“Retorno para a economia nacional é um fator decisivo” nas compras para Defesa, diz Nuno Melo
"Cada euro investido [na Defesa] entrega três euros de retorno à economia. Não é coisa pouca", diz Nuno Melo, ministro da Defesa.

“Não faremos uma única aquisição [na área da Defesa] que não tenha, no momento da decisão, sopesado o retorno para a economia portuguesa”, e na hora de decidir, entre equipamentos com o mesmo desempenho, “o retorno para a economia nacional é um fator decisivo”, garante Nuno Melo, ministro da Defesa, durante a conferência de lançamento do eRadar, a nova marca de informação do ECO.
O atual momento geopolítico está a levar a Europa a investir no setor de defesa e muitos Estados-membros a reforçar os seus orçamentos para reequipar as suas forças armadas. “O Governo quer apostar tudo num ciclo que é robusto de investimento, que alavancará o crescimento da nossa indústria de defesa e da própria economia, muito para além das indústrias de defesa, bem como o reforço do pilar europeu de defesa da NATO”, diz Nuno Melo.
“Estamos a mobilizar todos os instrumentos que temos à nossa disposição neste momento e temos que saber aproveitar muito bem, tendo em conta também regras de contratação pública que não serão ideais quando o ritmo é outro”, afirma. Mecanismos como o SAFE — em que Portugal tem acesso a cerca de 6 mil milhões —, o PRR e o Orçamento de Estado (com a fatia para a Defesa a subir mais de 700 milhões), detalha.
“A defesa implica grandes oportunidades para a economia, mas sabemos também que as indústrias de defesa dão um retorno para essa economia e representam, em relação a muitas gerações que nós queremos particularmente capacitadas, oportunidades que noutros setores não teriam”, considera o ministro da Defesa.
“Cada euro investido [na Defesa] entrega três euros à economia”
E socorre-se dos números para evidenciar o impacto que a indústria de defesa tem na economia como um todo. “Cada euro investido [na Defesa] entrega três euros de retorno à economia. Não é coisa pouca“, argumenta. “Falamos de uma parcela significativa do PIB, em média do dobro das exportações, do dobro dos salários, pelo menos em comparação com a economia geral”, reforça. “Falamos de empregos muito mais qualificados, de mais investimento em investigação e desenvolvimento, para além destas indústrias se mostrarem mais produtivas“, realça.
Ao todo, trata-se de um universo de 300 empresas, com 40 mil pessoas, “muito mais de 2,5% das exportações, que pode crescer muito mais”, refere o ministro.
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Lançamento da nova marca do jornal ECO, o eRadar Hugo Amaral/ECO -
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Lançamento da nova marca do jornal ECO, o eRadar Hugo Amaral/ECO -
Lançamento da nova marca do jornal ECO, o eRadar Hugo Amaral/ECO -
Nuno Melo, ministro da Defesa. Hugo Amaral/ECO -
Themur Khan Galindo, corporate director Espanha e Portugal, Global Business Development & Strategy da Lockheed Martin Hugo Amaral/ECO -
Debate “Defesa, aeronáutica e espaço: de Bruxelas às fábricas e centros de engenharia em Portugal” foi o tema em debate com José Neves, presidente do AED Cluster Portugal, Adolfo Mesquita Nunes, partner da Pérez-Llorca e Francisco Vilhena da Cunha, CEO da GEOSAT. A moderação esteva a cargo de Tiago Freire, subdiretor do ECO. Hugo Amaral/ECO -
“Defesa, aeronáutica e espaço: de Bruxelas às fábricas e centros de engenharia em Portugal” é o tema que reúne em debate, José Neves, presidente do AED Cluster Portugal, Adolfo Mesquita Nunes, partner da Pérez-Llorca e Francisco Vilhena da Cunha, CEO da GEOSAT. Hugo Amaral/ECO -
José Neves, presidente do AED Cluster Portugal. Hugo Amaral/ECO -
Francisco Vilhena da Cunha, CEO da GEOSAT. Hugo Amaral/ECO -
Adolfo Mesquita Nunes, partner da Pérez-Llorca. Hugo Amaral/ECO
Ecossistema que poderá ser potenciado — e com isso a economia como um todo — com esta fase de investimento, com a compra de novos equipamentos. Nuno Melo lista as áreas onde o Governo vai apostar. Neste “ciclo de reequipamento vamos apostar em sistemas de artilharia, em viaturas blindadas, em defesa antiaérea de médio e de curto alcance, navios, fragatas, aeronaves, de asa fixa e de asa rotativa e helicópteros”, enumera. Mas também em “drones, munições, novos sistemas de comunicação, ciberdefesa, espaço — neste momento, estamos a falar talvez da terceira e quarta corrida espacial e Portugal está lá”, aponta o governante.
“Esta aposta de investimento, defesa e indústrias de defesa pode ser um dos grandes objetivos nacionais do nosso tempo. É tal oportunidade que não vamos desperdiçar e, no que dependa de nós, vamos concretizar”.
“Não temos de produzir tudo, nem seríamos capazes, nem faria sentido”, diz. Mas, ressalva, “temos de estar à altura neste ciclo produtivo de assegurar que temos as indústrias de defesa em setores estratégicos, apostando em áreas em que somos mais competitivos — e em algumas destas áreas nós somos mesmo muito bons — e noutras que são necessárias”, fazendo este processo “tendencialmente com recurso às indústrias de defesa nacional”.
“Não significa isto que as indústrias de defesa nacional vão produzir tudo aquilo que as Forças Armadas precisam. Mas as indústrias de defesa nacional podem, em parte, estar no ciclo produtivo e podem estar também no ciclo de manutenção”, diz.
Assista aqui ao vídeo da intervenção do ministro da Defesa:
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