Presidente do Turismo do Porto e Norte diz que “nem oito nem 80” nas medidas do AL
Presidente do Turismo do Porto e Norte diz que "nem oito nem 80" na regulação do AL, pois "tem um impacto muito positivo em muitas zonas do território onde não há outro tipo de alojamento".
O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal defende que deve haver “uma reflexão profunda” em relação à implementação de medidas para “controlar” o mercado do Alojamento Local (AL). “Nem oito nem 80”, frisa Luís Pedro Martins. Até porque, “se há locais, dentro de uma cidade, onde poderá haver uma sobrecarga, já há outros locais que ainda não“.
À margem da apresentação da marca “Porto e Norte – Região Solidária”, o líder do Turismo do Porto e Norte de Portugal defende que as medidas anunciadas pelo Governo em relação ao AL “devem ser aperfeiçoadas tal como o secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, já disse“. Para que haja uma regulação do mercado “sem o fechar”.
Ainda assim, defende Luís Pedro Martins, “cidades como o Porto e Lisboa já sentiam que era necessário fazer algum trabalho em relação a alguma regulação deste setor”. Por isso mesmo, sublinha, “as palavras do secretário de Estado são muito acertadas ao dizer que agora é preciso afinar, polir melhor estas medidas”.
O responsável discorda com o “fecho do setor, mas também não foi essa a ideia. A ideia é controlá-lo”. Ainda assim, Luís Pedro Martins diz que “ficaram muitas perguntas por fazer no que foi avançado” pelo Governo.
Encontrar e perceber quais são os rácios, nomeadamente em cidades onde, de facto, já há uma dificuldade em aceder à habitação e onde, eventualmente, o alojamento local tenha já um peso excessivo.
A solução para o AL passa, sim, por “encontrar e perceber quais são os rácios, nomeadamente em cidades onde, de facto, já há uma dificuldade em aceder à habitação e onde, eventualmente, o AL tenha já um peso excessivo”, considera. Aliás, destaca, “isso já estava a ser identificado pelos próprios municípios, nomeadamente Lisboa e Porto”.
O primeiro-ministro apresentou um pacote de medidas, orçado em 900 milhões de euros, para responder à crise da habitação em Portugal com cinco eixos: aumentar a oferta de imóveis utilizados para fins de habitação, simplificar os processos de licenciamento, aumentar o número de casas no mercado de arrendamento, combater a especulação e proteger as famílias.
Entre as medidas estão suspensão de novos licenciamentos de AL, exceto no interior do país, que tem gerado críticas da parte dos proprietários, que estão a organizar um protesto para o dia 1 de março.
Aliás, para o responsável do turismo, o AL pode dar uma resposta ao novo eixo “Porto e Norte – Região Solidária”, apresentado esta quarta-feira, na Invicta. “Queremos provocar esta ideia de região solidária em todo o setor, no alojamento, na restauração, nas empresas de animação turística”, sustenta.
Reforçando a importância do setor do turismo como agente socialmente responsável e
que coloca as pessoas e a sua qualidade de vida no topo das prioridades, o Turismo do
Porto e Norte de Portugal apresentou, esta quarta-feira, o novo eixo “Porto e Norte – Região Solidária”, para consolidar todo o trabalho de promoção que esta entidade tem implementado nos últimos anos.
“Este novo projeto vem reforçar a importância do setor do turismo como agente socialmente responsável, colocando as pessoas e a sua qualidade de vida no topo das prioridades, respeitando e valorizando as comunidades da região Porto e Norte, que devem ver os seus recursos naturais, o seu património e a sua identidade cultural naturais, preservados e salvaguardados, através da adoção de comportamentos socialmente responsáveis”, conclui.
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