BRANDS' Local Online Turismo, sustentabilidade e agricultura discutidos no Outlook Mafra

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Vários especialistas reuniram-se na conferência Outlook Mafra para avaliarem o potencial da região em diferentes nos setores do turismo, da sustentabilidade, da pesca, do surf e da agricultura.

Turismo, sustentabilidade, pesca artesanal, surf e agricultura foram os temas discutidos no Outlook Mafra, um evento que juntou diversos especialistas para refletirem sobre o posicionamento logístico de Mafra em todos estes contextos.

O evento, que contou com vários painéis de debate e talks, teve como principal objetivo destacar a importância da descentralização e projetar soluções sustentáveis e integradas para o crescimento da região.

“O concelho de Mafra, nos últimos 25 anos, tem sofrido uma grande transformação no crescimento populacional. Hoje somos quase 100 mil e temos 35% da população com menos de 30 anos. Isto é um desafio e uma oportunidade. Temos de saber aproveitar toda esta mão de obra e todos estes recursos humanos e colocá-los no desenvolvimento do nosso território, torná-los talento aqui na nossa terra“, começou por dizer Hugo Moreira Luís, Presidente da Câmara Municipal de Mafra, na abertura da sessão.

Hugo Moreira Luís, Presidente da Câmara Municipal de Mafra, na abertura da sessão

Esse talento está agora muito associado ao surf, desporto que tem atraído cada vez mais jovens para a região, mas nem sempre foi assim. Tiago Pires, Surfista, garante que, quando começou o seu percurso no surf, não sentia reconhecimento deste desporto. Considera que a grande virada de chave aconteceu quando se assinou, em 2011, “um compromisso entre órgãos governamentais e a Save the Waves que garante que o nosso património de surf não será alvo de transformação”. “O surf é a grande atração turística e económica da vila. Sermos uma reserva mundial de surf foi um grande feito para o município. É preciso honrá-lo e cumpri-lo“, afirmou.

Além disso, a própria costa portuguesa, de acordo com Francisco Spínola, Presidente da World Surf League, tem características muito propícias para a atração de surfistas, já que, “numa extensão de 150 quilómetros se consegue apanhar ondas que estão expostas a qualquer tipo de ventos e de ondulação”. Ou seja, se um surfista vem a Portugal e “não tem ondas num lugar, basta descer um bocadinho e já as pode apanhar”.

“O surf, pelas especificidades da nossa costa, tem uma qualidade das ondas que dão consistência a uma experiência que queremos proporcionar”, disse Teresa Ferreira, Diretora do Departamento de Dinamização dos Recursos Turísticos do Turismo de Portugal, acrescentando: “Parece-me que esta dimensão do surf não pode deixar de fazer parte da nossa estratégia de posicionamento internacional de Portugal como um destino turístico”.

Sustentabilidade, agricultura e pesca estão na raiz

Apesar de o surf ter um peso considerável na atração de turismo e pessoas, há uma sustentabilidade que se tem de garantir para que a qualidade da costa não se perca e também é preciso destacar a importância de outros setores para a região, como a agricultura e a pesca, que estão na raiz do crescimento económico do município e continuam a ter um peso considerável na sua economia.

Manuel Andrade Neves, Sócio da Abreu Advogados, lembrou que o momento que o mundo atravessa agora, “desde as eleições que recolocaram Donald Trump na presidência do governo norte-americano”, traz um “retrocesso nas políticas de desenvolvimento sustentável”, desde logo com a “retirada da convenção de Paris”.

No entanto, Domingos Santos, Vice-Presidente da CAP, destacou que a preocupação com a sustentabilidade e com a modernização começou há muitos anos atrás e foi reforçada com a entrada na UE, em 1985, e com os fundos comunitários. Lembrou, por isso, a ferramenta PAC, criada no pós II Guerra Mundial, com o objetivo de produzir alimentos para os europeus. “Hoje, a política agrícola comum tem a função de alavancar os agricultores europeus a produzir alimentos de qualidade e segurança alimentar com o menor impacto ambiental possível e a preços acessíveis aos consumidores”, disse.

Por sua vez, Sandra Primitivo, Executive Director EY, destacou a vantagem que a região de Mafra tem relativamente à produção agrícola, já que “está próxima de um grande centro de consumo, que têm vários padrões de consumidores”, o que lhe confere uma oportunidade: “Existe já um peso suficiente de consumidores que privilegiam a qualidade e rastreabilidade dos produtos, como os produtos biológicos, e essa pode ser uma via de afirmação”.

Já no que diz respeito à pesca, principalmente a artesanal, esta também “tem uma componente muito importante” para a região, uma vez que, segundo Rodrigo Sengo, Senior Program Development na MSC Portugal, “na realidade da vila piscatória da Ericeira, onde existe uma identidade própria e uma longa tradição, esta é um fator de agregação da comunidade, que depois acaba por complementar o turismo”.

“Em Portugal temos uma costa muito diversificada e isso promove uma diferenciação em relação às espécies. Aqui temos muita diversidade de espécies e isso acaba por nos diferenciar, principalmente em casos de comunidades como esta, na Ericeira, já que é uma zona rochosa onde existem essas características próprias para promover a diversidade das espécies”, acrescentou João Pereira, Chefe da Divisão de Modelação e Gestão de Recursos da Pesca no IPMA.

Qual a visão de futuro?

No encerramento da sessão, Hugo Moreira Luís, Presidente da Câmara Municipal de Mafra, partilhou a visão de futuro que tem para o município, que está alicerçada num desenvolvimento económico feito a partir da definição de políticas públicas “que, por si só, não seriam capazes de ser implementadas”.

O autarca realçou, por isso, a importância do apoio do setor privado: “O setor privado será um dos grandes dínamos da implementação dessa estratégia. Com a população a crescer, entendemos que os 20 mil residentes que fluem entre o concelho de Mafra e de Lisboa, eventualmente têm condições para se fixarem aqui através da criação de emprego e emprego digno“.

“Por isso, o que estamos a fazer em Mafra é a apostar na criação de emprego qualificado e em novas centralidades urbanas, essencialmente com a criação do parque empresarial e também de um terminal de mercadorias”, concluiu.

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