Tâmega e Sousa investe 80 mil euros para ser uma bioregião

CIM do Tâmega e Sousa investiu cerca de 80 mil euros para tornar esta área geográfica numa bioregião, incentivando os produtores à produção biológica e a comunidade ao consumo deste tipo de produtos.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa quer incentivar a comunidade local a consumir os produtos biológicos produzidos nos municípios desta área geográfica assim como levar os produtores a aderir ao modo de produção biológico. Estes são alguns dos objetivos a cumprir para que esta zona do país se torne numa bioregião. E, mais tarde, possa integrar a Rede Internacional de Biorregiões.

“O modelo que definimos para a bioregião do Tâmega e Sousa assenta em dois vetores estratégicos: estimular a agricultura sustentável, saudável e diversificada, e fomentar a implementação do conceito produzir e consumir no Tâmega e Sousa”, começa por explicar Telmo Pinto, primeiro-secretário do Secretariado Executivo da CIM do Tâmega e Sousa.

Para conseguir concretizar estes objetivos, adianta Telmo Pinto, “foi preciso mobilizar os agricultores e produtores para a importância da alteração de comportamentos nos modos de produção”. O que passou por “capacitá-los para a agricultura em modo de produção biológica e sensibilizá-los para o potencial diferenciador que pode estar associado à comercialização de um cabaz de produtos locais biológicos”, prosseguiu o responsável.

O modelo que definimos para a bioregião do Tâmega e Sousa assenta em dois vetores estratégicos: estimular a agricultura sustentável, saudável e diversificada, e fomentar a implementação do conceito “produzir e consumir no Tâmega e Sousa”.

Telmo Pinto

Primeiro-secretário da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa

Um dos grandes objetivos deste projeto, que exigiu um investimento na ordem dos 80 mil euros, consistiu em “encurtar as cadeias de produção e venda, permitindo escoar stocks dos nossos produtores locais, mas também possibilitar ao consumidor o acesso a produtos de qualidade com menos custos associados”, avança ao ECO o primeiro-secretário da CIM do Tâmega e Sousa.

Dois anos depois do arranque do projeto, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, o balanço é positivo, contando com já duas centenas de produtores envolvidos na criação da bioregião.

O Tâmega e Sousa é uma subregião integrante da região Norte, com um total de 433 mil habitantes distribuídos por 11 municípios. São eles: Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende.

Liderado pela CIM do Tâmega e Sousa, este projeto conta com a parceria do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), da Dolmen – Desenvolvimento Local e Regional, da Ader-Sousa – Associação de Desenvolvimento Rural das Terras do Sousa e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Marco de Canaveses. (EPAMAC).

Entre as estratégias da bioregião estão ainda a implementação de um projeto-piloto para a introdução de alimentos saudáveis e sustentáveis nas refeições escolares e a criação de uma rede de produtores em modo de produção biológico capaz de dar resposta às necessidades do território, avança o responsável. O objetivo passa ainda por conseguir aumentar o volume de negócios das explorações agro-ecológicas e, por consequência, uma mudança dos hábitos de compra e consumo da população.

Apesar de todos estes esforços, o responsável admite que ainda há “um longo caminho a percorrer” para esta área geográfica se tornar uma bioregião, pois “tem subjacente uma complexa rede de atores que começa nos produtores locais e que envolve também os operadores económicos, o poder local, as associações, o sistema científico e tecnológico e a própria sociedade civil resiliência de todo o ecossistema”. Todo este trabalho deverá culminar na adesão desta área à Rede Internacional das Bio-Regiões.

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