Obra de estabilização do Ramal da Alfândega do Porto consignada por 1,25 milhões de euros
A obra de estabilização da escarpa adjacente ao Ramal da Alfândega do Porto, que visa a futura ecopista a construir no local, foi consignada por 1,25 milhões de euros, anunciou a Câmara Municipal.
“Foi esta semana consignada a empreitada de estabilização da escarpa adjacente ao Ramal Ferroviário da Alfândega, essencial para a futura ecopista a instalar no local“, pode ler-se numa nota publicada no portal da Câmara Municipal do Porto. De acordo com a autarquia, a intervenção “representa um investimento municipal superior a 1,25 milhões de euros” e tem “um prazo global de execução de 270 dias“.
Ainda segundo o município, liderado pelo independente Rui Moreira, “os trabalhos incluem a estabilização preventiva de três taludes rochosos”. O projeto prevê também “a limpeza da vegetação, o saneamento dos blocos, a demolição de estruturas em ruínas, o recalçamento de reentrâncias, a reabilitação de muros, a colocação de degraus em falta, a estabilização das construções existentes e a colocação de redes metálicas de alta resistência”.
Em abril de 2021, o município do Porto promoveu uma iniciativa sobre o destino a dar ao Ramal da Alfândega, apresentando duas soluções que o presidente da Câmara Municipal considerou poderem ser conciliáveis: um canal de transporte público e zona de lazer pedonal e ciclável.
“Não faria sentido este veículo circular de segunda a sexta, e ao sábado e ao domingo parava?”, questionou Rui Moreira, assumindo que “talvez fosse a forma mais útil” de utilizar aquele canal ferroviário desativado.
A primeira proposta apresentada aposta na reconversão do canal num percurso pedonal e ciclável entre Miragaia e Campanhã, propondo ainda a utilização de ligações mecanizadas que permitam ligar a cota baixa à cota e alta da cidade, a instalar na escarpa a sul, na Rua Duque de Loulé, na Calçada das Carquejeiras, na zona compreendida entre as Fontainhas e a Ponte D. Maria Pia e na Calçada do Rêgo Lameiro.
Na segunda proposta, a autarquia estudou a hipótese de aproveitamento do ramal para o transporte público, numa solução de mobilidade elétrica, que pode ou não ser feita em carris, com um máximo de três estações – Alfândega, Fontaínhas e Campanhã.
O transporte teria uma frequência de oito minutos, demorando apenas cinco minutos a percorrer o ramal, num cenário em que o parque de estacionamento junto à Alfândega seria transformado numa “alameda pedonal arborizada”.
No dia 17 de agosto deste ano, a Infraestruturas de Portugal (IP) disse à Lusa que o projeto da Alfândega relaciona-se também com a análise da utilização futura da Ponte Maria Pia como via pedonal e ciclável, a fazer entre a IP e os municípios de Vila Nova de Gaia e do Porto.
“Relativamente a projetos futuros, informa-se que está em vigor um contrato de subconcessão celebrado com o município do Porto para adaptação e utilização da plataforma do Ramal da Alfandega, entre os quilómetros 0,491 e 3,359, para fins dos modos suaves de mobilidade, turísticos e/ou lazer, estando prevista na sequência desse projeto a análise conjunta pela IP e pelos municípios de Gaia e do Porto da utilização futura da Ponte Maria Pia como via pedonal e ciclável”, lê-se na resposta.
O ramal ferroviário da Alfândega do Porto liga Campanhã a Miragaia e está desativado desde 1989, tendo sido utilizado para o transporte de mercadorias.
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