Autárquicas. Moedas promete “maior projeto de habitação que Lisboa viu nas últimas décadas”

Na apresentação da recandidatura, presidente da câmara promete plano de ação de segurança para Lisboa, mais guardas-noturnos e diz que “Governo não pode falhar aos lisboetas”.

O presidente da Câmara de Lisboa e recandidato nas eleições de 12 de outubro anunciou como projetos para um segundo mandato, caso venha a ser eleito, “o maior projeto de habitação que Lisboa viu nas últimas décadas”, prometeu o elétrico 16 para o eixo do Terreiro do Paço ao Parque Papa Francisco e ainda o fim dos transportes a gasóleo na cidade até 2030.

Na habitação, tema quente da atualidade autárquica, afirmou ter desbloqueado 250 hectares de terrenos na cidade e anunciou “novos bairros lisboetas”, chamando ao plano não só o setor público como o privado e o social.

Moedas, que conseguiu vencer barreiras dentro do CDS e Iniciativa Liberal para levar a cabo esta coligação, deixou logo de início mensagens para ambos os parceiros, começando pelo partido de Nuno Melo, que aponta como o “amigo sempre, sempre fiel, que é o CDS”. Depois, a IL, a quem agradeceu “pela coragem, pela primeira vez ao nosso lado, pela energia”.

Para os adversários a 12 de outubro foram canalizadas diversas críticas, dizendo que “os lisboetas vão ter uma escolha à sua frente”. No seu caso, “a moderação que sonha e faz”. Para Alexandra Leitão, candidata do PS a presidente da Câmara, “o radicalismo que já conseguiu minar grande parte do PS e que tanto prejudicou o país, e que agora querem trazer este modelo falido para a nossa Lisboa”.

Para dentro do PS lançou ainda um chamamento “a todos os socialistas moderados que saibam que comigo têm um porto de abrigo”.

Nota ainda para o “radicalismo de sinal contrário, que se alimenta por fomentar o caos e o medo, que precisa de insultar e generalizar, que precisa de dividir e deitar abaixo”, apontando o alvo ao Chega. Lisboa, acentuou, “sempre foi uma cidade tolerante e aberta para quem respeita a lei e os lisboetas”.

E depois, numa indireta ao Bloco de Esquerda, falou de “aqueles que lideram manifestações contra a polícia e quem defende a polícia e a segurança da cidade”.

“Lisboa precisa de moderados que pensam, decidem, fazem”. Aos lisboetas, disse “envolvam-se”, colocando a escolha entre a Lisboa moderada e a radical.

Nos agradecimentos, apontou o “querido amigo Tony Carreira” e o “querido amigo Rui Massena”, a querida amiga “querida Cristina Ferreira, que devia ter chegado mas ainda não chegou” e Luciana Abreu, cujo papel de madrinha da marcha popular de Marvila foi acentuado.

A referência a Marvila prosseguiu, ao contrário da maioria das freguesias do concelho. E entre exemplos da obra feita, o autarca começou precisamente pelo território onde se concentra uma dezena de bairros municipais ditos sociais, onde o Chega venceu as legislativas de 18 de maio. O Simão, na escola básica de Marvila, prosseguiu; a Dona Dulce em São Domingos de Benfica, a quem entregou o passe 90 mil; e a dona Rosa na Quinta do Ferro que, assegura Moedas, lhe disse “com lágrimas nos olhos” que há 50 anos que lhe prometiam a casa que agora recebeu.

Após o vídeo introdutório em que a população falava de limpeza e menos impostos (mensagem que coincide com o mantra da Iniciativa Liberal), Moedas entrou pela Estufa Fria e, chegado ao palco, com o Governo em peso presente nas primeiras filas, o recandidato dirigiu-se ao “senhor primeiro-ministro, meu querido amigo Luís Montenegro”, e agradeceu: “obrigado por estares aqui”. De seguida, palavras para Manuela Ferreira Leite e Nuno Morais Sarmento.

Num discurso em que não faltou um dos elementos pelo qual tem batalhado, a segurança, o recandidato disse que “Lisboa sempre foi segura” e puxou a si a tolerância: “O presidente da câmara que aqui veem é casado com uma imigrante”. Contudo, colocou a tónica numa ideia já por si referida nos últimos tempos: “Hoje, na nossa cidade, falo com muitas mulheres jovens que me dizem que têm medo de estar em certos pontos da cidade. Na minha cidade, isso não pode acontecer”.

Moedas apontou às “lojas fictícias que cada vez mais servem para dormitório ilegal” e considerou que “o país durante muitos anos não teve política de imigração”. O contrário do que considera existir agora. “Parabéns, senhor primeiro-ministro”, lançou Moedas a Luís Montenegro, nunca se dirigindo a este como líder do PSD, mas sim como líder do Governo.

Moedas promete um segundo mandato “com mais vontade, com o mesmo compromisso, servir os lisboetas”. Uma das formas será através da habitação, mas sem detalhar prazos de conclusão (ficou apenas a indicação de que os trabalhos começarão no segundo mandato): 2.400 casas e um parque verde com oito hectares no Vale de Santo António e 2000 novas casas e 65 hectares de espaços verdes no Vale de Chelas. A somar a isto, habitação que afirma já estar em construção em 16 hectares de terrenos no Casal do Pinto e Quinta do Ferro.

No balanço do mandato agora a finalizar, enalteceu o “Estado social local”, apontou os 16 mil inscritos no plano de saúde gratuito, com 5900 consultas presenciais e por telefone dadas. Apontou as clínicas de proximidade, referindo a Alta de Lisboa e, uma vez mais, Marvila, no Bairro do Armador.

O número de sem abrigo, assegura, foi reduzido em 20% durante 2024. Na higiene urbana, apontou 538 contratações. Das suas promessas eleitorais, assegura já haver mais de 105 mil munícipes a usar transportes públicos e apontou a captação de 16 unicórnios e “82 novos centros tecnológicos, que anunciaram 16 mil empregos”.

A componente de segurança acabou por ser parte relevante do seu discurso. Contudo, Moedas não especificou o que pretende fazer no âmbito do “plano de segurança específico para Lisboa”, trabalho que, disse em frente a Luís Montenegro, será lançado “em conjunto” pela autarquia e pelo Governo.

“A responsabilidade da segurança é do Governo”, apontou, deixando o repto a Montenegro: “Precisamos de mais polícia na rua. O Governo não pode falhar aos lisboetas”.

Notícia atualizada às 20h25

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