Legislativas obrigam a “olhar para fora da bolha”, alerta Governo na 2.ª Local Summit

É preciso analisar as legislativas e tirar lições, afirma o ministro das Infraestruturas e Habitação, deixando já uma nota sobre o 25.º Governo. Miguel Pinto Luz falava na Local Summit, do ECO.

A escassos meses das eleições autárquicas, e quando ainda não passaram duas semanas das legislativas que colocaram fim ao bipartidarismo, o Governo promete analisar os resultados, tirar lições e aprender com os resultados. “Há duas ideias que resultam destas eleições. A confirmação clara da governação” de Luís Montenegro e “não ter a arrogância de pensar que temos solução para todos os problemas”, afirmou Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, durante a sessão de abertura da segunda edição da Local Summit, organizada pelo ECO nesta terça-feira. O sentido de voto que colocou Chega e PS em empate “é uma lição que ainda estamos a aprender nos seus resultados”.

Miguel Pinto LuzAndré Dias Nobre

Uma das formas de potenciar a igualdade é promover o país para lá da capital, aponta Pinto Luz. “Não esqueçamos que o país não é só Lisboa. O jogo está profundamente inclinado para a Área Metropolitana de Lisboa”. Apesar de esta aglutinar 40% da população ativa e 45% da riqueza criada no país, o Governo cessante teve o resto do território em mente e o próximo também o fará, prometeu Pinto Luz, falando já em nome do Governo que resultará das eleições de 18 de maio. “Acredito que o 25.º Governo continuará na senda dessa visão integral”.

Além das duas áreas metropolitanas, de Lisboa e Porto, há uma outra que despontará à boleia do comboio de alta velocidade, destaca o governante. Englobados no Quadrilátero, Barcelos, Braga, Famalicão, Guimarães e, desde este ano, também Viana do Castelo, constituirão “uma terceira área metropolitana, com a nova estação de alta velocidade em Braga”, beneficiando ainda da Universidade do Minho, “epicentro onde start-ups estão a brotar, na cidade mais jovem do país”.

Nas grandes obras, Pinto Luz colocou ênfase na ferrovia de alta velocidade, nas ligações transfronteiriças – a sul, a partir de Faro, com interligação à ferrovia em Sevilha, numa nova ligação por Huelva, e a norte na conexão do Porto a Zamora, por Vila Real e Bragança – e na via já em obra do Porto a Lisboa.

“A alta velocidade traz perspetiva para nova centralidade a Leiria, a meia-hora de Lisboa e meia-hora do Porto. O que vai sair desta nova centralidade? Há um desafio para as CIM [Comunidades Intermunicipais], de como trazer o tráfego para cima da estação da Barosa. Não deixo de acreditar em níveis intermédios, como a CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional], as áreas metropolitanas, com visão integrada”, defendeu Miguel Pinto Luz, nesta segunda edição da Local Summit do ECO.

Outro polo de desenvolvimento no centro do país alicerçado no comboio de alta velocidade será Coimbra, concelho que “tem perdido competitividade nas últimas décadas”, assinala. À ferrovia juntam-se a conclusão da A13, a duplicação do traçado do IP3 até Viseu, e o metrobus no corredor da antiga linha do Mondego. “Mais uma vez, a CIM a ter um papel integrador” dos vários concelhos abrangidos, considera o ministro.

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