a literacia financeira e proporcionar novas experiências de aprendizagem aos estudantes, fazendo a ‘ponte’ entre estudantes e profissionais do setor financeiro. Em análise estarão temas como gestão de património, imobiliário, capital de risco, private equity, finanças pessoais e finanças públicas.
A iniciativa arranca com uma atividade prática para aplicação de conceitos fundamentais da literacia financeira, destinada a alunos do ensino secundário, dinamizada por Maria Furtado de Mendonça e Cláudia Barroso Muller, da Fundação António Cupertino de Miranda.
O programa do Finance Summit inclui ainda a intervenção de Pamela Macedo da Casa de Investimentos que vai sensibilizar os participantes para a importância de desenvolver hábitos de investimento informados e conscientes de modo a atingirem uma maior autonomia na gestão financeira pessoal.
Já para os alunos do ensino universitário esta segunda edição prevê, além da sessão com Fernando Medina, uma outra sessão com sobre finanças públicas, orientada por José Vidrago, presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social, e Carlos Guimarães Pinto, deputado da Iniciativa Liberal.

Em análise vão estar temas como o panorama atual das finanças públicas, a carga fiscal, as opções de política orçamental, o peso da dívida pública e a sua implicação na justiça interjecional, além do papel do Estado na economia.
A inteligência artificial no setor financeiro, nomeadamente ao nível da automatização de processos, da análise de dados e da tomada de decisão em contextos de investimento, é outro dos assuntos em debate. Participam nesta sessão Gonçalo Freire, fintech solutions director e advisor to Portugal Fintech Board, Pedro Baldaia, head of equities do Banco Carregosa, e Filipa Castro, head of AI Tech Lab da Euronext.
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