Luís Ribeiro: “Nota-se uma desaceleração no investimento”
No terceiro debate do ECO Local/novobanco, em Leiria, Luís Ribeiro destacou a desaceleração no investimento por parte das empresas. A regulação e os fundos disponibilizados também foram abordados.
Leiria recebeu, esta quinta-feira, dia 9 de fevereiro, o terceiro debate do Eco Local/novobanco, no qual se discutiu vários pontos da economia da região, mas também alguns problemas crónicos do próprio país.
Luís Ribeiro, administrador do novobanco, marcou presença no evento, onde acabou por revelar que as empresas têm vindo a fazer menos investimentos. “Nota-se uma desaceleração no investimento, que vem muito pela incerteza quanto ao futuro devido aos cenários que enfrentamos neste momento”, afirmou.
Nesse sentido, o responsável do novobanco realçou a importância da banca nesta fase, já que considera que o seu papel é “estar ao lado dos empresários e ajudar a que haja uma seleção positiva” das áreas a investir. “Com o aumento das taxas de juro, há uma seleção mais rigorosa. É importante haver instrumentos de apoio à capitalização das empresas, que é um dos problemas que as empresas têm, mas não é esse o papel da banca. O papel da banca é apoiar nos projetos e apoiar na seleção correta dos projetos”, disse.
Relativamente à região de Leiria, Luís Ribeiro ainda fez outra observação: “No Portugal 2020, esta região teve cerca de 358 milhões de euros de projetos aprovados, o que representa um investimento total na casa dos 700 milhões – 4% foi para o programa “Aproximar e Convergir”, que fortalece a coesão social e territorial, 5% foi para o programa “Empregar e Convergir”, que promove a dinamização e a empregabilidade, e 13% para o programa “Aprender”, portanto, do total dos investimentos que foram feitos aqui na região no âmbito do Portugal 2020, menos de 20% tiveram a ver com a qualificação, com a atração de talento e com a formação de pessoas, que são as áreas críticas da região“.
Para responder a este tipo de situações, o administrador do novobanco apontou a necessidade de se desenhar um mecanismo de suporte às empresas que são viáveis “numa lógica de consistência ao longo do tempo e não apenas numa lógica pontual”.
Quando questionado sobre os possíveis desafios que a regulação traz a este processo, o responsável destacou a “enorme evolução nas mais diferentes vertentes” que a regulação tem tido nos últimos anos, nomeadamente ao nível da sustentabilidade, por exemplo, com os critérios ESG.
“Acho que ainda temos uma regulação na área do ESG e da sustentabilidade que veio trazer aqui modelos adicionais e as empresas, naturalmente, também têm de se adaptar, até porque a própria sociedade não vai aceitar um modelo que não seja sustentável a curto prazo. Portanto, esta transição é muito importante e apoiar as empresas nesta transição e os empresários mais pequenos, levando conhecimento numa área que ainda tem muita incerteza e muita falta de conhecimento, também é um papel que a banca deve ter e que, certamente, terá”, acrescentou.
Salientou, no entanto, que o excesso de regulação, muitas vezes, não ajuda a que os processos sejam mais eficientes e mais rápidos: “Nós temos que viver com ela e há regulação que também é positiva, e eu não quero que vejamos o regulador como um inimigo, o que nós queremos é que exista um caminho que seja claro“.
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