Transporte público gratuito para os portuenses. Pedro Duarte apresenta candidatura com dez apostas

Tornar transportes públicos gratuitos para todos os portuenses custará 25 milhões de euros, amealhados com taxa turística, tarifa de estacionamento e fundos europeus, prometeu Pedro Duarte.

O ex-ministro Pedro Duarte apresentou ao final da tarde desta terça-feira a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal do Porto, com um programa de “dez apostas”, formulando a intenção de promover “um Porto mais justo onde todos têm acesso a saúde, a educação e a oportunidades”. Desde logo, com transportes públicos gratuitos para todos os portuenses, envolvendo o metro, STCP, metrobus, CP, UNIR e futuro transporte fluvial. A medida custará 25 milhões de euros por ano, financiada com programas europeus e os aumentos da tarifa de estacionamento para não residentes e da taxa turística. Esta ficará, numa primeira fase, um euro mais alta, atingindo os mesmos quatro euros praticados em Lisboa, mas durante o mandato poderá ser elevada até aos cinco euros.

Ainda na mobilidade, haverá “mais ciclovias seguras”, caso venha a ser eleito, prometeu. Outro anúncio de intenções foi o de um serviço municipal de saúde, com ligação entre hospitais, universidade e centros de investigação, com a ambição de tornar a cidade “um modelo à escala nacional e internacional ao nível dos cuidados primários de excelência ao serviço da população”.

Na habitação, será reduzida a dimensão de alguns bairros sociais “sem disrupções” nem expulsão de “ninguém”. “Não podemos tolerar que na nossa cidade haja espaços intransitáveis para quem não é do bairro”, disse. Mas o candidato do PSD, CDS e Iniciativa Liberal não pormenorizou a forma como o fará.

Outras ambições são a plantação de 15 mil árvores no primeiro mandato e a promoção de um “turismo inteligente que respeita quem” visita o Porto, “mas acima de tudo quem aqui vive”, apontou. Na ocasião, afirmou, sem especificar qualquer medida: “Seremos seletivos e muito cuidadosos a gerir o impacto do turismo, apostando no retorno económico do mesmo.” Ficam ainda prometidos o apoio à infância e à velhice, a atração de jovens empreendedores e investigadores e “tirar das ruas as centenas de sem-abrigo que a cidade alberga”.

Pedro Duarte, ex-ministro dos Assuntos Parlamentares JOSÉ COELHO/LUSA

Duarte promete dar uso aos edifícios devolutos do Estado central e do município para “gerar mais oferta no mercado”. Nos bairros sociais, onde vive 13% da população do Porto, enquanto a média nacional não chega aos 3%, o candidato diz que o Porto é “de longe o município do país com mais população a viver em bairros sociais, que nalguns casos, pela sua dimensão, se tornaram em verdadeiros guetos afogados no meio da cidade. Queremos que a habitação social seja um orgulho, não uma ameaça para a cidade”.

“A cultura estará no centro do nosso projeto, porque a cultura não é um luxo, é uma necessidade, é ela que nos une, desafia, liberta”. Este é o primeiro compromisso da candidatura de Pedro Duarte à Câmara do Porto, segundo as palavras do próprio, no discurso efetuado ao final da tarde desta terça-feira frente à Torre dos Clérigos. O cabeça de lista da candidatura do PSD, CDS e Iniciativa Liberal quer “levar a cultura a todos. A todos os bairros, a todas as idades a todos os públicos. Porque cultura também é justiça social” e “liberdade”, disse o ex-ministro do primeiro Governo de Luís Montenegro. “Queremos executar um programa que crie emprego, que atraia talento, que combata a desigualdade, que reforce o orgulho coletivo através da nossa cultura”.

“A decisão não apenas política, é antes de tudo pessoal, emocional — é, se quiserem, romântica. Antes de ser um projeto para a cidade, esta candidatura é, em certo sentido, uma história de amor. Eu sou do Porto, foi aqui que nasci, que cresci, que fui pai, que me fiz pessoa. Foi aqui que aprendi a ser livre, a ser justo, a ser independente, a não virar a cara à luta e a saber dizer presente quando a cidade chama”, disse. Duarte explica a candidatura como “uma forma de devolver ao Porto tudo o que o Porto me deu”.

O candidato começou por agradecer ao seu mandatário, Valente de Oliveira, que considerou “uma grande inspiração”, e seguiu para Marta Massada, do movimento “Independentes do Porto”, que “simboliza a força única das mulheres do Porto”. Massada, médica, professora universitária e ex-comentadora do programa de futebol da RTP3 Trio D’Ataque (onde defendia as cores do Futebol Clube do Porto), surge como porta-voz do movimento que recolheu 700 assinaturas e que junta figuras como a irmã de Rui Moreira, Bárbara Moreira, Vasco Ribeiro, ex-chefe de gabinete do ainda presidente da autarquia, ou Francisco Ramos, ligado às vitórias de Rui Moreira e que é o diretor de campanha do candidato do PSD, CDS e Iniciativa Liberal.

Pedro Duarte disse querer “um Porto de esperança, onde se pode viver, estudar, trabalhar e formar família sem ser empurrado para outras paragens”.

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