Conceito aposta nos mercados de Singapura e França com novos vinhos “fora da caixa”

Marca de vinho Conceito, do Douro Superior, escreve novo capítulo com aposta nos mercados de Singapura e França, investimento no enoturismo e lançamento de quatro referências.

Equipa da marca ConceitoAnabela Trindade 1 julho, 2025

A paixão pela viticultura já vem da meninice ao ponto de Carla Costa Ferreira ter plantado a primeira vinha em 1980, em Vila Nova de Foz Côa, já frequentava a universidade. Em 2005 a então engenheira civil lançou o primeiro vinho, um branco, da marca Conceito. Duas décadas depois, escreve um novo capítulo na história da empresa com aposta no enoturismo — construção de uma casa de turismo rural e de uma adega que será também uma galeria de arte. Na mira está o objetivo de atingir três milhões de euros de faturação em cinco anos e conquistar o palato de novos mercados, como Singapura e França.

É em Sedovim, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, em pleno Douro Superior, que Carla Costa Ferreira começou a escrever a história da Conceito, onde tem 100 hectares de vinha. Acrescenta agora um novo capítulo para fazer a marca “crescer sem perder a essência”, aproveitando o melhor que o terroir da região tem para oferecer.

Com uma produção de 150 mil garrafas de vinho, a marca quer triplicar, nos próximos cinco anos, a faturação de um milhão de euros de 2024 — a exportação tem um peso de 70% e o mercado nacional os restantes 30% –, segundo avança a diretora comercial, Lília Cerdeira em declarações ao ECO/Local Online, enquanto provamos as quatro novas referências que harmonizam a alta gastronomia do chef Rui Paula na Casa de Chá da Boa Nova, Leça da Palmeira (Matosinhos). Mas já lá vamos.

Outra das estratégias neste novo capítulo, adianta Lília Cerdeira, passa por conquistar novos mercados como Singapura e França, e reforçar o posicionamento nos Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, China e Japão, além da realização de provas de vinhos e participação em feiras “para marcar a diferença com inovação”.

A modernização da adega de vinificação e armazenamento, com aproximadamente 1.600 metros quadrados, construída em 2005, para provas de vinho e galeria de arte, é outro dos objetivos em cima da mesa, acrescenta, por sua vez Carla Costa Ferreira, a dona da marca Conceito. No futuro, as provas passarão a realizar-se no desativado balão de cimento antigo, com capacidade para 163 mil litros de vinho, que será objeto de um projeto de requalificação, cujo valor de investimento não revelou. Enquanto as obras não arrancam, o enoturismo assenta em provas de vinhos, visitas guiadas à adega com arte e passeios pelas vinhas.

Quatro novos vinhos da ConceitoAnabela Trindade 1 julho, 2025

Nesta nova fase, a empresa quer posicionar-se ainda mais no mapa da viticultura e com uma filosofia “fora da caixa”, aponta Carla Costa Ferreira. “Queremos vinhos que falem da terra de onde vêm, com pureza, precisão e alma. Esta nova fase é um regresso à essência, mas com um olhar renovado sobre o que significa fazer vinho no Douro atualmente”, assinala a sócia-gerente da Conceito, apoiada por uma nova equipa de enólogos — Paulo Amaral e Décio Coutinho – depois da saída de Rita Marques.

Esta nova fase é um regresso à essência, mas com um olhar renovado sobre o que significa fazer vinho no Douro atualmente.

Carla Costa Ferreira

Sócia-gerente da marca de vinhos Conceito

A equipa deu a conhecer os novos vinhos que Carla Costa Ferreira descreve como sendo “fora da caixa”: Alvarinho Branco 2024, Arinto Branco 2024, Bastardo Branco 2024 e Touriga Nacional 2023. Com origem numa parcela de vinha, com cerca de 10 anos, situada em Sebadelhe, entre Vila Nova de Foz Côa e Mêda, a cerca de 500 metros de altitude, o Alvarinho Branco 2024 é um “vinho aromático e complexo, com notas cítricas, toranja, frutos tropicais, apontamentos florais e nuances minerais”, descrevem os enólogos.

Já o Arinto Branco 2024 apresenta “um perfil distinto e de grande elegância”, fresco e com boa acidez na boca. Uma outra novidade, o Bastardo Branco 2024, estagiou em barricas usadas de Touriga Nacional 2023, detalha, por sua vez, o enólogo Paulo Amaral.

Por fim, o monocasta Touriga Nacional 2023, que estagiou durante 20 meses em barricas de carvalho francês, “tem um grande potencial de envelhecimento”, destaca o enólogo Décio Coutinho, enquanto dá a provar o vinho. Uma referência “intensa e com um final longo e muita frescura”, de acordo com a ficha técnica dos vinhos.

Com todo este impulso, dado agora à Conceito, Carla Costa Ferreira não tem dúvidas de que “esta nova fase representa continuidade e transformação: um regresso à origem com uma linguagem moderna, mais focada no detalhe, na precisão técnica e na ligação emocional ao terroir”.

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